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MIDIAM SILVA PINHEIRO RESUMO: PATOLOGIAS DA ORELHA EXTERNA, ORELHA MÉDIA ORELHA INTERNA VITÓRIA 2018 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3 2 PATOLOGIAS DA ORELHA EXTERNA ............................................................ 4 2.1 OTITE EXTERNA AGUDA .................................................................................. 4 2.2 CORPOS ESTRANHOS ...................................................................................... 5 2.3 EXOSTOSE ......................................................................................................... 5 2.4 TAMPÕES EPIDÉRMICOS ................................................................................. 5 3 PATOLOGIAS DA ORELHA MEDIA .................................................................. 7 3.1 OTITE MÉDIA AGUDA SIMPLES ....................................................................... 7 3.2 OTITE MÉDIA CRÔNICA SIMPLES.................................................................... 8 3.3 OTITE MÉDIA CRÔNICA SUPURATIVA ............................................................ 9 3.4 COLESTEANOMA ............................................................................................ 10 4 PATOLOGIAS DA ORELHA INTERNA............................................................ 12 4.1 LABIRINTITE .................................................................................................... 12 4.2 MENINGITE ..................................................................................................... 12 4.3 DISACUSIA CONGÊNITA DE ORIGEM NÃO-GENETICA .............................. 12 4.4 OTOTOXICIDADE ............................................................................................ 13 5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 16 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 19 3 1 INTRODUÇÃO A audição é um órgão muito importante para os todos, pois garante o equilíbrio e a socialização. Atualmente muito se fala em prevenção da audição, para que se tenha uma vida saudável. É importante salientar que, as pessoas que não cuidam da audição têm uma grande possibilidade de adquirir a surdez. Por isso a importância de campanhas para prevenção da audição. Através do apoio tecnológico foi desenvolvido muitos equipamentos e técnicas aprimoradas, para diagnosticar, tratar, prevenir deficiência auditiva em bebês quanto em adultos. Abordaremos a seguir sobre patologias que acometem a orelha externa, média e interna, e os tratamentos para essas alterações. 4 2 PATOLOGIAS DA ORELHA EXTERNA 2.1 OTITE EXTERNA AGUDA A otite externa aguda difusa é um processo inflamatório da pele do meato acústico externo. É uma dermite, que é uma descamação do epitélio, edema, diminuição de secreção ceruminosa etc. As causas desse processo são: retenção de água no meato acústico externo, permanência prolongada de corpos estranhos, corrimentos purulentos, crônicos da otite média, ferimentos ou escoriações do epitélio em consequência de instilações caústicas, de atrito no ato de coçar o ouvido etc., todas as causas, que acarretem a descamação epitelial e abram, desse modo, porta de entrada à inoculação de microorganismos na espessura do tegumento cutâneo do meato acústico externo. A flora microbiana é representada, principalmente, por estafilococos, estreptococos, bacilo piociânico (Pseudomonas aeruginosa), proteus e aspergilos. (HUNGRIA, 2000, p.363) Diagnóstico é por dor forte, aumentada pela mastigação que se reflete na região temporal. No primeiro exame, é constatado hiperemia difusa do meato acústico externo, inchaço inflamatório, bloqueia a luz do meato com hipoacusia, consequente, e vai até a região retroauricular, e às vezes chega a simular mastoidite aguda. (HUNGRIA, 2000, p.363) Tratamento: Remover exsudatos e detritos de descamação epitelial com estiletes ou porta-algodão ou aspiração, fazer curativos, injetar produtos à base de antibióticos, principalmente cloranfenicol, neomicina e polimixina B (Bacilo piociânico), de corticoides, três a quatro vezes por dia. Para sedar a dor, analgésicos e aplicações locais de calor úmido. (HUNGRIA, 2000, p.363) O paciente deve fazer higienização: evitar limpeza do canal auditivo com cotonete ou qualquer outro instrumento, pois isto pode traumatizar a pele e abrir caminhos para infecção; secar bem o ouvido, após a entrada de água nele; nos indivíduos com predisposição acentuadas a otites externas de repetição frequente, em virtude da prática de mergulhos, pode-se recorrer ao uso de 5 protetores auriculares especialmente moldados para o canal auditivo do paciente. 2.2 CORPOS ESTRANHOS Quando são introduzidos objetos no meato acústico externo. Normalmente na criança ocorre voluntariamente; grão de feijão, de milho, bolinhas de papel ou pão, botões, contas de vidro ou metálicas, fragmentos de plásticos etc. A introdução acidental é por animais vivos: Moscas, percevejos, baratas, etc., ou por corpos inertes: areia, gravetos, bolas de algodão etc. (HUNGRIA, 2000, p.366) O tratamento consiste em irrigação do meato acústicos externo, com água morna, contra indicada se houver perfuração da membrana timpânica. Não pode remover com pinça, pois pode deslocar o corpo estranho para dentro. No caso de corpo estranho vivo, é preciso mobiliza-lo previamente com instilações oleosas (azeite de mesa é recurso ao alcance de todos). Em caso de inflamação do meato acústico externo, a remoção de corpo estranho sobre narcose é indicada, a fim de evitar sofrimento para criança e conseguir a contenção. (HUNGRIA, 2000, p. 366) 2.3 EXOSTOSE Formações ósseas arredondadas de consistência ebúrnea, localizada na metade interna do meato acústico, geralmente múltiplas e bilaterais. Acometem mergulhadores em água fria. Geralmente são assintomáticas, a não ser quando se tornam muito volumosas. Reduz a luz do meato acústico externo e pode provocar surdez e dificuldade de tratamento de otites médias. (HUNGRIA, 2000, p.366) O tratamento é as vezes é necessário cirurgia, a pele do meato é descolada, rebatida, e a trepanação elétrica com a broca cortante elimina a exostose. As vezes ela aparece com pedículo fino, constituindo pequeno osteoma; podendo de removida em bloco com um simples movimento de alavanca realizado com uma cureta ou pequeno golpe com escopro e martelo. (HUNGRIA, 2000, p. 366) 2.4 TAMPÕES EPIDÉRMICOS É raro e peculiar, origem idiopática, caracterizada na otoscopia por rolha compacta constituída por restos epiteliais queratinizados, firmemente aderidos às paredes do 6 conduto auditivo externo. Os sintomas é a hipoacusia condutiva, que desaparece após a remoção difícil e trabalhosa da rolha. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 144) Encontrada em pacientes jovens e ocorre em ambos ouvidos. Após a remoção, pode encontrar edema e hiperemia extensa da pele que reveste o canal ósseo e raramente tecido de granulação. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 144) O Tratamento é conservador e clínico, após a remoção o tratamento através de uso de gotas tópicas, contendo agentes queratoblásticos para que se normalize o ciclo de descamação das camadas superficiais da pele. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 144) 7 3 PATOLOGIAS DA ORELHA MEDIA 3.1 OTITE MÉDIA AGUDA SIMPLES É a otite que mais aparece em criança, porém a vulgarização de seu tratamento pode modificá-lo. A criança sofre tanto dos sinaise sintomas da OMA, como também das sequelas infecciosas do ouvido médio. Otite média aguda é uma entidade clínica que se caracteriza por lesões anatomopatológicas inflamatórias agudas do revestimento conjuntivo epitelial das cavidades do ouvido médio. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 162) A OMA pode ser vinculada aos seguintes fatores: Vírus e Micróbios patogênicos; Fatores anatômicos e patológicos locais que favoreçam a implantação desses germes; Fatores ambientais (exógenos) de predisposição (endógenos). Há fatores que predispõe uma pessoa a ter OMA de repetição, como frequentar creches, mamar deitado (Trompa horizontal), deficiências imunitárias por condições da má alimentação, fenda palatina e etc. Os sintomas são: Dor que aumenta no ato da absorção de alimentos e no ato de assoar o nariz, acontece também hipoacusia, sensação de plenitude auricular, ruídos subjetivos etc. Uma característica da otite é a cura espontânea. Podendo também evoluir e perfurar a membrana timpânica, constituindo a Otite média aguda perfurada, onde a dor é mais intensa, irradiando para a mastoide e região temporal, com frequência, acompanhadas de pulsações auriculares sincrônicas com os batimentos cardíacos, reveladora de empiema da caixa do tímpano. (HUNGRIA, 2000, p. 369) Quando se tem presença de vírus, formando flictênula hemorrágica na membrana do tímpano (miringite bolhosa), extremamente dolorosa, que se rompe e drena a serosidade sanguinolenta. Com alivio imediato da dor. Onde a cura, se não houver contaminação por bactéria. 8 Com o otoscópio é possível verificar a membrana timpânica hiperemiada ao longo do cabo do martelo, na membrana de Shrapnell e no contorno periférico. Com o tempo surge a transudação e exsudação no ouvido médio, e a membrana timpânica mostra congesta, edemaciada e abaulada, por vezes formando saliência acuminada em direção ao meato acústico externo. Isso constitui a chamada otite média em “teta de vaca”. A perfuração na membrana timpânica fecha espontaneamente em prazo de uma semana a dois meses. Na criança pode causar sinais de meningismo (edema da dura-máter). (HUNGRIA, 2000, p. 370) O Tratamento consiste em calor úmido e brando sobre o ouvido (cataplasma) e analgésico, é recomendado ao paciente não assoar o nariz muito forte para não agravar. Se caso, evoluir para perfurações espontânea do tímpano, é feita a paracentese na metade inferior da membrana timpânica, onde é drenado exsudados retidos sob pressão no interior da caixa do tímpano. Em criança é feita sob controle microscópico e com rápida anestesia geral. Medicação antibiótica, em doses adequadas e suficientes durante cerca de seis a dez dias, até total debelação do processo infeccioso, pode-se fazer necessária quando há temperatura elevada, dor intensa, agressão ao estado geral. (HUNGRIA, 2000, p. 370) 3.2 OTITE MÉDIA CRÔNICA SIMPLES Otite média crônica simples é aquela onde tem uma perfuração timpânica de qualquer etiologia na qual as alterações do ouvido médio e mastóide não são permanentes e a sintomatologia apresentada pode ser muito pobre, ocorrendo em alguns casos surdez de tipo condutivo e quadros intermitentes de otorréia (que pode ser por gripes, agua no ouvido) com cor amarelada de consistência mucóide e com cheiro fraco, sem otalgia. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 167) O tratamento é com antibacteriano local ou sistêmico. O sinal encontrado é uma perfuração timpânica. As perfurações timpânicas podem ser: Centrais, que envolvem a parte tensa da membrana e não se estendem para as margens. Nestas perfurações são raramente encontradas complicações como otites médias crônicas supurativas e colesteatomatosas. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 167) 9 Marginais, que se estendem para a margem da parte tensa da membrana e o anel timpânico está destruído. Nestes casos a evolução para otites médias crônicas supurativas e colesteatomatosas é mais comum. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 167) Aticais, que são localizadas na parte flácida da membrana timpânica (Scharap-nell), e são frequentemente associadas ao colesteatoma. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 167) As etiologias das otites médias crônicas simples são: Traumáticas: A perfuração da membrana timpânica se resolve sozinha se não houver infecção. Otite média aguda supurada sem tratamento adequado: Também levam a resolução da perfuração. Otites médias agudas necrotizantes: A perfuração é muito grande O Diagnóstico é feito pela otorréia, e com otoscópio. O tratamento clínico consiste em antibioticoterapia local e sistêmica nas fases agudas e cirúrgico no sentido de fechar a perfuração e reparar as lesões da cadeia ossicular nos casos necessários. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 168) 3.3 OTITE MÉDIA CRÔNICA SUPURATIVA A otite média crônica supurativa (OMCS) é onde a otite crônica está em constante infecção, e a otorréia é permanente, e somente aliviado com tratamento. Na OMCS a otorréia é amarelo-esverdeada, pode ter cheiro forte. E alguns dos fatores citados na otite média crônica simples, e fatores sistêmicos envolvidos, como diabetes, hipotireoidismo, alteração de respostas imunológicas e fatores nutricionais socioeconômicos e de hábitos. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 168) Ao examinar o paciente percebe-se através da otoscopia algumas vezes perfurações grandes marginais, com retrações. A mucosa do ouvido médio apresenta-se edemaciada com tecido de granulação e pólipos que podem se insinuar através da perfuração para o conduto auditivo externo. A mucosa das células da mastóide está invariavelmente envolvida, o que ajuda a manter o processo infeccioso. A mastóide normalmente é ebúrnea, com poucas células e de 10 tamanho pequeno. A hipoacusia é maior do que na otite média crônica simples, uma vez que a perfuração é maior e existe envolvimento da cadeia ossicular. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 168) O tratamento clínico que deve ser feito com antimicrobianos específicos, de acordo com a flora encontrada através de cultura, deve ser acompanhada de aspiração e limpeza frequente. Evitar deixar entrar água no ouvido. As vezes o processo infeccioso só se resolve com mastoidectomia, com limpeza do tecido de granulação para eliminar o foco infeccioso. Após a curado processo infeccioso e controle dos fatores etiológicos e condições predisponentes, uma reconstrução funcional pode ser realizada com intuito de se resolver a hipoacusia. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 168) 3.4 COLESTEANOMA O colesteatoma é uma lesão de tecido epidérmico e conectivo, usualmente em forma de saco, que segue a arquitetura do ouvido médio, ático e mastóide. É constituído de epitélio escamoso estratificado, com formação abundante de queratina. Pode crescer com camadas de ossos e recidivar a exérese. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 172) Devido as suas características histológicas é definido como tumor benigno do osso temporal. Que pode ser: colesteatoma congênito: É uma inclusão de epitélio escamoso queratinizante embrionário que cresce no osso temporal, com membrana timpânica íntegra e sem história prévia de lesão otológica. Surge a partir de um defeito do desenvolvimento embriológico provocado pela existência de ninhos de tecido epitelial no osso temporal. Estes restos existem antes do nascimento e podem se localizar na pirâmide petrosa, na mastóide ou na cavidade timpânica. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 172) colesteatoma adquirido: Quando a lesão ocorre anos após o nascimento. primário: Os primários se originam a partir de um defeito da região atical do osso temporal no nível da pars flácida (Scharap-nell) da membrana timpânica. 11 secundário: São encontradas em pacientes que não tiveram tratamento adequado de otite média crônica, é através de uma perfuração marginal ou central de MT. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 172) A colesteatoma ocorre por fatores etiológicos, comogenéticos, ambientais, imunológicos, microbiológicos, infecciosos, disfunção tubária. O Diagnóstico é feito pela otorréia, espessa, fétida de cor amarelada e indolor. A hipoacusia é o segundo sintoma que está ligada à lesão timpanossicular e ao efeito de massa que o colesteatoma pode causar, permitindo a condução sonora. A perda auditiva é o sintoma principal e às vezes único, quando encontramos colesteatoma com tímpano íntegro (congênito). Muitas vezes pode ter zumbido, tontura e vertigens. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 172) O método usado para diagnosticar é a otoscopia, mas atualmente o microscópio binocular tem sido cada vez mais utilizado. Após limpeza cuidadosa da secreção pode-se observar descamação epidérmica de coloração branca facilmente aspirável. A impedanciometria deve ser feita somente nos casos de tímpano fechado e pode mostrar curva tipo B na classificação de Jerger, evidenciando sinais de líquido na cavidade timpânica. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 172) 12 4 PATOLOGIAS DA ORELHA INTERNA 4.1 LABIRINTITE É uma infecção por bactérias, onde produz danos ao labirinto membranoso no ouvido interno, podendo provocar A vertigem é o sinal mais frequente, acompanhada de hipoacusia, com tendência a cofose. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 175) A causa dela são as infecções e inflamações, otite média e a gripe, tumores, doenças neurológicas, alergias e uso de alguns medicamentos que afetam o ouvido interno. Os nervos do vestíbulo enviam sinais incorretos para o cérebro, que o faz entender que o corpo está se movendo. A visão não detecta esse movimento e causam confusão e perda do equilíbrio. O Diagnóstico é feito através de exame otoneurológico, ressonância magnética, tomografia computadorizada, e testes labirínticos. O Tratamento é O tratamento é inicialmente clínico, com antibioticoterapia sistêmica. 4.2 MENINGITE A meningite otogênica é uma complicação até certo ponto usual em nosso meio e é a mais frequente complicação endocraniana da OMC colesteatomatosa. A idade mais frequentemente atingida compreende a segunda e terceira décadas. O mecanismo de infecção da meninge pode se dar por via hematogênica ou por erosão óssea e contiguidade com a mastóide. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 175) O quadro clínico é de otorréia, acompanhada de queda de estado geral, estado comatoso ou semicomatoso, cefaleia intensa e sinais de irritação meníngea (enrijecimento da nuca, vômitos em jato etc.). O exame do líquido cefalorraquidiano nos indicará a gravidade da mesma. É normal encontrarmos mais de 1.000cels/ mL custa de polimorfo nucleares. A indicação cirúrgica imediata sobre a mastóide é preconizada com técnica aberta. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 175) 4.3 DISACUSIA CONGÊNITA DE ORIGEM NÃO-GENETICA São alterações na audição devido algum problema de saúde na mãe. Entre eles: 13 RUBÉOLA MATERNA: Lesa a orelha do feto, principalmente quando ocorre no primeiro trimestre da gestação. A surdez pode estar associada à catarata congênita, retardo mental e malformações cardíacas. Histopatologicamente encontramos degeneração do labirinto membranoso, particularmente do labirinto coclear. O diagnóstico é confirmado pelo elevado título de anticorpos antirubeólicos circulantes. É a infecção viral pré-natal mais comum normalmente leva à surdez severa ou profunda. É necessária a prevenção, por vacinação, das mulheres no pré-natal. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 193) Herpes Zoster: Em alguns casos associa-se a disacusia neurossensorial à presença de herpes vulvar que pode haver contaminado o feto via líquido amniótico. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 194) Icterícia: O Kernicterus se caracteriza por depósito de bilirrubina no sistema nervoso central, podendo causar disacusia, retardo mental e paralisia cerebral. Mesmo sendo feita a exsanguinotransfusão, a disacusia pode permanecer para sons agudos. A lesão coclear é mínima ou nula, acredita-se que a via auditiva seja acometida no tronco cerebral. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 194) Cretinismo: A carência de iodo acarreta uma tireoideopatia associada à disacusia do tipo mista. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 194) Parto prematuro, hipóxia perinatal e trabalho de parto prolongado: O local da instalação da patologia é desconhecido, mas supõe-se que seja central. Clinicamente observamos disacusia simétrica bilateral, mais severa nas frequências agudas. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 194) Ototóxicos: O uso de drogas ototóxicas pela mãe durante a gestação também pode comprometer a audição do feto. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 194) 4.4 OTOTOXICIDADE Diversas substâncias são conhecidamente tóxicas para o ouvido interno, e novas substâncias têm sido reconhecidas. O estudo da ototoxicidade é de grande interesse tanto na tentativa de prevenção da lesão quanto no estudo da fisiologia cocleovestibular. As estruturas neurossensoriais do ouvido interno não são vascularizadas, de modo que qualquer substância, para atingi-las, deve primeiramente entrar em contato com os líquidos do ouvido interno. A perilinfa é a 14 via de acesso metabólico principal às estruturas sensoriais; acredita-se que a velocidade de renovação destes líquidos limita a compreensão de fenômenos cinéticos. Sabe-se que as células da espira basal da cóclea são mais sensíveis às agressões tóxicas devido à baixa concentração de reservas energéticas nesta porção do ouvido interno. As principais substâncias ototóxicas são: Antibióticos Aminoglicosídeos: Agridem de preferência as estruturas sensoriais, acometendo primeiramente as células ciliadas externas, depois as internas e, por fim, as de sustentação. Ocorre degeneração retrógrada das terminações nervosas. A lesão pode ser reversível ou não, dependendo da concentração e duração de exposição da droga. As alterações eletrofisiológicas (eletro-cocleografia) precedem as alterações morfológicas, de modo que a droga deve ser suspensa assim que se observem estas alterações. O aminoglicosídeo se acumula no ouvido devido ao fato de sua vida média ser maior na perilinfa que no plasma; a insuficiência renal piora muito o quadro. O paciente pode apresentar mais sintomas cocleares ou vestibulares, dependendo do aminoglicosídeo que recebeu. Os sinais cocleares de intoxicação são disacusia bilateral e simétrica, inicialmente para agudos, como recrutamento, diplacusia e zumbido associados. Os sinais vestibulares são discretos, por haver acometimento vestibular bilateral e compensação central. Os fatores de risco para ototoxicidade por aminoglicosídeos são: insuficiência renal; associação com outros ototóxicos; doses maiores que as prescritas pelo médico. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 197) Diuréticos de Alça: A furosemida e o ácido etacrínico lesam de preferência as estruturas secretoras, do ouvido interno, basicamente a estria vascular. Estes diuréticos causam um edema intersticial que é dose dependente, inibem enzimas oxidativas, alteram a permeabilidade ao potássio e interferem no transporte do cloro. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 197) Os salicilatos: Inibem a síntese de prostaglandinas e provocam fenômenos hemorrágicos. Os sintomas são de origem coclear e o mais comum é o zumbido, que aparece, bilateralmente, horas após a ingestão. A intensidade dos sintomas está relacionada nos níveis plasmáticos da droga. O efeito 15 ototóxicos é reversível dois a quatro dias após o fim do tratamento, mas no uso a longo prazo o zumbido permanece definitivamente. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 197) Contraceptivos Orais: São de efeitos reversíveis. Outros Antibióticos: Eritromicina, ácido nalidíxico, cloranfenicol, estreptomicina, tobramicina, vancomicina, cefalotina, cefaloridina, ampicilina e outros. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 197) Monóxido de Carbono: Devemos lembrar deste tipo de ototoxicidade, principalmente em guardasde trânsito. (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 197) Outras Substâncias: Quinino, fenilbutazona, anfetamina, cafeína, cocaína, lidocaína, tetracaína, carbamazepina, difenilidantoína, insulina, tiabendazol, propranolol, álcool, tabaco, droperidol, pentobarbital, nicotina, organo fosforados, metais pesados (chumbo, arsênico, mercúrio). (MINITI, BUTUGAN, 2000, p. 197) 16 5 CONCLUSÃO Além do médico, o fonoaudiólogo precisa dominar o conhecimento das alterações no sistema auditivo e todas as funções de cada parte da orelha, para conseguir fazer o atendimento. Cada patologia, exige um tratamento adequado para melhorar a condição de vida do paciente, e para também prevenir a população sobre cuidados da audição. 17 REFERÊNCIAS RUSSO, Iêda C.P.; SANTOS, Teresa M, M (Orgs.). Prática da Audiologia Clínica. 8.ed. São Paulo: Editora Cortez, 2011. Miniti, Aroldo Otorrinolaringologia: clínica e cirúrgica / Aroldo Miniti, Ricardo Ferreira Bento, Ossamu Butugan. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2000. Miniti, Aroldo; Bento, Ricardo F.; Butugan, Ossamu. Otorrinolaringologia: clínica e cirúrgica. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2000. Hungria H. Otorrinolaringologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 18 19 REFERÊNCIAS BARBOSA, Marcela Dinalli Gomes et al. Revisão integrativa: atuação fonoaudiológica com recém-nascidos portadores de cardiopatia em unidade de terapia intensiva neonatal. Rev. CEFAC, São Paulo , v. 18, n. 2, p. 508-512, abr. 2016. BARCELOS, Camila Barbosa et al. Crescimento da atuação fonoaudiológica na unidade de terapia intensiva em um hospital oncológico. Rev. soc. bras. fonoaudiol., supl. Salvador, v. 14, p 1514, 2009. DELGADO, Susana Elena. Atuação fonoaudiológica na Unidade De Terapia Intensiva em bebê com síndrome de pterígeo poplíteo. Rev. soc. bras. fonoaudiol., São Paulo , v. 14, n. 1, p. 123-128, 2009. RODRIGUES, Katia Alonso et al. Reabilitação da deglutição em pacientes traqueostomizados disfágicos sob ventilação mecânica em unidades de terapia intensiva: um estudo de factibilidade. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo , v. 27, n. 1, p. 64-71, mar. 2015. SILVA, Diêgo Lucas Ramos et al. Prática de terapia de fala na unidade de terapia intensiva de um hospital de doenças infecciosas de Alagoas. Rev. CEFAC , São Paulo, v. 18, n. 1, p. 174-183, fevereiro de 2016. https://maps.google.com/?q=n.%C2%A01,+p.%C2%A0174&entry=gmail&source=g 20
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