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Graziela Benevides | 5º Semestre ➢ Farmacologia do Sistema Digestório: Os vasos sanguíneos e as glândulas (exócrinas, endócrinas e parácrinas) do TGI estão sob duplo controle: neuronal e hormonal. 1) Controle Neuronal: - Há 2 plexos intramurais principais no trato: Mientérico e Submucoso. a) Plexo Mientérico (Auerbach): está entre a camada muscular mais externa, longitudinal e a camada média, circular. b) Plexo Submucoso (Meissner): está no lado luminal da camada muscular circular. - Esses plexos são interconectados e suas células ganglionares recebem fibras parassimpáticas pré- ganglionares do vago, que são principalmente colinérgicas e excitatórias, embora sejam inibitórias. - As fibras simpáticas que chegam são pós- ganglionares. Além de inervar vasos sanguíneos, músculo liso e algumas células glandulares diretamente, algumas fibras simpáticas terminam nesses plexos, onde inibem a secreção de acetilcolina. - Os neurônios no interior dos plexos constituem o sistema nervoso entérico e secretam ACh, norepinefrina, purina, óxido nítrico e vários outros peptídeos farmacologicamente ativos. 2) Controle Hormonal: - Os hormônios do TGI incluem secreções endócrinas e parácrinas. - As secreções endócrinas (liberadas na corrente sanguínea) são peptídeos sintetizados por céulas endócrinas na mucosa. Ex: gastrina e colecistoquinina. - As secreções parácrinas incluem muitos peptídeos reguladores liberados de células especiais encontradas em toda a parede do trato. - Esses hormônios atuam sobre células próximas e, no estômago, o mais importante desses é a histamina. - Alguns desses fatores parácrinos também funcionam como neurotransmissores. - Os fármacos administrados pela via oral são absorvidos durante sua passagem pelo trato gastrointestinal. - Outras funções do TGI que são importantes do ponto de vista de intervenção farmacológica são: Secreção gástrica, vômitos (êmese) e náuseas, motilidade intestinal e eliminação das fezes, formação e eliminação da bile. ❖ Secreção Gástrica: - Os principais componentes exócrinos são pró- enzimas, como a pró-renina e o pepsinogênio, e o ácido clorídrico e fator intrínseco, secretados pelas células parietais ou oxínticas. - As células secretoras de muco são abundantes na mucosa gástrica, assim, os íons bicabornato são secretados e ficam presos no muco criando uma barreira protetora. - A produção da secreção é importante para a promoção da digestão de proteínas, absorção do ferro e eliminação de patógenos. - Desequilíbrios desse mecanismo secretor e protetor estão envolvidos na patogênese da úlcera péptica, e em outros tipos de comprometimento gástrico como a DRGE e lesões causadas pelos anti- inflamatórios não esteroidais (AINEs). • Regulação da Secreção de Ácido pelas Células Parietais: - A estimulação da secreção ácida das células parietais é modulada por vias parácrinas (histamina), neuroendócrina (acetilcolina ACh) e endócrina (gastrina). - Para produzir a secreção das células parietais, o cloro é transportado ativamente para canalículos das células que se comunicam com o Lúmen das glândulas gástricas. Acompanhado pela secreção de K+ que é trocado por H+ no interior da célula por uma bomba de prótons. - Dentro da célula, a anidrase carbônica catalisa a combinação de dióxido de carbono e água para produzir ácido carbônico, que se dissocia dando a origem a íons H+ e bicarbonato. - Os principais mediadores que controla direta ou indiretamente o ácido gerado pelas células parietais são: Graziela Benevides | 5º Semestre a) Histamina (Hormônio Local Estimulador): - As células neuroendócrinas são abundantes no estômago, e o tipo dominante são as células ECS (enterocromafim-símiles). Trata-se de células contendo histamina, que se localizam próximo às células parietais. Elas proporcionam uma liberação basal constante de histamina, que ainda é aumentada pela gastrina e acetilcolina. - A histamina atua de forma parácrina nos receptores H1 das células parietais, aumentando o AMPc intracelular. - Essas células parietais respondem a concentrações de histamina que estejam abaixo do limiar necessário para ativação dos receptores H2 vasculares. b) Gastrina (Hormônio Peptídico Estimulador): - Polipeptídeo de 34 resíduos; - É sintetizada pelas células G no antro gástrico e é secretada no sangue da porta; - Sua principal função é a estimulação da secreção de ácido pelas células ECS através da sua ação nos receptores de gastrina/colecistoquinina (CCK) que aumentam o cálcio intracelular. - Os receptores de gastrina também são encontrados em células parietais, mas sua significância no controle da secreção fisiológica é controversa. - Os receptores CCK 2 são bloqueados pelo fármaco proglumina, que tem efeito inibitório modesto sobre a ação da gastrina. - A gastrina também estimula a síntese de histamina pelas células ECS e aumenta a secreção de pepsinogênio, estimula o fluxo sanguíneo e aumenta a motilidade gástrica. - A liberação desse hormônio é controlada por transmissões neurorenais e mediadores veiculados pelo sangue, bem como a química do conteúdo gástrico. - Aminoácidos e pequenos peptídeos estimulam diretamente as células secretores de gastrina, assim como o leite e soluções de sais de cálcio, o que explica por que é inadequado usar sair contendo sair de cálcio como antiácidos. A imagem acima mostra a regulação de uma célula parietal gástrica secretora de ácido, ilustrando o local de ação de fármacos que influenciam a secreção ácida. A etapa inicial é a liberação de gastrina pelas células G. A gastrina atua através do seu receptor CCK2 presente nas células ECS liberando a histamina. A histamina atua sobre os receptores H2 das células parietais elevando o AMPc, o qual ativa a secreção de ácido pela bomba de prótons. A estimulação vagal direta também provoca a secreção de ácido, e a acetilcolina liberada estimula diretamente os receptores M3 nas células parietais. A somastatina provavelmente exerce uma influência inibitória tônica sobre as células G, as células ECS e as parietais, enquanto as prostagrandinas locais tem efeitos inibitórios sobre as células ECS. c) Acetilcolina (neurotransmissor estimulador): - É liberada de neurônios colinérgicos pós- ganglionares; - Estimula receptores M3 muscarínicos específicos nas células parietais, elevando o Cálcio intracelular e estimulando a liberação de prótons; - Através da inibição da liberação da somatostatina das células D, potencializa sua ação sobre a secreção de ácido pelas células parietais. Graziela Benevides | 5º Semestre d) Prostaglandinas (hormônios locais que inibem a secreção de ácido): - Exercem efeitos “citoprotetores” na função gástrica, incluindo aumento da secreção de bicarbonato, aumento da liberação de mucina protetora, redução da produção de ácido gástrico por ação sobre os receptores EP 2/3 nas células ECS, e prevenindo a vasoconstrição que ocorre após o estímulo agressivo. - Essa ação é mediada pelos receptores EP 2/4. - O misoprostol é uma prostaglandina sintética que explora ações para manifestar seus efeitos terapêuticos. e) Somatostatina (hormônio peptídico inibidor): - Hormônio liberado pelas células D dentro do estômago; - Mediante atuação no receptor 2 de somatostatina, exerce efeitos inibitórios parácrinos sobre a liberação de gastrina pelas células G, sobre a liberação de histamina pelas células ECS, assim como a produção de ácido pelas células parietais. • Fatores que regulam a secreção ácida: - O eixo gastrina-ECS-célula parietal é o mecanismo dominante para o controle da secreção de ácido; - A etapa inicial para o controle fisiológico da secreção é a liberação de gastrina pelas células G; - As células G atua através do seu receptor CCK 2 nas células ECS promovendo liberação de histamina e pode possuir efeito secundário sobre as célulasparietais. - A histamina atua sobre os receptores H2 das células parietais aumentando o AMPc e ativando a secreção de prótons. - A estimulação vagal direta pode provocar secreção de ácido através da liberação de acetilcolina, que estimula os receptores M3 presentes nas células parietais. - A somatostatina exerce influência inibitória sobre as células G, as ECS e as parietais. - As prostaglandinas atuam em receptores EP 2/3 com efeito inibitório sobre a função das células ECS. • Fármacos usados para inibir ou neutralizar a secreção de ácido gástrico: - Principais Indicações clínicas para reduzir a secreção de ácido são: ulceração péptica, DRGE e a síndrome de zollinger-ellison. 1) Antagonistas do Receptor H2 da histamina: - Os antagonistas do receptor H2 da histamina inibem, competitivamente, as ações da histamina em todos os receptores H2. - Seu principal uso clínico é como inibidores da secreção de ácido gástrico. - Podem inibir a secreção de ácido estimulada pela histamina e pela gastrina; a secreção de pepsina também cai com a redução de volume do suco gástrico. - Esses agentes não somente diminuem a secreção de ácido tanto basal quanto estimulada por alimentos em 90% ou mais, mas inúmeros ensaios clínicos indicam que também promovem fechamento de úlceras duodenais. - São prováveis as recidivas depois da suspensão do tratamento. - Os principais fármacos usados são cimetidina, ranitidina, nizatidina e famotidina. Há poucas diferenças entre eles; a) Cimetidina: - 1ª geração; - 70% de biodisponibilidade; - Inibe metabolismo do estradiol, aumenta secreção de prolactina podendo causar ginecomastia e galactorreia; - Inibe enzimas CYP; - Inibe o citocromo P450 e pode retardar o metabolismo de vários fármacos, incluindo anticoagulantes orais e antidepressivos tricícliclos. b) Ranitidina: - Retirada do mercado; c) Famotidina: - É o mais potente; - Indicado para prevenção de recidivas de ulceração duodenal e condições de hipersecreção (gastrite, síndrome de zollinger-ellison); - Usado como profilático antes das refeições, para reduzir probabilidade de pirose (DRGE); - Úlceras gástricas e duodenais não complicadas; - Prevenção de sangramento da gastrite relacionada ao estresse. Graziela Benevides | 5º Semestre - Efeitos Colaterais: diarreia, constipação, cefaleia, mialgia, confusão mental, agitação; 2) Inibidores da Bomba de Prótons: - Medicamentos: omeprazol, esomeprazol, rabeprazol, lansoprazol e pantoprazol. - São bases lipofílicas fracas; - Formulações em via oral possuem revestimento entérico; - Consistem em pró-fármacos; - Os IBP devem ser administrados cerca de 1 hora antes de uma refeição (normalmente no desjejum), de modo que a concentração sérica máxima coincida com a atividade máxima de secreção da bomba de prótons. - Os fármacos apresentam meia-vida sérica curta de cerca de 1,5 hora; todavia, a duração da inibição da secreção de ácido alcança 24 horas, em virtude da inativação irreversível da bomba de prótons. - O 1º inibidor da bomba de prótons foi o Omeprazol, que inibe irreversivelmente a bomba de prótons, ou seja, a etapa terminal na via secretora de ácido; - Reduzem-se as secreções de ácido gástrico basal e a estimulada por alimentos; - Efeitos adversos desta classe são incomuns e podem incluir cefaleia, diarreia e dor abdominal. - Mecanismos de ação: Absorção → difusão para os canalículos das células parietais → protonação e conversão na forma ativa: sulfonamida → ligação dissulfeto com a bomba de prótons. - Usos: ✓ DRGE: Agentes mais eficazes para tratamento da doença do refluxo não erosiva e erosiva e das complicações esofágicas; ✓ Doença ulcerosa péptica: cicatrização de mais de 90% das úlceras duodenais (~ 4 semanas) e gástricas (~ 6 a 8 semanas); ✓ Úlceras associadas ao H. pylori: associação IBP + 2 antibióticos (amoxicilina + claritromicina ou metronidazol); ✓ Úlceras associadas ao uso de AINES; ✓ Condições patológicas hipersecretoras, como síndrome de Zollinger-Ellison e hipersecreção idiopática. - Interações: ✓ Alteração da absorção de alguns fármacos, como itraconazol e atazanavir; ✓ Inibição CYPs (CYP2C19, CYP3A4); Redução da atividade antiplaquetária do clopridogel 3) Antiácidos: - Os antiácidos são o modo mais simples de tratar os sintomas da secreção excessiva de ácido gástrico. - Neutralizam diretamente o ácido, que também tem o efeito de inibir a atividade das enzimas pépticas, que praticamente cessa em pH 5. - Administrados em quantidade suficiente, por tempo suficiente, podem produzir fechamento de úlceras duodenais, mas são menos eficazes para úlceras gástricas. - A maioria dos antiácidos em uso comum são sais de magnésio e alumínio. - Os sais de magnésio causam diarreia, e os sais de alumínio, constipação, de modo que as misturas dos dois, felizmente, podem ser usadas para preservar a função normal do intestino. - As preparações dessas substâncias (p. ex., mistura de trissilicato de magnésio e algumas preparações de alumínio patenteadas) contêm altas concentrações de sódio e não devem ser dadas a pacientes sob dieta com restrição de sódio. - Existem inúmeras preparações de antiácidos; algumas das mais significativas são dadas adiante. - O hidróxido de magnésio é um pó insolúvel que forma cloreto de magnésio no estômago. Não produz alcalose sistêmica porque o Mg2+ é pouco absorvido no intestino. - Outro sal, o trissilicato de magnésio, é um pó insolúvel que reage lentamente com o suco gástrico, formando cloreto de magnésio e sílica coloidal. Esse agente tem um efeito antiácido prolongado e absorve pepsina. O carbonato de magnésio também é usado. - O gel de hidróxido de alumínio forma cloreto de alumínio no estômago; quando este chega ao intestino, o cloreto é liberado e reabsorvido. - O hidróxido de alumínio eleva o pH do suco gástrico para cerca de 4 e absorve pepsina. Sua ação é gradual e seu efeito continua por várias horas. - O hidróxido de alumínio coloidal combina-se com fosfatos no trato gastrointestinal, e o aumento de eliminação de fosfato que ocorre nas fezes resulta em diminuição da eliminação de fosfato através do rim. Graziela Benevides | 5º Semestre - Esse efeito tem sido usado para tratar pacientes com insuficiência renal crônica. - Outras preparações, como a hidrotalcita, contêm misturas de sais de alumínio e magnésio. - Alginatos ou simeticona algumas vezes são combinados aos antiácidos. Acredita-se que os alginatos aumentem a viscosidade e a aderência do muco à mucosa esofágica, formando uma barreira protetora, enquanto a simeticona é um agente “antiespumante”, com a intensão de aliviar a distensão abdominal e a flatulência. • Fármacos que protegem a mucosa - Citoprotetores. - Aumentam os mecanismos endógenos de proteção da mucosa e/ou proporcionam uma barreira física cobre a superfície da úlcera. - Medicamentos: Sucralfato e compostos de bismuto. a) Sulcrafato: - Libera alumínio em presença de ácido; - Pode formar géis complexos com o muco, ação que se pensa diminuir a degradação do muco pela pepsina e limitar a difusão de íons H+. - Pode inibir a ação da pepsina e estimular a secreção de muco, bicarbonato e prostaglandinas pela mucosa gástrica. - Administrado via oral, e 3 horas após cerca de 30% ainda está presente no estômago. - Reduz a absorção de outros fármacos, como antibióticos fluorquinolonas, teofilina, tetraciclina, digoxina e amitriptilina. - Antiácidos administrados concomitantemente ou antes de sua administração reduzem sua eficácia. - Efeitos Adversos: constipação. - Efeitos menos comuns: boca seca, náuseas, vômitos, cefaleias e rashes. b) Compostos de Bismuto: - Usado para tratar H. pylori. - Tem efeitos tóxicos sobre o bacilo e pode impedir sua aderência à mucosa ou inibir suas enzimas proteolíticas bacterianas. - Possui outras ações protetoras damucosa; - É amplamente utilizado como medicamento de venda livre para tratamento de sintomas gastrointestinais leves. - Muito pouco é absorvido, mas se a eliminação renal for comprometida, as concentrações plasmáticas elevadas de bismuto poderão resultar em encefalopatia. - Os efeitos adversos incluem náuseas e vômitos e escurecimento da língua e das fezes. c) Misoprostol: - Análogo estável da prostaglandina E1; - Administrado via oral e usado para promover a cicatrização de úlceras ou para prevenir lesão gástrica que pode ocorrer com o uso crônico de AINEs; - Exerce ação direta sobre a célula ECS, inibindo a secreção basal de ácido gástrico, bem como a estimulação da produção que ocorre em resposta a alimentos, pentagastrina e cafeína; - Aumenta o fluxo sanguíneo na mucosa e a secreção de muco e de bicarbonato; - Efeitos Adversos: diarreia e cólicas abdominais, contrações uterinas; • Fármacos Antieméticos: - Náuseas e vômitos são efeitos colaterais de vários fármacos. Vomitar é uma resposta defensiva com objetivo de o corpo expulsar algo tóxico. - O ato físico de vomitar é controlado pelo centro do vomito na medula. As localizações não são únicas, mas sim uma rede de vias neurais que integra sinais vindo de outras localizações. - Uma das áreas mais conhecidas é a área postrema, conhecida como zona do gatilho quimiorreceptora (ZGQ). Ela recebe estímulos do labirinto através do núcleo vestibular e de aferentes vagais vindo do TGI. - Substâncias tóxicas são detectadas pela ZGQ devido a barreira hematoencefálica ser permeável; - São importantes como complemento na quimioterapia para câncer, em que náuseas e vômitos podem ser insuportáveis; - O uso de fármacos para alívio de náuseas matinais da gravidez sempre deve trazer à mente o problema do potencial lesão ao feto; Graziela Benevides | 5º Semestre 1) Antagonistas dos Receptores H1: - Medicamentos: cinarizina, ciclina e prometazina; - Eficazes contra náuseas e vômitos originados de cinetose e algo presença no estômago; - Não é eficaz contra substâncias que atuam sobre a ZGQ; a) Prometazina: - Nome comum: fernegamn; - Usada para náuseas matinais da gravidez e tem sido usada pela NASA para o tratamento da cinetose (enjoo de movimento) do espaço; - Efeitos adversos: sonolência e sedação; b) Dimenidrinato (dramin): - Profilaxia e tratamento da cinetose e vertigem, náuseas e vômitos durante a gravidez, pré e pós- operatório; - Efeitos adversos: sedação e efeitos anticolinérgicos; c) Meziciclina (meclin): - Profilaxia e tratamento da cinetose e vertigem; - Tratamento de náuseas e vômitos durante a gravidez; - Propriedades anticolinérgicas mínimas, menos sedação; d) Cinarazina: - Cinetose e distúrbios de equilíbrio (doença de meniere, irritabilidade do labirinto); 2) Antagonistas de Receptores Muscarínicos: - Conhecido domo Hioscina (escopolamina/buscopan); - Antiemético e antiespasmódico é empregado para profilaxia e tratamento de cinetose; - Efeitos adversos: xerostomia, visão embaçada, retenção urinária; 3) Antagonista 5-HT3: - Granisetrona, ondansetrona e palonosetrona são particularmente valiosas na prevenção e tratamento de vômitos e náuseas observados no pós-operatórios ou causados por radioterapia ou administração de fármacos citotóxicos como a cisplatina; - O local primário de ação desses fármacos é a ZGQ; - Podem ser administrados via oral ou parenteral; - Efeitos adversos: cefaleia e desconforto gastrointestinal (incomuns); 4) Antagonistas da Dopamina: - Os antipsicóticos fenotiazínicos, como clorpromazina, perfenazina, proclorperazina e trifluoperazina, são usados para tratar as manifestações mais intensas de náuseas e vômitos associados a câncer, radioterapia, citotóxicos, opioides, anestésicos e outros fármacos. - Podem ser administrados por via oral, intravenosa ou por supositório. Graziela Benevides | 5º Semestre - Atuam, principalmente, como antagonistas dos receptores D2 da dopamina na ZGQ, mas também bloqueiam receptores de histamina e muscarínicos. - Os efeitos adversos são comuns e incluem sedação (especialmente clorpromazina), hipotensão e sintomas extrapiramidais, inclusive distonias e discinesia tardia. - Outros fármacos antipsicóticos, como o haloperidol, o composto relacionado droperidol e a levomepromazina, também atuam como antagonistas D2 na ZGQ e podem ser usados para êmese aguda induzida por quimioterapia. 5) Antagonistas D2: - Conhecidos como Metoclopramida (plasil) e Domperidona (Motilium); - Usos clínicos: DRGE, associado com anti secretores para pacienetes com regurgitação ou pirose refratária, náuseas, vômitos e gastroparesia; - Efeitos no TGI: pró-cinético → maior motilidade, acelerando esvaziamento gástrico, maior contração esofágica e gástrica. - Efeitos no SNC: ações anti-náusea e antiemética; a) Metoclopramida (Plasil): - Oral e IV; - Síndrome extrapiramidal aguda (mais comuns em crianças e adultos jovens); - Tratamento: não deve exceder 3 meses devido discinesia tardia; - Tontura, diminuição do nível de consciência; - Idosos: inquietação, sonolência/insônia; - Estimula liberação de prolactina a partir da hipófise – galactorreia e ginecomastia; b) Domperidona (Motilium): - Efeitos colaterais: diarreia e cefaleia; - Reações extrapiramidais mais raras, estimula liberação de prolactina a partir da hipófise – galactorreia e ginecomastia; 6) Antagonistas do Receptor NK1: - Aprepitanto: Bloqueio dos receptores da substância P (receptores NK1) na ZGQ e no centro do vômito. Eficaz no controle da fase tardia da êmese causada por quimioterápicos, com poucos efeitos adversos significativos. • Motilidade do TGI: - Os fármacos que alteram a motilidade do trato gastrointestinal incluem: 1) purgativos, que aceleram a passagem de alimentos através do intestino; 2) agentes que aumentam a motilidade da musculatura lisa gastrointestinal sem causar purgação (domperidona); 3) antidiarreicos, que diminuem a motilidade; 4) antiespasmódicos, que diminuem o tônus da musculatura lisa. Laxativos: - Formadores de massa: Coloides hidrofílicos → distensão do cólon. A base de produtos naturais (psílio, metilcelulose) ou fibras sintéticas (policarbofila). - Usos: Constipação (ou obstipação) intestinal crônica ou associada a diverticulose, secundária a mudança de hábitos, doenças perianais.
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