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DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY ASMA BRÔNQUICA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO DIA ▪ O que é asma? Uma doença crônica, a gente nasce com ela, e, ela não tem cura. ▪ Sintomas? ▪ Diagnóstico? Principalmente clínico, faço diagnóstico através da anamnese e exame físico. ▪ Diagnóstico diferencial? ▪ Controle da doença? ▪ Tratamento? CONCEITO Doença inflamatória crônica das vias aéreas (igual DPOC), causando episódios recorrentes de sibilos, dispneia, tosse e opressão torácica (diferente de DPOC, já que, o asmático passa períodos com sintomas, e, outros sem sintomas, DPOC os sintomas são contínuos). Particularmente, a noite e no início da manhã (já que é um horário mais frio). Reversível com tratamento ou espontaneamente (também diferente do DPOC, já que o DPOC até melhora com tratamento, mas não reverte). A direita, temos o brônquio do paciente asmático, e, até mesmo do paciente com DPOC. Ele tem um edema intraluminal, e, o espaço para o ar passar fica muito diminuído. Podemos perceber também um pouco de secreção, um pouco de atividade inflamatória. Isso vai causar tosse, dispneia, sibilância. O edema intraluminal no DPOC é causado pelo contato direto diário com a fumaça. O asmático, tem o contato com algum fator alérgeno, e, ele acaba fazendo o edema. EPIDEMIOLOGIA E IMPACTO Acomete adultos e crianças. O Brasil tem 20 milhões de asmáticos (10%). Ela é a quarta causa de internação, segundo o SUS, e, a mortalidade é de 1,5 pessoas para cada 100.000 pessoas. A mortalidade depende muito do país que estamos, aqui no Brasil, como temos muita asma, acabamos manejando melhor a doença. Apesar da morte ser de 1 para 100.000 pessoas, as que ocorrem, são em pacientes muito jovens, tendo um impacto muito maior. HISTÓRIA NATURAL Paciente vai contar que ele teve asma na infância. Se ele não contar isso, a chance de perguntar é na HPP “quando o senhor era criança, teve bronquite?”. Essa doença, muitas vezes, desaparece na adolescência, até na idade adulta, e, volta, com o paciente mais idoso, ou, no paciente mais jovem mesmo. Ou então, ela nunca desaparece, tem sintomas a vida toda. A persistência da doença na idade adulta é mais comum em pacientes que fumam, em pacientes que são muito alérgicos, e, pacientes do sexo feminino. Então, a história natural é essa, se inicia na infância, desaparece por muitos anos, pode reaparecer em qualquer momento. O adulto, quando vai ao pneumologista, é por 2 motivos, ou ele nunca melhorou, ou ele ficou muito tempo bem, e, a doença começou a se manifestar novamente. DIAGNÓSTICO Diagnóstico é feito pela anamnese e exame físico. Na anamnese, analiso a variabilidade dos sintomas, o paciente não fala que está assim todos os dias, ele relaciona seus sintomas com alguma coisa. Temos que pensar sempre também em “exposição ocupacional”, pacientes que tiveram doença de via aérea porque tiveram contato com algum fator que irritou a via aérea. Espirometria vai confirmar o diagnóstico, vai documentar a gravidade. Toda doença de via aérea grave, é aquela que o VEF1 é mais baixo. Vai também monitorar o curso da doença. Vamos avaliar o VEF1, CVF, e, realizar a prova broncodilatadora. ATENÇÃO: ESPIROMETRIA NORMAL NÃO EXCLUI O DIAGNÓSTICO. As vezes, o paciente quando vai fazer a espirometria, ele não está obstruído, ele está bem. E, então, ele faz o exame, e, o exame está normal. Se ele tem história de asma, não podemos excluir o diagnóstico dele pela espirometria normal. Iremos realizar a prova broncodilatadora, dou broncodilatador para o paciente no exame, e, vou pedir para ele soprar novamente, e, vou avaliar se ele teve melhora. Se ele ganhar 7% no VEF1, ou, 12% na CVF dele, do primeiro para o segundo sopro, eu sei que a minha prova broncodilatadora é positiva (diferente do DPOC que a prova broncodilatadora é negativa). Na verdade, quanto temos um paciente com suspeita de asma, fazemos a espirometria, e, a espirometria da normal, uma coisa que podemos fazer, é verificar a hiper responsividade das vias aéreas. Vamos pedir para o paciente inalar uma substância que seja broncoconstritora, ou, então, vou induzir o paciente a atividade física, e, vou pedir para ele soprar novamente. Se ele estiver obstruído, se ele começar a ficar com o VEF1 baixo, com a relação de VEF1 e CVF menor que 0,7, eu sei que ele realmente tem asma. Esse exame, em que vamos induzir o paciente a fazer uma broncoconstrição, deve ser feito no ambiente hospitalar, onde temos material para intubação, medicamentos para reverter a crise. Se o paciente ele tem uma história de asma, e, uma espirometria normal, eu trato, já que é menos perigoso do que induzir uma broncoconstrição nele. Ou então, podemos fazer medidas seriadas do pico de fluxo, esse, é um cano, que tem uma régua metrada. Todo dia, o meu paciente vai soprar esse cano, e, vai vendo quanto é a medida dele. Geralmente, a medida é de 0,6 a 0,8ml/kg. Então, por exemplo, se temos 60kg, devo ter aí entre 360/480 ml. Sopro todos os dias, e, quando ficar abaixo do meu normal, provavelmente, estou DISCIPLINA PNEUMOLOGIA AULA 3- ASMA BRÔNQUICA PROFESSOR IVY DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY entrando em crise. As medidas seriadas do pico de fluxo é para avaliar se o paciente tem aquela intermitência, se ele tem períodos de fluxo bom, e, períodos de fluxo mais baixo. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ▪ Rinosinusite (Gotejamento pós nasal, e, o paciente fica tossindo sem parar. Pacientes que tem rinite, geralmente, tem asma junto); ▪ Síndrome do pânico (paciente que tem aquela sensação de falta de ar); ▪ Obstrução de via aérea superior (vou ter sensação de dispneia, vou ter tosse, mas o ruído será o “estridor laríngeo”); ▪ Disfunção de cordas vocais (quando minha corda vocal não se movimenta bem, vou ter obstrução do ar); ▪ DPOC; ▪ Insuficiência cardíaca; ▪ Doença de circulação pulmonar (TEP). CUIDADO: O PACIENTE NA CRISE DE ASMA VAI TER O CHAMADO “SILÊNCIO AUSCULTATÓRIO”, NÃO VAI TER SIBILO, MAS VAI ESTAR GRAVE. ASMA CONTROLADA X ASMA PARCIALMENTE CONTROLADA X ASMA NÃO CONTROLADA ETAPAS DO TRATAMENTO Resgate pode ser usado em qualquer etapa do tratamento. Vou para a etapa 2 quando o paciente está fazendo a medicação de resgate todo dia, ou, mais de 3 vezes na semana. A maioria dos pacientes ficam controlados na etapa 3. Se eu começo a passar para etapa 4, etapa 5, são os pacientes mais graves. O que precisamos entender, é que o tratamento é basicamente feito de corticoide inalado, dose baixa, alta, ou média, associada ao broncodilatador. DISPOSITIVO INALADO Muitos pacientes, não tem asma controlada porque não usam corretamente o dispositivo inalado. Na imagem da direita, temos o chamado “espaçador”. O remédio fica dentro da caixinha, e, o paciente vai puxando aos poucos. Isso é muito comumente usado em idosos, e, crianças. DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY SITUAÇÕES ESPECIAIS NO MANEJO DA ASMA ▪ Rinite; Rinosinusite; ▪ DRGE; ▪ Exposição ocupacional; ▪ Gravidez; ▪ Idoso; ▪ Obesidade; ▪ Ansiedade; ▪ Medicações. Todo paciente com asma, temos que perguntar, se ele coça o nariz, se ele espirra muito, se ele tem muita azia, se ele tem a digestão boa. Porque temos que tratar a rinite e a DRGE caso esse paciente tenha. Se ele tiver DRGE ou Rinite não tratada, não consigo controlar minha asma, porque meu paciente vai tossir o tempo todo, não pela via aérea inflamada, mas pelo refluxo, e, pela rinite. Tenho que ver “exposição ocupacional”, porque o paciente pode estar sendo exposto a algum material que esteja causando um sibilância nele. Se a mulher estiver grávida, a gravidez pode piorar a asma, mas, o tratamento da asma é igual, ela pode também usar o dispositivo inalado. Com o idoso, temos que conversar mais para manejar a asma, já que ele tem mais dificuldade para manejar asma. A obesidade, ansiedade, e, medicações, visto que, o paciente pode usar beta-bloqueador, pode usar AINE de forma muito contínua, e, são drogas que causam broncoconstrição.
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