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Este material é parte integrante do curso online " Atualização em Triagem, Urgência e 
Emergência" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É 
proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem 
autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Com certificado 
online 
180 horas Atualização em Triagem, 
Urgência e Emergência 
Nice Dias Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
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Atualização em Triagem, 
Urgência e Emergência 
Nice Dias Gonçalves 
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SUMÁRIO 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5 
DEFINIÇÃO DE TRIAGEM EM SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 10 
MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ................... 12 
PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO ............................................................................... 18 
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO .............................................................................. 20 
5.1 AVALIAÇÃO DO PACIENTE ................................................................................ 21 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ........................................................................................ 22 
6.1 PRIORIDADE ZERO................................................................................................ 22 
6.2 PRIORIDADE UM.................................................................................................... 22 
6.3 PRIORIDADE DOIS ................................................................................................. 23 
AVALIAÇÃO INICIAL.................................................................................................... 24 
7.1 COMPENSADO ........................................................................................................ 24 
7.2 DESCOMPENSADO ................................................................................................ 24 
7.3. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA IMINENTE ................................................ 25 
SINAIS DE ALERTA EM CASO DE TRAUMA........................................................... 26 
ENTENDA A CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PELA COR .......................................... 28 
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ..................................................................................... 29 
CONCLUSÃO .................................................................................................................... 30 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 32 
DEFINIÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ...................................................... 34 
2.1 DIFERENÇA ENTRE UBS E UPA .......................................................................... 39 
SITUAÇÕES QUE MOTIVAM À PROCURA DO SERVIÇO DE URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA ................................................................................................................. 40 
ACESSO E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA .. 42 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ........................................................................................ 49 
AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES QUE ENVOLVEM URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA ................................................................................................................. 52 
ASSISTÊNCIA AS SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ...................... 54 
7.1 SIGNIFICADO DAS LETRAS ABCDE .................................................................. 55 
7.1.1 (X) – Exsanguinação .......................................................................................... 55 
7.2 CHOQUE E SUAS CONSEQUENCIAS NO ORGANOSMO ................................ 57 
7.3 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ................................................................... 59 
7.4 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ....................................................... 60 
7.5 TRAUMA CRANIO ENCEFALICO (TCE) ............................................................ 61 
O TRABALHO DA ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA .............. 65 
CONCLUSÃO .................................................................................................................... 68 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 70 
1 DEFINIÇÃO ................................................................................................................. 70 
TEMPERATURA CORPORAL ...................................................................................... 72 
 
 
 
2.1 FATORES QUE AFETAM A TEMPERATURA CORPORAL .............................. 72 
2.2 LOCAIS DE AFERIÇÃO ......................................................................................... 74 
2.3 TIPOS DE TERMÔMETROS................................................................................... 75 
2.4 MATERIAIS UTILIZADOS PARA VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA 
(MOZACHI, NELSON, 2011) ........................................................................................ 75 
2.5 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO......................................................... 76 
PULSO ................................................................................................................................ 77 
3.1 FATORES QUE INFLUENCIAM (POTTER; PERRY, 2010) ................................ 77 
3.2 CARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIAL...................................................... 78 
3.2.1 Frequência e ritmo .............................................................................................. 78 
3.2.2 Amplitude e contorno ......................................................................................... 79 
3.3 TIPOS DE PULSOS .................................................................................................. 80 
3.3.1 Pulso de Pequena amplitude ............................................................................... 80 
3.3.2 Pulso de Grande Amplitude:............................................................................... 81 
3.3.3 Pulso de Duplo Pico: .......................................................................................... 81 
3.3.4 Pulso com Variação Rítmica da Amplitude ....................................................... 82 
3.4 LOCAIS DE AFERIÇÃO ......................................................................................... 83 
3.5 VARIAÇÕES ACEITÁVEIS DA FREQUÊNCIA CARDÍACA ............................. 85 
3.6 TERMINOLOGIAS .................................................................................................. 85 
3.7 MATERIAL UTILIZADO PARA VERIFICAÇÃO DO PULSO (MOZACHI, 
NELSON, 2011) .............................................................................................................. 85 
3.8 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO......................................................... 85 
RESPIRAÇÃO ................................................................................................................... 87 
4.1 RITMOS RESPIRATÓRIOS .................................................................................... 88 
PRESSÃO ARTERIAL ..................................................................................................... 92 
5.1 ATORES QUE AFETAM ......................................................................................... 93 
5.2 VARIAÇÕES DA PRESSÃO ARTERIAL ..............................................................94 
5.3 LOCAIS DE AFERIÇÃO ......................................................................................... 95 
5.4 TIPOS DE MEDIDORES DE PRESSÃO ARTERIAL ............................................ 95 
5.5 MATERIAIS UTILIZADOS PARA VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 
(MOZACHI, NELSON, 2011) ........................................................................................ 96 
5.6 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO......................................................... 96 
DOR .................................................................................................................................... 98 
CONCLUSÃO .................................................................................................................. 100 
AVALIAÇÃO................................................................................................................... 101 
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 107 
 
 
Unidade 1 – Introdução 
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5 
01 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
Mundialmente, a procura pelos serviços de urgência tem aumentado durante as últimas 
décadas, levando à necessidade de modificação da organização da assistência. (JIMÉNES, 
2003). No Brasil, a transição demográfica, social e epidemiológica faz com que a procura e 
a oferta de serviços de saúde sejam fenômenos que se alteram constantemente, acarretando 
grande aumento na demanda dos serviços de atendimento às urgências e emergências que, 
por sua vez, exigem grande incremento de tecnologias criadas em diferentes áreas e formas. 
Os sistemas de saúde sofrem com condições insuficientes para tratar o elevado 
número de requisições, acarretando em filas cada vez mais extensas. O problema chega a se 
tornar uma mazela social, evidenciado pela baixa renda da maioria dos usuários, tornando o 
sistema público de saúde um serviço precário e por muitas vezes incapaz. 
O aumento crescente de pacientes que procuram os Serviços de Emergência (SE) nas 
últimas décadas e a consequente superlotação destes serviços é uma realidade mundial. Nos 
países em desenvolvimento, como o Brasil, este problema torna-se ainda mais grave, pois 
estes serviços se configuram muitas vezes como a principal porta de entrada ao sistema de 
saúde (DURAN, 2011; ANNEVELD et al., 2013). Estudos relacionam a superlotação a 
aumento dos custos, decréscimo na eficiência e na qualidade da assistência, aumento na 
incidência de efeitos adversos e na mortalidade, traduzindo em baixo desempenho do sistema 
de saúde (FOVERO, MCCARTHY, HILLMAN; 2011; MAHMOODIAN, EQTESADI, 
GHAREGHANI, 2014). 
No cenário que se encontram os sistemas de saúde atualmente, não existe mais 
possibilidade de trabalhar com atenção de urgências sem um sistema de triagem ou 
classificação de risco. 
Assim, foram elaborados sistemas de triagem para identificação da prioridade clínica 
de cada paciente que aguarda atendimento, visando facilitar a igualdade de acesso 
(JIMÉNES, 2003). 
Como forma de priorizar o atendimento aos pacientes mais graves os hospitais vêm 
instituindo nas últimas décadas sistemas de triagem com o objetivo principal de identificar 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
Este material é parte integrante do curso online "Triagem em Serviços de Urgência e Emergência" do EAD 
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 6 
os pacientes com condições mais urgentes e maior risco de morte, assegurando atendimento 
rápido, com tempo mínimo de espera (DURAN et al; 2011; VAN DER LINDEN et al, 2012; 
STORM-VERSLOOT, 2011). 
O primeiro atendimento realizado pela equipe multiprofissional aos usuários de 
saúde é a triagem que tem como objetivo classificar os pacientes de acordo com a decisão 
de prioridades e intervenções terapêuticas individualizadas. A triagem vem para contribuir 
no atendimento favorecendo na redução de aglomerações nas unidades de urgência e 
emergência. (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009). 
A triagem é caracterizada por três categorias “emergente (doença ou lesão de risco 
de vida ou com risco potencial que exige o atendimento imediato), imediato (lesão ou doença 
não-aguda sem risco de vida) e urgente (doença ou lesão secundária que necessita de 
tratamento em nível de primeiros socorros)” (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009). 
Observa-se que a maior parte dos casos que procuram o serviço de urgência e 
emergência não são graves causando a superlotação do setor. A falta de conhecimento dos 
usuários da saúde com relação à finalidade do setor de urgência e emergência, bem como a 
demora e a limitação dos agendamentos na rede pública de saúde, faz com que os usuários 
procurem este serviço por se tratar de um setor que irão encontrar médicos e enfermeiros 
durante todo o período e as pessoas buscam o atendimento de suas necessidades em curto 
espaço de tempo (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009). 
O acolhimento nos serviços de saúde vem crescendo e ganhando importância, pois é 
um método que desenvolve os processos de trabalho em saúde a fim de atender os usuários 
que procuram os serviços de saúde, ouvindo os seus pedidos e assumindo uma postura capaz 
de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários (MORISHITA; SILVA; 
SOUZA, 2009). 
Constituem-se as seguintes fases para o atendimento na triagem: primeiro momento 
“A chamada do paciente”, trata-se do momento onde o enfermeiro pessoalmente o chama na 
recepção podendo observar o fluxo da sala e detectar situações de conflito ou urgência; no 
segundo momento “A apresentação” é realizada a apresentação do nome do profissional e 
sua função explicando esta fase do atendimento ao paciente assim como seu objetivo; 
terceiro momento “Coleta de dados” é o questionamento realizado ao paciente sobre a queixa 
atual e duração, antecedentes de real importância, alergias e medicamentos em uso; quarto 
momento “Verificação dos sinais vitais” neste momento é aferido a pressão arterial, a 
frequência cardíaca, a saturação de oxigênio e a temperatura; e no quinto momento 
“Solicitação de exames” de acordo com a avaliação, o enfermeiro pode solicitar a dosagem 
da glicemia capilar ou realização de eletrocardiograma, previamente à consulta médica. 
(GATTI, 2008). 
Os sistemas de triagem têm o objetivo de organizar a demanda de pacientes que 
chegam à procura de atendimentos em serviços de urgências da atenção hospitalar e pré-
hospitalar, identificando os que necessitam de atendimento imediato e reconhecendo aqueles 
que podem aguardar em segurança o atendimento, antes que haja a avaliação diagnóstica e 
terapêutica completa (JIMÉNES, 2003). 
A triagem estruturada faz referência a um protocolo de classificação válido, 
reproduzível e que permite a classificação dos pacientes, baseado nos diferentes níveis de 
Unidade 1 – Introdução 
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7 
urgência e de priorização da assistência somado à estrutura física e organização profissional 
e tecnológica adequada (JIMÉNES, 2003; DIOGO, 2007). 
Os sistemas de triagem podem se distinguir em relação ao profissional que executa a 
atividade, quanto à existência de algoritmos de triagem (árvores decisionais), à existência de 
protocolos de atuação associados,ao número de categorias de urgência, ao ambiente e 
contexto onde se aplicam e os recursos, equipamentos e meios que envolvem essa atividade 
(DIOGO, 2007). Atualmente, os quatro sistemas de triagem estruturada mais utilizados são: 
National Triage Scale (NTS) da Austrália, Canadian Emergency Department Triage and 
Acuity Scale (CTAS) do Canadá, Manchester Triage System (MTS) do Reino Unido e 
Emergency Severity Index (ESI) dos Estados Unidos (DIOGO, 2007; DURO, LIMA, 2010). 
No Brasil, a triagem organizada assume a denominação de avaliação e classificação 
de risco, que ligada ao acolhimento tem por objetivo identificar os pacientes que precisam 
de tratamento rápido, de acordo com a situação de perigo, a partir de um atendimento usuário 
centrado, impedindo dessa forma práticas de exclusão (ACOSTA, DURO, LIMA, 2012). O 
acolhimento, como diretriz operacional da Política Nacional de Humanização (PNH) do 
Ministério da Saúde, associado à classificação de risco, tem por finalidade garantir a 
humanização da assistência nos serviços de saúde, ampliar o acesso e oferecer atendimento 
acolhedor e resolutivo (BRASIL, 2004). 
A avaliação da classificação de risco é geralmente realizada pelos enfermeiros. 
Autores afirmam que os enfermeiros reúnem as condições necessárias, as quais incluem 
linguagem clínica orientada para os sinais e sintomas, para a realização das escalas de 
avaliação e classificação de risco (JIMÉNES, 2003). 
Para organizar e normatizar os Serviços de Urgência e Emergência, diante da alta 
demanda de usuários, entrou em vigor no Brasil, em 2002, a Portaria do Ministério da Saúde 
nº 2.048 objetivando avaliar e determinar o grau de emergência e urgência e a prioridade 
nesse tipo de atendimento. Função está realizada por profissionais da área da saúde 
graduados e devidamente treinados para atuarem no processo de avaliação. (LAURA, 2016). 
Nas instituições hospitalares, as Unidades de Emergência são consideradas setores 
complexos; cotidianamente superlotados, habituadas à alta demanda, podendo haver, em 
decorrência, desordem e, consequentemente, influência negativa nos atendimentos prestados 
aos usuários. O Ministério da Saúde, baseando-se nesses fatos lançou a cartilha da “Política 
Nacional de Humanização - Humaniza SUS”, para acolher os usuários nas Unidades de 
Emergência e classifica-las pelo nível de gravidade e grau de prioridade do atendimento. 
Conceitualmente, na área da saúde, usa-se o termo acolhimento para definir a atitude 
de disponibilidade interna para o encontro com o outro e que permite e promove diálogo e 
compreensão mútua. Nesses termos conceituais, o acolhimento estaria presente nas 
interações de profissionais e pacientes desde o momento em que pacientes e familiares 
chegassem ao serviço de saúde até sua saída, passando necessariamente por todos os 
processos do cuidar. Também se refere às interações entre profissionais e equipe em todos 
os níveis de gestão. (LAURA, 2016). 
O acolhimento, a partir da análise dos processos de trabalho, favorece a construção 
de relação de confiança e compromisso entre as equipes e promove avanço na aliança entre 
usuários, profissionais da saúde e gestores da saúde. 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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 8 
Para contemplar a humanização nos Serviços de Urgência/Emergência foi 
implantada a Portaria nº 2.395 de 2011, que prioriza o Acolhimento com Classificação de 
Risco, visando diminuir o tempo de espera, acolher a população e atender prioritariamente 
pacientes com maior grau de risco, independente da ordem de chegada. Assim, organiza a 
atenção às urgências, de modo atender a demanda espontânea e/ou referenciada. 
A Resolução 423/2012 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEM confere 
exigência legal ao enfermeiro na competência de execução da Classificação de Risco e 
Priorização da Assistência em Serviço de Urgência, ação a ser desenvolvida com 
conhecimento e habilidade técnico-cientifica. Dessa forma, atende às determinações da 
Resolução COFEN 358/20019d e os princípios da Política Nacional de Humanização 
(LAURA, 2016). 
A enfermagem tem respaldo para “realizar o acolhimento e a classificação de risco 
dos pacientes em qualquer unidade de saúde, seja em caráter hospitalar, pré-hospitalar na 
urgência ou da atenção básica”. (COFEN, 2015, p. 9). Essa função só é permitida à 
profissionais de nível superior, sendo assim, cabe somente ao enfermeiro a realização deste 
serviço na equipe de enfermagem. 
Classificação de Risco é um processo dinâmico embasado em conceitos e escalas 
internacionais que normalmente estratificam os riscos em cinco níveis, apresentando, desta 
forma, melhor confiabilidade na avaliação. Dentre os modelos de escalas destacam-se: a 
escala australiana – Australasian Triage Scale (ATS); o protocolo canadense Canadian 
Triage Acuity Scale (CTAS©); a escala norte-americana - Emergency Severity Index (ESI), 
e o protocolo inglês – Manchester Triage System – protocolo de Manchester (LAURA, 
2016). 
Destes, o Sistema de Triagem de Manchester é o mais utilizado e sua estratégia de 
classificação de risco define-se em cinco categorias diferenciadas em cores. Criado na 
Inglaterra em 1994 determina a prioridade de atendimento e estipula um tempo máximo de 
espera para que o cliente possa ser atendido. A categoria designada pela cor Vermelha 
classifica os casos emergenciais no atendimento imediato (risco de morte), sendo o tempo 
do atendimento de zero minuto; Laranja, para casos muito urgentes, atendimento também 
rápido, mas o tempo de espera para o atendimento é de no máximo dez minutos; Amarelo, 
para casos de urgência, estipulando o tempo de espera pelo atendimento em até 60 minutos; 
Verde, usado para casos de pouca urgência, com determinação de tempo de espera máxima 
de 120 minutos; e pôr fim a cor Azul, adotada em casos não urgentes, onde o tempo máximo 
que o cliente pode esperar para ser atendido é de 240 minutos. (LAURA, 2016). 
O protocolo é uma metodologia de trabalho implementada em Manchester, 
Inglaterra, em 1997, e tem como objetivo estabelecer um tempo de espera pela atenção 
médica e não de estabelecer diagnóstico. O método consiste identificar a queixa inicial, 
seguir o fluxograma de decisão e, por fim, estabelecer o tempo de espera, que varia de acordo 
com a gravidade do paciente. 
Apesar da triagem ser uma estratégia para que pacientes graves tenham prioridade no 
atendimento nos SE, impactando na qualidade do atendimento prestado ao usuário, poucos 
estudos associaram a gravidade estabelecida por esta classificação aos desfechos como alta, 
internação e óbito (DALLAIRE et al, 2012; VAN DER WULP, SCHRIJVERS, STEL, 
2009). 
Unidade 1 – Introdução 
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9 
A associação entre as categorias de triagem e os desfechos é importante para avaliar 
se o protocolo utilizado garante a segurança dos pacientes em relação ao tempo de espera 
pelo atendimento médico, como também permite a adequada alocação dos recursos e 
cuidados posteriores visando à redução dos custos hospitalares. 
Na triagem é realizada uma consulta de enfermagem direcionada à queixa, onde o 
enfermeiro está inserido nesse contexto como o primeiro contato da equipe multidisciplinar 
com o paciente, pois ele coleta dados sobre a sintomatologia, início do quadro, antecedentes 
pessoais, medicações em uso, alergias, sinaisvitais são aferidos, e detecta possíveis déficits 
de conhecimento nesses aspectos, ou ainda relativos às questões de fluxo e especificidade 
de atendimento do setor. Quando da realização do registro, da entrevista e do exame físico, 
realizados com ênfase na observação do comportamento, expressão verbal e não verbal de 
dor, postura e sinais clínicos, determina-se a classificação da prioridade do atendimento. 
A consulta de enfermagem, por sua vez, tem como objetivo agilizar o atendimento, 
através da diminuição do tempo da consulta médica, cuidando a equipe de enfermagem de 
levantar as primeiras informações sobre o paciente, anotando seus dados antropomórficos, 
tomando sua temperatura e aferindo sua pressão arterial. 
 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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 10 
02 
DEFINIÇÃO DE TRIAGEM EM SERVIÇOS 
DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
Triagem é o primeiro atendimento prestado pelo profissional aos usuários dos serviços de 
saúde. Tem por finalidade a avaliação inicial, seleção e encaminhamento dos clientes às 
unidades/especialidades adequadas à sua assistência. 
Nos departamentos de emergência, a triagem é desenhada para identificar os casos 
mais urgentes para o atendimento ou potencialmente mais sérios assegurando que estes 
receberão tratamento prioritário seguindo-se os casos menos urgentes. Por norma, os 
recursos são suficientes para tratar todos os pacientes, contudo, os que se encontram em 
estado menos urgentes poderão aguardar. 
O processo de triagem configura-se como elemento intuitivo da prática clínica de 
enfermeiros que atuam em serviços de urgência e emergência. Atribuir um grau de risco ao 
paciente é um complexo processo de tomada de decisão. Segundo a Teoria do Cotinuum 
Cognitivo, para tomar decisões, os enfermeiros utilizam-se do raciocínio clínico que envolve 
um pensamento ordenado e intencional, fundamentado nos conhecimentos teóricos e 
práticos e na experiência pessoal e profissional. Na triagem, a tomada de decisão é 
influenciada por sistemas de apoio ao julgamento clínico, pelo julgamento intuitivo e 
reflexivo e pela avaliação por pares envolvendo enfermeiro e paciente. 
Os sistemas de apoio ao julgamento referem-se ao uso das escalas ou sistemas de 
triagem que norteiam o enfermeiro na avaliação da queixa apresentada pelo paciente. Em 
um contexto de demanda por serviços maior que a oferta e com recursos limitados de 
atendimento, a triagem dos pacientes deve acontecer de forma acurada para garantir o 
cuidado de acordo com a real necessidade do paciente. Assim, a tomada de decisão do 
enfermeiro na classificação de risco deve ser guiada por um sistema de apoio confiável, 
capaz de mensurar com precisão o grau de prioridade do paciente. 
Entende-se que em qualquer lugar de uma instituição de saúde onde ocorre um 
contato entre trabalhador e usuário, existe a produção de um processo de trabalho em saúde 
por meio das relações de acolhimento, de vínculo, com forte conteúdo de intervenção 
Unidade 2 – Definição de Triagem em Serviços de Urgência e Emergência 
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11 
terapêutica. O acolhimento é um modo de desenvolver os processos de trabalho em saúde de 
forma a atender os usuários que procuram os serviços de saúde, ouvindo os seus pedidos e 
assumindo uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos 
usuários. Esse processo inclui um atendimento com resolutividade e responsabilização, 
fazendo também as orientações para o paciente e sua família em relação ao atendimento e 
funcionamento dos demais serviços de saúde, estabelecendo meios para garantir o sucesso 
desse encaminhamento. 
A Portaria 2048 do Ministério da Saúde propõe a implantação nas unidades de 
atendimento de urgências o acolhimento e a “triagem classificatória de risco”. De acordo 
com esta Portaria, este processo “deve ser realizado por profissional de saúde, de nível 
superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos e tem 
por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem 
de prioridade para o atendimento” (BRASIL, 2002). 
O Acolhimento com Classificação de Risco – ACCR - se mostra como um 
instrumento reorganizador dos processos de trabalho na tentativa de melhorar e consolidar o 
Sistema Único de Saúde. Vai estabelecer mudanças na forma e no resultado do atendimento 
do usuário do SUS. Será um instrumento de humanização. A estratégia de implantação da 
sistemática do Acolhimento com Classificação de Risco possibilita abrir processos de 
reflexão e aprendizado institucional de modo a reestruturar as práticas assistenciais e 
construir novos sentidos e valores, avançando em ações humanizadas e compartilhadas, pois 
necessariamente é um trabalho coletivo e cooperativo. Possibilita a ampliação da 
resolutividade ao incorporar critérios de avaliação de riscos, que levam em conta toda a 
complexidade dos fenômenos saúde/ doença, o grau de sofrimento dos usuários e seus 
familiares, a priorização da atenção no tempo, diminuindo o número de mortes evitáveis, 
sequelas e internações. A Classificação de Risco deve ser um instrumento para melhor 
organizar o fluxo de pacientes que procuram as portas de entrada de urgência/emergência, 
gerando um atendimento resolutivo e humanizado. 
O Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco não é entendido como um 
processo de triagem, pois segundo o Ministério da Saúde, produz direcionamento à 
classificação de risco e não conduta. O protocolo é entendido como uma classificação e não 
pressupõe a exclusão. Todos os pacientes devem ser atendidos, respeitando a situação de 
gravidade e complexidade apresentada pelo usuário que procurou o serviço de saúde 
(BELLAGUARDA, 2009). 
A importância desse serviço está principalmente em prevenir complicações e 
identificar quadros agudos que implicam riscos de vida. Para o funcionamento adequado do 
Serviço de Triagem, é necessária a integração deste com outros serviços de saúde existentes 
no sistema, estabelecendo vínculos com os mesmos, de modo a permitir o adequado 
encaminhamento dos pacientes. 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
Este material é parte integrante do curso online "Triagem em Serviços de Urgência e Emergência" do EAD 
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 12 
03 
MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 
 
 
 
 
Os objetivos do acolhimento com classificação de risco são "avaliar o paciente logo na sua 
chegada ao pronto-socorro, humanizando o atendimento; desbloquear o fluxo do pronto-
socorro; diminuir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto 
prematuramente de acordo com a sua gravidade; determinar a área de atendimento primário, 
devendo o paciente ser encaminhado diretamente às especialidades, conforme protocolo". 
O acolhimento como postura e prática nas ações de atenção e gestão nas unidades de 
saúde, a partir da análise dos processos de trabalho, favorece a construção de relação de 
confiança e compromisso entre as equipes e os serviços. Possibilita também avanços na 
aliança entre usuários, trabalhadores e gestores da saúde em defesa do SUS como uma 
política pública essencialpara a população brasileira. 
Apesar de o acolhimento ser constituinte de todas as práticas de atenção e gestão, 
elegemos os serviços de urgência como foco para este texto, por apresentarem alguns 
desafios a serem superados no atendimento em saúde: superlotação, processo de trabalho 
fragmentado, conflitos e assimetrias de poder, exclusão dos usuários na porta de entrada, 
desrespeito aos direitos desses usuários, pouca articulação com o restante da rede de 
serviços, entre outros. É preciso, portanto, repensar e criar novas formas de agir em saúde 
que levem a uma atenção resolutiva, humanizada e acolhedora a partir da compreensão da 
inserção dos serviços de urgência na rede local. 
Dessa forma o desafio dessa temática se ancora em: 
1. Ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um melhor acesso aos serviços 
de urgência/emergência; 
2. Humanizar o atendimento; 
3. Garantir um atendimento rápido e efetivo 
Unidade 3 – Missões do Acolhimento com Classificação de Risco 
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13 
A palavra “acolher”, em seus vários sentidos, expressa “dar acolhida, admitir, aceitar, 
dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir” (FERREIRA, 1975). O 
acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa uma ação de aproximação, um “estar 
com” e “perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão, de estar em relação com algo ou alguém. 
É exatamente no sentido da ação de “estar com” ou “próximo de” que queremos afirmar o 
acolhimento como uma das diretrizes de maior relevância política, ética e estética da Política 
Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. 
Política porque implica o compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”, 
potencializando protagonismos e vida nos diferentes encontros. Ética no que se refere ao 
compromisso com o reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, 
dores, alegrias, modos de viver, sentir e estar na vida. 
Essa política de acolhimento veio para reativar nossa capacidade de cuidar e de estar 
atentos para acolher, tendo como princípios norteadores o coletivo como plano de produção 
da vida, o cotidiano como plano ao mesmo tempo de reprodução, de experimentação e de 
invenção de modos de vida e a indissociabilidade entre o modo de nos produzirmos como 
sujeitos e os modos de estarmos nos “verbos da vida” (trabalhar, viver, amar, sentir, produzir 
saúde, etc). 
É preciso restabelecer no cotidiano o princípio da universalidade/equidade para o 
acesso e a responsabilização das instâncias públicas pela saúde dos cidadãos. 
Quando falamos em acesso, é preciso entende-lo em suas várias dimensões, quais 
sejam: acesso às unidades e serviços (garantia do cuidado); acesso à qualidade da/na 
assistência (escuta/vínculo/ responsabilização/resolutividade); acesso à continuidade do 
cuidado; acesso à participação nos projetos terapêuticos e de produção de saúde (autonomia 
e protagonismo do cidadão – usuário e sua rede social); acesso à saúde como bem com “valor 
de uso” e não como mercadoria (formas dignas/potentes de viver a vida com autonomia). 
O acolhimento no campo da saúde deve ser entendido, ao mesmo tempo, como 
diretriz ético/estético/política constitutiva dos modos de se produzir saúde e como 
ferramenta tecnológica relacional de intervenção na escuta, na construção de vínculo, na 
garantia do acesso com responsabilização e na resolutividade dos serviços. 
Colocar em ação o acolhimento requer uma atitude de mudança que implica na 
análise e revisão cotidiana das práticas de atenção e gestão implementadas nas unidades do 
SUS, com: 
 Reconhecimento do protagonismo dos sujeitos envolvidos no processo de produção 
de saúde; 
 Valorização e abertura para o encontro entre profissional de saúde, usuário e sua rede 
social como liga fundamental no processo de produção de saúde; 
 Reorganização do serviço de saúde a partir da problematização dos processos de 
trabalho, de modo a possibilitar a intervenção de toda a equipe multiprofissional 
encarregada da escuta e resolução do problema do usuário; 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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 Elaboração de projeto terapêutico individual e coletivo com horizontalização por 
linhas de cuidado; 
 Mudanças estruturais na forma de gestão do serviço de saúde, ampliando os espaços 
democráticos de discussão, de escuta, de trocas e de decisões coletivas. A equipe, 
neste processo, pode também garantir acolhimento para seus profissionais e para as 
dificuldades de seus componentes na acolhida à demanda da população; 
 Postura de escuta e compromisso em dar respostas às necessidades de saúde trazidas 
pelo usuário, que inclua sua cultura, saberes e capacidade de avaliar riscos; 
 Construção coletiva de propostas com a equipe local e com a rede de serviços e 
gerências de todos os níveis do sistema. O funcionamento do acolhimento se 
multiplica em inúmeras outras ações, e traz a possibilidade de analisar: 
 A adequação da área física, o dimensionamento das equipes e a compatibilização 
entre a oferta e a demanda por ações de saúde; 
 As formas de organização dos serviços e os processos de trabalho; 
 A governabilidade das equipes locais; 
 A humanização das relações em serviço; 
 Os modelos de gestão vigentes na unidade de saúde; 
 O ato da escuta e a produção de vínculo como ação terapêutica; 
 A multi/interdisciplinaridade nas práticas. 
Acolher com a intenção de resolver os problemas de saúde das pessoas que procuram 
uma unidade de urgência pressupõe que todos serão acolhidos por um profissional da equipe 
de saúde. Este profissional vai escutar a queixa, os medos e as expectativas, identificar risco 
e vulnerabilidade, e acolher também a avaliação do próprio usuário; vai se responsabilizar 
pela resposta ao usuário, a para isso vai necessariamente colocar em ação uma rede 
multidisciplinar de compromisso coletivo com essa resolução. 
Assim, o acolhimento deixa de ser um ato isolado para ser um dispositivo de 
acionamento de redes internas, externas, multidisciplinares, comprometidas com as 
respostas às necessidades dos cidadãos. 
Muitos serviços de atendimento às urgências convivem com grandes filas onde as 
pessoas disputam o atendimento sem critério algum a não ser a hora da chegada. A não-
distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila, 
ocorrendo às vezes até a morte de pessoas pelo não-atendimento no tempo adequado. 
O acolhimento como dispositivo tecno-assistencial permite refletir e mudar os modos 
de operar a assistência, pois questiona a clínica no trabalho em saúde, os modelos de atenção 
e gestão e o acesso aos serviços. A avaliação de risco e vulnerabilidade não pode ser 
considerada prerrogativa exclusiva dos profissionais de saúde: o usuário e sua rede social 
Unidade 3 – Missões do Acolhimento com Classificação de Risco 
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15 
devem também ser considerados neste processo. Avaliar riscos e vulnerabilidade implica 
estar atento tanto ao grau de sofrimento físico quanto psíquico, pois muitas vezes o usuário 
que chega andando,sem sinais visíveis de problemas físicos, mas muito angustiado, pode 
estar mais necessitado de atendimento e com maior grau de risco e vulnerabilidade. 
Sendo assim, os processos de acolhimento e triagem nos serviços de urgência 
objetivam: 
 A melhoria do acesso dos usuários, mudando a forma tradicional de entrada por filas 
e ordem de chegada; 
 A mudança das relações entre profissionais de saúde e usuários no que se refere à 
forma de escutar este usuário em seus problemas e demandas; 
 O aperfeiçoamento do trabalho em equipe com a integração e complementaridade 
das atividades exercidas pelas categorias profissionais; 
 O aumento da responsabilização dos profissionais de saúde em relação aos usuários 
e a elevação dos graus de vínculo e confiança entre eles; 
 A abordagem do usuário para além da doença e suas queixas; 
 A pactuação com o usuário da resposta possível à sua demanda, de acordo com a 
capacidade do serviço. 
É importante acentuar que todos os profissionais de saúde fazem acolhimento; 
entretanto, nas “portas de entrada”, os serviços de saúde podem demandar a necessidade de 
um grupo de profissionais de saúde preparado para promover o primeiro contato com o 
usuário, identificando sua demanda, orientando-o quanto aos fluxos internos do serviço e 
quanto ao funcionamento da rede de saúde local. 
A classificação de risco é uma ferramenta que, além de organizar a fila de espera e 
propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, tem também outros 
objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco 
elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares, 
sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação 
contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela 
discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos 
usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas 
e externas de atendimento. 
É importante ressaltar que a realização da classificação de risco isoladamente não 
garante uma melhoria na qualidade da assistência. É necessário construir pactuações internas 
e externas para a viabilização do processo, com a construção de fluxos claros por grau de 
risco, e a tradução destes na rede de atenção. 
E nesse sentido, quando se tem o Acolhimento com Classificação de Risco como 
guia orientador para a atenção e gestão na urgência, outros modos de estar, ocupar e trabalhar 
se expressarão e solicitarão arranjos espaciais singulares, com fluxos adequados que 
favoreçam os processos de trabalho. 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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Para a organização dos espaços e seus usos e para a clareza no entendimento, a 
composição espacial aqui sugerida é composta por eixos e áreas que evidenciam os níveis 
de risco dos pacientes. A proposta de desenho se desenvolve pelo menos em dois eixos: o 
do paciente grave, com risco de morte, que chamaremos de eixo vermelho, e o do paciente 
aparentemente não-grave, mas que necessita ou procura o atendimento de urgência, que 
chamaremos de eixo azul. 
Cada um desses eixos possui diferentes áreas, de acordo com a clínica do paciente e 
os processos de trabalho que nele se estabelecem, sendo que essa identificação também 
define a composição espacial por dois acessos diferentes. 
EIXO VERMELHO: Este eixo está relacionado à clínica do paciente grave, com 
risco de morte, sendo composto por um agrupamento de três áreas principais: a área 
vermelha, a área amarela e a área verde. 
a. Área Vermelha: é nesta área que está a sala de emergência, para atendimento 
imediato dos pacientes com risco de morte, e a sala de procedimentos especiais 
invasivos; 
b. Área Amarela: composta por uma sala de retaguarda para pacientes já estabilizados, 
porém que ainda requerem cuidados especiais (pacientes críticos ou semicríticos). 
Hoje, na maioria das vezes, esses pacientes permanecem na sala vermelha, criando 
dificuldades para o atendimento dos pacientes que chegam com risco de morte, assim 
como situações muito desagradáveis para os pacientes já estabilizados; 
c. Área Verde: composta pelas salas de observação, que devem ser divididas por sexo 
(feminino e masculino) e idade (crianças e adultos), a depender da demanda. 
Nas salas amarela e verde, além da adequação dos espaços e dos mobiliários a uma 
funcionalidade que facilite o processo de trabalho, é importante que se considere questões 
relativas a som, cheiro, cor, iluminação, etc., uma vez que o tempo de permanência do 
paciente nestas áreas é mais prolongado que na área vermelha. 
Na sala vermelha, mesmo o paciente não permanecendo por um período prolongado, 
também é importante observar os elementos acima apontados, modificadores e 
qualificadores do espaço, de modo a propiciar um ambiente confortável e agradável para os 
trabalhadores, além da funcionalidade necessária à realização do trabalho. 
É indispensável que o posto de enfermagem nestas salas possa propiciar uma visão 
ampla de todos os leitos e que áreas de apoio para os profissionais (conforto, copa, etc.) 
sejam planejadas na proximidade das áreas de trabalho. 
Questões relativas à privacidade e individualidade também devem ser observadas, 
pois repercutem positivamente no processo terapêutico do paciente. A privacidade diz 
respeito à proteção da intimidade do paciente e, muitas vezes, pode ser garantida com o uso 
de divisórias, cortinas ou outros elementos móveis que permitam tanto a integração e a 
facilidade de monitoramento pela equipe como momentos de privacidade dos pacientes e 
seus acompanhantes. 
Unidade 3 – Missões do Acolhimento com Classificação de Risco 
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EIXO AZUL: é o eixo dos pacientes aparentemente não graves. O arranjo do espaço 
deve favorecer o acolhimento do cidadão e a classificação do grau de risco. Esse eixo é 
composto por ao menos três planos de atendimento, sendo importante que tenha fluxos 
claros, informação e sinalização. 
a. Plano 1: espaços para acolhimento, espera, recepção, classificação do risco e 
atendimento administrativo. A diretriz principal, neste plano, é acolher, o que 
pressupõe a criação de espaços de encontros entre os sujeitos. Espaços de escuta e de 
recepção que proporcionem a interação entre usuários e trabalhadores, entre 
trabalhadores e trabalhadores – equipes – e entre os próprios usuários, que sejam 
acolhedores também no sentido de conforto, que pode ser produzido pelo uso de 
vegetação, iluminação e ventilação naturais, cores, artes, entre outros exemplos 
possíveis. 
b. Plano 2: área de atendimento médico, lugar onde os consultórios devem ser 
planejados de modo a possibilitar a presença do acompanhante e a individualidade 
do paciente. 
c. Plano 3: áreas de procedimentos médicos e de enfermagem (curativo, sutura, 
medicação, nebulização). É importante que as áreas de procedimentos estejam 
localizadas próximas aos consultórios, ao serviço de imagem e que favoreçam o 
trabalho em equipe. 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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 18 
04 
PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
O protocolo de classificação de risco é uma ferramenta útil e necessária, porém não 
suficiente, uma vez que não pretende capturar os aspectos subjetivos, afetivos, sociais, 
culturais, cuja compreensão é fundamental para uma efetiva avaliação do risco e da 
vulnerabilidade de cada pessoa que procura o serviço de urgência. O protocolo não substitui 
a interação, o diálogo, a escuta, o respeito, enfim, o acolhimento do cidadão e de sua queixa 
para a avaliação do seu potencial de agravamento. 
É a identificação dos pacientes que necessitam de intervenção médica e de cuidados 
de enfermagem, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento, 
usando um processo de escuta qualificada e tomada de decisão baseada em protocolo e aliada 
à capacidade de julgamento crítico e experiência do enfermeiro. 
Para a análise e construção do protocolo de classificação de risco, deve-se levar em 
conta os seguintes fatores: 
 Capacidade instalada de acordo com o número de atendimentos diários a serem 
prestados nestas unidades; 
 Horários de pico de atendimentos; 
 Fluxos internos, movimentação dos usuários, locais de espera, de consulta, de 
procedimentos, de reavaliação e “caminhos” entre eles; 
 Análise da rede e do acesso aos diferentes níveis de complexidade; 
 Tipo de demanda, necessidades dos usuários, perfil epidemiológico local; 
 Pactuação interna e externa de consensos entre as equipes médicas, de enfermagem 
e outros profissionais; 
 Capacitação técnica dos profissionais. 
Unidade 4 – Processo de Classificação 
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Sendo assim, a finalidade da classificação de risco é a definição da ordem do 
atendimento em função do potencial de gravidade ou de agravamento da queixa apresentada. 
O protocolo se configura como uma ferramenta para auxiliar a avaliação da gravidade e do 
risco de agravamento. 
A classificação de risco é atividade realizada por profissional de enfermagem de nível 
superior, preferencialmente com experiência em serviço de urgência, e após capacitação 
específica para a atividade proposta. Contudo o protocolo deve ser apropriado por toda a 
equipe que atua na urgência: enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, psicólogos, 
assistentes sociais, funcionários administrativos; 
Recomenda-se que o protocolo tenha no mínimo quatro níveis de classificação de 
risco, realizando, preferencialmente, o sistema de cores, e não de números, para essa 
classificação de risco (exemplo no caso de quatro níveis de classificação, do mais grave ao 
menos grave: vermelho, amarelo, verde, azul). 
A identificação da classificação pode ser feita na ficha de atendimento, e não 
diretamente no usuário (pulseira, por exemplo), uma vez que a classificação não é 
permanente e pode mudar em função de alterações do estado clínico e de reavaliações 
sistemáticas. 
A classificação de risco é dinâmica, sendo necessário que, periodicamente, se 
reavalie o risco daqueles que ainda não foram atendidos ou mesmo daqueles cujo tempo de 
espera após a classificação é maior do que aquele que foi estabelecido no protocolo. É muito 
importante que a organização do atendimento na urgência por meio do acolhimento com 
classificação de risco seja divulgada com clareza para os usuários.
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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 20 
05 
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
Os critérios para a classificação de riscos estão relacionados com: 
 Apresentação usual da doença; 
 Sinais de alerta (choque, palidez cutânea, febre alta, desmaio ou perda da 
consciência, desorientação, tipo de dor, etc.); 
 Situação – queixa principal; 
 Pontos importantes na avaliação inicial: 
 Sinais vitais 
 Saturação de oxigênio 
 Escala de dor 
 Escala de Glasgow 
 Doenças preexistentes 
 Idade 
 Dificuldade de comunicação (droga, álcool, retardo mental, etc.); 
 Reavaliar constantemente poderá mudar a classificação. 
 
 
Unidade 5 – Critérios de Classificação 
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5.1 AVALIAÇÃO DO PACIENTE 
(Dados coletados em ficha de atendimento) 
 Queixa principal 
 Início (evolução e tempo de doença) 
 Estado físico do paciente 
 Escala de dor e de Glasgow 
 Classificação de gravidade 
 Medicações em uso, doenças preexistentes, alergias e vícios 
 Dados vitais: pressão arterial, temperatura, saturação de O2 
 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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 22 
06 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 
 
 
 
 
Segundo Nascimento et al, (2011), as dificuldades encontradas no setor de classificação de 
risco é a falta de conhecimento da sociedade, alta demanda, precariedade do setor público, 
recursos e número de profissionais insuficientes, falta de estrutura física, instalações e 
equipamentos hospitalares, e falhas na gestão do serviço. 
 
 
6.1 PRIORIDADE ZERO 
Prioridade zero (vermelha), deve-se: 
 Encaminhar diretamente para a sala de ressuscitação e avisar a equipe médica, 
acionamento de sinal sonoro. 
 Não perder tempo com classificação 
 Atendimento de imediato 
 Situação de morte iminente (exemplo: parada cardiorrespiratória, infarto, politrauma, 
choque hipovolêmico, etc.) 
 
 
6.2 PRIORIDADE UM 
Prioridade I (amarela), deve-se: 
 Encaminhar para consulta médica imediata; 
Unidade 6 – Classificação de Risco 
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 Situação de urgência, avaliação em, no máximo, 30 minutos. 
 Elevado risco de morte (exemplo: trauma moderado ou leve, TCE sem perda da 
consciência, queimaduras menores, dispneia leve a moderada, dor abdominal, 
convulsão, cefaleias, idosos e grávidas sintomáticos, etc.) 
 
 
6.3 PRIORIDADE DOIS 
Prioridade II (verde), deve-se: 
 Encaminhar para consulta médica; 
 Situação com urgência menor; 
 Avaliação em, no máximo, 1 hora; 
 Reavaliar periodicamente. 
 Sem risco de morte (exemplo: ferimento craniano menor, dor abdominal difusa, 
cefaleia menor, doença psiquiátrica, diarreias, idosos e grávidas assintomáticos, etc.) 
 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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 24 
07 
AVALIAÇÃO INICIAL 
 
 
 
 
Essa Avaliaçãorequer uma postura rápida e dinâmica, ancorada no A, B, C, D, onde o A diz 
respeito a avaliação das VIAS AÉREAS; no B objetiva-se a visualização da RESPIRAÇÃO; 
o C determina os fatores que integram a CIRCULAÇÃO e o D direciona a avaliação 
NEUROLÓGICA do indivíduo. 
Diante dessa avaliação o paciente pode encontrar-se: 
 
 
7.1 COMPENSADO 
A. CONVERSA 
B. TAQUIPNÉIA LEVE FR: 20-30 IRPM 
C. TAQUICARDIA LEVE FC: 100-120 BPM, PULSO RADIAL NORMAL. 
D. NORMAL, CONFUSO, RESPONDE AO COMANDO VERBAL. 
 
 
7.2 DESCOMPENSADO 
A. ANSIOSO, CONVERSA POUCO. 
B. TAQUIPNÉIA LEVE FR: 30-35 IRPM, ESFORÇO RESPIRATÓRIO, CIANOSE. 
Unidade 7 – Avaliação Inicial 
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C. TAQUICARDIA LEVE, FC: 120-140 BPM, PULSO RADIAL FINO, PULSO 
CAROTÍDEO NORMAL. 
D. NORMAL, CONFUSO, AGITADO, RESPONDE À DOR. 
 
 
7.3. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA IMINENTE 
A. RESPIRAÇÃO COM RUÍDOS 
B. TAQUIPNÉIA OU BRADIPNÉIA, FR MAIOR 35 IRPM OU MENOR QUE 10 
IRPM, GRANDE ESFORÇO RESPIRATÓRIO, CIANOSE. 
C. TAQUICARDIA OU BRADICARDIA, FC MAIOR 140 BPM OU MENOR QUE 
60 BPM, PULSO RADIAL NÃO PALPÁVEL, PULSO CAROTIDEO FINO. 
D. LETÁRGICO, EM COMA, NÃO RESPONDE A ESTÍMULOS. 
Nos casos relacionados a parada cardiorrespiratória deve-se iniciar prontamente as 
manobras de reanimação cardiopulmonar conforme protocolo especifico da unidade, não 
podendo perder tempo diante de tal situação. 
 
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 26 
08 
SINAIS DE ALERTA EM CASO DE 
TRAUMA 
 
 
 
 
Em todos os casos, deve se manter alerta diante das possíveis alterações dos quadros de 
saúde do paciente, podendo haver piora no prognostico dos mesmos, principalmente, nas 
situações relacionadas a seguir: 
 Acidentes com veículos motorizados acima de 35 km/h 
 Forças de desaceleração, tais como quedas ou explosões 
 Perdas de consciência, mesmo que momentâneas após acidentes 
 Acidentes com ejeção do veículo 
 Negação violenta das óbvias injúrias graves, pensamentos de fuga e alteração do 
discurso, respostas inapropriadas 
 Fraturas de 1ª e 2ª costelas 
 Fraturas da 9ª, 10ª e 11ª costela ou mais de 3 costelas 
 Possível aspiração 
 Possível contusão pulmonar 
 Acidentes com óbito no local 
 Atropelamento de pedestre ou ciclista 
 Acidente com motociclista 
Unidade 8 – Sinais de Alerta de em Caso de Trauma 
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Estudos têm mostrado que o STM tem boa confiabilidade e validade para a triagem 
de pacientes em serviços de urgência e emergência, embora ainda existam episódios de 
subtriagem ou supertriagem (PARENTI, 2014; AZEREDO, 2015). 
Pesquisas realizadas no Brasil revelaram o STM como bom preditor para os 
desfechos clínicos de pacientes admitidos em serviços de urgência e emergência, uma vez 
que os pacientes evoluem com níveis de gravidade diferentes entre os grupos de cores de 
classificação (GUEDES, 2016; PINTO, 2012). Quando comparado com um protocolo 
institucional brasileiro, estudo mostrou que o STM aumentou o nível de prioridade dos 
pacientes, sendo esse sistema considerado mais inclusivo (SOUZA, 2011). 
Entretanto, mesmo com resultados satisfatórios em termos de validade e 
confiabilidade, o STM, por si só, parece não ser capaz de garantir qualidade e eficiência no 
serviço de urgência e emergência.11 A literatura constatou que o tempo de espera foi mais 
bem distribuído entre os níveis de urgência após a implantação do STM, porém sem redução 
no tempo para atendimento (STORM-VERSLOOT, 2014). 
Pesquisas demonstrando a performance do STM em relação ao tempo de espera por 
atendimento são escassas, principalmente abordando a realidade dos serviços de saúde 
brasileiros. 
Na explicação para o Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR), o Ministério 
da Saúde determina que esse instrumento constitui em uma diretriz operacional que uni as 
ações de acolhimento com as de classificação de risco do usuário. Isso significa que, no 
ACCR, o usuário que entra no Serviço Hospitalar de Emergência (SHE) é acolhido, ouvido, 
guiado à consulta de enfermagem, classificado de acordo com o grau de risco de seu agravo 
e atendido pelo médico segundo a urgência do caso (BELLUCCI JR, MATSUDA 2012). 
 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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09 
ENTENDA A CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 
PELA COR 
 
 
 
 
 
 
Unidade 10 – Atuação do Enfermeiro 
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10 
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO 
 
 
 
 
A atuação do enfermeiro no acolhimento “ultrapassados conhecimentos técnicos científicos 
à capacidade de liderança, ao mesmo tempo em que desenvolve o senso crítico para avaliar, 
ordenar e cuidar”. (ALBINO, GROSSEMAN, RIGGENBACH, 2010, p.72). 
No Brasil, o papel do enfermeiro no acolhimento com classificação de risco está 
previsto nas portarias do Ministério da Saúde que regulamentam os serviços de urgência e 
emergência (CAVALCANTE, RATES & SILVA, 2012) 
Segundo Mackaway-Jones (2010), o enfermeiro tem outras atividades previstas no 
STM, como a prestação dos primeiros atendimentos em casos de reanimação, administração 
de alguns medicamentos, conforme o protocolo individual de cada hospital, prestar 
informações sobre encaminhamentos do serviço, o direcionamento para especialidades 
conforme as conexões do serviço de emergência e a administração da sala de espera. 
Segundo Souza (2010), a função do enfermeiro vem se destacando das demais por 
sua autonomia nas tomadas de decisões, na capacidade de avaliar, ordenar e cuidar, tendo 
como meta o acolhimento e a satisfação do usuário, garantindo a assistência resolutiva e o 
comprometimento do bem-estar da equipe e do usuário. 
Oliveira et al(2013), afirmam que a carga de trabalho aumentada para os profissionais 
do serviço de emergência, em decorrência do número elevado de usuários não urgentes, 
também contribui para a má qualidade do atendimento oferecido. Esforços para triar usuários 
com pequenos agravos podem consumir o mesmo tempo gasto no seu tratamento, como 
também se ressalta que esta grande demanda na emergência pode expor a equipe a acidentes 
ocupacionais. 
Observa-se que o profissional enfermeiro mesmo sendo capacitado para o trabalho, 
encontra adversidades embutidas no cenário, dentre eles a dificuldade de adaptação dos 
usuários e profissionais médicos ao novo protocolo, quadro de profissionais diminuídos, 
falta de recursos, alta demanda, jornada de trabalho excessiva gerando estresse, desconforto 
e por vezes desentendimentos por parte dos usuários 
Atualização em Triagem, Urgênciae Emergência 
 
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11 
CONCLUSÃO 
 
 
 
 
Um serviço de triagem pode resgatar os princípios e diretrizes do SUS e também garantir o 
direito à cidadania, na medida em que realiza o acolhimento, orienta e encaminha o usuário 
para o serviço adequado, atende necessidades do indivíduo e da instituição, ou seja, triagem 
é muito mais que classificar doentes 
Prestar atendimento digno, por meio de política de saúde descentralizadora, 
estabelecendo as condições necessárias para melhorar o acesso, a qualidade da assistência, 
a participação e a equidade nos campos da saúde, deve ser visto como pressuposto básico 
para fazer valer os princípios do SUS. 
Promover assim a tão sonhada humanização e respeito ao usuário do serviço público 
de saúde faz parte de todo o processo de saúde como direito de todos. A satisfação do usuário 
quanto ao atendimento está relacionada com as características facilitadoras do atendimento 
e pela qualidade dos serviços prestados. A responsabilidade, vínculo e abordagem dos 
indivíduos como sujeitos participantes de todo o processo de recuperação, resolução e 
integração ao sistema de saúde são dimensões assistenciais que devem ser desenvolvidas no 
serviço com intuito de buscar a melhoria da qualidade de vida e resgatar a saúde como direito 
de todos. 
 
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Com certificado 
online 
Urgência e Emergência 
Nice Dias Gonçalves 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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01 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
Os serviços de emergência / urgência prestam cuidados a milhões de pessoas por ano. As 
constantes mutações no atendimento são inúmeras e dependem da natureza de cuidados que 
os mesmos implicam e de muitas outras condições inerentes à condição humana. 
A utilização do Serviço Hospitalar de Urgência (SHU) no Brasil tem sido motivo de 
inquietação para gestores dos sistemas de saúde, profissionais e a sociedade em geral, pois 
o seu uso tem se tornado crescente. A maioria desses serviços funciona acima de sua 
capacidade instalada, com profissionais sem capacitação, gerenciamento inefetivo, ausência 
de planejamento, excesso de demanda e demanda inadequada (O’DWYER; OLIVEIRA; 
SETA, 2009). 
De acordo com Garlet et al. (2009), ressaltam-se ainda o crescente aumento do 
atendimento no SHU relacionado ao aumento dos acidentes e da violência urbana, às 
questões socioeconômicas, à falta de leitos para internação na rede pública, ao aumento da 
longevidade da população, assim como à falta de agilidade e de resolutividade dos serviços 
de saúde (VALENTIM; SANTOS, 2009). A crise no SHU é agravada, também, pela procura 
por pessoas em situação de urgência, juntamente com aquelas em condições de saúde não 
graves, dificultando o estabelecimento de prioridades (MARQUES; LIMA, 2008). 
As principais situações que envolve as urgências e emergências são as situações de 
traumas, se configurando estatisticamente como a principal causa de morte em pessoas entra 
1 a 44 anos de idade, sendo responsável por mais de 70% das mortes entre as idades de 18 e 
24 anos, e mais de 40% entre as idades de 1 a 14 anos. 
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os acidentes de trânsito são um 
enorme problema de saúde pública, ocasionando essas situações de traumas, e levando a 
1,24 milhão de óbitos por ano em todo o mundo. 
Sendo assim, é importante ajustar os serviços de urgência e emergência, com equipe 
multidisciplinar e tecnologias, associado a estratégias de gestão para intervir nessa situação 
exposta. 
Unidade 1 – Introdução 
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Para Bellucci Júnior e Matsuda (2012), quando se pensa em qualidade nos serviços 
hospitalares, surge a necessidade de discutir formas de gestão que deem suporte às 
instituições para que possam atender às necessidades e exigências do usuário em todas as 
suas dimensões. Nesse contexto é que o governo federal propõe a reorganização e a 
normatização do atendimento no SHU em todo território nacional, por meio da Política 
Nacional de Atenção às Urgências e da Política Nacional de Humanização, contemplando 
estratégias para o Acolhimento com Classificação de Risco (BRASIL, 2009). 
Essas políticas visam ampliar o acesso, reduzir as filas e o tempo de espera para o 
atendimento, diminuir o risco de mortes evitáveis, a extinção das triagens por profissional 
não qualificado e a priorização de acordo com critérios clínicos em vez da ordem de chegada 
(BRASIL, 2009). Configura-se como ação potencialmente decisiva na reorganização dos 
serviços de saúde em rede por propiciar assistência resolutiva e humanizada àqueles em 
situações de risco (SOUZA ET AL., 2011). 
No Brasil, o Ministério da Saúde propõe a implantação de um sistema com 
denominação de Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) em vez de triagem, por 
pressupor que o verbo triar exprime exclusão (DURO; LIMA, 2010). 
A identificação da demanda de acesso dos usuários aos serviços de saúde é 
fundamental no gerenciamento da capacidade de utilização dos recursos disponíveis, assim 
como a superlotação nos serviços de emergência com problemas de saúde não urgentes tem 
atraído atenção mundial e motivado vários estudos nesta área (VAN UDEN et al., 2005). 
Assim, ainda na década de 1960, nos Estados Unidos da América, iniciou-se a 
implantação de sistemas de triagens em serviços de atendimento às urgências. Paralelamente, 
no Canadá foi desenvolvido um sistema que somente em 1995 tornou-se realidade. Na 
Austrália, uma escala de classificação das urgências foi adotada em 2000, porém foi no 
Reino Unido que, em 1997, iniciou-se a triagem de Manchester, reconhecida 
internacionalmente e mais utilizada nos dias atuais, pois apresenta os critérios de gravidade, 
do tempo alvo de atendimento e de reavaliação do paciente. A partir de 2001, na Espanha, 
também foi introduzido um sistema classificatório de urgências hospitalares (DURO; LIMA, 
2010). 
As ações de acolhimento podem ser realizadas por qualquer profissional de saúde, 
desde que capacitado. Entretanto, cabe ao enfermeiro reunir as condições necessárias, as 
quais incluem linguagem clínica orientada para os sinais e sintomas, para a realização das 
escalas de avaliação e classificação de risco do usuário de acordo com o grau de urgência de 
seu agravo, com base em um sistema predefinido: emergência, urgência, menor urgência e 
baixa complexidade (BRASIL, 2009). 
 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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34 
02 
DEFINIÇÕES DE URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
A definição de urgência, segundo a Resolução 1451/95 do Conselho Federal de Medicina, 
é "a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo 
portador necessita de assistência médica imediata", e emergência como "a constatação 
médica de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente de vida ou 
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato" (CONSELHO, 
2014). 
A área de Urgência e Emergência, segundo o Ministério da Saúde (2002), 
constitui-se em um importante componente da assistência à saúde, assim, é necessário 
definir esses termos utilizados cotidianamente. As definições são as mais diversas 
possíveis de vários autores, todavia todas concluem os mesmos significados. 
 
URGÊNCIA EMERGÊNCIA 
Dicionário 
Aurélio 
Do latim urgentia, que significa 
qualidade de urgente; caso ou 
situação de emergência, de 
urgência. 
Do latim emergentia, que 
significa ação de emergir; 
situação crítica, incidente; caso 
de urgência. 
Ministério da 
Saúde 
Quando há ocorrência 
imprevista de agravo à saúde, 
com ou sem risco potencial de 
morte, cujo portador necessite 
de assistência imediata. 
Constatação médica de 
condições de agravo à saúde que 
impliquem em risco iminente de 
morte ou sofrimento intenso, 
exigindo, portanto, tratamento 
médico imediato. 
Fonte: Dicionário Aurélio (2010) e Ministério da Saúde (2010). 
Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência 
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autor (Artigo 29). 
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De acordo com Ferreira (1988) Urgência e Emergência se configuram da seguinte 
maneira: ‘urgência’ faz referência a ‘urgente’ e ‘urgir’ que significa urgência. (do lat. 
urgentia) = Qualidade de urgente; Caso ou situação de emergência, de urgência; Urgência 
urgentíssima. Ao passo que ‘emergência’ é vista por essa ótica como sinônimo, se 
configurando com emergência (do lat. emergentia) = Ação de emergir; Nascimento (do 
Sol); Situação crítica; acontecimento perigoso ou fortuito; incidente; caso de urgência, de 
emergência: emergências médicas; emergências cardíacas. 
A literatura biomédica já traz um esclarecimento maior sobre essa discussão, a 
definição de urgência, segundo a Resolução 1451/95 do Conselho Federal de Medicina, 
é "a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou se risco potencial de vida, cujo 
portador necessita de assistência médica imediata", e emergência como "a constatação 
médica de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente de vida ou 
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato" (CONSELHO, 
2014). 
Os termos urgência e emergência geram muitas dúvidas no meio da saúde, por 
esta razão passou-se a utilizar somente o termo “urgência”, para os casos que necessitem 
de cuidados imediatos. Classificam-se os vários graus de urgência da seguinte forma: 
nível 1, emergência ou urgência de prioridade absoluta, casos em que há risco imediato 
de morte ou perda funcional grave; nível 2, urgência de prioridade moderada, casos de 
necessidade de atendimento médico não imediato, porém dentro de poucas horas; nível 
3, urgência de prioridade baixa, com necessidade de avaliação médica, podendo aguardar 
várias horas; nível 4, urgência de prioridade mínima, situações em que o médico pode 
fornecer orientações por telefone (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009). 
A Portaria Nº 354, de 10 de Março de 2014, que relata sobre boas práticas para 
organização e funcionamento de serviços de urgência e emergência, traz como 
significado: 
Emergência: constatação médica de condições de agravo à 
saúde que impliquem sofrimento intenso ou risco iminente de 
morte, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. 
Urgência: Ocorrência imprevista de agravo à saúde como ou 
sem risco potencial a vida, cujo portador necessita de 
assistência médica imediata. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2014). 
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência 
 
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36 
 
Assim, entende-se por emergência entidades patológicas que acarretam risco de 
morte imediato ou debilitação relevante e devem ser tratadas em poucos minutos, 
enquanto que as urgências são aquelas que necessitam de tratamento em um tempo menor 
que 12 horas. 
Os serviços de urgência e emergência são caracterizados pelo atendimento a 
pacientes em situações agudas com risco de morte e/ou sofrimento intenso, porém a 
maioria dos usuários que procuram estes serviços poderiam ter seus problemas resolvidos 
na atenção primária “Unidade Básica de Saúde” – UBS (LOPES JB, 2011). 
O atendimento de urgência/emergência, na maior parte dos hospitais públicos do 
Brasil, é ineficaz, resultando num atendimento de pouca qualidade, demora na espera e 
acumulo de pacientes nos corredores das unidades de pronto atendimento. Esses fatos são 
concedidos pelas insuficiências do andamento da atenção básica e refletem na grande 
demanda das unidades de pronto atendimento (OLIVEIRA, 2013). 
O Enfermeiro destaca-se pelas suas características generalistas, que lhe permitem 
na realização de triagem no setor de emergência assumir a responsabilidade pela 
avaliação inicial do paciente, iniciar a obtenção do diagnóstico, encaminhar paciente para 
a área clínica adequada, supervisionar o fluxo de atendimento, ter autonomia e dirigir os 
demais membros da equipe. Sendo ainda prioritário um conjunto de conhecimentos, 
atitudes, capacidades e aptidões que habilitam o profissional a um atendimento 
humanizado (CORENDF, 2010). 
Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência 
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Urgência e emergência são termos usados na área da medicina, que muitas vezes 
são confundidos por usuários e também pelos profissionais de saúde. Urgência é uma 
situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível que não ultrapasse a duas 
horas, a fim de evitar complicações e sofrimento emergência é toda situação em que há 
ameaça eminente à vida, sofrimento intenso ou risco de lesão permanente, havendo 
necessidade de atendimento imediato (OLIVEIRA GN et al., 2011). 
Os serviços de emergência hospitalares no Brasil são um fenômeno mundial 
caracterizado por todos os leitos da unidade de emergência ocupados, pacientes acamados 
nos corredores, tempo de espera para o atendimento acime de uma hora, alta tensão na 
equipe assistencial, grandes pressões na demanda do atendimento o que pode resultar em 
baixo desempenho do sistema de saúde (BITTENCOURT; HORTALE, 2009). 
O atendimento de urgência e emergência é essencial para manutenção da vida. Por 
tanto se torna necessário a capacitação das equipes de saúde em todos os âmbitos da 
assistência, a partir de um enfoque estratégico promocional, abarcando toda a gestão e 
atenção extra hospitalar fixa e móvel, hospitalar e pós-hospitalar, envolvendo 
profissionais de nível superior e de nível técnico, em comum acordo com as diretrizes do 
SUS e alicerçada nos polos de educação onde deve estar estruturado o atendimento de 
urgência e emergência normatizado

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