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Antibióticos: Alvos e Espectro de Ação

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Graziela Benevides | 5º Semestre 
 
Antibióticos 
 
✓ BACTÉRIAS: 
- Célula procarionte, com DNA circular, material 
genético disperso no citoplasma; 
- Tem “pili” – comunicação. 
- Os alvos terapêuticos estão no material genético, 
ribossomos, membrana e parede; 
- Parede bacteriana: 
a) Bactérias Gram-Positivas: mais espessa e rígida, 
tem até 40 camadas de peptídeoglicano, ausência 
de membrana externa, presença de proteínas, 
lipídeos e ácido teicoico – importante para adesão; 
 
b) Bactérias Gram-Negativa: menos espessas e 
mais complexas, camada única de peptídeoglicano, 
membrana externa previne a entrada de agentes 
antibacterianos, presença de fosfolipídeos, 
lipoproteínas e lipopolissacarídeos (LPS); 
 
❖ Introdução: 
- São substâncias químicas produzidas por 
microrganismos vivos ou através de semi-
sintéticos, os quais inibem o crescimento de outros 
microrganismos e podem destruí-los. 
- Eles têm capacidade de lesar ou matar os 
microrganismos invasores sem prejudicar as células 
do hospedeiro; 
- A antibioticoterapia tem como objetivo o 
diagnóstico etiológico para consequente 
diagnóstico de certeza ou presuntivo. 
- Ele pode ser usado: 
 
a) Tratamento empírico antes da identificação do 
microrganismo; 
b) Tratamento definitivo de infecções bacterianas; 
c) Profilaxia de infecções bacterianas; 
 
- O tratamento definitivo é quando se sabe qual o 
agente deve ser eliminado e empírico quando 
suspeita de determinado patógeno e é escolhido 
um antibiótico capaz de tratar o quadro – 
normalmente de amplo espectro; 
 
❖ Espectro de Ação: 
 
- Relacionado a ação do antibiótico contra o 
microrganismo; 
- Os antibióticos têm como alvo principal a 
bactéria, contudo, alguns antibióticos não agem 
exclusivamente nas bactérias e alguns terão ação 
antifúngica; 
 
a) Estreito espectro: atuam nas bactérias gram-
positivas. Ex: penicilina G, estreptomicina e 
eritromicina; 
 
b) Largo espectro: atuam nas bactérias gram-
positivas e gram-negativas (principalmente 
cefalosporinas), bactérias aeróbias e anaeróbias, 
fungos e protozoários. Ex: tetraciclinas e 
cloranfenicol. 
 
❖ Classificação: 
 
- Origem natural ou sintético; 
 
- Estrutura química: sulfonamidas, quinolonas, 
antibióticos b-lactâmicos, tetraciclinas, derivados 
do nitrobenzeno, aminoglicosídeos, macrolídeos, 
polipeptídicos, glicopeptídicos, poliênicos; 
 
- Ação sobre o microrganismo e tempo: 
 
a) Bacteristático (ação lenta): 
 
- Inibem o crescimento e a reprodução bacteriana 
no soro ou urina, sendo as mesmas destruídas pelo 
sistema de defesa do paciente; 
- Não podem ser usados em pacientes 
imunocomprometidos; 
- O nível plasmático tem que ser mantido 
constante e o tratamento demora mais; 
- Necessária manutenção de concentrações 
inibitórias durante todo o tratamento; 
- Depende mais do hospedeiro sua erradicação; 
- Exemplo: Tetraciclinas; 
 
b) Bactericidas (ação rápida): 
 
- Comprometem alguma função vital da bactéria 
levando a morte da mesma; 
- Exterminam a bactéria quando alcançam o seu 
alvo de ação; 
- Devido à sua ação antimicrobiana mais agressiva 
e efetiva, os bactericidas são de escolha do 
paciente gravemente enfermo e 
imunicomprometido; 
- Reduzem o número de microrganismos viáveis: 
erradicação da infecção depende menos do 
hispedeiro; 
- Tratamento mais rápido; 
Graziela Benevides | 5º Semestre 
 
- “Efeito pós-antibiótico”: penicilina liga-se 
irreversivelmente à enzima ligadora de penicilina; 
- Exemplo: beta-lactâmicos; 
OBS: tanto os bacteristáticos como os bactericidas 
dependem do reconhecimento de estrutura da 
parede ou estrutura interna onde essas bactérias 
podem desenvolver o mecanismo de resistência; 
 
❖ Combinações de Antibióticos: 
 
- O fato do antibiótico ser bactericida ou 
bacteriostático pode tornar favorável ou 
desfavorável sua associação; 
- A combinação é feita por sinergismo (soma do 
efeito e não aumento da potência do fármaco) de 
ação; 
 
a) Associação Favoráveis: (não faz efeito) 
 
Bactericida + bactericida: um bactericida atua na 
parede celular e outro atua na síntese proteíca. 
Exemplo: beta-lactâmicos + aminoglicosídeos; 
 
Bacteriostático + bacteriostático: quando 
associados tem ação bactericida. 
Exemplo: sulfonamida + trimetoprima = as 
sulfonamidas vão agir em uma determinada 
enzima e o trimetoprima em outra enzima de outra 
etapa, quando sozinhas, esses antibióticos têm 
efeito bacteriostático, quando associados tem 
efeito bactericida; 
 
 
b) Associações Desfavoráveis: 
 
Bacteriostático + bactericida: não é recomendado, 
inúmeros antimicrobianos atuam somente quando 
os microrganismos estão se multiplicando; 
O bacteriostático pode impedir a ação do alvo do 
bactericida e a ação do bactericida fica 
desperdiçada. 
Exemplo: as tetraciclinas podem interferir no efeito 
bactericida de penicilinas e cefalosporinas; 
Outra preocupação por associações não 
recomendadas é o risco da pressão de seleção e o 
desenvolvimento de resistência aos 
antimicrobianos por administrar uma associação 
desnecessária; 
 
❖ Vias de Administração: 
 
- Via oral ou parenteral; 
 
 
❖ Mecanismo Básico de Ação dos 
Antimicrobianos: 
 
✓ Inibição da Síntese da Parede Celular: 
 
- Atuam na fase de crescimento bacteriano, ou 
seja, se a bactéria já tem sua parede celular 
formada o antibiótico não serve; 
- Favorecem um mecanismo mais bacteridica; 
- Classes: betalactâmicos (penicilinas, 
cefalosporinas, carbapenêmicos monobactâmicos), 
glicopeptídeos, outros; 
- O peptídeoglicano (mureína) é um açúcar que 
compõe a parede bacteriana. Essa substância tem 
uma importância muito grande para sobrevida das 
bacterinas, que são submetidas a grandes 
flutuações da pressão osmótica, dependendo do 
seu meio ambiente. As camadas que envolvem a 
célula proporcionam a força de tensão necessária 
para suportar altas pressões de turgor, de outro 
modo, causariam a ruptura da membrana 
plasmática. Como esse açúcar é muito importante 
para sobrevida das bactérias, torna-se um 
importante alvo para antibióticos. 
- A biossíntese desse açúcar tem três estágios. 
Resumidamente, o primeiro estágio é intracelular e 
consiste na síntese dos monômeros de mureína a 
partir dos aminoácidos e unidades de açúcar. 
O segundo e terceiro estágio é a ligação cruzada 
em redes bidimensionais e tridimensionais. Essas 
ligações cruzadas dos polímeros são catalisadas 
pelas proteínas de ligação da penicilina, que são 
transpeptidases. 
 
1) BETALACTÂMICOS: 
 
a) Penicilina G (Benzilpenicilina): 
 
- Instável em meio ácido → uso parental; 
- Rápida excreção renal; 
- Resistência: gene mecA que codifica o 
desenvolvimento de uma nova PBP, a PBP2a. Esse 
novo receptor não tem afinidade pelos antibióticos 
batalactâmicos; 
- Frequentemente, os MRSA adquiridos em 
hospital se mostram resistentes a vários outros 
antimicrobianos; os glicopeptídeos, a linezolida e 
tigeciclina são a opção terapêutica; 
- Efeitos Adversos: hipersensibilidade – 1 à 10% dos 
pacientes; agudas (rara): choque anafilático; 
imediatas (mais graves): angioedema, 
broncoconstrição, distúrbios TGI e choque; tardias: 
erupções bolhosas, lesões da mucosa oral; 
 
Graziela Benevides | 5º Semestre 
 
- TGI: alteração da microbiota normal → risco de 
infecções secundárias – candidíase, colite 
pseudomembranosa; 
- As penicilinas são administradas via oral ou no 
caso de infecções graves, por via intravenosa. 
Muito comum administrar esses fármacos com 
outros antibióticos; 
• Meningite bacteriana ➔ Benzilpenicilina doses 
altas por via intravenosa. 
• Infecções osseas e articulares → flucloxacilina 
• Infecções de pele e tecidos moles → 
Benzilpenicilina, fluxloxacilina – mordidas de 
animas: amoxicilina + ácido clavulânico 
• Faringite: fenoximetilpenicilina 
• Otite média: amoxicilina 
• Bronquite: amoxicilina 
• Pneumonia: amoxicilina 
• Infecções no itu: amoxicilina 
• Gonorreia: amoxicilina – combinada com 
probenecida 
• Sífilis: Benzilpenicilina procaína 
• Endocardite: doses altas por via intravenosa de 
Benzilpenicilinacombinada. Benzilpenicilina+ 
aminoglicosídio 
 
- Regra geral: Penicilinas naturais e resistentes à 
penicilinases – mais usadas em organismos gram-
positivos. Aminopenicilinas e penicilinas de amplo 
espectro – para cobrir gram-negativo. 
 
• CEFALOSPORINA: 
 
- Mecanismo de Ação: semelhante ao de todos os 
betalactâmicos, inibem a formação da parede 
bacteriana. 
- Alta toxicidade seletiva: usado na gravidez, 
lactação e pediatria. 
- Resistência: tem aumento devido a 
betalactamases codificadas por plasmidios e 
alterações nas proteínas da membrana externa ou 
nas proteínas de ligação. 
- Cefalosporinas são empregadas no tratamento de 
infecções causadas por microorganismos sensíveis 
a elas. 
- Podem ser tratados vários tipos de infecções, 
incluindo: 
• Septicemia → cefuroxima, cefotaxima 
• Pneumonia 
• Meningite → cetriaxona, cefotaxima 
• Infecções das vias biliares 
• Infecções urinárias – especialmente em gravidez 
• Sinusite → cefadroxila. 
 
- Efeitos Adversos: hipersensibilidade, diarreia e 
nefrite; 
- Regra Geral: primeira e segunda geração → via 
oral; demais gerações → via parental, 
intramuscular ou intravenosa; 
 
 
 
• CARBAPENÊMICOS: 
 
- Mecanismo de Ação: semelhante ao de todos os 
B-lactâmicos, inibem a formação da parede 
bacteriana; 
- São mais resistentes aos microrganismos 
produtores de betalactamases; 
- Medicamentos: imipeném, meropeném e 
ertapeném; 
- Amplo espectro: gram-positivos e negativos, 
aeróbios e anaeróbios; 
- Reservados para infecções hospitalares graves 
causadas por bactérias altamente resistentes; 
 
a) Imipeném: 
 
- Tem espectro amplo de atividade microbiana; 
- É ativo em muitos organismos gram-positivos e 
negativos aeróbios e anaeróbios; 
- A associação imipeném + cilastatina sódica 
(função: inibir a inativação do imipeném pelas 
enzimas renais) demonstra eficácia contra muitas 
infecções causadas por bactérias grampositivas e 
gram-negativas, aeróbias e anaeróbias, resistentes 
às cefalosporinas, aminoglicosídeos e/ou 
penicilinas. 
- Não é indicado para o tratamento de meningite. 
 
 
 
 
 
 
Graziela Benevides | 5º Semestre 
 
b) Meropeném: 
 
- Semelhante, mas não é metabolizado pelos rins; 
- Infusão prolongada está indicado para o 
tratamento de infecções graves, ocasionadas por 
bactérias multirresistentes, sendo intrinsicamente 
mais potente contra Acinetobacter baumannii e 
Pseudomonas aeruginosa, tais como: pneumonia 
associada ao uso de ventiladores mecânicos, 
meningite bacteriana, septicemia. 
 
c) Ertapeném: 
 
- Meia-vida longa, mas atividade mais baixa contra 
Acinetobacter e Pseudomonas; 
- Tem amplo espectro de ações antibacterianas, 
mas está autorizado a um número limitado de 
indicações; 
 
 
• MONOBACTÂMICOS: 
 
- Principal fármaco: aztreonam, que é resistente à 
maioria das B-lactamases; 
- Administrado através de injeção e tem uma meia 
vida plasmática de 2 horas; 
- Tem um espectro de atividade incomum e é 
efetivo apenas contra bacilos Gram-negativos 
aeróbios, como as espécies de pseudonomas 
Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae; 
- Não tem ação contra organismos Gram-positivos 
ou anaeróbios; 
- Nos pacientes alérgicos à penicilinas pode ser 
usado em infecções graves, como pneumonia, 
meningite e sepse por patógenos gram-negativos 
sensíveis; 
- Pode ser associado com aminoglicosídeos; 
- Os efeitos adversos são semelhantes aos outros 
B-lactâmicos; 
 
 
 
 
• GLICOPEPTÍDEOS: 
 
a) VANCOMICINA: 
- Antibiótico glicopeptídeo; 
- Inibe a síntese da parede celular; 
- É efetiva contra as bactérias gram-positivas; 
- Não é absorvida pelo intestino; 
- É administrada apenas por via oral no tratamento 
de infecções gastrointestinais por C. difficile. 
- No caso de uso sistêmico, é administrada via 
intravenosa e tem uma meia-vida plasmática de 
cerda de 8 horas; 
- O principal uso clínico é no tratamento de MRSA 
e em outras infecções graves; 
- Indicada no tratamento de infecções graves por 
estafilococos em pacientes alérgicos, tanto às 
penicilinas quanto às cefalosporinas; 
- Mecanismo de Ação: impedir o alongamento do 
peptideoglicano → célula torna-se suscetível à lise. 
Também altera a permeabilidade da membrana 
citoplasmática e a síntese do RNA; 
- Efeitos Adversos: febre, erupções cutâneas e 
flebite no local da injeção; pode ocorrer 
ototoxicidade e nefrotoxicidade e, por vezes, 
reações de hipersensibilidade; 
 
b) Daptomicina: 
 
- Novo antibacteriano lipopeptídeo com espectro 
de ação semelhante ao da vancomicina; 
- É utilizada em combinação com outros fármacos, 
no tratamento de MRSA; 
Graziela Benevides | 5º Semestre 
 
c) Teicoplanina: 
 
- Semelhante à vancomicina; 
- Meia-vida longa, administrado em intravenosa e 
intramuscular; 
- Mecanismo de Ação: impedir o alongamento do 
peptídeoglicano → célula torna-se suscetível à lise. 
Também altera a permeabilidade da membrana 
citoplasmática e a síntese do RNA. 
 
• OUTRAS CLASSES: 
 
a) Bacitracina: 
- Mecanismo de ação: impedir o alongamento do 
peptideoglicano; reservada para uso tópico (muito 
nefrotóxica), normalmente associada com 
neomicina; 
- Indicações: infecções de pele e mucosas causadas 
por microorganismos gram-positivos sensíveis (ex:. 
pioderme, acne infectada, furúnculos) e profilaxia 
de infecções decorrentes de ferimentos cortantes, 
queimaduras pouco extensas. 
b) Fosfomicina: 
 
- Mecanismo de ação: inibe o estágio inicial de 
síntese do peptídeoglicano. 
- Amplo espectro, baixa toxicidade e meia vida 
longa, posologia usual de 1 a 2 envelopes. 
- Indicações: tratamento de curta duração de 
infecções não complicadas das vias urinarias 
baixas, como cistite aguda e recidivante, uretrite 
não especifica, bacteriúria na gravidez. 
 
c) Nitrofurantoína: 
 
- Além de inibirem a síntese de parede: geram 
intermediários reativos que inativam proteínas 
ribossomais e outras macromoléculas, inibindo a 
síntese proteica e de outros ácidos nucleicos. 
Específico para infecções agudas e crônicas do 
trato urinário principalmente por E. coli, 
Enterococcus faecalis e S. aureus; 
 
 
 
✓ Inibidores da Membrana: 
 
- Promovem seletividade de fluxo e favorecem a 
entrada de cargas que atraem mais água e causam 
lise, resultando alteração no transporte celular; 
- Apesar das gram-negativas terem uma membrana 
menos espessa, elas têm uma membrana mais 
organizada quanto aos seus níveis e, por isso, é 
difícil a atuação de antibióticos e estes precisam 
ser de amplo espectro; 
 
1) Daptomicina: 
 
- Ativo contra MRSA com duração de ação maior 
que a vancomicina. 
- Ativo contra VRSA. 
- Usos: infecções complicadas de pele e tecidos 
moles, bacteremia. 
- Efeito colateral: miopatia e dosar CPK. 
 
2) Poliximinas: 
 
- Mecanismo de ação: são detergentes catiônicos 
que rompem a membrana externa. 
Também inativam endotoxina. 
- Espectro de ação: atividade bactericida seletiva e 
rápida em bacilos gram-negativos, principalmente 
Pseudomonas e enterobactérias – uso intravenoso, 
intramuscular. 
- Uso clínico: limitado pela toxicidade, restrito a 
esterilização intestinal e ao tratamento tópico em 
ouvidos, olhos ou pele. 
- Efeitos adversos: nefrotoxicidade, 
neurotoxicidade; 
 
✓ Alteração da Via Metabólica 
(antimetabólitos): 
 
- Alteração da via de manutenção de vida da 
bactéria; 
 
1) SULFONAMIDAS: 
 
- Uso Clínico: 
Em combinação com trimetoprima no caso de 
Pneumocystis carinii para tratamento de 
toxoplasmose e nocardiose; 
Em combinação com primetamina para tratamento 
da malária resistente aos fármacos e da 
toxoplasmose; 
Em doenças inflamatórias do intestino e em feridas 
infectadas. 
 
- Mecanismo de ação: A sulfanilamida é um 
análogo do ácido p-aminobenzoico (PABA), que é 
um precursor essencial na síntese do ácido fólico, 
necessário para a síntese de DNA e RNA nas 
bactérias. As sulfonamidas são inibidores 
competitivos da enzima di-hidropteroato sintetase, 
e os efeitos da sulfonamida podem ser sobrepostos 
acrescentando PABA suplementar. Por essa razão, 
alguns anestésicos locais, e que são ésteresPABA 
Graziela Benevides | 5º Semestre 
 
(tal como a procaína), podem antagonizar o efeito 
antibacteriano desses agentes. 
- Sulfonamida + inibidor da di-hidrofato redutase = 
sinergismo; 
 
- Aspectos Farmacocinéticos: São administradas 
oralmente, exceto a sulfassalazina. Há risco de 
sensibilização ou de reações alérgicas quando 
aplicadas topicamente. Os fármacos passam para 
exsudados inflamatórios e atravessam tanto a 
barreira placentária como a barreira 
hematoencefálica. São metabolizados no fígado. 
 
- Efeitos Adversos: hepatite, reações de 
hipersensibilidade, insuficiência da medula óssea e 
insuficiência renal aguda decorrente da nefrite 
tubulointersticial ou cristalúria, cianose, náuseas, 
vômitos, dores de cabeça e depressão. 
 
 
2) TRIMETROPIMA: 
 
- Relacionado com o fármaco antimalária 
pirimetamina, sendo ambos antagonistas do ácido 
fólico; 
- Atua contra as bactérias mais comuns e 
protozoários, utilizada no tratamento de infecções 
urinárias, pulmonares, etc; 
- Administrada em combinação com 
sulfametoxazol, o Cotrimoxazol, sendo capazes de 
potencializar a ação da trimetoprima; 
 
- Aspectos farmacocinéticos: é bem absorvida 
oralmente e distribuída através dos tecidos e 
fluidos corporais; atinge altas concentrações nos 
pulmões e rins, e no líquido cefalorraquidiano 
(LCR). Sua eliminação pelos rins aumenta na 
proporção inversa do pH da urina; 
 
- Efeitos Adversos: anemia megaloblástica devida 
deficiência de ácido fólico, náuseas, vômitos, 
alterações hematológicas e eritemas; 
 
 
✓ Inibidores da Síntese do DNA: 
 
- Atuam dentro da célula; 
- Inibem essa síntese, mas alguns podem 
apresentar efeito bactericida a depender da 
concentração da dose do antibiótico; 
 
 
 
 
1) QUINOLONAS: 
 
- Medicamentos: ciproflixacina, levofloxacina, 
ofloxacina, norfloxacina e moxifloxacina. 
- A maioria é fluorada (fluoroquinolonas); 
- Inibem a topoisomerase II, a enzima que produz 
super-helicoidização negativa do DNA e que 
permite a transcrição ou replicação; 
 
- Usos clínicos: infecções do trato urinário, 
infecções respiratórias por Pseudomonas 
aeruginosa nos pacientes com fibrose cística, otite 
externa invasiva provocada por P. aeruginosa, 
osteomielite crônica por bacilos gram-negativos, 
erradicação da Salmonella typhi nos portadores, 
gonorreia, prostatite bacteriana, cervicite, antraz; 
 
- Espectro antibacteriano: mais usada é 
ciprofloxacina; tem largo espectro antibiótico 
efetivo, tanto contra microrganismos Gram-
positivos quanto contra os Gram-negativos, 
incluindo Enterobacteriaceae (bacilos Gram-
negativos entéricos), muitos microrganismos 
resistentes à penicilina, cefalosporinas e 
aminoglicosídeos e contra H. influenzae, N. 
gonorrhoeae produtoras de penicilinases, 
Campylobacter spp. e pseudomonas. 
No caso dos microrganismos Gram-positivos, os 
estreptococos e os pneumococos são apenas 
inibidos de forma fraca, havendo grande incidência 
de resistência aos estafilococos. 
A ciprofloxacina deve ser evitada nas infecções por 
MRSA. 
Clinicamente, as fluoroquinolonas são mais 
aconselhadas no caso de infecções por bacilos e 
cocos Gram-negativos aeróbios. Surgiram espécies 
resistentes de Staphylococcus aureus e P. 
aeruginosa. 
 
- Aspectos Farmacocinéticos: Bem absorvidas por 
via oral, acumulam-se em vários tecidos, como 
rins, próstata e pulmões. Estão concentradas em 
fagócitos e não atravessam a barreira 
hematoencefálica; os antiácidos de alumínio e 
magnésio interferem na absorção as quinolonas; 
A eliminação é feita parcialmente através do 
metabolismo hepático pelas enzimas P450 e 
parcialmente através da excreção renal; 
 
- Efeitos Adversos: infecções por C. difficile, 
distúrbios gastrointestinais e erupções cutâneas, 
Artropatia em jovens, dor de cabeça, tonturas, 
convulsões; 
 
Graziela Benevides | 5º Semestre 
 
- Interação entre ciprofloxacina e teofilina pode 
provocar toxicidade devido à teofilina em 
pacientes asmáticos tratados com 
fluoroquinolonas; 
- A moxifloxacina prolonga o intervalo QT do 
eletrocardiograma e é utilizada com indicação da 
FDA; 
 
 
 
 
 
✓ Inibidores da Síntese Proteica: 
 
- Atuam sobre as transcrições em determinadas 
regiões ribossômicas (RNAr, RNAm e formação da 
sequência que dá origem a função); 
- Podem ter ação bactericida ao interromper a 
síntese de uma proteína que faz transporte de 
oxigênio; 
 
1) TETRACICLINAS: 
 
- Antibióticos de largo espectro; 
- Inclui: tetraciclina, ocietraciclina, demeclocilina, 
limeciclina, doxiciclina, minociclina e tigeciclina; 
 
 
- Mecanismo de Ação: depois de serem absorvidas 
por organismos suscetíveis através de transporte 
ativo, elas atuam inibindo a síntese proteica. São 
consideradas bacteriostáticas e não bactericidas; 
 
- Espectro antibacteriano: muito amplo e inclui 
bactérias gram-positivas e negativas, micplasmas, 
clamídias e riquétsias; 
 
- Uso Clínico: infecções por Rickettsia e Chlamydia, 
brucelose, antraz e doença de Lyme ; – pacientes 
com alergias, em várias infecções, incluindo 
Mycoplasma e Leptospira; – infecções do trato 
respiratório (exacerbações da bronquite crônica, 
pneumonia adquirida na comunidade); – acne; 
– secreção inapropriada do hormônio antidiurético 
(p. ex., devido a alguns tumores malignos dos 
pulmões), causando hiponatremia. 
 
- Aspectos Farmacocinéticos: São administradas via 
oral, mas pode ser por via parentérica; absorção 
irregular e incompleta, diminuída na presença de 
leite, alguns antiácidos e ferro; 
 
 
- Efeitos Adversos: distúrbios gastrointestinais, 
deficiência de vitaminas do complexo B e 
superinfecção, hiperplasia dentária e deformidades 
ósseas devido absorverem cálcio, hepatoxicidade 
(em grávidas), fototoxicidade, distúrbios 
vestibulares (tonturas e náuseas), redução da 
síntese proteica nas células do hospedeiro 
resultando em lesão renal e tratamento 
prolongado por provocar distúrbios na medula 
óssea; 
 
- Contraindicações: crianças, grávidas ou período 
de amamentação; 
 
2) MACROLÍDEOS: 
 
- Medicamentos: eritromicina, claritromicina, 
azitromicina; 
 
- Mecanismo de Ação: inibem a síntese das 
proteínas bacterianas através do efeito na 
transcrição ribossômica. Os fármacos ligam-se à 
subunidade 50S do ribossomo bacteriano tal como 
cloranfenicol e a clindamicina, qualquer um desses 
fármacos pode competir se administrados ao 
mesmo tempo; 
 
 
 
Graziela Benevides | 5º Semestre 
 
- Espectro Antimicrobiano: 
a) Eritromicina: efetiva contra bactérias e 
espiroquetas gram-positivas, pode ocorrer 
resistência, resultante da alteração controlada por 
plasmídeos do local de ligação da eritromicina no 
ribossomo bacteriano; 
 
b) Azitromicina: menos ativa que a eritromicina 
contra bactérias gram-positivas, mais eficaz contra 
H. influenzae, e mais ativa contra Legionella, pode 
ser utilizada para tratar Toxoplasma gondii; 
 
c) Claritromicina: metabólito 2 vezes mais ativo, 
útil no tratamento de lepra e contra H. pylori. 
 
- Aspectos Farmacocinéticos: administrados via 
oral ou parenteral; 
 
a) Eritromicina: meia vida de 90 minutos; 
parcialmente inativada no fígado; 
b) Azitromicina: meia vida de 8 a 16 vezes maior 
que a eritromicina; resistente à inativação; 
Claritromicina: 3x mais longa que a eritromicina; 
convertida num metabólito ativo; 
 
- Efeitos Adversos: distúrbios gastrointestinais são 
comuns, reações de hipersensibilidade como 
erupções cutâneas e febre, distúrbios temporários 
de audição, infecções esporádicas do TGI ou da 
vagina; 
 
3) AMINOGLICOSÍDEOS: 
 
- Medicamentos: estreptomicina, neomicina, 
tobramicina, gentamicina, amicacina. 
 
- São bactericidas. São usados mais em cominação 
com antibiótico betalactamico em infecções graves 
por bactérias gram-negativas aeróbicas e com 
vancomicina para endocardite por gram-positivos e 
tratamento de tuberculose. 
 
- Mecanismo de ação: se ligam a proteínas 
ribossomais especificas da subunidade 30S, 
inibindo síntese proteica e/ou produzindo 
proteínas defeituosas. Efeito concentração-
dependente, efeitopós-antibiótico significativo. 
 
- Mecanismo de resistência: ocorre através de 
vários mecanismos diferentes e o mais importante 
é a inativação por enzimas microbianas. 
A amicacina foi considerada um substrato fraco 
para maioria dessas enzimas. 
 
- Usos clínicos: a amicacina tem maior espectro de 
ação, associados comumente a betalactamicos ou 
glicopeptideos. Efeito limitado em anaeróbicos e 
gram-positivos. Utilizados principalmente contra 
gram-negativos aeróbicos e em cepas de 
Pseudomonas aeruginosa. Devido a toxicidade o 
uso deve ser moderado e para indicações 
especificas. A duração deve ser mínima possível e 
as concentrações séricas devem ser monitoradas. 
 
- Efeitos colaterais: todos aminoglicosídeos são 
ototóxicos e nefrotóxicos. É mais provável ocorrer 
quando a terapia continua a mais de 5 dias em 
doses mais elevas, nos idosos e no quadro de 
insuficiência renal. O uso concomitante com 
diuréticos de alça ou outros agentes 
antimicrobianos nefrotóxicos pode potencializar a 
nefrotoxicidade. Reação rara: bloqueio 
neuromuscular e apneia. 
 
4) LINCOSAMINAS: 
 
- Mecanismo de ação: atuam da mesma forma que 
os microlídeos. – Bacteriostáticos ou bactericidas. 
 
- Uso clínico: ativa em cocos gram-positivos, 
incluindo muitos estafilococos resistentes à 
penicilina. 
 
- Efeitos colaterais: diarreia, náusea e exantema 
cutâneo. Por vezes, ocorre comprometimento da 
função hepática e neutropenia. 
 
5) CLORANFENICOL: 
 
- O uso sistêmico deve ser reservado a infecções 
graves e fatais, em que o benefício do fármaco se 
sobrepõe à sua toxicidade hematológica. 
 
- Mecanismo de ação: semelhante os macrolídeos. 
 
- Amplo espectro: ativo contra organismos gram-
positivos e gram-negativos aeróbicos e anaeróbios. 
 
- Usos Clínicos: infecções causadas por 
H.influenzae resistente a outros fármacos. 
Meningites em pacientes que não podem fazer uso 
de penicilinas. Febre tifoide e salmoneloses 
invasivas. 
 
 
 
 
Graziela Benevides | 5º Semestre 
 
- Efeitos adversos: alterações hematológicas: 
depressão medula óssea e anemia aplásica. 
Síndrome do bebê cinzento → progressiva palidez 
cianótica, colapso vasomotor frequentemente 
acompanhado de respiração irregular e morte. 
 
6) OXAZOLIDINONAS: 
 
- Bacteriostática, mas com ação bactericida contra 
estreptococos. Alto custo. 
 
- Espectro: grande variedade de bactérias gram-
positivas, incluindo MRSA. Não tem atividade 
contra gram-negativos. 
 
- Efeitos adversos: principal toxicidade é 
hematológica; os efeitos são reversíveis e 
geralmente leves. A trombocitopenia é a 
manifestação mais comum.

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