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Fisiologia da Senescência (sistema cardíaco, respiratório, renal, ósseo, imune) - Módulo Envelhecimento - Problema 1

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Thaís Pires 
1 
Problema 1 
1. Conhecer as transformações fisiológicas do processo de senescência; 
 
Senescência – declínio ou deterioração das propriedades funcionais em níveis celulares, teciduais e orgânicos, 
o que causa uma DIMINUIÇÃO na capacidade de HOMEOSTASIA, principalmente frente a situações de 
estresse, tornando o indivíduo mais vulnerável a doenças e à morte → O INÍCIO, RITMO, VELOCIDADE e 
PROGRESSÃO desse processo varia individualmente, bem como a DETERIORAÇÃO DA FUNÇÃO É 
HETEROGÊNEA entre os diversos sistemas e indivíduos → inicia com uma perda da capacidade de 
reestabelecer a homeostasia em SITUAÇÕES DE ESTRESSE e, por fim, detectável pela alteração da FUNÇÃO 
EM REPOUSO 
Propriedades funcionais: medida direta da HABILIDADE das células, dos tecidos e dos sistemas 
orgânicos em operar APROPRIADA e OTIMAMENTE, sofrendo influência genética e ambiental – para que 
possuam um bom funcionamento, é preciso que haja uma constante REPARAÇÃO DO DNA, DETECÇÃO E 
DEPURAÇÃO DE PROTEÍNAS E ORGANELAS e DEFESA CONTRA PATÓGENOS 
Efeitos muito bem documentados acerca do envelhecimento incluem a DETERIORAÇÃO DA EFICIÊNCIA 
DO SINAL DE TRANSDUÇÃO → ex: redução na resposta de vasodilatação do endotélio ao estrógeno, 
relacionada a uma alteração do gene receptor de estrógeno; redução da responsividade das células de Leydig 
à estimulação gonadocoriônica, por alterações da membrana celular 
 
Ex: Proteinas extremamente modificadas, seja por glicação não enzimática, seja por radicais livres, podem 
induzir à INFLAMAÇÃO, que, associada à RESPOSTA IMUNE (inflamação + resposta imune), desencadeia o 
PROCESSO DE APOPTOSE CELULAR – essas proteínas podem exercer uma ação regulatória na atividade da 
TELOMERASE e, assim, influenciar a SOBREVIVÊNCIA E SENESCÊNCIA CELULAR, uma vez que a destruição do 
telômero é o principal determinante do ENVELHECIMENTO SISTÊMICO 
 
 Alterações na Estrutura Corporal 
Assim como ocorre em diversas fases do desenvolvimento, há uma alteração no VOLUME DE ÁGUA no 
organismo, principalmente no compartimento INTRACELULAR 
 
A principal alteração estrutural ocorre ao nível MUSCULAR, com perda de musculatura estriada esquelética = 
SARCOPENIA (NÚMERO E VOLUME DAS FIBRAS MUSCULARES TIPO 2 + NEURÔNIOS ALFA MOTORES 
ESPINHAIS) – 10% entre 30 e 50 anos; a partir dessa idade, perda de 1% ao ano. Como grande parte da TAXA 
METABÓLICA BASAL é resultante da manutenção da musculatura esquelética estriada, há uma diminuição da 
DEMANDA ENERGÉTICA no período de senescência, facilitando o processo de ganho de peso! 
 A musculatura esquelética é o tecido que contém mais de 50% das proteínas orgânicas, além de ser o 
PRINCIPAL ALVO DA AÇÃO DA INSULINA, hormônio que causa o anabolismo associado a diversos outros 
hormônios com esse efeito, como GH, IGF, ESTRÓGENOS, ANDRÓGENOS - Essa perda muscular implica em 
uma diminuição da FORÇA MUSCULAR, que é essencial para a realização de tarefas do dia a dia, causando 
uma DEBILIDADE FÍSICA E PERDA DA INDEPENDÊNCIA 
 
Outro tecido que sofre alterações com a senescência é o ADIPOSO, que aumenta percentualmente ao longo 
dos anos, funcionando como um RESERVATÓRIO para substâncias lipofílicas – então a utilização de drogas 
desse espectro deve ser feita com cautela. O acúmulo desproporcional desse tecido tende a ocorrer nas 
regiões ABDOMINA, VISCERAL e INTRAMUSCULAR 
 
Alterações no Sistema Imunológico 
A maioria dos mecanismos imunológicos sofrem alterações no processo do envelhecimento, havendo uma 
REDUÇÃO DE FUNÇÕES do sistema imune adaptativo e um AUMENTO DE FUNÇÕES do sistema imune inato 
Thaís Pires 
2 
O sistema imune inato é a primeira linha de defesa orgânica contra patógenos, trabalhando de forma 
semelhante para os diversos tipos de situações – esse sistema inclui as barreiras físicas, químicas, células 
fagocíticas, NK, sistema complemento, citocinas → durante o ENVELHECIMENTO, há um desequilíbrio na 
PRODUÇÃO E LIBERAÇÃO DE CITOCINAS, havendo um CONSTANTE ESTADO PROINFLAMATÓRIO que contribui 
para a desorganização das respostas imunológicas, maior predisposição a doenças infecciosas e aparecimento 
ou agravamento de doenças crônicas 
 
Já o sistema imune adaptativo, que é estimulado pela exposição a agentes infecciosos e aumenta a sua 
capacidade defensiva a cada exposição, tem como característica a ESPECIFICIDADE para moléculas distintas e 
a maior INTENSIDADE DE RESPOSTA de acordo com o número de exposições → tem como principais 
componentes os LINFÓCITOS, que produzem Ig 
 A IMUNOSSENESCÊNCIA é caracterizada por uma ALTERAÇÃO NA POPULAÇÃO DE CÉLULAS T, o que 
diminui a resposta imunológica FRENTE A ANTÍGENOS NOVOS para o indivíduo → essa alteração na população 
de células T pode ter como uma das causas a ATROFIA DO TIMO, que causa a redução da DIFERENCIAÇÃO 
DAS CÉLULAS T e B, causando 
• Redução na proliferação de células T 
• Acúmulo de células T de memória 
• Exaustão de células T naive 
As células T de memória são, geralmente, MENOS COMPETENTES, respondendo de forma mais lenta e 
necessitando de um estímulo mais intenso para reagir com uma resposta inflamatória!!! 
 
Alterações no Sistema Endócrino 
Principalmente no eixo HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL 
 GH – a secreção e as concentrações séricas de GH diminuem tanto no ESTADO BASAL como em 
RESPOSTA A ESTÍMULOS – em paralelo a isso, há uma diminuição da concentração sérica de IGF, diminuição 
na liberação de GHRH e na responsividade dos somatotrofos ao GHRH / A liberação de GH normalmente 
ocorre durante o SONO nas fases de ondas lentas, como na senescência existem fatores que causam 
DISTÚRBIOS DO SONO, isso também pode afetar negativamente a liberação de GH 
 
 ADH – nos idosos, a RESPONSIVIDADE RENAL ao ADH encontra-se diminuída, tornando-os mais 
vulneráveis à privação de água / a secreção de ADH frente a um aumento na osmolalidade plasmática 
(osmorreceptores) pode ou não estar alterada em idosos, porém a resposta a depleção volumétrica 
(barorreceptores) está AUMENTADA 
A diminuição da sede em resposta a estimulação osmótica, associada a uma menor responsividade renal ao 
ADH, facilita a DESIDRATAÇÃO em idosos 
 
 Melatonina – a secreção pela glândula pineal encontra-se diminuída, podendo estar associada a 
qualidade do sono nos idosos 
 
 Função Adrenocortical – embora a glândula adrenal não apresente sinais significantes de atrofia, 
apresenta alterações hormonais nos seus 3 principais hormônios 
 Cortisol e ACTH – embora haja uma diminuição da SECREÇÃO DE CORTISOL na senescência, não 
há uma diminuição da concentração sérica desse hormônio, uma vez que há uma diminuição da taxa de 
depuração! Então idosos frente a um estímulo estressor (doença aguda ou cirurgia) apresentam níveis de 
PICO SÉRICO DE CORTISOL MAIORES E MAIS DURADOUROS → além dessa diminuição da taxa de depuração, 
há uma aparente REDUÇÃO DA SENSIBILIDADE DO FEEDBACK NEGATIVO no eixo HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-
ADRENAL 
Thaís Pires 
3 
 Aldosterona – apresenta SECREÇÃO E CONCENTRAÇÃO SÉRICA diminuídas, podendo chegar a 
uma redução de 50% aos 70 anos – isso pode ser uma consequência da diminuição da RENINA, com 
consequente perda urinária de sódio, hiponatremia e hiperpotassemia 
 
 Deidroepiandrosterona (DHEA) – os esteroides renais são os principais encontrados na 
circulação humana e são PRECURSORES DOS ESTEROIDES SEXUAIS 
 
 Regulação Alimentar – é resultante da interação entre INSULINA, LEPTINA E ADIPONECTINA – 
como há uma diminuição da sensibilidade à AÇÃO DA INSULINA decorrente da diminuição do GLUT 4 na 
musculatura esquelética estriada, podendo causar hiperinsulinemia e diminuição na tolerância a glicose 
 
Alterações no SNC 
Como já se sabe, a senescência é acompanhada de um maior dano oxidativo às proteínas, aos ácidos nucleicos 
e às membranas lipídicas, sendo esses comuns aos diversos sistemas. Devido à complexidade neuronal, 
existem algumas alterações características dessas células,como aquelas relacionadas as vias de transdução 
de sinais ao complexo celular (envolve neurotransmissor, fatores tróficos, citocinas), sendo as principais 
alterações estruturais: MORTE NEURONAL, RETRAÇÃO DENDRÍTICA e consequente REMODELAÇÃO 
SINAPTICA → como consequência disso, há uma PERDA DA MASSA E VOLUME CEREBRAL, principalmente na 
SUBSTÂNCIA NEGRA e REGIÃO TEMPORAL MEDIAL DO HIPOCAMPO 
 
Sistema neurotransmissores: 
 Colinérgico – a aCh desempenha função de neurotransmissor para os NEURÔNIOS 
BASAIS DO CÉREBRO FRONTAL, que inervam as regiões do NEOCÓRTEX E DO HIPOCAMPO, relacionados aos 
processos de aprendizado e de memória → na senescência pode haver diminuição no transporte de COLINA, 
SÍNTESE E LIBERAÇÃO DE ACH 
 Dopaminérgico – diminuições nos aspectos PRÉ E PÓS SINÁPTICOS da 
neurotransmissão dopaminérgica, incluindo a diminuição dos níveis séricos de dopamina 
 Monoaminérgicos – norepinefrina (locus ceruleus) e serotonina (núcleo da rafe) – 
diminuição da liberação e ligação dos neurotransmissores – depressão 
 
Alterações no Sistema Cardiovascular 
Dentre as diversas alterações no sistema cardiovascular, destaca-se o ENRIJECIMENTO ARTERIAL = 
ARTERIOSCLEROSE, decorrente da DEPOSIÇÃO AUMENTADA DE COLÁGENO e de alterações QUALITATIVAS 
NAS FIBRAS DE ELASTINA – o aumento da rigidez arterial causa uma ELEVAÇÃO GRADUAL DA PRESSÃO 
ARTERIAL SISTÓLICA e um aumento da força necessária para ejeção ventricular esquerda (pós-carga) 
 
O relaxamento do miocárdio, processo ATIVO no ciclo cardíaco, encontra-se atenuado na senescência, 
possivelmente pela DIFICULDADE NA LIBERAÇÃO DE CÁLCIO pelas proteínas ao fim da sístole → e sabe-se que 
a diástole é fundamental para a NUTRIÇÃO DO PARÊNQUIMA cardíaco, i.e., do sistema coronariano, 
predispondo o indivíduo a um risco aumentado de isquemia 
 Além disso, há um aumento de COLÁGENO E TECIDO ADIPOSO no miocárdio, 
resultando em maior RIGIDEZ tecidual → então, além de haver uma dificuldade na diástole, é necessária uma 
maior FORÇA para ocorrer o processo ativo de relaxamento 
 
Nos idosos, há uma MENOR RESPOSTA a estimulação β-adrenérgica, portanto, diminui a FREQUÊNCIA 
CARDÍACA MÁXIMA alcançada em ritmo sinusal 
FCmáx = 220 – idade (anos) 
Thaís Pires 
4 
Sabendo-se que o DC = FC x Vs, ocorrem alterações nesse parâmetro pela DIMINUIÇÃO DO PICO DE 
CONTRATILIDADE VENTRICULAR (menor sensibilidade β-adrenérgica) e pela VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA → 
esses fatores contribuem para uma REDUÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO sistêmico (músculos, pele) durante o 
exercício → DIFICULDADE NO CONTROLE DA TEMPERATURA CORPÓREA 
 
Ocorrem alterações DEGENERATIVAS NA ÁREA DO NÓ SINUSAL, diminuindo progressivamente a capacidade 
de gerar impulsos rítmicos → por isso a utilização de marca-passos / Além disso, há uma lentificação da 
condução do estímulo elétrico pelo NÓ ATRIOVENTRICULAR 
 
Nos idosos, há uma diminuição da RESPOSTA AOS BARORRECEPTORES CAROTÍDEOS, então alterações 
abruptas no fluxo sanguíneo, como quando ocorre transição postural, são menos facilmente compensadas 
com alterações cardiovasculares (resistência vascular e frequência cardíaca) → idosos são mais propensos a 
HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA, QUEDAS e SÍNCOPE 
 
Alterações no Sistema Respiratório 
Na senescência, ocorrem diversas alterações anatômicas e funcionais do aparelho respiratório que, 
associadas a fatores como tabagismo, poluição ambiental..., afetam a FUNÇÃO PULMONAR – a redução dos 
parâmetros respiratórios no idoso saudável é de 20% 
 Devido as alterações no tecido conectivo, há redução no tamanho das vias aéreas, 
diminuição da complacência pulmonar como consequência da ACENTUAÇÃOD A CIFOSE DORSAL, 
CALCIFICAÇÕES E DEGENERAÇÕES DAS CARTILAGENS COSTOCONDRAIS – A capacidade pulmonar total 
depende de um equilíbrio entre a FORÇA MUSCULAR INSPIRATÓRIA (diminuída no idoso) e a RETRAÇÃO 
ELÁSTICA DO PULMÃO (diminuída no idoso), então, como no processo de envelhecimento existem alterações 
na caixa torácica que aumentam a sua RIGIDEZ, a perda da elasticidade pulmonar (que teoricamente 
aumentaria a capacidade pulmonar total) acaba que é compensada pelas alterações torácicas, MANTENDO A 
CPT ESTÁVEL 
 Ocorre uma DIMINUIÇÃO DA RETRAÇÃO ELÁSTICA PULMONAR pela degeneração 
do tecido elástico, assim há um AUMENTO DO VOLUME RESIDUAL pulmonar, que diminui a capacidade vital 
– há um acúmulo maior de ar estático no pulmão, predispondo a infecções pela não renovação dele → 
associado a isso, há uma ATROFIA DO EPITÉLIO COLUNAR CILIADO, diminuindo o clearence mucociliar, 
corroborando AINDA MAIS para o desenvolvimento de infecções 
 
Alterações Renais 
O envelhecimento renal é caracterizado por alterações estruturais e fisiológicas que afetam a homeostase 
dos FLUIDOS, ELETRÓLITOS e do EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO – em condições basais, o rim senescente consegue 
manter a homeostasia, porém sob estresse já se torna menos eficiente 
 
A partir dos 40 anos, há uma perda da massa total de néfrons de 10% a cada 10 anos principalmente no 
CÓRTEX RENAL, i.e., região de filtração glomerular – os vasos intrarrenais sofrem processo de esclerose, 
diminuindo o FSR, então a resposta adaptativa frente a uma SOBRECARGA OU PERDA DE FLUIDOS é limitada 
pelas condições vasculares e pela diminuição de néfrons 
 
Alterações no STGI 
Há uma diminuição no NÚMERO DE BOTÕES GUSTATIVOS na superfície lateral da língua, responsáveis pela 
detecção dos sabores doce e salgado, além de uma diminuição do OLFATO, que sabidamente está 
correlacionado com o processo de gustação! Desinteresse pela comida 
 
Thaís Pires 
5 
A MUCOSA GÁSTRICA senil apresenta predominância das células NÃO-PARIETAIS, o que diminui a acidez 
gástrica, podendo haver ACLORIDRIA com consequente prejuízo na absorção de nutrientes essenciais (vit b12, 
vit c, ferro) 
 
2. Conhecer as teorias biológicas que explicam o envelhecimento; 
 
As teorias examinam o envelhecimento sob a ótica da DEGENERAÇÃO DA FUNÇÃO E DA ESTRUTURA dos 
sistemas orgânicos e das células – podem ser divididas, de uma forma geral, em duas categorias: GENETICO-
DESENVOLVIMENTISTA e ESTOCÁSTICAS → as genéticas entendem o envelhecimento como CONTÍNUO e 
controlado GENETICAMENTE, enquanto as estocásticas trabalham na hipótese de que o envelhecimento 
depende principalmente do ACÚMULO DE AGRESSÕES AMBIENTAIS que atingem um nível incompatível com 
a manutenção das funções orgânicas e da vida 
 
Teorias com Base Genética 
O processo do envelhecimento é programado do nascimento até a morte – segundo essas teorias, o tempo 
de vida deve conciliar as necessidades da REPRODUÇÃO e o NÃO SOBRECARREGAMENTO DO MEIO AMBIENTE 
com EXCESSO DE POPULAÇÃO, garantindo um quantitativo mínimo de indivíduos para a preservação da 
espécie (nossa) / Com os atuais avanços tecnológicos, foram identificados GENES ESPECÍFICOS localizados no 
cromossomo 4 em um grupo de 300 pessoas pertencentes a famílias com notória longevidade 
 Para quantificar a ESTIMATIVA DA MÁXIMA ESPERANÇA DE VIDA POTENCIAL, procura-se determinar 
o tempo máximo de vida de um indivíduo em uma população ampla e otimamente protegida, costumando 
ser, nos humanos, 120 anos – quanto maior o grupo de pessoas analisadas, maior a longevidade máxima – 
esse fator não sofre influências do aumento da expectativa de vida, sendo considerado o padrão ouro para 
comparação da longevidade absoluta entre espécies ou grupos da mesma espécie !!! De qualquer forma, essa 
esperança máxima de vida potencial de uma espécie parte do princípio que a existência é marcada por uma 
diminuição progressiva do processo morfogenético de determinação, diferenciação e formação celular desde 
o período embrionário, sob controle GENÉTICO 
 
Teoria de Acúmulo de Erros/Teoria dos Erros Catastróficos - Uma das teorias genéticas mais antigas sugere 
que o envelhecimento celular inicia a partir do momento em que começam a ocorrer ERROS EM PROCESSOS 
COMO A TRANSCRIÇÃO E TRANSPORTE dematerial genético – esses erros trazem consequências negativas à 
RENOVAÇÃO CELULAR, gerando células defeituosas que irão repercutir na FUNÇÃO DOS SISTEMAS 
ORGÂNICOS / Essa teoria propõe uma AUTO-AMPLIFICAÇÃO, uma vez que uma pequena frequência de erros 
produziria defeitos nas ENZIMAS RESPONSÁVEIS PELA FIDELIDADE DESSES PROCESSOS, tornando o processo 
cada vez mais “errado” 
 
Limite de Hayflick – determina que há um limite máximo de reprodução celular, uma vez que a TELOMERASE 
não consegue restituir os telômeros perfeitamente, então progressivamente há uma perda das extremidades 
cromossômicas, levando a uma PERDA FUNCIONAL, i.e., envelhecimento / Nesse caso, dificilmente atividades 
físicas, tidas como fatores para prevenção do envelhecimento, poderiam impedir esse processo já pre-
estabelecido! 
 
Teorias com Base em Danos de Origem Química 
Tem certa proximidade com a corrente genética, uma vez que postula que a senescência é decorrente de 
DISFUNÇÕES NO CÓDIGO CONTIDO NOS GENES, porém diferem das genéticas pois acreditam que os 
problemas de funcionamento na reprodução e regeneração celular não se encontram ESPECIFICAMENTE EM 
SUA PROGRAMAÇÃO, i.e., os problemas de codificação genética seriam causados por subprodutos das 
reações químicas orgânicas habituais que, pouco a pouco, causariam danos irreversíveis a molécula – tais 
Thaís Pires 
6 
reações poderiam ser potencializadas por fatores como a POLUIÇÃO ou PADRÕES DE ALIMENTAÇÃO → Então, 
ao contrário do que é postulado pelas teorias genéticas, o processo de envelhecimento pode ser RETARDADO, 
uma vez que diminuídas as reações responsáveis pelos danos ou aumentada a capacidade de metabolização 
das substâncias nocivas produzidas 
 
A complexa estrutura da célula pode ser danificada por agressões como as causadas por VÍRUS, RADICAIS 
LIVRES, HIDRÓLISE ESPONTÂNEA, RADIAÇÃO, TEMPERATURA , implicando em uma instabilidade molecular 
que iria distorcer a informação contida em moléculas importantes, levando a ERROS DE TRANSCRIÇÃO → 
quando a exposição ocorre de forma constante, formam-se COMPROMETIMENTOS IMPORTANTES – isso que 
justifica o envelhecimento... durante a vida, diversos erros ocorrem e se acumulam, dificultando a CORREÇÃO 
DELES – muitos desses erros passam despercebidos pelo indivíduo em idades mais novas pois há uma 
REDUNDÂNCIA dos processos fisiológicos, então para que haja uma falência funcional de um sistema orgânico 
uma parcela muito grande teve ter sido alterada 
 
O DNA encontra-se no núcleo da célula – algumas reações químicas tem o poder de desenrolar a sequência 
de DNA, alterando a sua conformação helicoidal, ativando-a e preparando-a para a replicação → após isso, 
moléculas reagentes podem interagir com REGIÕES SENSÍVEIS DA SEQUÊNCIA DO DNA, ativando genes que 
irão iniciar a produção de RNAm em fases do ciclo celular não adequadas, predispondo a ERROS 
TRANSCRICIONAIS 
 
Teorias com Base no Desequilíbrio Gradual 
Essas baseiam-se no funcionamento de certos sistemas corporais que são importantes para a regulação do 
funcionamento dos demais sistemas – muitos autores associam a senescência a MODIFICAÇÕES ENDÓCRINAS 
E IMUNOLÓGICAS, e, principalmente, de SISTEMAS ENZIMÁTICOS, podendo ser por desequilíbrios de pH, 
temperatura 
 
Um dos principais focos das teorias de desequilíbrio gradual é o EIXO HIPOTALÂMICO-PITUITÁRIO, onde 
postula-se que há um relógio biológico no hipotálamo que controla a velocidade do envelhecimento → então 
a carência de hormônios que dependem desse eixo pode indicar uma ACELERAÇÃO DO ENVELHECIMENTO 
 
Outra premissa dessas teorias é que esse desequilíbrio dos sistemas não ocorre de forma CONCOMITANTE, 
gerando, então um desequilíbrio ENTRE os sistemas, tornando o envelhecimento mais evidente 
 
Teorias Estocásticas 
Apesar da grande variabilidades de PADRÕES E RITMOS de envelhecimento entre os indivíduos, há um certa 
REGULARIDADE no sentido que as mudanças observadas ao longo do tempo são GRADUAIS e 
PROGRESSIVAMENTE há uma redução na capacidade funcional do indivíduo – A base das teorias estocásticas 
está no sentido que há uma deterioração associada a idade avançada pelo ACÚMULO DE DANOS 
MOLECULARES AO ACASO → esses danos se acumulam até o ponto em que as células se tornam tão 
deficientes ao ponto de causarem a morte do organimo 
 É importante tentar entender QUAIS CELULAS estão mais sucetíveis a certos tipos de danos e, 
provavelmente, espécies de vida longa são mais capazes de tolerar os danos, seja por REPARO, seja por maior 
REDUNDÂNCIA funcional 
 
Teoria do Uso e Desgaste – provavelmente as mais antigas no conceito de falha em mecanismos de 
reparo – nelas, o acúmulo de agressões ambientais do dia a dia levaria ao DECRÉSCIMO DA EFICIÊNCIA do 
organismo e, por fim, a morte 
Thaís Pires 
7 
A constante exposição a infecções, ferimentos e agressões as células, tecidos e órgãos pode até garantir um 
reparo, mas esse não será perfeito, favorecendo o acúmulo de pequenos erros progressivamente 
 
Teoria das Ligações Cruzadas – considera-se que certas moléculas sejam altamente reativas (radicais livres 
de oxigênio – formados pela exposição à radiação), podendo ligar-se à molécula de DNA no núcleo da célula 
– como defesa, a célula DESCARTA a porção corrompida do DNA e tenta recuperar essa região perdida 
utilizando a parte restante como MODELO → quando o agente liga-se às duas regiões do DNA, não é possível 
a recuperação em espelho, ETERNIZANDO AS LIGAÇÕES CRUZADAS ENTRE AS PORÇÕES MOLECULARES / Em 
princípio, a formação de radicais livres pode ser diminuída pela ingestão de substâncias antioxidantes, como 
Vit E e Vit C, porém a ligação deles por meio de LIGAÇÕES CRUZADAS não pode 
 
3. Estudar o mecanismo da sede e a fisiologia do sono em idosos; 
 
Fisiologia do Sono – o ser humano apresenta ciclos do sono e do tempo total de sono, passa 30% sonhando, 
20% em sono profundo e 50% em sono leve 
No estágio REM, ocorre atividade no EEG de BAIXA AMPLITUDE E ALTA FREQUÊNCIA, semelhante ao estado 
de vigília, com atonia muscular e movimento rápido dos olhos 
 
No envelhecimento, há alteração na QUALIDADE E QUANTIDADE do sono, uma vez que o idoso dorme 6 horas 
(menos que o adulto), em um sono mais superficial, com ausência de estágios mais profundos, bem como 
ocorrem mais DESPERTARES NOTURNOS – esse sono é REDISTRIBUÍDO NAS 24H do dia / Essas alterações no 
padrão do sono alteram o balanço homeostático, com repercussões na função PSICOLÓGICA, IMUNOLÓGICA, 
HUMOR, dentre outros / Como possíveis causas para essas alterações no sono, destacam-se: 
• Dor ou desconforto físico 
• Fatores ambientais 
• Desconfortos emocionais 
• Alterações no padrão do sono (insônia, despertar cedo) 
• Diminuição dos estágios 3 e 4 (componentes restaurativos do sono) 
• Diminuição do limiar do despertar 
• Aumento do período de latência para o início do sono 
• Redução da duração total do sono REM e do intervalo para o início do sono e o sono REM – 
associado a SÍNDROMES ENCEFÁLICAS E ALTERAÇÕES DO FSC 
Feinberg postulou a hipótese SONO-COGNIÇÃO, uma vez que sabe-se da correlação entre essas duas 
variáveis, sendo o sono profundo importante para a consolidação e otimização da cognição 
 
O envelhecimento causa uma perda geral no RELÓGIO CIRCADIANO, ocasionando: 
• Aumento da fragmentação do sono 
• Aumento da frequência de cochilos diurnos 
• Maior fadiga diurna 
• Alterações nos sincronizadores sociais (rotinas de alimentação, atividades físicas – eu todinha) 
com tendências a horários mais precoces para DORMIR E ACORDAR 
 
Sede e Senescência 
A sede é o mecanismo fisiológico que é iniciado quando o cérebro detecta um aumento na osmolaridade 
plasmática, sendo estimulada por dois mecanismos principais: 
• Aumento da tonicidade celular (desidratação celular) → osmorreceptores no SNC 
• Diminuição do volume de fluido extracelular (desidratação extra-celular) → barorreceptores 
vascularesThaís Pires 
8 
Quando sentida alguma alteração osmótica ou de volume extracelular, há uma ativação HIPOTALÂMICA que 
culmina na liberação de ADH pela HIPÓFISE POSTERIOR !! Como a desidratação causa perdas de fluidos tanto 
do compartimento intracelular como do extracelular, acaba por existir redundância nos sinais para o mesmo 
objetivo e assim menor possibilidade de haver dificuldade em restabelecer o equilíbrio 
 
Idosos apresentam vários riscos para desidratação – diminuição na quantidade total de água; perda de massa 
magra; diminuição da sensação de sede; alterações no ADH; dificuldade na mobilidade para acesso a água 
Aspectos renais – o mecanismo da sede está diretamente relacionado à osmolalidade sanguínea, que, por 
conseguinte, é um produto da ATIVIDADE RENAL / Sabe-se que a diluição urinária depende de fatores intra e 
extrarrenais, como 
• Atividade do centro hipotalâmico da sede 
• Todo o ciclo de produção, liberação e sensibilidade ao ADH 
• Hipertonicidade da medula renal (permite a reabsorção pelo mecanismo de contracorrente) 
 
Como já se sabe, a PRODUÇÃO DE ADH está aumentada em relação aos indivíduos mais jovens, porém a sua 
ação TUBULAR está muito diminuída nos receptores renais, comprometendo a capacidade de CONSERVAR 
ÁGUA E SÓDIO pelo rim, eliminando-os mais facilmente → isso leva a uma repercussão no DC, aumentando 
a chance de DESIDRATAÇÃO / Associada a essa menor sensibilidade ao ADH, sabe-se que a medula renal 
encontra-se MAIS DILUÍDA, dificultando a osmose a favor da reabsorção corporal! 
 
 
4. Estudar as mudanças na pirâmide etária da população, aprofundando o conceito de expectativa de 
vida 
Entre as décadas de 1950 e 1970, a população brasileira experimentou as mais elevadas taxas de crescimento, 
em torno de 3% ao ano → a partir daí, houve um declínio como resultado da REDUÇÃO NOS NÍVEIS DE 
FECUNDIDADE a partir de 1960, que COMPENSOU A QUEDA NA MORTALIDADE / Como consequência desses 
dois fatores, destaca-se a QUEDA NAS TAXAS DE CRESCIMENTO e a MUDANÇA DA ESTRUTURA ETÁRIA 
populacional 
 1940 – a população idosa representava 4,1% da população total 
 2018 – a população idosa representava 13% da população total 
Thaís Pires 
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A população brasileira com 65 anos de idade ou mais cresceu 26% entre 2012 e 2018, ao passo que a 
população de até 13 anos mostrou recuou de 6%, mostram dados da pesquisa “Características Gerais dos 
Domicílios e dos Moradores 2018” 
Esperança de vida ao nascer/Expectativa de vida - número aproximado de anos que um grupo de indivíduos 
nascidos no mesmo ano irá viver, se mantidas as condições desde o seu nascimento. A expectativa de vida da 
população de uma determinada área, em um determinado ano, corresponde à MÉDIA PONDERADA DAS 
IDADES DAS PESSOAS DO LUGAR QUE MORRERAM NAQUELE ANO 
É também um indicador de qualidade de vida de um país, região ou localidade. Pode também ser 
utilizada para aferir o retorno de investimentos feitos na melhoria das condições de vida e para compor vários 
índices, tais como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). 
Segundo dados do IBGE, no Brasil em 2017 a expectativa de vida ao nascer era de 76 anos, um aumento de 
30,5 anos em relação a 1940 e de 2,1 anos em relação ao ano de 2010 
 
A relação entre a porcentagem de idosos e de jovens é chamada de ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO, que deve 
aumentar de 43,19%, em 2018, para 173,47%, em 2060. Esse processo pode ser observado graficamente 
pelas mudanças no formato da pirâmide etária ao longo dos anos, que segue a tendência mundial de 
estreitamento da base (menos crianças e jovens) e alargamento do corpo (adultos) e topo (idosos). 
Uma das preocupações apontadas na literatura com relação a esse processo diz respeito ao crescimento 
acentuado de um segmento populacional considerado inativo ou dependente vis-à-vis a um encolhimento do 
segmento em idade ativa. 
População feminina - Em 2010, dos aproximados 20 milhões de idosos, 55,7% eram do sexo feminino. A menor 
mortalidade da população feminina explica esse diferencial na composição por sexo e faz com que a 
população feminina cresça a taxas mais elevadas do que a masculina. Como consequência, QUANTO MAIS 
VELHO FOR O CONTINGENTE ESTUDADO, MAIOR A PROPORÇÃO DE MULHERES. Isto leva a constatação de 
que “o mundo dos muito idosos é um mundo das mulheres”

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