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Bibliografia: Robbins & Cotran Patologia — Bases Patológicas das Doenças - 9a Edição Capítulo 4: Distúrbios Hemodinâmicos, Doença Tromboembólica e Choque| Vinay Kumar, MBBS, MD, FRCPath, Abul K. Abbas, MBBS and Jon C. Aster, MD Processo fisiopatológico básico: Distúrbios circulatórios Processo fisiopatológico específico: Hiperemia Aumento do fluxo sanguíneo em determinada região anatômica Ativa: aumento do fluxo sanguíneo no sistema arteriolar Passiva/Congestão: redução da drenagem venosa Edema Acúmulo de líquido intersticial - Redução/Bloqueio da drenagem linfática Observação: aumento do índice volêmico em um bebê tem tendência em gerar edema pulmonar Trombose - Trombo e coágulo não são a mesma coisa Coágulo é um processo passivo e independente do sistema circulatório Trombose é um processo ativo e que depende diretamente da parede do vaso Embolia Desprendimento de trombos de estruturas Exemplo: fraturas ósseas múltiplas em ossos longos – embolia gordurosa (medula óssea vermelha de adultos é composta por medula óssea branca) Infarto Local onde o embolo se impactou em uma região do sistema circulatório. Há o processo de isquemia, logo depois hipóxia e necrose (lesão celular irreversível) Hemorragia Extravasamento de sangue de alguma área do sistema circulatório Choque Hemorragia Conceito: extravasamento de sangue do interior dos vasos sanguíneos/câmaras cardíacas/cavidades pré-formadas para o meio externo Exemplos: menstruação, epistaxe (é quando o nariz sangra), gengivite Observação: a significância clinica da hemorragia se deve a perda do volume sanguíneo e a velocidade dessa perda. A rápida perda de ate 20% do volume sanguíneo ou perdas lentas de quantidades maiores pode gerar um quadro de choque hipovolêmico (e geralmente ao óbito) Etiologia: Hemorragia por rexe Hemorragia por diabrose Hemorragia por diapedese Ruptura mecânica traumática do vaso sanguíneo - Trauma, estresse da parede vascular, necrose, cirurgias Digestão química da parede do vaso - Úlceras pépticas, pancreatite, cavernas da tuberculose (hemoptise – escarro com sangue) Observação: também pode ser considerado uma ruptura mecânica Aumento da permeabilidade vascular por meio de fendas endoteliais (NÃO há ruptura de parede vascular) - Processos inflamatórios e congestão prolongada (insuficiência cardíaca congestiva – hemorragia por diapedese – hemácias são fagocitadas por macrófagos – pigmentação patológica de hemossiderina – células do vício cardíaco) Marco importante: extravasamento de hemácias e leucócitos (aumento da pressão hidrostática na congestão prolongada) Classificação quanto ao meio de extravasamento: Hemorragia externa Quando o sangue extravasa para o meio externo Exemplo: sangramento em pele Hemorragia interna com fluxo externo O sangue extravasa para a luz de vísceras ocas e pode ser visualizado diretamente ou indiretamente Exemplo: sangramento digestivo ou geniturinário - Sangramento de uma úlcera - Hematoquezia (sangramento nas fezes de visualização direta – o paciente vê o sangue) Ou Melena (sangramento nas fezes com visualização indireta – o sangue sai oxidado junto com as fezes, logo há características que permitem saber mais sobre a melena, como o odor e a coloração das fezes) - Hematúria macroscópica de visualização direta (o paciente consegue visualizar a presença de sangue em sua urina) Ou Hematúria microscópica de visualização indireta (por meio do exame de urina tipo I, é visto a presença de hemácias na urina) - Hematêmese: vômito + sangue (esôfago, estômago e duodeno) - Hemoptise: tosse + sangue (pulmões) Hemorragia interna (oculta) O sangue extravasa para o interstício ou parênquima de vísceras e para o interior de cavidades anatômicas Exemplo: - Hemotórax: acúmulo de sangue na cavidade pleural - Hemoperitônio: sangue no peritônio - Hemopericárdio: sangue no pericárdio - Hemartrose: sangue em articulação - Hemorragia causada por endometriose que cai na cavidade pélvica, ruptura do baço em um trauma (abdômen em tábua) que cai na cavidade abdominal Classificação quanto à morfologia do vaso: Morfologia das hemorragias: Petéquias - Hemorragia interna - Acontece na derme (pele), membranas mucosas ou serosas - 1 a 3 mm de diâmetro - Etiologia: contagem baixa de plaquetas (trombocitopenia), seja por função plaquetária defeituosa, perda de suporte da parede vascular (como na deficiência da vitamina C) - O que é ameaçador à vida: é a etiologia como insuficiência hepática - Dengue: positividade para prova do laço – o vírus da dengue tem afinidade pelo tecido hepático Púrpura - Hemorragia interna - 3 a 5 mm de diâmetro - Etiologia: a mesma das petéquias e traumas, inflamação vascular (vasculite) e maior fragilidade vascular - As petéquias e as púrpuras muitas vezes coexistem em uma patologia Equimose - Hemorragia interna - Hematomas subcutâneos maiores - 1 a 2 cm - Também chamado de contusão - Etiologia: hemácias extravasadas são fagocitadas por macrófagos e as alterações de cor se devem a conversão enzimática de hemoglobina · Cor vermelho-azulada: hemoglobina · Cor azul-esverdeada: bilirrubina · Cor dourado-amarronzado: hemossiderina Observação: quando se observa hemossiderina em um tecido, quer dizer que a lesão ocorreu a mais tempo. Já para lesões acontecidas em menos tempo é encontrado hemácias extravasadas - Aspecto de sufusão: processo de hemorragia que por ação da gravidade tem tendencia do escoamento do sangue – preferencialmente no globo ocular Hematoma Acúmulo de sangue intersticial ou em cavidades pré-formadas levando a um aumento de volume (“tumor”) Exemplo: A: hemorragias petequiais pontilhadas da mucosa colônica como consequência de trombocitopenia B: hemorragia intracerebral Infarto Conceito: é uma área localizada de necrose isquêmica causada por interrupção de fluxo sanguíneo arterial ou venoso Etimologia: 40% de todas as mortes nos Estados Unidos são uma consequência de doença cardiovascular, sendo infarto no miocárdio ou cerebral As consequências de um infarto dependem de qual órgão foi acometido e da extensão Fatores que influenciam: · Anatomia do suprimento vascular: órgãos de dupla circulação são mais “resistentes” porque há outras formas de ter o abastecimento sanguíneo · Velocidade da oclusão: o lento desenvolvimento de oclusões tem menos chance de causar infarto por dar tempo para o desenvolvimento de suprimentos sanguíneos colaterais · Vulnerabilidade do tecido à isquemia: cada tecido apresenta um tempo de vida útil após o cessamento de oxigênio; ex. os cardiomiócito morrem após 20 a 30min sem oxigênio e os neurônios aguentam 3 a 4 min · Hipoxemia: baixa quantidade de oxigênio aumenta a probabilidade e a extensão do infarto – indivíduos com anemia tendem a ter uma hipóxia grave Etiologia: · Trombose arterial Exemplo: infarto no miocárdio em virtude da trombose em artérias coronárias (por conta da aterosclerose – instabilidade da placa de ateroma) Observação: a trombose venosa é mais comum ser de gerar congestão e em órgãos com uma única veia eferente · Embolia (ou tromboembolia) arterial: o indivíduo faz um trombo no sistema circulatório e fragmentos desses trombos podem ocasionar a trombose arterial · Vasoespasmo em um vaso: constrição e dilatação de vasos · Torção de vaso Exemplo: torção testicular ou vólvulo intestinal · Ruptura vascular traumática · Compressão em saco de hérnia Classificação morfológica quanto à coloração A coloração reflete a quantidade da hemorragia Infarto vermelho Infarto branco Órgãos de dupla circulação, vasta rede de circulação colateral (ou tecidos frouxos): pulmão (suprimento duplo de aa. Pulmonares e bronquiais), intestino delgado e outros órgãos esponjosos Órgãos sem circulação terminal ou com escassa rede de circulação colateral: coração, baço, encéfalo e rins - Oclusões venosas - Tecidos frouxos onde o sangue pode se acumular em zonas infartadas (como pulmões) - Tecidos com dupla circulação (como pulmão e intestino delgado) - Tecidos previamente congestionados - Quando o fluxo é reestabelecido pós infarto (após angioplastia de uma obstrução arterial) - Característica: infarto hemorrágico tem como característica o extravasamento de hemácias no tecido, as quais são fagocitadas por macrófagos e com o tempo, há o acúmulo de ferro dentro desses leucócitos, o qual passa a se chamar de células do vício cardíaco em virtude da hemossiderina - Oclusões arteriais em órgãos sólidos com circulações endarteriais (como coração, baço e rim) - A densidade tecidual limita o escoamento do sangue dos leitos vasculares adjacentes - Característica: tendencia em ser cuneiforme no formato de uma pirâmide, tendo no ápice o vaso ocluído e na base a periferia do órgão. As margens podem ser indistintas e ligeiramente hemorrágicas (área hiperêmica na borda de um infarto - processo inflamatório em resposta a necrose coagulativa) Observação: quando a base é uma superfície serosa, há um exsudato fibroso Observação: o infarto branco/anêmico sofre transformação hemorrágica ocasionando em um infarto vermelho no contexto de reperfusão – a oferta de sangue é maior que a demanda, logo quando há reperfusão do órgão após o infarto anêmico, há uma hemorragia por rexe e as hemácias invadem o tecido do órgão Lesão causada pelo infarto nos tecidos em geral: necrose coagulativa isquêmica EXCEÇÃO: cérebro – necrose liquefativa - Após a ocorrência do infarto começa uma resposta inflamatória ao redor da área infartada (dentro de horas a um 1 a 2 dias). A inflamação segue o reparando o tecido tendo, em alguns casos, a regeneração parenquimatosa na periferia do infarto (em que houve a preservação da arquitetura estromal preservada) e na maioria dos casos, a área infartada é substituída por fibrose (como rim, coração) A: Infarto hemorrágico – infarto pulmonar B: Infarto branco/anêmico – infarto no baço Classificação quanto à presença de infecção: · Infarto asséptico: ausência de infecção secundaria · Infarto séptico: presença de infecção secundária (infartos embólicos à endocardite infecciosa)
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