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Larissa Fernandes Cavalcante dos santos – Medicina 2 semestre Anamnese, o que é e como fazer? Anamnese (aná=trazer de novo;mnesis = memória) significar trazer de volta a mente todos os fatos relacionados com a doença e o paciente. De início, deve-se ressaltar que a anamnese é a parte mais importante da medicina: primeiro, porque é o núcleo em torno do qual se desenvolve a relação médico- paciente; segundo porque é cada vez mais evidente que o progresso tecnológico somente é bem utilizado se o lado humano da medicina é preservado. Conclui-se que a anamnese uma posição ímpar, insubstituível, na pratica médica. Possibilidades e objetivos da anamnese: Estabelecer condições para uma adequada relação médico-paciente Conhecer, por meio da identificação, os determinantes epidemiológicos do paciente que influenciam seu processo saúde-doença. Fazer a história clínica, registrando, detalhada e cronologicamente, o problema atual de saúde do paciente. Avalia, de maneira detalhada, os sintomas de cada sistema corpora. Registrar e desenvolver práticas de promoção de saúde Avaliar o estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo os fatores pessoais, familiares e ambientas que influenciam seu processo saúde- doença Conhecer os hábitos de vida do paciente, bem como suas condições socioeconômicas e culturais. A anamnese pode ser conduzidas das seguintes maneiras: O médico deve deixar que o paciente relate livre e espontaneamente suas queixas sem nenhuma interferência, limitando-se a ouvi-lo. Essa técnica é recomendada e seguida por muitos clínicos. O psicanalista apoia-se integralmente nela e chega ao ponto se de colocar em uma posição na qual não possa ser visto pelo paciente, para que sua presença não exerça nenhuma influência inibidora ou coercitiva. De outro modo, que pode denominar-se anamnese dirigida, o médico, tendo em mente um esquema básica, conduz a entrevista mais objetivamente. O uso dessa técnica exige rigor técnico e cuidado na sua execução, de modo a não se deixar levar por ideia preconcebidas. Outra maneira seria o médico deixar, inicialmente, o paciente relatar de maneira espontânea suas queixas, para depois conduzir a entrevista de modo mais objetivo. Anamnse e Exame Fisico Larissa Fernandes Cavalcante dos santos – Medicina 2 semestre A história clínica, portanto não é o simples registro de uma conversa. É mais do que isso: é o resultado de uma conversação com objetivo explícito, conduzida pelo examinador e cujo conteúdo foi elaborado criticamente por ele. Recomendações Práticas: É no primeiro contato que reside a melhor oportunidade para fundamentar uma boa relação entre o médico e o paciente. Perdida essa oportunidade, sempre existirá um hiato intransponível entre um e outro; cumprimente o paciente, perguntando o logo o nome dele e dizendo-lhe o seu. Não use o termos como “vovó”, “vovô”, “vozinho”, “vozinha” para os idosos. Demonstre atenção ao que o paciente está falando. Procure identificar de pronto alguma condição especial – dor, sono, ansiedade, hostilidade, tristeza – para que você saiba a maneira de conduzir a entrevista. Conhecer e compreender as condições socioculturais do paciente representa uma ajuda inestimável para reconhecer a doença e entender o paciente Perspicácia e tato são qualidades indispensáveis para obtenção de dados sobre doenças estigmatizantes ou distúrbios que afetam a intimidade da pessoa Ter sempre o cuidado de não sugestionar o paciente com perguntas que surgem de ideias preconcebidas O tempo reservado a anamnese e distingue o médico competente do incompetente, o qual tende a transferir para os instrumentos e para o laboratório a responsabilidade do diagnostico Sintomas bem investigados, e mais bem compreendidos abrem caminho para um exame físico objetivo. Isso poderia ser anunciado de outra maneira: só se acha o que se procura e só se procura o que se conhece A causa mais frequente de erro diagnostico é uma história clinica mal obtida Obtidas as queixas, estas devem ser elaboradas mentalmente pelo médico, de modo a encontrar o desenrolar lógico dos acontecimentos, que é a base do raciocínio clinico Os dados fornecidos pelo exames complementares nunca corrigem as falhas e as omissões cometidas na anamnese Somente a anamnese torna possível que o médico tenha uma visão de conjunto do paciente, indispensável para a prática de uma medicina humana, ou seja, uma medicina de excelência Elementos Componentes da Anamnese Identificação: Perfil sociodemográfico que possibilita a interpretação dos dados individuais e coletivos do paciente Queixa principal: É o motivo da consulta. Sintomas ou problemas que motivaram o paciente a procurar atendimento médico História de doença atual: Registro cronológico e detalhado do problema atual de saúde do paciente Interrogatório sintomatológico: Avaliação detalhada dos sintomas de cada sistema corporal. Complementar a HDA e avaliar práticas de promoção a saúde. Larissa Fernandes Cavalcante dos santos – Medicina 2 semestre Antecedentes pessoais e familiares: Avaliação do estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo os fatores pessoais e familiares que influenciam seu processo saúde- doença Hábitos de vida: Documentar hábitos e estilo de vida do paciento, incluindo ingesta alimentar diária e usual, prática de exercícios, história ocupacional, uso de tabaco, consumo de bebidas alcoólicas e utilização de outras substancias e drogas licitas Condições socioeconômicas e culturais: Avaliar as condições de habitação do paciente, além de vínculos afetivos familiares, condições financeiras, atividades de lazer, filiação religiosa e crenças espirituais, bem como a escolaridade. São obrigatórios os elementos descritos a seguir: Nome: primeiro dado de identificação. Idade: Cada grupo etário tem sua própria doença, e bastaria essa assertiva para tornar clara a importância da idade. Sexo/gênero: Não se falando nas diferenças fisiológicas sempre importante do ponto de vista clinico, há enfermidades que só ocorrem em determinado sexo. Cor/etnia: Embora não seja coisas exatamente iguais, na prática elas se confundem Em nosso pais, onde existe uma mistura de etnia, é preferível o registro da cor da pele usando-se seguinte nomenclatura: cor branca, cor parda, cor preta. Estado civil Profissão: é um dado de crescente importância na pratica medica, e sobre ele teceremos algumas considerações em conjunto com o item que se segue Local de trabalho Naturalidade: Local onde o paciente nasceu Procedência: Este item geralmente refere-se a residência anterior do paciente. Residência Nome da mãe: Anotar o nome da mãe do paciente, é hoje, uma regra bastante comum nos hospitais no sentido de diferenciar os pacientes homônimos Nome do responsável, cuidador e/ou acompanhante: O registro do nome do responsável, cuidador e/ou acompanhantes de crianças, adolescentes, idosos, tutelados ou incapazes. Religião: A religião a qual o paciente se filia tem relevância no processo sáude-doença. Alguns dados bastante objetivos, como a proibição a hemotransfusão em testemunhas de jeová. Filiação a órgãos/ instituições previdenciárias e planos de saúde: Ter conhecimento desse fato facilita o encaminhamento para exames Larissa Fernandes Cavalcante dos santos – Medicina 2 semestre complementares, outros especialistas ou mesmo a hospitais, nos casos de internação. O cuidado do médico em não onerar o paciente, buscando alternativas dentro do seu plano de saúde, é fator de suma importância na adesão ao tratamento proposto. Normas para se obter uma boa Hda a. Deixe que o paciente fale sobre sua doença b. Determine o sintoma-guia c. Descreva o sintoma-guia com sua características e analise-o minuciosamented. Use o sintoma-guia como fio condutor da história e estabeleça as relações das outras queixas com ele em ordem cronológica e. Verifique se história obtida tem começo, meio e fim f. Não induza respostas g. Apure evolução, exames e tratamentos realizados em relação a doença atual h. Leia a histórias que escreveu para o paciente, afim de ele possa confirmar ou corrigir algum dado relatado, ou mesmo acrescenta alguma queixa esquecida Esquema para análise de um sintoma: Como avaliar o sintoma: Início: deve ser caracterizado com relação a época de aparecimento Se foi de início súbito ou gradativo, se teve fator desencadeante ou não (ex: como surgiu?, como ela começou?, onde dói? A dor irradia?) Caraterísticas do sintoma: Definir localização, duração, intensidade, frequência, tipo, ou seja, características próprias a depender do sintoma Fatores de melhora ou piora: Definir quais fatores melhoram e pioram o sintoma, como, por exemplo, fatores ambientais, posições, atividades física, ou repouso, alimentos ou uso de medicações Relação com outras queixas: Registra-se se existe alguma manifestação ou queixa que acompanha o sintoma; Evolução: Registrar o comportamento do sintoma ao longo do tempo, relatando modificações das características e influência de tratamentos efetuados Situação atual: Registrar como sintoma está no momento Larissa Fernandes Cavalcante dos santos – Medicina 2 semestre O exame físico deve sempre ser feito, ele é o aliado da anamnese para se chegar a diagnósticos. Preparo: inspeção, palpação e ausculta ROTEIRO EXAME FÍSICO INSTRUMENTOS E APARELHOS DE USO ROTINEIRO: Balança; Haste mil metrada para medir altura; Fita métrica; Abaixador de língua; Lanterna; Martelo de reflexos; Estetoscópio; Esfigmomanômetro; Termômetro clínico; Lupa; Agulha e algodão; Diapasão; Instrumento de endoscopia simples CONSIDERAÇÕES: 1. Ambiente Adequado: boa iluminação, ausência de ruídos, climatização 2. Oferecer privacidade e respeito ao pudor do paciente 3. Posição do examinador: à direita do paciente 4. Respeitar autonomia do paciente com relação a sua colaboração para o exame físico 5. Correlacionar o exame físico com dados coletados da Anamnese 6. Realizar o exame crânio – caudal 7. Etapas: 1ª Parte – Ectoscopia ou Exame Físico Geral 2ª Parte – Sinais Vitais e Dados Antropométricos 3ª Parte – Específico ou Segmentar 8. Lavagem das mãos antes e após cada exame; aquecer as mãos antes de tocar no paciente 9. Uso obrigatório do jaleco em todas as práticas e uso de Equipamento(s) de Proteção Individual (EPI), conforme patologia 10. Registro dos dados coletados em ficha própria, com termos técnicos ou siglas permitidas pela medicina O exame clinico Geral ❖ Feito após a finalização da anamnese > Identificação de sintomas, doença e do paciente ❖ Deve buscar-se oferecer conforto ao paciente durante a realização do exame: Exame Fisico Larissa Fernandes Cavalcante dos santos – Medicina 2 semestre • Para o conforto do paciente, deve-se examinar o paciente sentado na beira do leito ou da mesa do exame • Ao identificar postura e sinais de desconforto, buscar estratégias para trazer alivio dos sintomas do paciente > Por exemplo: paciente com dificuldade respiratória ao deitar-se, colocar em posição que alivie, como decúbito lateral Estado geral ❖ Avaliação subjetiva com base no conjunto de dados exibidos pelo paciente ❖ Para descrever a impressão obtida, usam-se as seguintes nomenclaturas: • Bom estado geral (BEG) • Regular estado geral (REG) • Mal estado geral • Ventilado espontaneamente em ar ambiente (VE em AA) ❖ Avaliação da deambulação do paciente e atividade motora Nível de consciência ❖ Implica dois aspectos: avaliação neurológica e psiquiátrica ❖ Uso da escala de Coma de Gasglow > Análise da abertura ocular espontânea Fala e linguagem ❖ Analisar as alterações da fala durante a entrevista, tais como: • Disfonia ou afonia: alteração do timbre da voz causada por alguns problemas no órgão fonador > Pode apresentar uma voz rouca, fanhosa ou bitonal • Dislalia: designar alterações menores da fala, comuns em crianças, como a troca de letras (“tasa” por “casa”). Uma forma de disritmolalia pode ser a gagueira ou a taquilalia • Disfasia: aparece com completa normalidade do órgão fonador e dos músculos da fonação e depende de uma perturbação na elaboração cortical da fala. Estado de Hidratação ❖ O estado de hidratação é avaliado por meio dos seguintes parâmetros: • Alteração abrupta de peso • Alterações na pele > umidade, elasticidade e turgor • Alterações oculares • Estado geral Larissa Fernandes Cavalcante dos santos – Medicina 2 semestre ❖ Um paciente está normalmente hidratado quando a oferta de líquidos e eletrólitos estiver de acordo com as necessidades dos corpos e quando não houver perdas extras, como diarreia, vômitos ❖ A classificação se baseia na perda de peso: • Leve ou 1º grau: perda de peso até 5% • Modera ou de 2º grau: perda de peso de 5 a 10% • Grave ou de 3º grau: perda de peso acima de 10% Fatores Nutricionais Analisar questões como: • Sobrepeso e obesidade • Desnutrição > Para o diagnóstico é necessário a presença de elementos, tais como ingestão insuficiente de energia, perda de peso, perda de gordura subcutânea, perda de massa muscular Si nais vitais Temperatura corporal: entre 35 º C e 36º C. Frequência cardíaca (pulso): entre 60 e 90 bpm. Pressão arterial Sistólica: entre 100 e 140 mmHg e diastólica entre 60 e 90 mmHg. Saturação de oxigênio sanguínea: cima de 96. Respiração: entre 16 e 20 mrpm. Dor: medida em escala entre suportável e insuportável. Circulação colateral ❖ Refere-se a presença de um circuito venoso anormal que é visível ao exame da pole ❖ Distinguir desenho venoso de circulação colateral é fácil na maioria das vezes: a rede visível está na topografia ❖ Refere-se a presença de um circuito venoso anormal que é visível ao exame da pele ❖ Distinguir desenho venoso de circulação colateral é fácil na maioria das vezes: a rede visível está na topografia normal, simétrica, não é intensa, e as veias não são sinuosas. ❖ Indica dificuldade ou impedimento do fluxo venoso através dos troncos venosos principaisimétrica, não é intensa, e as veias não são sinuosas. ❖ Indica dificuldade ou impedimento do fluxo venoso através dos troncos venosos principais ❖ Indica dificuldade ou impedimento do fluxo venoso através dos troncos venosos principais Edema ❖ Excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ❖ Do ponto de vista semiológico, o interesse é maior no edema cutâneo > infiltração de líquido no espaço intersticial dos tecidos que constituem a pele e o tecido celular subcutâneo. ❖ Pode ser: • Edema elástico: a pele retorna imediatamente a sua posição normal. É comum em edemas inflamatórios Larissa Fernandes Cavalcante dos santos – Medicina 2 semestre • Edema inelástico: a depressão persiste por um tempo ❖ Analisar a temperatura: • Pele de temperatura normal: frequentemente a temperatura na região edemaciada não se altera, o que é desprovido de qualquer significado especial • Pele quente: significa edema inflamatório • Pele fria: traduz comprometimento da irrigação sanguínea daquela área Tipos de Facies
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