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P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 1 ABORDAR A CERCA DAS DOENÇAS EXANTEMÁTICAS COM BASE NO CASO. RELACIONANDO COM A SEMIOLOGIA ANAMNESE Importante observar: Raça do paciente, pois algumas doenças dermatológicas estão atreladas a ela, como a psoríase e o epitelioma que são mais comuns nos brancos do que nos negros, entretanto o queloide é mais visto nesses últimos. Profissão, pois possibilita ao médico pensar em algumas hipóteses diagnósticas, como lavrador (dermatozoonoses e micoses profundas), pedreiro (eczema de cimento), profissionais de lubrificação (elaiconiose) e expostos ao fenol e hidroquinona (hipopigmentação). Faixa etária: Certas patologias são mais frequentes em determinadas faixas etárias. Assim, entre adolescentes e adultos jovens, são mais comuns a rubéola, sarampo modificado e o atípico, M ycoplasma pneumoniae, leptospirose, síndrome luva-meia papular-purpúrica, sífilis secundária e mononucleose infecciosa. No pré-escolar e escolar, o sarampo clássico, o eritema infeccioso, a escarlatina, a febre maculosa. Em menores de cinco anos, a síndrome de Kawasaki, as enteroviroses e o exantema laterotorácico unilateral ou periflexural assimétrico, e no lactente, o exantema súbito. Procedência: Algumas regiões são endêmicas para certas doenças ou de têm seu vetor transmissor, como, por exemplo, a dengue. Certas situações ambientais ou climáticas, com as chuvas e enchentes na Grande São Paulo, favorecem a ocorrência de leptospirose. Também devem ser investigadas viagens recentes, contato com animais e hábitos rurais. Antecedentes imunitários: A maioria das doenças e/ou aquelas preveníveis por vacina (sarampo, rubéola, varicela, difteria) devem ser afastadas no diagnóstico diferencial quando o paciente já apresentou a doença anteriormente ou está adequadamente imunizado, devendo-se, sempre que possível, investigar sorológicamente essas e outras doenças com quadros semelhante Fontes de contágio: A investigação sobre contato prévio domiciliar, creche ou escola com pacientes portadores de doenças contagiosas (sarampo, rubéola,meningococcemia) pode auxiliar no diagnóstico do paciente, considerando-se o respectivo período de incubação. Medicamentos e alergia: as reações dermatológicas reativas são comuns e por isso o uso de medicamentos, contato com outros alérgenos ou picadas de insetos devem ser questionados, além da história familiar de atopia ou mesmo viagens recentes. As medicações comumente envolvidas incluem antibióticos (amoxicilina, sulfametoxazol-trimetropim, ampicilina, antiinflamatório não esteroidal e anticonvulsivantes), nos quais o exantema geralmente é morbiliforme e de aspecto maculopapular sem quadro febril associado, mas podem evoluir para quadros graves como a síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica. Manifestações prodrômicas: Período prodrômico O intervalo de tempo entre as primeiras manifestações clínicas e o início do exantema caracteriza o período prodrômico. A descrição detalhada das manifestações dessa fase é importante para o esclarecimento diagnóstico, já que em algumas doenças elas são características. A evolução da febre e sua associação com o período prodrômico podem ajudar a definir padrões compatíveis com certas doenças, além de frequentemente P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 2 ser indicadora de doença infecciosa. No exantema súbito, classicamente há febre elevada com duração de 3 a 5 dias (média de 39°C) que desaparece com o surgimento do exantema. Na doença de Kawasaki, a febre inicia de forma abrupta, com temperaturas maiores que 39°C, durando em média oito dias e sem responder ao uso de antibióticos ou antipiréticos; o exantema surge após três dias do início da febre sendo frequentemente escalatiniforme. Além das causas infecciosas, reações medicamentosas e doenças reumatológicas também podem apresentar quadro febril no período prodrômico. Diversas outras associações podem surgir no período prodrômico. Manifestações respiratórias são comuns ao sarampo, em que a tosse seca é um achado constante Alterações neurológicas graves podem ocorrer em infecções por enterovírus, tais como paralisia flácida aguda, meningite asséptica, encefalite de tronco cerebral ou encefalite focal (romboencefalite).Todavia, algumas doenças como o eritema infeccioso, apenas cerca de 10% das crianças apresentam período prodrômico e a rubéola e a varicela não apresentam essa fase, pois o exantema aparece como o primeiro sinal clínico. CLASSIFICAÇÃO DOS EXANTEMAS ¹ Exantema maculopapular: manifestação cutânea mais comum nas doenças infecciosas sistêmicas. Mais comumente associado a vírus, porém também observado em várias doenças de etiologia bacteriana, parasitária, riquetsioses, micoplasmose e intoxicações medicamentosas ou alimentares. Pode ser caracterizado em diversos tipos: • Morbiliforme: pequenas maculo-pápulas eritematosas (3 a 10 mm), avermelhadas, lenticulares ou numulares, permeadas por pele sã, podendo confluir. É o exantema típico do sarampo, porém pode estar presente na rubéola, exantema súbito, nas enteroviroses, riquetsioses, dengue, leptospirose, toxoplasmose, hepatite viral, mononucleose, síndrome de Kawazaki e reações medicamentosas. • Escarlatiniforme: eritema difuso, puntiforme, vermelho vivo, sem solução de continuidade, poupando a região perioral e áspero (sensação de lixa). Pode ser denominado micropapular. É a erupção típica da escarlatina; porém, pode ser observada na rubéola, síndrome de Kawazaki, reações medicamentosas, miliária e em queimaduras solares. • Rubeoliforme: semelhante ao morbiliforme, porém de coloração rósea, com pápulas um pouco menores. É o exantema presente na rubéola, enteroviroses, viroses respiratórias e micoplasma. • Urticariforme: erupção papuloeritematosa de contornos irregulares. É mais típico em algumas reações medicamentosas, alergias alimentares e em certas coxsackioses, mononucleose e malária •Exantema papulovesicular: presença de pápulas e de lesões elementares de conteúdo líquido (vesicular). É comum a transformação sucessiva de maculo-pápulas em vesículas, vesico-pústulas, pústulas e crostras. Pode ser localizado (ex. herpes simples e zoster) ou generalizado (ex. varicela, varíola, impetigo, estrófulo, enteroviroses, dermatite herpetiforme, molusco contagioso, brucelose, tuberculose, fungos, candidíase sistêmica). •Exantema petequial ou purpúrico: alterações vasculares com ou sem distúrbios de plaquetas e de coagulação. Pode estar associado a infecções graves como meningococcemia, septicemias bacterianas, febre purpúrica brasileira e febre maculosa. Presente também em outras infecções como citomegalovirose, rubéola, enteroviroses, sífilis, dengue e em reações por drogas. EXAME FISICO Quando associado à anamnese, o exame físico permite a presunção do diagnóstico etiológico na maioria dos casos. As características do exantema, já descritas na seção destinada à anamnese, são válidas ao exame físico e somam-se a outras aqui referidas P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 3 ESTADO GERAL: O encontro de prostração, febre elevada e comprometimento do estado geral na vigência de exantema maculopapular pode direcionar o diagnóstico para o sarampo. A manutenção do estado geral fala em favor de rubéola e exantema súbito. Já a presença de toxemia e choque sugere septicemia bacteriana (meningococemia, estafilococcias eestreptococcias) ou dengue hemorrágico. DISTRIBUIÇÃO CORPORAL: A distribuição corporal pode contribuir para elucidação diagnóstica, como na varicela, em que o exantema se distribui centrifugamente. Quanto à varíola, a apresentação é tipicamente centrípeta sendo estáuma importante diferença clínica entre ambas . O acometimento da face extensora, flexora ou região palmo-plantar são marcadores sugestivos para certas etiologias: no eritema multiforme, doença de Kawasaki ou nas reações medicamentosas há geralmente a presença de lesões na região palmo-plantar, estando estas ausentes no sarampo e no exantema súbito. MANOBRA DIGITOPRESSÃO ➢ A fisiopatogenia do exantema pode ser sugerida pelo seu comportamento à manobra de digitopressão. Quando essa desencadeia o desaparecimento do eritema sugere fenômeno de vasodilatação, tipicamente relacionado às reações medicamentosas, doenças virais, doença de Kawasaki ou escarlatina; ➢ enquanto nas alterações hemorrágicas, geralmente ocasionadas por vasculite ou alterações da crase sanguínea, não há alteração do aspecto da lesão quando submetidas à pressão. A meningococcemia, por exemplo, cursa com lesões típicas de vasculite (Figura 3), embora no início do quadro as lesões possam atenuar a digitopressão, evoluindo rapidamente para a púrpura. ➢ A presença de descamação cutânea e suas características (ausente na rubéola, fina no sarampo, em grandes placas na escarlatina ou em pontas de dedos na doença de Kawasaki) podem igualmente contribuir para o diagnóstico SINAIS OBSERVADOS AO EXAME FÍSICO Frequentemente elucidam um diagnóstico por estarem geralmente associados a doenças específicas. ➢ No sarampo, as manchas de Koplik (enantema patognomônico de aspecto esbranquiçado localizado na mucosa jugal adjacente ao segundo molar) surgem no final do período prodrômico e duram de 2-3 dias (Figura 4). ➢ A conjuntivite pode ser vista no sarampo, rubéola, enteroviroses (adenovirus) e na doença de Kawasaki. ➢ A presença de petéquias no palato mole (manchas de Forchheimer) é sugestiva de mononucleose infecciosa, podendo ser encontrada ainda na rubéola e na escarlatina. P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 4 ➢ A pele em textura de lixa, associada à palidez perioral (sinal de Filatov), acentuação do exantema em região de dobras (sinal de Pastia) e língua em framboesa são altamente sugestivas da escarlatina. ➢ A língua em framboesa, entretanto, pode ser vista ainda na doença de Kawasaki ou mesmo em um sarampo atípico. ➢ O aspecto de “bochecha esbofetada” é associado ao eritema infeccioso, enquanto o polimorfismo das lesões (presença de máculas, vesículas pústulas e crostas em um mesmo momento) (Figura 5) é característico da varicela (Figura 6). ➢ Lesões de aspecto em alvo na região palmo-plantar fazem lembrar o envolvimento de enterovírus no diagnóstico da síndrome mão-pé-boca ➢ A adenomegalia consiste um achado comum na rubéola e no exantema súbito, com acometimento das cadeias cervicais posteriores, occiptais e retroauriculares ➢ A presença de anemia é uma manifestação frequente em pacientes com exantema petequial no qual o diagnóstico de meningococcemia, leucemia e leishmaniose visceral deve ser afastado ➢ A artrite ou artralgia são comuns na rubéola em adultos e reações medicamentosas, sendo sua presença mais rara em crianças ➢ A presença de hepato/esplenomegalia é frequente na mononucleose infecciosa e nas hepatites virais, podendo eventualmente a rubéola e a varicela cursar com tais alterações, sobretudo em crianças menores ➢ A icterícia soma-se aos achados sugestivos de hepatite viral em pacientes com exantema discreto e hepatomegalia. ➢ Sinais e Sintomas de envolvimento neurológico Associados a doença exantemática, sinais neurológicos podem ocorrer nas infecções pelos seguintes agentes: vírus herpes simples tipo 2 , enterovirus ( Coxsackie eEchovírus), retrovírus 2, Neisseria meningitidis, Listeria monocytogenes, Haemophílusinfluenzae, Toxoplasma gondii e Leptospira sp. Meningismo, por sua vez, pode ser encontrado na meningococcemia e nas enteroviroses. Nessas, além dos achados neurológicos, podemos encontrar exantema petequial tornando difícil o diagnóstico diferencial com meningococcemia DOENÇAS EXANTEMÁTICAS As doenças exantemáticas são doenças infecciosas nas quais a erupção cutânea é a característica dominante, mas geralmente também apresentam manifestações sistêmicas. Na maioria das vezes o diagnóstico é apenas clínico. A análise do tipo de lesão, dos sinais e sintomas concomitantes e a epidemiologia permite inferir o diagnóstico etiológico sem a necessidade de exames laboratoriais. A grande maioria das doenças são viroses, mas também podem ser causadas por bactérias, outros agentes infecciosos ou não, como doenças reumatológicas. As principais doenças exantemáticas P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 5 são: sarampo, rubéola, escarlatina, eritema infecioso, varicela e doença de Kawasaki, febre amerela, dengue e chinkungunya e síndrome mono like SARAMPO Etiologia e forma de transmissão: Doença viral aguda, causada pelo Morbilivirus (família Paramixoviridae). A transmissão ocorre através de aerossóis respiratórios. Grupo etário: Todos. Pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a doença são suscetíveis. Quadro Clínico: Febre alta, acima de 38,5ºC, exantema maculopapular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de koplik (enantema patognomônico de aspecto esbranquiçado localizado na mucosa bucal, antecedendo o exantema). As manifestações clínicas são divididas em três períodos. ➢ Período de infecção: Dura cerca de sete dias, iniciando com período prodrômico, quando surge a febre, acompanhada de tosse produtiva, coriza, conjuntivite e fotofobia. Do 2º ao 4º dia desse período surge o exantema, quando se acentuam os sintomas iniciais. O paciente apresenta prostração, exantema cutâneo maculopapular de coloração vermelha, iniciando na região retro auricular. ➢ Período toxêmico: A ocorrência de superinfeção viral ou bacteriana é facilitada pelo comprometimento da resistência do hospedeiro à doença. São frequentes as complicações, principalmente nas crianças até dois anos, especialmente as desnutridas e os adultos jovens.. ➢ Remissão: Caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio da febre. O exantema torna-se escurecido, em alguns casos surge descamação fina lembrando farinha (furfurácea). Transmissibilidade: De 4 a 6 dias antes do exantema, o período de maior transmissibilidade ocorre entre dois dias antes e dois dias após o inicio do exantema. O vírus vacinal não é transmissível. Diagnóstico diferencial Antes da fase exantemática, o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras doenças respiratórias da infância, como gripe, rinovírus, adenovírus. O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras doenças febris exantemáticas agudas, como dengue, rubéola, doença de Kawasaki, varicela, roséola (exantema súbito) e enteroviroses. Diagnóstico laboratorial: Sorologia para anticorpos específicos (Elisa) em amostra coletada até 28 dias após o início do exantema. Prevenção e tratamento: Não há tratamento específico, sinais e sintomas apresentados devem ser tratados de acordo com a sintomatologia e a terapêutica adequada. A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência de casos. DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA RUBÉOLA Etiologia e forma de transmissão: Doença exantemática aguda causada pelo Rubivirus (família togaviridae). P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 6 Apresenta curso benigno, mas sua importância epidemiológica está relacionada à síndrome de rubéola congênita (SRC). Quando a infecção ocorre durante a gestação pode causar aborto, natimorto e malformações congênitas, tais como cardiopatias, catarata e surdez. Transmissão: Contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. A transmissão indireta, mesmo sendo pouco frequente, ocorre mediante contato com objetos contaminados com secreções de nasofaringe nas fezes, sangue e urina. Grupo Etário: São suscetíveistodas as pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a doença. Quadro clínico: É caracterizado por exantema maculopapular e puntiforme difuso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para tronco e membros. Febre baixa e linfadenopatia retroauricular, occiptal e cervical posterior também são possíveis de ocorrer. Geralmente antecedem o exantema, no período de 5 a 10 dias, e podem perdurar por algumas semanas. Formas inaparentes são frequentes, principalmente em crianças. Adolescentes e adultos podem apresentar um período prodrômico com febre baixa, cefaleia, dores generalizadas (artralgias e mialgias), conjuntivite, coriza e tosse. A leucopenia é comum e raramente ocorrem manifestações hemorrágicas. Em alguns casos, nota-se petéquias no palato mole conhecidas como sinal de Forschemeir que não é patognomônico. Diagnóstico laboratorial: Sorologia para anticorpos específicos (Elisa) em amostra, coletada até 28 dias após o inicio do exantema. Prevenção e tratamento: Não há tratamento específico. Sinais e sintomas apresentados devem ser tratados de acordo com sintomatologia e terapêutica adequada. A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência de casos. DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA ESCARLATINA Etiologia e forma de transmissão: Causada pelo Streptococcus pyogenes, uma bactéria beta hemolítica do Grupo A, produtora de toxinas pirogênicas que este libera quando está infectado por um bacteriófago produtor de exotoxinas pirogênicas, ou seja, a escarlatina não é fruto da infecção direta pela bactéria, mas sim pelo efeito das toxinas produzidas quando a bactéria é infectada por um bacteriófago. As toxinas produzidas podem ser tipo A, B ou C e, o quadro desenvolvido por um toxina não oferece imunidade às infecções pelas outras, logo, é possível que um indivíduo tenha o mesmo quadro de escarlatina até 3 vezes. Tal patologia está mais frequentemente associada a faringite e, ocasionalmente aos impetigos. A transmissão ocorre através do contato com secreções respiratórias. P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 7 Grupo etário: Acomete principalmente crianças de 2-10 anos de idade. Quadro Clínico: O período prodrômico ocorre durante 12-24h com febre alta, dor à deglutição, mal-estar geral, náuseas e vômitos. Após este período o paciente apresenta o quadro de faringoamigdalite com exsudato purulento, adenomegalia cervical e enantema na mucosa oral. Em seguida, cerca de 12- 48h após o início do quadro, surge um exantema micropapular àspero (aspecto de lixa) em peitoral que se expande para tronco – pescoço – membros, poupando palma das mãos e pés. Este exantema apresenta-se mais intenso nas dobras cutâneas formando locais com linhas hiperpigmentadas chamadas linhas de Pastia. Na face, o eritema malar confere o aspecto chamado de “face esbofeteada” associado ao sinal de Filatov, além disso, ocorre hipertrofia das papilas da língua dando a esta o aspecto de framboesa o que é chamado de “língua em framboesa” Transmissibilidade de 10-21 dias em pacientes não tratados e sem complicações. Complicações podem ocorrer dentro de 1-5 semanas e incluem glomerulonefrite aguda e febre reumática aguda. Complicações tardias incluem coreia de Sydenham e cardiopatia reumática. Diagnóstico Laboratorial: O diagnóstico laboratorial pode ser realizado através de teste rápido (aglutinação de Látex) em secreção colhida de orofaringe. Prevenção e tratamento: Tratamento específico com antibióticos. Não há vacina. Contactantes portadores devem ser tratados ERITEMA INFECCIOSO O eritrovírus B19 é um vírus de DNA com tropismo por células eritropoiéticas, replicando-se em células eritroides da medula óssea. Boa parte dos infectados é assintomático, no entanto, devido a estas características do vírus, indivíduos saudáveis podem desenvolver aplasia eritroide acompanhada do quadro exantemático que veremos a seguir, enquanto que, pacientes com doenças hematológicas (síndromes falcêmicas, talassemias...) e imunodeprimidos podem desenvolver quadro importante de anemia e até crise aplástica. Mecanismo de transmissão Transmitido por via respiratória, sobretudo, em comunidades fechadas. Também pode ser transmitido por via placentária em caso de mães infectadas, o que pode levar a hidropsia fetal. Período de incubação e de transmissão estima-se que o tempo de incubação seja entre 14-21 dias. A transmissão ocorre antes do exantema, porém não se sabe ao certo quantos durante quantos dias antes do surgimento do mesmo. Logo, quando há o surgimento do exantema o paciente não elimina mais o vírus, portanto, não há necessidade de isolamento. Quadro clínico: Geralmente não costuma ter pródromos, mas alguns casos surgem sintomas prodrômico leves como mialgia, febre, coriza e cefaleia. O exantema maculopapular se inicia em face em região malar, dando o aspecto que alguns autores chamam de “face esbofeteada” associado a palidez perioral ou sinal de Filatov. Cerca de 4 dias depois o exantema evolui para membros superiores e inferiores, a mácula aumenta de tamanho deixando uma palidez central conferindo o aspecto rendilhado do exantema que pode durar até 3 semanas. Importante ressaltar que após desaparecimento pode haver recorrência do eritema após exposição ao sol, variação da temperatura, exercícios e estresse devendo-se, portanto, explicar à família que tal fenômeno pode ocorrer não significando recorrência da doença em si. P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 8 Diagnóstico O diagnóstico além de clínico, deve ser feito através da sorologia com detecção de anticorpos IgM para Parvovírus humano B19. Tratamento O eritema infecioso em geral é autolimitado e não há tratamento específico. Deve ser realizado tratamento de suporte com sintomáticos. Cuidado com os contactantes e prevenção Como já foi dito, não é necessário realizar o isolamento do paciente, no entanto, deve-se tomar cuidados com contactantes caso algum possua hemoglobinopatias (conforme veremos a seguir pode haver complicações para pacientes com este diagnóstico). Não existem medidas de prevenção a serem tomadas, pois não há vacina que garanta imunidade contra tal vírus DENGUE Etiologia e forma de transmissão: É uma infecção causada por um flavivirus, que apresenta quatro sorotipos diferentes, DENV1, DENV2, DENV3, DENV4. A imunidade é permanente para um mesmo sorotipo. Transmitida pela picada da fêmea Aedes aegypti. Grupo de risco: Gestantes, menores de 2 anos, adultos com idade acima de 65 anos e pacientes com comorbidades. Quadro clínico: Febre alta (acima de 38ºC) de início abrupto que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de cefaleia, mialgia, artralgia, prostração, astenia, dor retro-orbital, exantema e prurido cutâneo. Anorexia, náuseas e vômitos são comuns. Nessa fase febril inicial da doença, pode ser difícil diferenciá-la de outras doenças febris, por isso uma prova do laço positiva aumenta a probabilidade de dengue. No período de defervescência da febre, geralmente entre o 3º e o 7º dia da doença pode ocorrer o aumento da permeabilidade capilar, em paralelo com o aumento dos níveis de hematócrito. Isto marca o início da fase crítica da doença. Leucopenia progressiva seguida por uma rápida diminuição na contagem de plaquetas precede o extravasamento de plasma.O período médio de incubação da doença é de 5 a 6 dias (podendo variar de 4 a 10 dias). Diagnóstico laboratorial: É realizado por exames laboratoriais (testes que detectam fragmentos do vírus: NS1, PCR ou anticorpos IgM ou pela elevação de IgG pareado. Tratamento: O tratamento baseia-se principalmente em hidratação adequada, levando em consideração o estadiamento da doença (grupos A, B, C e D), segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios, pois podemaumentar o risco de hemorragias. FEBRE DE CHIKUNGUNYA Etiologia: A Febre de Chikungunya é uma doença causada por um vírus do gênero Alphavirus transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo Aedes aegypti o principal vetor. Grupo de risco: Gestantes, menores de 2 anos (neonatos considerar critério de internação), adultos com idade acima de 65 anos e pacientes com comorbidades. Quadro clínico: A doença pode manifestar-se clinicamente de três formas: aguda, subaguda e crônica. Na fase aguda os sintomas aparecem de forma brusca e compreendem febre alta (acima de 38ºC), artralgia intensa (predominantemente nas extremidades e nas grandes articulações), cefaleia e mialgia. Também é frequente a ocorrência de exantema maculopapular, em geral de 2 a 5 dias após o início da febre em aproximadamente 50% dos doentes. Os sintomas costumam persistir por 7 a 10 dias, mas a P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 9 dor nas articulações pode durar meses ou anos e, em certos casos, converter-se em uma dor crônica incapacitante. O período médio de incubação da doença é de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias). Diagnóstico laboratorial: Realizado pela detenção de antígenos virais até o 5ºdia de doença. Ou após o 6º dia com anticorpos IgM ou pela elevação de IgG pareada. Tratamento: A terapia utilizada é analgesia e suporte às descompensações clínicas causadas pela doença. É necessário estimular a hidratação oral dos pacientes. A droga de escolha é o paracetamol. Também podem ser utilizados outros analgésicos para alívio de dor, como a dipirona. Nos casos refratários recomenda-se a utilização da codeína. Informações detalhadas sobre o tratamento dos pacientes estão presentes na publicação “Febre de Chikungunya: Manejo Clínico”, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2015). FEBRE DO ZIKA VÍRUS Etiologia: A febre do zika vírus é uma doença causada pelo vírus do gênero Flavivirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes aegypti o principal vetor. Grupo de risco: Gestantes, menores de 2 anos, adultos com idade acima de 65 anos e pacientes com comorbidades. Quadro clínico: Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, caracterizada pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso (surge no 10 dia e está presente em 90% dos pacientes), febre (sem febre, subfebril ou inferior a 38ºC), hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês. Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Foi observada uma correlação entre a infecção pelo ZIKAV e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré, além de casos de microcefalia no Brasil. O período de incubação da doença varia de 3 a 12 dias, sendo em média de 4 dias. Diagnóstico laboratorial: Realizado no 5º dia da doença ou após 6 dia para anticorpo Igm, sendo disponível teste rápido para triagem IgM e IgG, ou pelo PCR Tratamento: O tratamento sintomático recomendado é baseado no uso de paracetamol ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser utilizados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti- -inflamatórias, em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus VARICELA Etiologia e forma de transmissão: doença viral aguda, altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela- Zoster (VVZ). A transmissão ocorre através de aerossóis respiratórios, gotículas, saliva ou pelo contato com o liquido das lesões cutâneas. Grupo etário: mais comum na infância, sendo suscetíveis todas as pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a doença. Costuma determinar imunidade duradoura, porém pode se manifestar como Herpes-Zoster, pela reativação do vírus latente em gânglios do sistema nervoso, por diferentes motivos. Quadro clínico: após um período de incubação em média de 2 semanas, inicia-se quadro de febre, cefaleia, astenia, irritabilidade e rash crânio caudal, pruriginoso, com manchas avermelhadas, que evoluem para vesículas, pústulas e crostas, sendo típico a presença de lesões em seus diversos estágios de evolução concomitantemente. Pode acometer mucosas, P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 10 levar ao aumento de gânglios. O quadro costuma ser benigno, com duração de 10 dias, mas pode evoluir com pneumonia pelo próprio vírus, afecção no sistema nervoso, infecções bacterianas cutâneas. A doença pode ser mais grave em adultos, imunodeprimidos, gestantes ou recém-natos. O Herpes Zoster costuma ocorrer anos após a exposição ao VVZ, com vesículas agrupadas sobre base eritematosa, associada à sensação de dor, queimação e aumento da sensibilidade local, ocupando um ou mais dermátomos. Diagnóstico laboratorial: o quadro típico costuma dispensar o recurso laboratorial, pode se detectar VVZ por PCR no liquido das vesículas, ou utilizar reações sorológicas IgM ou IgG. Prevenção e tratamento: tratamento do prurido com soluções e creme tópicos, antialérgicos orais, cuidados de higiene para reduzir risco de infecções cutâneas secundárias e antibióticos. Antivirais sistêmicos podem ser utilizados nos casos de maior risco de complicação, ou na presença de doença mais grave. A vacina para varicela previne a ocorrência de casos. SÍNDROME MONO LIKE O termo “síndrome de mononucleose”, ou “síndrome mononucleose-like” (SML) define um quadro caracterizado por linfadenopatia generalizada de instalação aguda ou subaguda, que pode ser acompanhada por outros sinais e sintomas, dependendo de sua etiologia, tais como: febre, faringite, esplenomegalia, rash cutâneo, fadiga e anormalidades hematológicas. Etiologias A principal etiologia das SML é a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV). No entanto, cerca de 10% dos casos tem como etiologia outros agentes infecciosos. Os principais são o citomegalovirus (CMV), o Toxoplasma gondii e o HIV, que na fase aguda da infecção podem provocar um quadro semelhante ao da mononucleose infecciosa. Outros agentes que podem estar envolvidos são o herpesvirus humano 6 (HHV-6), o herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1), adenovirus e vírus da hepatite B (HBV). A alteração hematológica característica das síndromes mono-like é a linfocitose absoluta (>4500 linfócitos/ mm³) ou relativa (>50%) com presença de linfócitos atípicos (>10%) no esfregaço periférico de sangue.O EBV é o agente mais relacionado a esta alteração, seguido pelo CMV, HIV e Toxoplasma gondii. Estes achados podem não ser encontrados nos primeiros dias de infecção, podendo o hemograma ser repetido após alguns dias de febre. Frente à dúvida diagnóstica entre uma faringite estreptocócica e a infecção pelos agentes acima, o hemograma pode ser um teste diagnóstico útil para o médico. Outras infecções não relacionadas à clinica de SML também podem apresentar-se com atipia no hemograma (ex: dengue, rubéola). Algumas drogas também podem induzir uma síndrome de mononucleose com linfocitose atípica, principalmente anticonvulsivantes (fenitoína, carbamazepina) e antibióticos (isoniazida, aminociclina. Mononucleose Infecciosa (MI) – Infecção pelo Vírus Epstein-Baar Etiologia e forma de transmissão: Doença viral causada pelo vírus Epstein-Barr, um herpesvírus. A transmissão ocorre principalmente de pessoa a pessoa por meio de contato com saliva de pessoas infectadas. Crianças pequenas podem infectar-se por contato com saliva em objetos ou mãos. Em adultos jovens, o beijo facilita a transmissão Epidemiologia: A incidência da infecção sintomática é maior em adolescentes e jovens adultos. Em crianças, costuma ser subclínica. É rara em adultos mais velhos devido a exposição prévia. 1 Transmissão: a principal forma de transmissão é através da secreçãosalivar. O EBV pode permanecer viável na orofaringe de pacientes com MI por até 18 meses. Estudos mostram que também pode ocorrer transmissão sexual. P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 11 Clínica: linfadenopatia (simétrica, moderadamente dolorosa, principalmente na cadeia cervical posterior; pode ser generalizada), febre e faringite dolorosa (pode ser acompanhada de exsudatos tonsilares e petéquias no palato). ➢ Outras manifestações menos comuns são: esplenomegalia e ruptura esplênica, rash cutâneo (maculopapular, urticariforme ou petequial), sintomas neurológicos (síndrome de Guillain-Barré, paralisias de nervos cranianos, meningoencefalites, meningite asséptica, mielite transversa, neurite óptica e encefalomielite), hepatite, colestase, pneumonia, dentre outros. ➢ Alguns estudos demonstram que pacientes com EBV possuem risco aumentado de desenvolver esclerose múltipla, linfoma não-Hodgkin e lúpus eritematoso sistêmico. Pacientes que forem equivocadamente tratados com antibióticos (principalmente ampicilina e amoxicilina) quase sempre apresentam rash maculopapular generalizado. Diagnóstico Laboratorial: Sorologia para detecção de IgM anti-cápside viral (anti-VCA) em sangue coletado em fase aguda e IgG antiantígeno nuclear (anti-EBNA) em sangue da fase convalescente ➢ Laboratório: linfocitose com presença de linfócitos atípicos é a alteração laboratorial mais comum. Pode haver neutropenia e trombocitopenia leves e autolimitadas. Elevação de transaminases pode ser vista na maioria dos pacientes e é fortemente sugestiva do diagnóstico de MI, Citomegalovírus (CMV) O Citomegalovírus (CMV) é um vírus DNA, pertencente ao grupo dos Herpesvírus, e caracterizados por sua condição de latência, recorrência e cronicidade. É uma infecção com alta prevalência e, embora uma doença grave seja rara em indivíduos imunocompetentes, o CMV é um patógeno importante para pacientes imunocomprometido e causador de diversos agravos mórbidos nos períodos pré e pós-natal. Epidemiologia do citomegalovírus O citomegalovírus humano é um agente ubíquo, que acomete pessoas de todas as classes sociais de diferentes raças e faixas etárias, A transmissão pode ocorrer por várias vias, incluindo contato próximo, como em creches, transmissão sexual ou exposição a sangue e tecidos. Há evidências de que o CMV pode sobreviver na saliva em superfícies ambientais por horas, dependendo da superfície. Clínica: a maioria dos pacientes é assintomática, mas alguns podem cursar com síndrome mononucleose- like. Há predomínio de sintomas sistêmicos, como febre prolongada. Adenopatia, esplenomegalia e faringite são menos comuns que na MI. Rash cutâneo pode ocorrer, especialmente após a administração de antibióticos. Na maioria dos pacientes a doença é autolimitada e evolui sem deixar sequelas. Em pacientes imunocomprometidos, uma síndrome mono-like inicial pode evoluir para infecções graves ou doença disseminada. Toxoplasmose (Toxoplasma gondii) A toxoplasmose é uma infecção parasitária causada por um protozoário, o Toxoplasma gondii, geralmente de forma oligoassintomática e auto-limitada. A toxoplasmose assume maior relevância no período gestacional, e se tornou mais importante com o aparecimento da infecção HIV/Aids e com incremento do número de transplantes, além de outras condições imunodepressoras P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 12 Transmissão: ingestão de oocistos provenientes do solo e outros materiais contaminados com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua ou mal cozida contaminada com cistos; infecção transplacentária; após transplante de órgão ou sangue de doador infectado Incubação: 5-23 dias. Manifestações Clínicas Apresenta quadro clínico variado, desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas extremamente graves. Do ponto de vista prático, é importante fazer uma distinção entre as manifestações da doença, quais sejam: 1. Toxoplasmose febril aguda - Na maioria das vezes, a infecção inicial é assintomática. Porém, em muitos casos, pode generalizar-se e ser acompanhada de exantema. Às vezes, sintomas de acometimento pulmonar, miocárdico, hepático ou cerebral são evidentes. As lesões resultam da proliferação rápida dos organismos nas células hospedeiras e, quando há manifestações clínicas, essas têm evolução benigna. Há casos em que ocorrem pneumonia difusa, miocardite, miosite, hepatite, encefalite e exantema maculopapular. 2. Linfadenite toxoplasmática- Geralmente, o quadro se caracteriza por linfadenopatia localizada, especialmente em mulheres e, em geral, envolvendo os nódulos linfáticos cervicais posteriores ou, mais raramente, linfadenopatia generalizada. Esse quadro é capaz de persistir por 1 semana ou 1 mês e pode assemelhar-se à mononucleose infecciosa, acompanhada por linfócitos atípicos no sangue periférico. A linfadenite regional pode estar relacionada à porta de entrada, durante a síndrome febril aguda. 3. Toxoplasmose ocular - A coriorretinite é a lesão mais frequentemente associada à Toxoplasmose e, em 30 a 60% dos pacientes com esta enfermidade, a etiologia pode ser atribuída ao toxoplasma. Dois tipos de lesões de retina podem ser observados: a retinite aguda, com intensa inflamação, e a retinite crônica, com perda progressiva de visão, algumas vezes chegando à cegueira. 4. Toxoplasmose neonatal - Resulta da infecção intra-uterina, variando de assintomática à letal, dependendo da idade fetal e de fatores não conhecidos. Os achados comuns são prematuridade, baixo peso, coriorretinite pós-maturidade, estrabismo, icterícia e hepatomegalia. Se a infecção ocorreu no último trimestre da gravidez, o recém-nascido pode apresentar, principalmente, pneumonia, miocardite ou Hepatite Com icterícia, anemia, plaquetopenia, coriorretinite e ausência de ganho de peso, ou pode permanecer assintomático. Quando ocorre no segundo trimestre da gestação, o bebê pode nascer prematuramente, mostrando sinais de encefalite com convulsões, pleocitose do líquor e calcificações cerebrais. Pode apresentar a tétrade de Sabin: microcefalia com hidrocefalia, coriorretinite, retardo mental e calcificações intracranianas. Infecção Primária Pelo HIV Transmissão: via sexual, pelo sangue (vertical e parenteral) e pelo leite materno. Incubação: em média 2-6 semanas (até 12 semanas). Clínica: o sintoma mais comum é a febre (normalmente não excede 38,9°C). Também pode haver rash cutâneo, fadiga, linfadenopatia, mialgia, náuseas e diarreia. Sintomas menos comuns incluem faringite, artralgias, perda ponderal, sudorese noturna e sintomas neurológicos (meningite asséptica, Guillain- Barrè, dentre outros). O rash cutâneo é mais frequente do que na mononucleose infecciosa. 1 Costuma afetar primeiro o tronco, depois as extremidades e, eventualmente, a face. FEBRE AMARELA P1-FECHAMENTO, KATARINA ALMEIDA DIAS 13 Febre Amarela é uma Febre Hemorrágica viral clássica, causada pelo Vírus da Febre Amarela (VFA), pertencente à Família Flaviviridae e ao gênero Flavivirus. É uma doença infecciosa não contagiosa, transmitida pela picada de artrópodes hematófagos da família Culicidae, em especial os gêneros Aedes ou Haemagogus; Principais manifestações clínicas: ➢ Elas são: Icterícia, Hemorragias (Intensas ou isoladas) e Insuficiência renal aguda (devido ao comprometimento renal, secundário ao comprometimento vascular ➢ No entanto, é válido ressaltar que a infecção se comporta de acordo com o gráfico a baixo: a maior parte dos casos são assintomáticos, de 20 a 30% dos casos manifestam febre, 10-20% manifestam febre associada a icterícia e, na menor parcela dos casos ocorrem fenômenos hemorrágicos, sendo que esses apresentam maior potencial letal Quadro clínico da febre amarela Os sintomas surgem de 3 a 6 dias após a infecção. A febre amarela pode apresentar três categorias de manifestações clínicas diferentes:• Formas leve e moderada: geralmente com Febre de início súbito, cefaleia Mialgia, náuseas, icterícia ausente ou leve. • Forma grave: com febre, cefaleia, mialgia, náuseas, icterícia intensa, manifestações hemorrágicas, oligúria e diminuição da consciência (manifestações da insuficiência renal aguda); • Forma maligna: com todos os sintomas descritos, mas de maior intensidade. Além disso, a vasculopatia intensa e a lesão hepática extensa podem levar a Coagulação intravascular disseminada; A letalidade é bastante alta: cerca de 50% dos pacientes graves evoluem para óbito; O quadro clínico do paciente é norteado por três fases: • Infecção: é caracterizada pela presença de febre, mal-estar, mialgia, com duração de três a quatro dias; • Remissão: fase de 48 horas de duração, na qual há uma melhora da sintomatologia; • Intoxicação: presente nas fases graves, com quadros hemorrágicos intensos, perda de consciência, coagulação intravascular disseminada, insuficiência renal aguda, lesão hepática intensa, taquicardia, com duração média de 7 a 10 dias;
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