Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Graziela Benevides | 5º Semestre Antibióticos ✓ BACTÉRIAS: - Célula procarionte, com DNA circular, material genético disperso no citoplasma; - Tem “pili” – comunicação. - Os alvos terapêuticos estão no material genético, ribossomos, membrana e parede; - Parede bacteriana: a) Bactérias Gram-Positivas: mais espessa e rígida, tem até 40 camadas de peptídeoglicano, ausência de membrana externa, presença de proteínas, lipídeos e ácido teicoico – importante para adesão; b) Bactérias Gram-Negativa: menos espessas e mais complexas, camada única de peptídeoglicano, membrana externa previne a entrada de agentes antibacterianos, presença de fosfolipídeos, lipoproteínas e lipopolissacarídeos (LPS); ❖ Introdução: - São substâncias químicas produzidas por microrganismos vivos ou através de semi- sintéticos, os quais inibem o crescimento de outros microrganismos e podem destruí-los. - Eles têm capacidade de lesar ou matar os microrganismos invasores sem prejudicar as células do hospedeiro; - A antibioticoterapia tem como objetivo o diagnóstico etiológico para consequente diagnóstico de certeza ou presuntivo. - Ele pode ser usado: a) Tratamento empírico antes da identificação do microrganismo; b) Tratamento definitivo de infecções bacterianas; c) Profilaxia de infecções bacterianas; - O tratamento definitivo é quando se sabe qual o agente deve ser eliminado e empírico quando suspeita de determinado patógeno e é escolhido um antibiótico capaz de tratar o quadro – normalmente de amplo espectro; ❖ Espectro de Ação: - Relacionado a ação do antibiótico contra o microrganismo; - Os antibióticos têm como alvo principal a bactéria, contudo, alguns antibióticos não agem exclusivamente nas bactérias e alguns terão ação antifúngica; a) Estreito espectro: atuam nas bactérias gram- positivas. Ex: penicilina G, estreptomicina e eritromicina; b) Largo espectro: atuam nas bactérias gram- positivas e gram-negativas (principalmente cefalosporinas), bactérias aeróbias e anaeróbias, fungos e protozoários. Ex: tetraciclinas e cloranfenicol. ❖ Classificação: - Origem natural ou sintético; - Estrutura química: sulfonamidas, quinolonas, antibióticos b-lactâmicos, tetraciclinas, derivados do nitrobenzeno, aminoglicosídeos, macrolídeos, polipeptídicos, glicopeptídicos, poliênicos; - Ação sobre o microrganismo e tempo: a) Bacteristático (ação lenta): - Inibem o crescimento e a reprodução bacteriana no soro ou urina, sendo as mesmas destruídas pelo sistema de defesa do paciente; - Não podem ser usados em pacientes imunocomprometidos; - O nível plasmático tem que ser mantido constante e o tratamento demora mais; - Necessária manutenção de concentrações inibitórias durante todo o tratamento; - Depende mais do hospedeiro sua erradicação; - Exemplo: Tetraciclinas; b) Bactericidas (ação rápida): - Comprometem alguma função vital da bactéria levando a morte da mesma; - Exterminam a bactéria quando alcançam o seu alvo de ação; - Devido à sua ação antimicrobiana mais agressiva e efetiva, os bactericidas são de escolha do paciente gravemente enfermo e imunicomprometido; - Reduzem o número de microrganismos viáveis: erradicação da infecção depende menos do hispedeiro; - Tratamento mais rápido; Graziela Benevides | 5º Semestre - “Efeito pós-antibiótico”: penicilina liga-se irreversivelmente à enzima ligadora de penicilina; - Exemplo: beta-lactâmicos; OBS: tanto os bacteristáticos como os bactericidas dependem do reconhecimento de estrutura da parede ou estrutura interna onde essas bactérias podem desenvolver o mecanismo de resistência; ❖ Combinações de Antibióticos: - O fato do antibiótico ser bactericida ou bacteriostático pode tornar favorável ou desfavorável sua associação; - A combinação é feita por sinergismo (soma do efeito e não aumento da potência do fármaco) de ação; a) Associação Favoráveis: (não faz efeito) Bactericida + bactericida: um bactericida atua na parede celular e outro atua na síntese proteíca. Exemplo: beta-lactâmicos + aminoglicosídeos; Bacteriostático + bacteriostático: quando associados tem ação bactericida. Exemplo: sulfonamida + trimetoprima = as sulfonamidas vão agir em uma determinada enzima e o trimetoprima em outra enzima de outra etapa, quando sozinhas, esses antibióticos têm efeito bacteriostático, quando associados tem efeito bactericida; b) Associações Desfavoráveis: Bacteriostático + bactericida: não é recomendado, inúmeros antimicrobianos atuam somente quando os microrganismos estão se multiplicando; O bacteriostático pode impedir a ação do alvo do bactericida e a ação do bactericida fica desperdiçada. Exemplo: as tetraciclinas podem interferir no efeito bactericida de penicilinas e cefalosporinas; Outra preocupação por associações não recomendadas é o risco da pressão de seleção e o desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos por administrar uma associação desnecessária; ❖ Vias de Administração: - Via oral ou parenteral; ❖ Mecanismo Básico de Ação dos Antimicrobianos: ✓ Inibição da Síntese da Parede Celular: - Atuam na fase de crescimento bacteriano, ou seja, se a bactéria já tem sua parede celular formada o antibiótico não serve; - Favorecem um mecanismo mais bacteridica; - Classes: betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos monobactâmicos), glicopeptídeos, outros; - O peptídeoglicano (mureína) é um açúcar que compõe a parede bacteriana. Essa substância tem uma importância muito grande para sobrevida das bacterinas, que são submetidas a grandes flutuações da pressão osmótica, dependendo do seu meio ambiente. As camadas que envolvem a célula proporcionam a força de tensão necessária para suportar altas pressões de turgor, de outro modo, causariam a ruptura da membrana plasmática. Como esse açúcar é muito importante para sobrevida das bactérias, torna-se um importante alvo para antibióticos. - A biossíntese desse açúcar tem três estágios. Resumidamente, o primeiro estágio é intracelular e consiste na síntese dos monômeros de mureína a partir dos aminoácidos e unidades de açúcar. O segundo e terceiro estágio é a ligação cruzada em redes bidimensionais e tridimensionais. Essas ligações cruzadas dos polímeros são catalisadas pelas proteínas de ligação da penicilina, que são transpeptidases. 1) BETALACTÂMICOS: a) Penicilina G (Benzilpenicilina): - Instável em meio ácido → uso parental; - Rápida excreção renal; - Resistência: gene mecA que codifica o desenvolvimento de uma nova PBP, a PBP2a. Esse novo receptor não tem afinidade pelos antibióticos batalactâmicos; - Frequentemente, os MRSA adquiridos em hospital se mostram resistentes a vários outros antimicrobianos; os glicopeptídeos, a linezolida e tigeciclina são a opção terapêutica; - Efeitos Adversos: hipersensibilidade – 1 à 10% dos pacientes; agudas (rara): choque anafilático; imediatas (mais graves): angioedema, broncoconstrição, distúrbios TGI e choque; tardias: erupções bolhosas, lesões da mucosa oral; Graziela Benevides | 5º Semestre - TGI: alteração da microbiota normal → risco de infecções secundárias – candidíase, colite pseudomembranosa; - As penicilinas são administradas via oral ou no caso de infecções graves, por via intravenosa. Muito comum administrar esses fármacos com outros antibióticos; • Meningite bacteriana ➔ Benzilpenicilina doses altas por via intravenosa. • Infecções osseas e articulares → flucloxacilina • Infecções de pele e tecidos moles → Benzilpenicilina, fluxloxacilina – mordidas de animas: amoxicilina + ácido clavulânico • Faringite: fenoximetilpenicilina • Otite média: amoxicilina • Bronquite: amoxicilina • Pneumonia: amoxicilina • Infecções no itu: amoxicilina • Gonorreia: amoxicilina – combinada com probenecida • Sífilis: Benzilpenicilina procaína • Endocardite: doses altas por via intravenosa de Benzilpenicilinacombinada. Benzilpenicilina+ aminoglicosídio - Regra geral: Penicilinas naturais e resistentes à penicilinases – mais usadas em organismos gram- positivos. Aminopenicilinas e penicilinas de amplo espectro – para cobrir gram-negativo. • CEFALOSPORINA: - Mecanismo de Ação: semelhante ao de todos os betalactâmicos, inibem a formação da parede bacteriana. - Alta toxicidade seletiva: usado na gravidez, lactação e pediatria. - Resistência: tem aumento devido a betalactamases codificadas por plasmidios e alterações nas proteínas da membrana externa ou nas proteínas de ligação. - Cefalosporinas são empregadas no tratamento de infecções causadas por microorganismos sensíveis a elas. - Podem ser tratados vários tipos de infecções, incluindo: • Septicemia → cefuroxima, cefotaxima • Pneumonia • Meningite → cetriaxona, cefotaxima • Infecções das vias biliares • Infecções urinárias – especialmente em gravidez • Sinusite → cefadroxila. - Efeitos Adversos: hipersensibilidade, diarreia e nefrite; - Regra Geral: primeira e segunda geração → via oral; demais gerações → via parental, intramuscular ou intravenosa; • CARBAPENÊMICOS: - Mecanismo de Ação: semelhante ao de todos os B-lactâmicos, inibem a formação da parede bacteriana; - São mais resistentes aos microrganismos produtores de betalactamases; - Medicamentos: imipeném, meropeném e ertapeném; - Amplo espectro: gram-positivos e negativos, aeróbios e anaeróbios; - Reservados para infecções hospitalares graves causadas por bactérias altamente resistentes; a) Imipeném: - Tem espectro amplo de atividade microbiana; - É ativo em muitos organismos gram-positivos e negativos aeróbios e anaeróbios; - A associação imipeném + cilastatina sódica (função: inibir a inativação do imipeném pelas enzimas renais) demonstra eficácia contra muitas infecções causadas por bactérias grampositivas e gram-negativas, aeróbias e anaeróbias, resistentes às cefalosporinas, aminoglicosídeos e/ou penicilinas. - Não é indicado para o tratamento de meningite. Graziela Benevides | 5º Semestre b) Meropeném: - Semelhante, mas não é metabolizado pelos rins; - Infusão prolongada está indicado para o tratamento de infecções graves, ocasionadas por bactérias multirresistentes, sendo intrinsicamente mais potente contra Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa, tais como: pneumonia associada ao uso de ventiladores mecânicos, meningite bacteriana, septicemia. c) Ertapeném: - Meia-vida longa, mas atividade mais baixa contra Acinetobacter e Pseudomonas; - Tem amplo espectro de ações antibacterianas, mas está autorizado a um número limitado de indicações; • MONOBACTÂMICOS: - Principal fármaco: aztreonam, que é resistente à maioria das B-lactamases; - Administrado através de injeção e tem uma meia vida plasmática de 2 horas; - Tem um espectro de atividade incomum e é efetivo apenas contra bacilos Gram-negativos aeróbios, como as espécies de pseudonomas Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae; - Não tem ação contra organismos Gram-positivos ou anaeróbios; - Nos pacientes alérgicos à penicilinas pode ser usado em infecções graves, como pneumonia, meningite e sepse por patógenos gram-negativos sensíveis; - Pode ser associado com aminoglicosídeos; - Os efeitos adversos são semelhantes aos outros B-lactâmicos; • GLICOPEPTÍDEOS: a) VANCOMICINA: - Antibiótico glicopeptídeo; - Inibe a síntese da parede celular; - É efetiva contra as bactérias gram-positivas; - Não é absorvida pelo intestino; - É administrada apenas por via oral no tratamento de infecções gastrointestinais por C. difficile. - No caso de uso sistêmico, é administrada via intravenosa e tem uma meia-vida plasmática de cerda de 8 horas; - O principal uso clínico é no tratamento de MRSA e em outras infecções graves; - Indicada no tratamento de infecções graves por estafilococos em pacientes alérgicos, tanto às penicilinas quanto às cefalosporinas; - Mecanismo de Ação: impedir o alongamento do peptideoglicano → célula torna-se suscetível à lise. Também altera a permeabilidade da membrana citoplasmática e a síntese do RNA; - Efeitos Adversos: febre, erupções cutâneas e flebite no local da injeção; pode ocorrer ototoxicidade e nefrotoxicidade e, por vezes, reações de hipersensibilidade; b) Daptomicina: - Novo antibacteriano lipopeptídeo com espectro de ação semelhante ao da vancomicina; - É utilizada em combinação com outros fármacos, no tratamento de MRSA; Graziela Benevides | 5º Semestre c) Teicoplanina: - Semelhante à vancomicina; - Meia-vida longa, administrado em intravenosa e intramuscular; - Mecanismo de Ação: impedir o alongamento do peptídeoglicano → célula torna-se suscetível à lise. Também altera a permeabilidade da membrana citoplasmática e a síntese do RNA. • OUTRAS CLASSES: a) Bacitracina: - Mecanismo de ação: impedir o alongamento do peptideoglicano; reservada para uso tópico (muito nefrotóxica), normalmente associada com neomicina; - Indicações: infecções de pele e mucosas causadas por microorganismos gram-positivos sensíveis (ex:. pioderme, acne infectada, furúnculos) e profilaxia de infecções decorrentes de ferimentos cortantes, queimaduras pouco extensas. b) Fosfomicina: - Mecanismo de ação: inibe o estágio inicial de síntese do peptídeoglicano. - Amplo espectro, baixa toxicidade e meia vida longa, posologia usual de 1 a 2 envelopes. - Indicações: tratamento de curta duração de infecções não complicadas das vias urinarias baixas, como cistite aguda e recidivante, uretrite não especifica, bacteriúria na gravidez. c) Nitrofurantoína: - Além de inibirem a síntese de parede: geram intermediários reativos que inativam proteínas ribossomais e outras macromoléculas, inibindo a síntese proteica e de outros ácidos nucleicos. Específico para infecções agudas e crônicas do trato urinário principalmente por E. coli, Enterococcus faecalis e S. aureus; ✓ Inibidores da Membrana: - Promovem seletividade de fluxo e favorecem a entrada de cargas que atraem mais água e causam lise, resultando alteração no transporte celular; - Apesar das gram-negativas terem uma membrana menos espessa, elas têm uma membrana mais organizada quanto aos seus níveis e, por isso, é difícil a atuação de antibióticos e estes precisam ser de amplo espectro; 1) Daptomicina: - Ativo contra MRSA com duração de ação maior que a vancomicina. - Ativo contra VRSA. - Usos: infecções complicadas de pele e tecidos moles, bacteremia. - Efeito colateral: miopatia e dosar CPK. 2) Poliximinas: - Mecanismo de ação: são detergentes catiônicos que rompem a membrana externa. Também inativam endotoxina. - Espectro de ação: atividade bactericida seletiva e rápida em bacilos gram-negativos, principalmente Pseudomonas e enterobactérias – uso intravenoso, intramuscular. - Uso clínico: limitado pela toxicidade, restrito a esterilização intestinal e ao tratamento tópico em ouvidos, olhos ou pele. - Efeitos adversos: nefrotoxicidade, neurotoxicidade; ✓ Alteração da Via Metabólica (antimetabólitos): - Alteração da via de manutenção de vida da bactéria; 1) SULFONAMIDAS: - Uso Clínico: Em combinação com trimetoprima no caso de Pneumocystis carinii para tratamento de toxoplasmose e nocardiose; Em combinação com primetamina para tratamento da malária resistente aos fármacos e da toxoplasmose; Em doenças inflamatórias do intestino e em feridas infectadas. - Mecanismo de ação: A sulfanilamida é um análogo do ácido p-aminobenzoico (PABA), que é um precursor essencial na síntese do ácido fólico, necessário para a síntese de DNA e RNA nas bactérias. As sulfonamidas são inibidores competitivos da enzima di-hidropteroato sintetase, e os efeitos da sulfonamida podem ser sobrepostos acrescentando PABA suplementar. Por essa razão, alguns anestésicos locais, e que são ésteresPABA Graziela Benevides | 5º Semestre (tal como a procaína), podem antagonizar o efeito antibacteriano desses agentes. - Sulfonamida + inibidor da di-hidrofato redutase = sinergismo; - Aspectos Farmacocinéticos: São administradas oralmente, exceto a sulfassalazina. Há risco de sensibilização ou de reações alérgicas quando aplicadas topicamente. Os fármacos passam para exsudados inflamatórios e atravessam tanto a barreira placentária como a barreira hematoencefálica. São metabolizados no fígado. - Efeitos Adversos: hepatite, reações de hipersensibilidade, insuficiência da medula óssea e insuficiência renal aguda decorrente da nefrite tubulointersticial ou cristalúria, cianose, náuseas, vômitos, dores de cabeça e depressão. 2) TRIMETROPIMA: - Relacionado com o fármaco antimalária pirimetamina, sendo ambos antagonistas do ácido fólico; - Atua contra as bactérias mais comuns e protozoários, utilizada no tratamento de infecções urinárias, pulmonares, etc; - Administrada em combinação com sulfametoxazol, o Cotrimoxazol, sendo capazes de potencializar a ação da trimetoprima; - Aspectos farmacocinéticos: é bem absorvida oralmente e distribuída através dos tecidos e fluidos corporais; atinge altas concentrações nos pulmões e rins, e no líquido cefalorraquidiano (LCR). Sua eliminação pelos rins aumenta na proporção inversa do pH da urina; - Efeitos Adversos: anemia megaloblástica devida deficiência de ácido fólico, náuseas, vômitos, alterações hematológicas e eritemas; ✓ Inibidores da Síntese do DNA: - Atuam dentro da célula; - Inibem essa síntese, mas alguns podem apresentar efeito bactericida a depender da concentração da dose do antibiótico; 1) QUINOLONAS: - Medicamentos: ciproflixacina, levofloxacina, ofloxacina, norfloxacina e moxifloxacina. - A maioria é fluorada (fluoroquinolonas); - Inibem a topoisomerase II, a enzima que produz super-helicoidização negativa do DNA e que permite a transcrição ou replicação; - Usos clínicos: infecções do trato urinário, infecções respiratórias por Pseudomonas aeruginosa nos pacientes com fibrose cística, otite externa invasiva provocada por P. aeruginosa, osteomielite crônica por bacilos gram-negativos, erradicação da Salmonella typhi nos portadores, gonorreia, prostatite bacteriana, cervicite, antraz; - Espectro antibacteriano: mais usada é ciprofloxacina; tem largo espectro antibiótico efetivo, tanto contra microrganismos Gram- positivos quanto contra os Gram-negativos, incluindo Enterobacteriaceae (bacilos Gram- negativos entéricos), muitos microrganismos resistentes à penicilina, cefalosporinas e aminoglicosídeos e contra H. influenzae, N. gonorrhoeae produtoras de penicilinases, Campylobacter spp. e pseudomonas. No caso dos microrganismos Gram-positivos, os estreptococos e os pneumococos são apenas inibidos de forma fraca, havendo grande incidência de resistência aos estafilococos. A ciprofloxacina deve ser evitada nas infecções por MRSA. Clinicamente, as fluoroquinolonas são mais aconselhadas no caso de infecções por bacilos e cocos Gram-negativos aeróbios. Surgiram espécies resistentes de Staphylococcus aureus e P. aeruginosa. - Aspectos Farmacocinéticos: Bem absorvidas por via oral, acumulam-se em vários tecidos, como rins, próstata e pulmões. Estão concentradas em fagócitos e não atravessam a barreira hematoencefálica; os antiácidos de alumínio e magnésio interferem na absorção as quinolonas; A eliminação é feita parcialmente através do metabolismo hepático pelas enzimas P450 e parcialmente através da excreção renal; - Efeitos Adversos: infecções por C. difficile, distúrbios gastrointestinais e erupções cutâneas, Artropatia em jovens, dor de cabeça, tonturas, convulsões; Graziela Benevides | 5º Semestre - Interação entre ciprofloxacina e teofilina pode provocar toxicidade devido à teofilina em pacientes asmáticos tratados com fluoroquinolonas; - A moxifloxacina prolonga o intervalo QT do eletrocardiograma e é utilizada com indicação da FDA; ✓ Inibidores da Síntese Proteica: - Atuam sobre as transcrições em determinadas regiões ribossômicas (RNAr, RNAm e formação da sequência que dá origem a função); - Podem ter ação bactericida ao interromper a síntese de uma proteína que faz transporte de oxigênio; 1) TETRACICLINAS: - Antibióticos de largo espectro; - Inclui: tetraciclina, ocietraciclina, demeclocilina, limeciclina, doxiciclina, minociclina e tigeciclina; - Mecanismo de Ação: depois de serem absorvidas por organismos suscetíveis através de transporte ativo, elas atuam inibindo a síntese proteica. São consideradas bacteriostáticas e não bactericidas; - Espectro antibacteriano: muito amplo e inclui bactérias gram-positivas e negativas, micplasmas, clamídias e riquétsias; - Uso Clínico: infecções por Rickettsia e Chlamydia, brucelose, antraz e doença de Lyme ; – pacientes com alergias, em várias infecções, incluindo Mycoplasma e Leptospira; – infecções do trato respiratório (exacerbações da bronquite crônica, pneumonia adquirida na comunidade); – acne; – secreção inapropriada do hormônio antidiurético (p. ex., devido a alguns tumores malignos dos pulmões), causando hiponatremia. - Aspectos Farmacocinéticos: São administradas via oral, mas pode ser por via parentérica; absorção irregular e incompleta, diminuída na presença de leite, alguns antiácidos e ferro; - Efeitos Adversos: distúrbios gastrointestinais, deficiência de vitaminas do complexo B e superinfecção, hiperplasia dentária e deformidades ósseas devido absorverem cálcio, hepatoxicidade (em grávidas), fototoxicidade, distúrbios vestibulares (tonturas e náuseas), redução da síntese proteica nas células do hospedeiro resultando em lesão renal e tratamento prolongado por provocar distúrbios na medula óssea; - Contraindicações: crianças, grávidas ou período de amamentação; 2) MACROLÍDEOS: - Medicamentos: eritromicina, claritromicina, azitromicina; - Mecanismo de Ação: inibem a síntese das proteínas bacterianas através do efeito na transcrição ribossômica. Os fármacos ligam-se à subunidade 50S do ribossomo bacteriano tal como cloranfenicol e a clindamicina, qualquer um desses fármacos pode competir se administrados ao mesmo tempo; Graziela Benevides | 5º Semestre - Espectro Antimicrobiano: a) Eritromicina: efetiva contra bactérias e espiroquetas gram-positivas, pode ocorrer resistência, resultante da alteração controlada por plasmídeos do local de ligação da eritromicina no ribossomo bacteriano; b) Azitromicina: menos ativa que a eritromicina contra bactérias gram-positivas, mais eficaz contra H. influenzae, e mais ativa contra Legionella, pode ser utilizada para tratar Toxoplasma gondii; c) Claritromicina: metabólito 2 vezes mais ativo, útil no tratamento de lepra e contra H. pylori. - Aspectos Farmacocinéticos: administrados via oral ou parenteral; a) Eritromicina: meia vida de 90 minutos; parcialmente inativada no fígado; b) Azitromicina: meia vida de 8 a 16 vezes maior que a eritromicina; resistente à inativação; Claritromicina: 3x mais longa que a eritromicina; convertida num metabólito ativo; - Efeitos Adversos: distúrbios gastrointestinais são comuns, reações de hipersensibilidade como erupções cutâneas e febre, distúrbios temporários de audição, infecções esporádicas do TGI ou da vagina; 3) AMINOGLICOSÍDEOS: - Medicamentos: estreptomicina, neomicina, tobramicina, gentamicina, amicacina. - São bactericidas. São usados mais em cominação com antibiótico betalactamico em infecções graves por bactérias gram-negativas aeróbicas e com vancomicina para endocardite por gram-positivos e tratamento de tuberculose. - Mecanismo de ação: se ligam a proteínas ribossomais especificas da subunidade 30S, inibindo síntese proteica e/ou produzindo proteínas defeituosas. Efeito concentração- dependente, efeitopós-antibiótico significativo. - Mecanismo de resistência: ocorre através de vários mecanismos diferentes e o mais importante é a inativação por enzimas microbianas. A amicacina foi considerada um substrato fraco para maioria dessas enzimas. - Usos clínicos: a amicacina tem maior espectro de ação, associados comumente a betalactamicos ou glicopeptideos. Efeito limitado em anaeróbicos e gram-positivos. Utilizados principalmente contra gram-negativos aeróbicos e em cepas de Pseudomonas aeruginosa. Devido a toxicidade o uso deve ser moderado e para indicações especificas. A duração deve ser mínima possível e as concentrações séricas devem ser monitoradas. - Efeitos colaterais: todos aminoglicosídeos são ototóxicos e nefrotóxicos. É mais provável ocorrer quando a terapia continua a mais de 5 dias em doses mais elevas, nos idosos e no quadro de insuficiência renal. O uso concomitante com diuréticos de alça ou outros agentes antimicrobianos nefrotóxicos pode potencializar a nefrotoxicidade. Reação rara: bloqueio neuromuscular e apneia. 4) LINCOSAMINAS: - Mecanismo de ação: atuam da mesma forma que os microlídeos. – Bacteriostáticos ou bactericidas. - Uso clínico: ativa em cocos gram-positivos, incluindo muitos estafilococos resistentes à penicilina. - Efeitos colaterais: diarreia, náusea e exantema cutâneo. Por vezes, ocorre comprometimento da função hepática e neutropenia. 5) CLORANFENICOL: - O uso sistêmico deve ser reservado a infecções graves e fatais, em que o benefício do fármaco se sobrepõe à sua toxicidade hematológica. - Mecanismo de ação: semelhante os macrolídeos. - Amplo espectro: ativo contra organismos gram- positivos e gram-negativos aeróbicos e anaeróbios. - Usos Clínicos: infecções causadas por H.influenzae resistente a outros fármacos. Meningites em pacientes que não podem fazer uso de penicilinas. Febre tifoide e salmoneloses invasivas. Graziela Benevides | 5º Semestre - Efeitos adversos: alterações hematológicas: depressão medula óssea e anemia aplásica. Síndrome do bebê cinzento → progressiva palidez cianótica, colapso vasomotor frequentemente acompanhado de respiração irregular e morte. 6) OXAZOLIDINONAS: - Bacteriostática, mas com ação bactericida contra estreptococos. Alto custo. - Espectro: grande variedade de bactérias gram- positivas, incluindo MRSA. Não tem atividade contra gram-negativos. - Efeitos adversos: principal toxicidade é hematológica; os efeitos são reversíveis e geralmente leves. A trombocitopenia é a manifestação mais comum.
Compartilhar