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Prof. Arthur Lima Aula 09 1 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Aula 09 – Cálculo Financeiro Raciocínio Analítico, Matemática Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Prof. Arthur Lima Prof. Arthur Lima Aula 09 2 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Sumário CÁLCULO FINANCEIRO ...................................................................................................................................... 3 FLUXO DE CAIXA ................................................................................................................................................ 3 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ..................................................................................................................... 5 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) .................................................................................................................... 7 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS ......................................................................................................................... 14 Método do valor presente líquido .................................................................................................................... 15 Método da taxa interna de retorno ................................................................................................................. 19 Acionista vs. Projeto ...................................................................................................................................... 20 Projetos mutuamente exclusivos. Projetos independentes ............................................................................... 22 Método do payback ....................................................................................................................................... 23 CUSTO REAL E EFETIVO DE OPERAÇÕES ........................................................................................................ 27 FLUXO DE CAIXA INCREMENTAL ..................................................................................................................... 30 QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR ................................................................................................. 35 LISTA DE QUESTÕES DA AULA ........................................................................................................................ 76 GABARITO ....................................................................................................................................................... 93 RESUMO DIRECIONADO ..................................................................................................................................94 Prof. Arthur Lima Aula 09 3 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Cálculo Financeiro Olá, tudo bem? Aqui é o professor Arthur Lima. É com muita alegria que inicio mais essa aula. Vamos tratar sobre os seguintes tópicos do seu edital neste encontro: Cálculo financeiro. Custo real e efetivo das operações de financiamento, empréstimo e investimento. Avaliação de alternativas de investimento em economia estável e em ambiente inflacionário. Avaliação econômica de projetos. Taxas de retorno e taxas internas de retorno. Aproveito para lembrá-lo de seguir as minhas redes sociais e acompanhar de perto o trabalho que desenvolvo: FLUXO DE CAIXA Imagine que você é um empreendedor, e planejou abrir um negócio. Fazendo seus cálculos, percebeu que precisaria gastar, na data de hoje, R$7000,00 para abrir o negócio e colocá-lo para funcionar. A partir daí, sua estimativa é de que nos próximos 4 anos você lucre R$2.000,00 ao final de cada ano com o seu negócio. O gráfico abaixo representa o desembolso de 7000 reais e os ganhos de 2000 reais distribuídos ao longo do tempo: Esse esquema onde temos desembolsos e ganhos distribuídos ao longo do tempo é o chamado de Fluxo de Caixa de um projeto. Como você pode ver, um fluxo de caixa é formado por todas as saídas (pagamentos, desembolsos) e todas as entradas de capital (recebimentos) ao longo de um período, associados a certo projeto ou negócio. Ele nos permite, entre outras coisas, fazer uma análise importante: vale a pena investir nesse negócio? -7000 +2000 +2000 +2000 +2000 tempo Prof. Arthur Lima Aula 09 4 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 A uma primeira vista, talvez você respondesse: “sim, afinal serão investidos 7000 reais e, ao longo dos 4 anos, ganharei 8000 reais, resultando num saldo positivo de 1000 reais”. Muito cuidado nessa hora. Você deve se lembrar que o valor do dinheiro se altera ao longo do tempo. Isto é, 2000 reais de hoje não valem a mesma coisa de 2000 reais no final do 4º ano. Exemplificando, considere a taxa de juros de 10% ao ano. Se temos o valor futuro VF = 2000 reais daqui a 4 anos, o valor presente correspondente é: 4 (1 ) 2000 1366,02 (1 0,1) t VF VP j VP = + = = + Isto é, os 2000 reais ganhos ao final do 4º ano correspondem ao valor atual de apenas 1366,02 reais. De fato, se você aplicar hoje 1366,02 num investimento que pague juros compostos de 10% ao ano, verá que, ao final de 4 anos, terá o montante de 2000 reais. Vejamos quanto valem, na data de hoje, os 2000 reais ganhos ao final do 3º ano: 3 (1 ) 2000 1502,62 (1 0,1) t VF VP j VP = + = = + Podemos fazer essa mesma conta para os 2000 ganhos ao final do 2º e do 1º anos: 2 1 2000 1652,89 (1 0,1) 2000 1818,18 (1 0,1) VP VP = = + = = + Somando o valor presente de cada recebimento futuro, temos que o Valor Atual dos recebimentos futuros é VP = 6339,71. Apesar de, a uma primeira vista, o nosso negócio ter um ganho de 8000 reais, devemos considerar que, para uma taxa de juros de 10% ao ano, o valor atual dos recebimentos é de apenas 6339,71. Comparando este valor com o total investido (7000 reais), vemos que o negócio não compensa. Vale mais a pena você pegar os 7000 reais que dispõe, aplicar em um investimento bancário que renda 10% ao ano, e ficar em casa descansando! Isto se a taxa de juros considerada para a análise for mesmo 10% ao ano. Se ela fosse de apenas 1% ao ano, o valor presente dos recebimentos futuros seria de: 1 2 3 4 2000 2000 2000 2000 (1 0,01) (1 0,01) (1 0,01) (1 0,01) 1980,19 1960,59 1941,18 1921,96 7803,92 VP VP VP = + + + + + + + = + + + = Assim, valeria a pena investir no negócio, afinal o valor presente dos recebimentos futuros (7803,92) é superior ao valor investido (7000). Prof. Arthur Lima Aula 09 5 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) Quando analisamos um determinado projeto, a diferença entre o valor dos recebimentos (entradas) e o valor investido (desembolsos), todos trazidos a valor presente pela taxa “j”, é chamada de Valor Presente Líquido (VPL) do negócio, também conhecido pela sigla em inglês NPV (Net Present Value): VPL = Valor atual das entradas – Valor atual dos desembolsos Em nosso exemplo anterior, vimos que o valor atual dos desembolsos era de R$7.000,00, enquanto o valor atual dos recebimentos era de R$7.803,92, considerando para isso a taxa j = 1% ao ano. Portanto, o VPL deste projeto é: VPL = 7803,92 – 7000 = 803,92 reais O VPL pode ser interpretado como o acréscimo de riqueza obtido ao desenvolver um determinado projeto. Se o VPL for maior que zero, o valor atual das entradasé maior que o dos desembolsos, portanto podemos dizer que vale a pena investir no negócio. Caso contrário, não vale a pena. Lembrando da primeira simulação, onde encontramos VP = 6339,71, teríamos VPL = 6339,71 – 7000 = -660,29. Portanto, considerando a taxa de 10% ao ano, não vale a pena investir no negócio, apesar de valer a pena para a taxa de 1%. Veja que, dependendo da taxa de juros, a decisão quanto a investir ou não no negócio pode variar. Na vida real, o investidor normalmente utiliza como taxa de juros aquele percentual que ele ganharia se investisse seu dinheiro em uma aplicação financeira considerada segura. Essa taxa é normalmente chamada de taxa mínima de atratividade (sigla TMA), pois é aquela taxa mínima para que o investidor prefira investir no negócio (“se sinta atraído”) ao invés da aplicação financeira. Mas você não precisa se preocupar com isso, pois nos exercícios de fluxo de caixa a taxa de juros será dada pelo enunciado. Na maioria dos exercícios o fluxo de caixa será composto por um único investimento inicial, na data ZERO do projeto, e um fluxo de entradas de recursos nos próximos períodos. Neste caso, a fórmula do VPL pode ser escrita assim: VPL = VPentradas – Investimento Inicial Vamos exercitar um pouco o VPL? CESGRANRIO – PETROBRÁS – 2015) Foi oferecido a uma empresa um projeto para investimento de R$120.000,00 com a seguinte previsão do fluxo de entradas de caixa: 1° ano = R$ 55.000,00 2° ano = R$ 54.450,00 3° ano = R$ 26.620,00 Considerando somente as informações recebidas, a taxa de retorno de 10% ao ano, fixada pela empresa, e o método de análise do Valor Presente Líquido (VPL), o resultado desse investimento, em reais, é a) negativo de 17.769,00 b) negativo de 5.000,00 Prof. Arthur Lima Aula 09 6 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 c) positivo de 12.073,00 d) positivo de 16.070,00 e) positivo de 26.980,00 RESOLUÇÃO: Vamos calcular o VPL do projeto: 𝑉𝑃𝐿 = 𝑉𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 − 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑉𝑃𝐿 = 55000 1,10 + 54450 1,102 + 26620 1,103 − 120000 𝑉𝑃𝐿 = 50000 + 54450 1,21 + 26620 1,331 − 120000 𝑉𝑃𝐿 = 50000 + 45000 + 20000 − 120000 𝑉𝑃𝐿 = 115000 − 120000 = −5000 Resposta: B FGV – CGE/MA – 2014) O projeto J pode ser representado pelo fluxo de caixa a seguir (em Reais) e possui Taxa Mínima de Atratividade de 10% ao ano O Valor Presente Líquido (VPL) do projeto J é de (A) R$ 62.509,00. (B) R$ 250.000,00. (C) R$ 597.550,00. (D) R$ 737.305,00. (E) R$ 862.509,00. RESOLUÇÃO: Veja abaixo o fluxo de caixa esquematizado: Prof. Arthur Lima Aula 09 7 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Assim sendo, temos uma saída de recursos (investimento inicial) de 800.000 reais no momento inicial (ano 0), e três entradas de recursos nos anos seguintes. Para calcular o valor presente líquido (VPL) devemos trazer todas essas entradas para o seu valor presente (no ano 0), utilizando para isso a taxa de juros fornecida no enunciado (j = 10% ao ano). Isto é: VPL = VPentradas – Investimento Inicial Obs.: uma forma alternativa de se resolver essa questão é observar que, se simplesmente calcularmos a soma dos valores das entradas (300.000 + 350.000 + 400.000) e subtrairmos o valor das saídas (800.000), temos 250.000 reais. Este seria o VPL se a taxa de juros fosse igual a zero. Como ela é maior do que zero, o valor presente das entradas será reduzido, de modo que o VPL será necessariamente menor que 250.000 reais. A única alternativa abaixo deste valor é a letra A, que poderia ser marcada imediatamente! Resposta: A TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) Como vimos anteriormente, dependendo da taxa de juros considerada o VPL tem valor positivo ou negativo. Existe, portanto, uma taxa de juros que torna o VPL igual a zero. Esta taxa é chamada de taxa interna de retorno (TIR). Ela é a taxa de juros real do investimento, também conhecida pela sigla em inglês IRR (Internal Return Rate). A título de exemplo, veja o que aconteceria no exemplo anterior se tivéssemos considerado a taxa de juros de 5,564% ao ano: 3 2 1 400.000 350.000 300.000 800.000 (1 10%) (1 10%) (1 10%) VPL = + + − + + + 3 2 1 400.000 350.000 300.000 800.000 (1,10) (1,10) (1,10) VPL = + + − 400.000 350.000 300.000 800.000 1,331 1,21 1,1 VPL = + + − 300.525 289.256 272.727 800.000VPL = + + − 62.508VPL reais= Prof. Arthur Lima Aula 09 8 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 1 2 3 4 2000 2000 2000 2000 (1 0,0564) (1 0,0564) (1 0,0564) (1 0,0564) 1894,58 1794,72 1700,13 1610,52 7000 VP VP VP = + + + + + + + = + + + = Ou seja, o valor presente dos recebimentos futuros seria 7000 reais. Portanto, o valor presente líquido do investimento seria: VPL = 7000 – 7000 = 0 Guarde isso: A taxa interna de retorno é a taxa que torna o VPL igual a zero A taxa interna de retorno iguala o valor presente das entradas com o investimento inicial (VPentradas = Investimento Inicial) O cálculo anterior nos mostra que a taxa interna de retorno do investimento é de 5,564% ao ano. O que a TIR nos diz? Simples: se temos a possibilidade de colocar o dinheiro em uma aplicação financeira que pague mais do que a TIR (5,564% ao ano), é melhor deixar o dinheiro na aplicação financeira. Caso contrário, vale a pena investir no negócio. Isto é, às vezes, mesmo quando o VPL é positivo (valor atual das entradas é maior que o das saídas), pode ser que a rentabilidade do negócio seja inferior à que seria obtida na aplicação financeira, sendo mais interessante deixar o dinheiro investido no banco. Verifique se você entendeu os assuntos acima resolvendo essas questões: FCC - ISS TERESINA - 2016) A taxa interna de retorno positiva do fluxo de caixa abaixo correspondente a determinado projeto é de 12% ao ano. O valor de X é igual a a) R$ 14.560,00. b) R$ 15.052,80. c) R$ 15.680,00. d) R$ 14.616,00. e) R$ 16.240,00. RESOLUÇÃO: Prof. Arthur Lima Aula 09 9 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Sabendo que a TIR é obtida quando a VPL é igual a zero, ou seja, o valor do desembolso é igual ao valor presente dos recebimentos, temos: VPL = VPentradas – Investimento Inicial 0 = VPentradas – Investimento Inicial Investimento Inicial = VPentradas 39.000 = 𝑋 1,12 + 2𝑋 1,122 Multiplicando toda equação por 1,12², fica: 39.000 x 1,12² = 1,12X + 2X 3,12X = 39.000 x 1,2544 3,12X = 48.921,60 X = 15,680 reais Resposta: C FGV – BANESTES – 2018) O diagrama a seguir apresenta as projeções dos fluxos de caixa líquidos de um projeto, em reais, durante dez meses. Se a Taxa Interna de Retorno (TIR) é 4% a.m., então o valor de P é: Dados: (1,04)9= 1,42 (1,04)10 = 1,48 (1,04)11= 1,54 a) R$ 1.370,00; b) R$ 1.427,00; c) R$ 1.480,00; d) R$ 1.565,00; e) R$ 1.623,00. RESOLUÇÃO: Prof. Arthur Lima Aula 09 10 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Sabemos que o valor da TIR é usado quando VPL = 0. Assim: Valor atual das entradas = Investimento Inicial Para calcular o valor atual das entradas, note que temos uma série postecipadas formada por n = 10 entradas. Sendo j = 4% a taxa de juros a ser utilizada, podemos calcular o fator de valor atual para séries uniformes an¬j: 𝑎𝑛¬𝑗 = (1 + 𝑗)t − 1 (1 + 𝑗)𝑡 x j 𝑎10¬4% = (1 + 4%)10 − 1 (1 + 4%)10 x 4% 𝑎10¬4% = (1,04)10 − 1 (1,04)10 x 0,04 𝑎10¬4% = 1,48 − 1 1,48 x 0,04 𝑎10¬4% = 0,48 0,0592 = 8,108 Assim, o valorpresente das entradas é: VPentradas = P x an¬j VPentradas = P x8,108 Como o valor presente das entradas deve ser igual ao investimento inicial (12.000 reais), temos: 12.000 = P x 8,108 P = 12.000 / 8,108 P = 1.480 reais Resposta: C Prof. Arthur Lima Aula 09 11 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 IDECAN – SEP/PR – 2014 – adaptada) Considere a série temporal dos saldos líquidos de caixa, representados por SCX e dos anos efetivamente transcorridos (n) entre o investimento (I) e fim de um projeto de investimento como: Assinale, a seguir, o valor da taxa interna que retorna esse investimento. A) 4% B) 14% C) 24% D) 34% E) 44% RESOLUÇÃO: Vamos montar o VPL do projeto: 𝑉𝑃𝐿 = 𝑉𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 − 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑉𝑃𝐿 = 3 1 + 𝑗 + 4 (1 + 𝑗)2 − 5 Se “j” for a TIR, sabemos que o VPL é igual a zero. Isto é: 0 = 3 1 + 𝑗 + 4 (1 + 𝑗)2 − 5 Podemos multiplicar todos os termos por (1+j)2, ficando com: 0 = 3x(1+j) + 4 – 5x(1+j)2 0 = 3 + 3j + 4 – 5x(1 + 2j + j2) 0 = 7 + 3j – 5 – 10j – 5j2 0 = 2 – 7j – 5j2 5j2 + 7j – 2 = 0 Veja que chegamos a uma equação de segundo grau, com a variável “j”. Sabemos que, em uma equação do tipo ax2 + bx + c = 0, as raízes são obtidas pela fórmula de Báskara: 𝑥 = −𝑏 ± √𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 Em nossa expressão, temos a = 5 (termo que multiplica j2), b = 7 (termo que multiplica j), e c = -2 (termo livre). Assim, as raízes são dadas por: Prof. Arthur Lima Aula 09 12 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 27 7 4.5.( 2) 7 89 7 9,4 2.5 10 10 j − − − − − = = = Como j é uma taxa de juros, só nos interessa o seu valor POSITIVO. Para isso, vamos usar o sinal + na fórmula acima: 7 9,4 0,24 24% 10 j − + = = = Resposta: C CESGRANRIO – PETROBRÁS – 2015) A administração financeira trata, basicamente, do conjunto de atribuições realizadas pelo administrador, com a utilização da matemática financeira, ferramenta adotada para o estudo da variação do dinheiro ao longo do tempo e que, no processo de tomada de decisão, deve fazer prevalecer o equilíbrio entre o risco envolvido nas aplicações e sua respectiva remuneração. No que se refere à rentabilidade dos investimentos, a taxa interna de retorno (TIR) é definida como a taxa a) de desconto, que deve ser obtida para manter ou elevar o preço das ações. b) de desconto, que iguala o VPL de uma oportunidade de investimento a zero. c) de retorno, que é exigida para um ativo livre de risco. d) efetiva cobrada pelo fornecedor de fundos e paga pelo tomador. e) mínima de juros, que uma proposta de investimento deverá produzir. RESOLUÇÃO: A taxa interna de retorno é a taxa que leva o VPL para o valor ZERO. Esta é a sua definição básica, que pode ser encontrada na alternativa B. Ela também representa a rentabilidade de um determinado projeto. As outras opções de resposta apresentam definições absurdas, que fogem completamente do conceito de TIR que estudamos. Resposta: B CESPE – CAGE/RS – 2018) A respeito de avaliação de investimentos, valor presente líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR), julgue os itens a seguir. I. No caso de dois projetos com o mesmo investimento inicial e o mesmo prazo, sob uma mesma taxa de desconto, o maior VPL será daquele que tiver menores recebimentos a cada período. II. Para um fluxo que consiste de um único investimento inicial na data 0 e recebimentos periódicos, com TIR igual a 5% ao período, se a taxa de desconto for de 6%, então o VPL será negativo. III. Dado um investimento inicial seguido de um fluxo de 20 recebimentos periódicos iguais, caso se amplie o prazo dos recebimentos para 25 recebimentos iguais, para que a TIR não mude, o valor de cada recebimento deverá ser menor. Prof. Arthur Lima Aula 09 13 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Assinale a opção correta. A Apenas o item I está certo. B Apenas o item II está certo. C Apenas os itens I e III estão certos. D Apenas os itens II e III estão certos. E Todos os itens estão certos RESOLUÇÃO: Vamos julgar cada afirmação. I. No caso de dois projetos com o mesmo investimento inicial e o mesmo prazo, sob uma mesma taxa de desconto, o maior VPL será daquele que tiver menores recebimentos a cada período. Sabemos que o VPL é dado pela diferença entre VPentradas e o Investimento Inicial. Assim, se ambos os projetos tem o mesmo investimento inicial, quanto MAIOR for o valor presente das entradas (recebimentos), MAIOR será o VPL. O item está ERRADO, pois o maior VPL está associado a maiores recebimentos. II. Para um fluxo que consiste de um único investimento inicial na data 0 e recebimentos periódicos, com TIR igual a 5% ao período, se a taxa de desconto for de 6%, então o VPL será negativo. Se a TIR é de 5%, isto significa que, caso utilizemos essa taxa para descontar o fluxo de caixa, o valor presente das entradas será igual ao investimento inicial (VPentradas = Investimento). Caso utilizemos uma taxa MAIOR para descontar o fluxo (por exemplo, 6%), o valor presente das entradas diminuirá e, com isso, a diferença VPentradas – Investimento será negativa. Item CORRETO. III. Dado um investimento inicial seguido de um fluxo de 20 recebimentos periódicos iguais, caso se amplie o prazo dos recebimentos para 25 recebimentos iguais, para que a TIR não mude, o valor de cada recebimento deverá ser menor. Se aumentamos o número de recebimentos, a tendência é que o valor presente das entradas aumente (VPentradas). Para que a TIR não mude, é preciso que o valor de cada novo recebimento seja menor, pois assim o valor presente das entradas não será alterado. Item CORRETO. Resposta: D Para o cálculo da TIR como aprendemos aqui, assumimos a seguinte hipótese: os valores que vamos ganhando ao longo do projeto vão sendo reaplicados automaticamente, e continuam rendendo a mesma taxa de rentabilidade do projeto. Isto é, os 2000 reais que ganhamos no primeiro ano são reaplicados (no mesmo projeto ou em outro), e continuam rendendo da mesma forma até o final do último ano da análise. Entretanto, isto normalmente NÃO É VERDADE. Quando temos um bom projeto, com uma ótima rentabilidade, normalmente os valores que vamos ganhando acabam sendo reaplicados em instrumentos financeiros ou projetos com rentabilidade inferior. A taxa interna de retorno modificada (MTIR) é um cálculo diferenciado Prof. Arthur Lima Aula 09 14 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 da taxa interna de retorno que leva em consideração justamente esse aspecto: assume-se que os ganhos provenientes do projeto serão reaplicados a uma taxa de rentabilidade inferior. Isso faz com que a MTIR fique menor que o cálculo original da TIR que aprendemos. Veja uma questão teórica sobre este assunto: CESGRANRIO – PETROBRÁS – 2015) Um profissional realizou a análise de viabilidade econômico-financeira de um projeto de investimento que apresenta fluxo de caixa inicial negativo e todos os demais fluxos de caixa, futuros, positivos. Ele encontrou os seguintes resultados: Taxa Interna de Retorno (TIR) = 25% a.a.; Taxa Interna de Retorno Modificada (MTIR) = 17% a.a. Os resultados encontrados foram diferentes, porque ele a) acertou ao considerar uma taxa de desconto igual em ambos os cálculos. b) aplicou a MTIR quando não poderia tê-lo feito. c) errou na conta efetuada, pois TIR = MTIR para esse tipo de fluxo. d) usou um custo de capital diferente em cada um dos cálculos. e) utilizou uma taxa de reinvestimento menor que a TIR. RESOLUÇÃO: Um “defeito” dametodologia de cálculo convencional da taxa interna de retorno é o fato de ela considerar que todos os recebimentos futuros serão reaplicados com a mesma rentabilidade do projeto sob análise, o que não necessariamente é verdade. Já no cálculo da MTIR, considera-se que os recebimentos futuros serão reaplicados com rentabilidade INFERIOR à do projeto. Esta é uma hipótese mais conservadora, e leva a uma taxa interna de retorno MENOR. Portanto, NÃO É ERRADO considerar a MTIR na análise de um projeto, trata-se apenas de uma abordagem mais conservadora. A MTIR ficou menor do que a TIR porque foi considerada uma taxa de reinvestimento menor, como afirma a alternativa E, que é o nosso gabarito. Resposta: E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS Quando um empreendedor / investidor se depara com a oportunidade de ingressar em um novo projeto, ele faz uma avaliação sobre a viabilidade / rentabilidade desta decisão. Ao longo da aula de hoje já vimos alguns conceitos utilizados pelos investidores, como o fluxo de caixa, o VPL, a TIR, a taxa mínima de atratividade etc. Nesta seção vamos conhecer algumas formas de análise de investimentos e sintetizar o que vimos nas seções passadas. Você deve ter em mente que normalmente o investidor: - possui mais de uma alternativa de projeto no qual ele pode ingressar; - sempre tem a possibilidade de deixar o dinheiro investido em alguma aplicação financeira “segura”, como a poupança ou títulos públicos. Prof. Arthur Lima Aula 09 15 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Método do valor presente líquido Como já vimos ao tratar sobre o VPL, se estivermos comparando dois negócios diferentes, vale a pena escolher aquele que apresente o maior VPL. Da mesma forma, se estamos olhando um projeto isoladamente, caso o VPL deste projeto seja negativo, não vale a pena investir nele. Isto porque o VPL mede a diferença, em valor presente, entre todos os recebimentos e pagamentos associados ao projeto. Assim, se o VPL é negativo, então o valor presente dos pagamentos é superior ao dos recebimentos, de modo que o projeto trará uma redução de riqueza / valor de mercado para a empresa. Por outro lado, um VPL positivo indica que o projeto trará um aumento da riqueza / valor de mercado da empresa. Assim, o VPL pode ser utilizado na decisão do investidor das seguintes formas: - entre dois projetos distintos, aquele com maior VPL é o mais interessante; - olhando um projeto isoladamente, se o seu VPL for positivo, então o negócio é viável, isto é, gera um acréscimo de riqueza. Veja essa questão: CESPE – MPU – 2015) Com relação a séries de valores, valores atual e futuro e contas a receber, julgue os itens seguintes. ( ) Caso, na análise da viabilidade de um projeto, se constate que, à medida que se aumenta a taxa de desconto mínima aceitável, diminui o valor presente líquido, a decisão favorável à realização desse projeto só se dará se houver uma diferença positiva entre o valor presente dos fluxos futuros de caixa e o valor presente do investimento. RESOLUÇÃO: Pelo método do valor presente líquido (VPL), temos que: VPL = Valor presente das entradas – Valor presente dos desembolsos Ou seja, VPL = Valor presente dos fluxos futuros – Valor presente do investimento Para a decisão ser favorável, precisamos que o VPL seja positivo, ou seja, Valor presente dos fluxos futuros – Valor presente do investimento > 0 Assim, é preciso haver uma diferença positiva entre o valor presente dos fluxos futuros de caixa e o valor presente do investimento. CORRETO. Resposta: C É preciso tomar cuidado ao utilizar o método do VPL para comparar projetos com durações diferentes. Imagine que temos que escolher entre os dois projetos a seguir: Prof. Arthur Lima Aula 09 16 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 O primeiro projeto tem duração de 2 anos, e o segundo tem duração de 3 anos. Fazendo um cálculo simples do VPL de cada projeto, à taxa de 5% ao ano, temos: VPL1 = 550 / 1,051 + 550 / 1,052 – 1000 = 22,67 reais VPL2 = 560 / 1,051 + 560 / 1,052 + 560 / 1,053 – 1500 = 25,01 reais Assim, a uma primeira vista o projeto 2 é mais atrativo, pois tem VPL maior. Mas veja que, em um período de 6 anos, podemos executar 3 vezes o projeto 1 (pois ele dura apenas 2 anos), e podemos executar apenas 2 vezes o projeto 2 (que dura 3 anos). Por isso, é mais adequado compararmos a realização sucessiva dos projetos por um mesmo período. Trata-se do MÉTODO DO MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM. Como o mínimo múltiplo comum entre 2 e 3 anos é igual a 6 anos, devemos comparar os dois projetos num horizonte de 6 anos. Veja na tabela abaixo a realização sucessiva do primeiro projeto, ao longo de 6 anos. São 3 ciclos de projeto: 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo TOTAL 0 -1000 -1000 1 550 550 2 550 -1000 -450 3 550 550 4 550 -1000 -450 5 550 550 6 550 550 Prof. Arthur Lima Aula 09 17 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 O VPL será dado por: 6 5 4 3 2 1 550 550 450 550 450 550 1000 (1 5%) (1 5%) (1 5%) (1 5%) (1 5%) (1 5%) VPL = + − + − + − + + + + + + 61,89VPL reais= Veja na tabela abaixo a realização sucessiva do segundo projeto, ao longo de 6 anos. São 2 ciclos de projeto: 1º ciclo 2º ciclo TOTAL 0 -1500 -1500 1 560 560 2 560 560 3 560 -1500 -940 4 560 560 5 560 560 6 560 560 O VPL será dado por: 6 5 4 3 2 1 560 560 560 940 560 560 1500 (1 5%) (1 5%) (1 5%) (1 5%) (1 5%) (1 5%) VPL = + + − + + − + + + + + + 46,63VPL reais= Portanto, ao longo do mesmo período (6 anos), o primeiro projeto gera um acréscimo de riqueza (VPL) de 61,89 reais, e o segundo projeto gera um acréscimo de riqueza (VPL) de 46,63 reais. Podemos dizer que o primeiro projeto é o mais atrativo, pelo método do mínimo múltiplo comum. Aproveitando que estamos falando sobre o VPL, saiba que o índice de lucratividade de um projeto é dado por: Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 1 + 𝑉𝑃𝐿 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 Por sua vez, a taxa de rentabilidade é dada por: 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑉𝑃𝐿 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 Vamos aplicar essas fórmulas: CESPE – ANATEL – 2014) Prof. Arthur Lima Aula 09 18 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 A tabela acima apresenta dados de fluxos de caixa esperados dos investimentos relativos aos projetos A, B e C. Considerando a taxa de atratividade definida para investimento igual a 5% a.a. e que 1,10 e 1,15 sejam valores aproximados para 1,052 e 1,053, respectivamente, julgue os próximos itens. ( ) A taxa de rentabilidade do projeto B é inferior à taxa de rentabilidade do projeto C. ( ) O índice de lucratividade do projeto B e superior a 1,03. RESOLUÇÃO: Vamos calcular o VPL de cada projeto: VPLA = 30/1,05 + 40/1,10 + 50/1,15 – 100 = 8,413 VPLB = 50/1,05 + 50/1,10 + 70/1,15 – 150 = 3,943 VPLC = 10/1,05 + 100/1,10 + 120/1,15 – 200 = 4,780 Agora podemos julgar os itens: ( ) A taxa de rentabilidade do projeto B é inferior à taxa de rentabilidade do projeto C. Aqui temos: Rentabilidade = VPL / Investimento Ou seja: Rentabilidade B = 3,943 / 150 = 0,0262 = 2,62% Rentabilidade C = 4,780 / 200 = 0,0239 = 2,39% Item ERRADO. ( ) O índice de lucratividade do projeto B e superior a 1,03. Aqui temos: Índice de lucratividade = 1 + VPL / investimento Índice de lucratividade = 1 + 3,943 / 150 = 1 + 0,0262 = 1,0262 Item ERRADO. Resposta: EE Prof. Arthur Lima Aula 09 19 de 96| www.direcaoconcursos.com.br RaciocínioAnalítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Método da taxa interna de retorno A TIR nos diz qual é a taxa de rentabilidade do projeto. Assim, é interessante saber como comparar a TIR com o custo de oportunidade, o custo de capital e a taxa mínima de atratividade. Vejamos como: → TIR x custo de oportunidade: Imagine que alguém te peça um dinheiro emprestado. Qual taxa você vai cobrar? Bom, o seu dinheiro está aplicado na poupança, rendendo juros de 6% ao ano. Se você tirar o dinheiro da poupança para emprestá-lo, o seu objetivo é ganhar mais do que isto, concorda? Se for para ganhar menos, é melhor deixar o dinheiro onde está. E se for para ganhar o mesmo, talvez ainda assim seja melhor deixar o dinheiro na poupança, uma vez que este investimento é mais seguro (afinal, emprestando o dinheiro a alguém você sempre corre o risco de não ser pago). Assim, para você a taxa de 6% é chamada de “custo de oportunidade”. Isto porque, ao retirar o dinheiro da poupança e colocar em outro negócio, você está “deixando de ganhar” 6% ao ano. Desta forma, é preciso que este outro negócio tenha um rendimento, que é medido pela taxa interna de retorno (TIR), superior ao custo de oportunidade. Como você observa, chamamos de “custo de oportunidade” a taxa de rendimento de um investimento seguro que você poderia efetuar. Um critério para a decisão de fazer ou não um investimento é comparar TIR e Custo de Oportunidade. Neste caso, se: - TIR > Custo de Oportunidade → vale a pena investir no negócio - TIR < Custo de Oportunidade → não vale a pena investir no negócio (é melhor deixar o dinheiro onde ele está) Observe que o cálculo do custo de oportunidade para uma empresa, ou mesmo para um investidor, pode ser bem mais complexo. Isto porque podem existir várias opções de negócio, cada uma com níveis de rentabilidade diferentes e níveis de risco diferentes. Em regra, utiliza-se como base para o custo de oportunidade o rendimento de um investimento seguro – no caso, o investimento em títulos do governo (taxa SELIC). → TIR x custo de capital: no tópico anterior estávamos preocupados em retirar um dinheiro da nossa poupança e emprestá-lo a alguém. E se não tivermos este dinheiro na poupança e, mesmo assim, alguém estiver nos solicitando um empréstimo? Pode ser que façamos o seguinte: contratamos um empréstimo junto ao banco, obtendo o dinheiro necessário, e o emprestamos ao nosso “cliente”. Quando o cliente nos pagar, pagaremos o banco. Repare que isto só vale a pena se a taxa de juros da nossa captação de recursos (empréstimo junto ao banco) for MENOR do que a taxa de juros do nosso negócio (empréstimo para o nosso “cliente”). Casos como este, onde estamos trabalhando com recursos de terceiros (do banco), chamamos de custo de capital o valor da taxa de juros que pagamos para ter acesso aos recursos necessários para efetivar nosso negócio. Isso é bem comum na vida real, pois em muitos casos as empresas precisam pegar empréstimos para financiar seus novos negócios. Este custo de capital deve ser inferior ao rendimento proporcionado pelo negócio, que é dado pela TIR. Desta forma, temos um outro critério de decisão: - se TIR > Custo de capital → compensa investir no negócio - se TIR < Custo de capital → não compensa investir no negócio Prof. Arthur Lima Aula 09 20 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 O cálculo do custo de capital também é bem complexo em se tratando de uma grande empresa. Normalmente ele é obtido através da média ponderada dos inúmeros empréstimos de curto, médio e longo prazo que a empresa contrata, além de levar em conta valores que normalmente ela paga, como dividendos e debêntures ao emitir ações e outros títulos. Mas fique tranquilo: as suas questões serão bem mais simples e diretas, como veremos. → TIR x taxa mínima de atratividade: pode ser que, em determinado projeto, a TIR seja superior ao custo de capital (ou custo de oportunidade) de determinado projeto e, ainda assim, o investidor não se interesse pela empreitada. Isto porque pode ser que a TIR seja inferior à taxa mínima de atratividade, que é aquela taxa abaixo da qual o investidor não se interessa pelo negócio, por razões de riscos, condições de mercado etc. Assim, sabendo-se qual é a taxa mínima de atratividade para um determinado investidor ou empresa, temos que: - se TIR > Taxa mínima de atratividade → vale a pena investir no negócio. - se TIR < Taxa mínima de atratividade → não vale a pena. Acionista vs. Projeto Agora que já conhecemos bem os conceitos básicos de fluxo de caixa e taxa interna de retorno, vamos trabalhar um exemplo que nos permite entender a diferença entre a ótica do PROJETO e a ótica do ACIONISTA (investidor). Suponha que você é convidado a participar de um projeto no qual é preciso ser feito um investimento inicial de 2000 reais. No final do primeiro ano espera-se um retorno líquido de 1050 reais, e no final do segundo ano 1102,50 reais. Estamos diante do seguinte fluxo de caixa: Este é o fluxo de caixa do PROJETO (e, a princípio, também é o fluxo de caixa do acionista). Sendo j a taxa de juros considerada, o VPL é dado por: Prof. Arthur Lima Aula 09 21 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 1 2 1050 1102,50 2000 (1 ) (1 ) VPL j j = + − + + A taxa interna de retorno deste PROJETO é igual a 5%, pois: 1 2 1050 1102,50 2000 0 (1 5%) (1 5%) + − = + + A princípio esta também é a taxa interna de retorno para o acionista/investidor. Agora suponha que o investidor preferiu não desembolsar os 2000 reais no início, pois isso o obrigaria a entregar todo o dinheiro que ele possuía. Ao invés disso, o investidor desembolsou apenas 1000 reais de seus recursos próprios, e os 1000 reais restantes ele obteve contratando um empréstimo bancário a ser amortizado em 2 parcelas iguais de 515 reais (taxa implícita de 2%am). Assim, na prática o ACIONISTA: - investiu 1000 reais próprios no momento inicial; - recebeu 1050 no final do primeiro mês, pagando 515 para o banco, ou seja, ficando com 535 reais; - recebeu 1102,50 no final do segundo mês, pagando 515 para o banco, e ficando com 587,50 reais. Na ótica do ACIONISTA, temos o seguinte fluxo de caixa: O VPL, na ótica do acionista, é: 1 2 535 587,50 1000 (1 ) (1 ) VPL j j = + − + + A TIR na ótica do acionista é aproximadamente 7,9%am, pois: 1 2 535 587,50 1000 (1 7,9%) (1 7,9%) VPL = + − + + Prof. Arthur Lima Aula 09 22 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Repare que a TIR do acionista foi MAIOR do que a TIR do projeto. Isto porque, além de se beneficiar com os resultados do projeto, o acionista também se beneficiou do fato de ter aplicado uma porção menor de seu capital (apenas 1000, ao invés de 2000). Assim, mesmo tendo que pagar juros ao banco que emprestou a outra metade do investimento, o retorno sobre o capital empregado foi maior. Isto faz sentido porque a taxa de juros cobrada pelo banco (2%am) era menor do que a TIR do projeto (5%). O procedimento efetuado pelo acionista é conhecido como alavancagem. Isto é, ele pegou dinheiro emprestado no banco por uma taxa (2%) para aplicá- lo num projeto que renderia uma taxa maior (5%). Projetos mutuamente exclusivos. Projetos independentes Frequentemente o investidor depara-se com mais de uma alternativa de investimento, ambas atrativas e rentáveis. Em alguns casos essas alternativas podem ser implementadas simultaneamente, porém limitações técnicas ou financeiras podem tornar impossível essa execução concomitante, “obrigando” o investidor a escolher apenas uma das alternativas: trata-se de investimentos mutuamente excludentes. Assim, emresumo temos: - investimentos independentes: aqueles cujos fluxos de caixa não se relacionam, sendo independentes entre si, de modo que a aceitação ou rejeição de um projeto não influencia na aceitação ou rejeição do outro. Ex.: adquirir títulos da dívida pública e abrir uma loja de sapatos – desde que eu possua capital suficiente para ambos. - investimentos mutuamente excludentes: aqueles projetos que competem entre si, por restrições de ordem técnica ou financeira, de modo que a aceitação de um inviabiliza a aceitação do outro. Ex.: adquirir títulos da dívida pública ou abrir uma loja de sapatos, quando não possuo capital suficiente para investir em ambos. Existe ainda uma terceira classificação, os chamados investimentos dependentes entre si. Em alguns casos, é possível efetuar dois investimentos ao mesmo tempo, mas eles não são totalmente independentes entre si: o fluxo de caixa de um deles influencia positiva ou negativamente o fluxo de caixa do outro, porém não chegando a inviabilizá-lo. Ex.: posso ser capaz de adquirir títulos da dívida pública e também abrir a loja de sapatos, porém abrindo uma loja menor e adquirindo uma menor quantidade de títulos. Neste caso, o fluxo de caixa de um investimento influenciou negativamente o outro, mas não chegou a inviabilizá-lo (o que os tornaria mutuamente excludentes). Na existência de investimentos mutuamente excludentes ou com algum grau de influência entre si, a decisão do investidor deve ser tomada utilizando algum ou alguns dos critérios que estudamos acima. Em outras palavras, ele deve buscar o investimento que: - tenha maior VPL; - apresente maior TIR. É muito frequente que um dos projetos seja escolhido por alguns dos critérios, e o outro projeto seja escolhido pelos demais critérios. Nesta situação o investidor pode lançar mão de outros critérios, como, por exemplo, a análise de risco dos projetos, que foge do escopo deste curso. Prof. Arthur Lima Aula 09 23 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Método do payback Imagine que você esteja pensando em adquirir uma franquia de loja em shopping center. Avaliando uma franquia de loja de artigos esportivos, você estima que inicialmente precisará desembolsar R$100.000,00, e que ao longo dos anos seguintes você deve ter um fluxo positivo (entradas – saídas) de R$50.000,00 por ano. Já ao avaliar uma loja de brinquedos, você estima que precisará desembolsar R$130.000,00 e que terá um fluxo positivo de R$35.000 no primeiro ano, R$40.000 no segundo e R$65.000 por ano a partir do terceiro ano. Considerando que você tenha o dinheiro necessário para adquirir apenas uma dessas lojas, em qual delas vale mais a pena investir? Um cálculo simples, que você pode fazer em um guardanapo durante uma reunião de negócios, é o seguinte: - na loja de artigos esportivos, você paga 100mil e recebe 50mil por ano. Logo, ao final de 2 anos já terá recebido os mesmos R$100.000 que investiu. Em outras palavras, o prazo de retorno do seu investimento é de 2 anos. - na loja de brinquedos, você paga 130mil, e somando as receitas dos 2 primeiros anos temos apenas R$75.000. Só ao longo do terceiro ano é que ultrapassamos os 130mil. O investimento leva mais de 2 anos para retornar. Logo, você levará mais tempo para recompor o seu capital se investir na loja de brinquedos. Em um exame simples, poderíamos responder que vale mais a pena investir na loja de artigos esportivos, pois ela apresenta um menor prazo de retorno do investimento (prazo de payback). Este é o conhecido método do payback simples. Trata-se de um método muito útil para análises rápidas / simplificadas / preliminares, mas não para verdadeiras tomadas de decisão. Isto porque este método possui várias falhas, dentre as quais destaco: - ele compara entradas e saídas de capital com meras somas/subtrações, sem levar em conta o fato de que estas entradas e saídas se dão em datas variadas, de modo que seria necessário levá-las à mesma data com o auxílio de uma taxa de juros; - ele não leva em conta todos os fluxos de recebimentos futuros. Veja que, apesar de a loja de brinquedos começar dando um retorno baixo (75 mil em dois anos, enquanto a loja de esportivos gera 100mil neste período), a partir do 3º ano a loja de brinquedos tem um fluxo positivo significativamente maior que a de esportivos (65mil por ano x 50mil por ano). Assim, talvez fosse mais interessante adquirir a loja de brinquedos, ainda que demorasse mais para recompor o capital inicialmente investido. Para corrigir a primeira falha apontada acima, há uma variação deste método que é conhecida como Payback Descontado. Neste método, a diferença é que será utilizada uma taxa de juros para trazer todos os recebimentos futuros ao valor presente. Ou seja, você deve utilizar os conceitos de fluxo de caixa vistos acima. Assim, olhando apenas a loja de artigos esportivos, sabemos que os R$50mil recebidos ao final do 1º e 2º anos representam, na verdade, menos de R$100mil em termos de valor presente. Desta forma, o prazo de payback deste investimento é, na verdade, maior do que 2 anos. O prazo calculado desta forma dirá em quanto tempo o equilíbrio financeiro da empresa foi reestruturado. Algumas empresas utilizam o método do payback (em fases preliminares da análise). Para isto, a empresa define qual é o prazo de retorno que ela considera “aceitável” para o seu tipo de negócio. Pode ser que uma empresa hipotética entenda que é aceitável ter retorno do investimento em até 5 anos. Desta forma, calcula- se o prazo de payback de um certo investimento, e, com isso, as decisões possíveis são: Prof. Arthur Lima Aula 09 24 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 - se Prazo de payback MAIOR que o definido pela empresa: rejeita-se o projeto; - se Prazo de payback MENOR que o definido pela empresa: aceita-se o projeto. Vejamos como o método do payback aparece em provas: CESGRANRIO – PETROBRÁS – 2015) O departamento financeiro de uma grande sociedade anônima está analisando os seguintes projetos de investimento: Utilizando o período de payback efetivo, o projeto que permite à companhia recuperar o investimento realizado no menor período de tempo (prazo) é o de número a) P-1 b) P-2 c) P-3 d) P-4 e) P-5 RESOLUÇÃO: Vejamos quanto foi recuperado de cada projeto após 2 anos: P-1 = 650000 + 494000 = 1.144.000 P-2 = 670000 + 402000 = 1.072.000 P-3 = 745000 + 453000 = 1.198.000 P-4 = 750000 + 444000 = 1.194.000 P-5 = 900000 + 452000 = 1.352.000 Com isso, vejamos quanto falta ser recuperado em cada projeto após 2 anos: P-1 = 1.300.000 - 1.144.000 = 156.000 P-2 = 1.350.000 - 1.072.000 = 278.000 P-3 = 1.490.000 - 1.198.000 = 292.000 P-4 = 1.500.000 - 1.194.000 = 306.000 P-5 = 1.800.000 - 1.352.000 = 448.000 Prof. Arthur Lima Aula 09 25 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Veja agora os valores que serão recuperados ao longo do 3º ano em cada projeto, e compare com quanto falta recuperar em cada um deles. Note que, para o 1º projeto, o valor que falta recuperar (156.000) é MAIS da metade do que será recuperado no 3º ano (300.000). Isto significa que será preciso de MAIS de meio ano para recuperar o restante. Este mesmo raciocínio é válido para os projetos 2, 3 e 5. Para o projeto P-4, note que o valor que falta recuperar (306.000) é MENOS da metade do que será recuperado no 3º ano (680.000), indicando que o valor total do projeto será recuperado em MENOS de meio ano. Logo, este será o primeiro projeto a se pagar, tendo o menor payback. Resposta: D VUNESP – PREF. SJC – 2012) Um projeto querequer um investimento de R$1.000,00 terá um fluxo de caixa anual de R$ 100,00. O payback descontado desse projeto será (A) negativo. (B) de dez anos. (C) inferior a dez anos. (D) superior a dez anos. (E) impossível saber sem a taxa de juros. RESOLUÇÃO: Repare que o payback simples deste investimento é de exatamente 10 anos, pois após 10 anos recebendo 100 reais teremos 10 x 100 = 1.000 reais, ou seja, o valor investido inicialmente. Ao trabalhar com o payback descontado, devemos calcular o valor atual de cada recebimento futuro de 100 reais. Isto é feito a partir de uma taxa de juros, que irá reduzir o valor de cada parcela de 100 reais. Naturalmente, será necessário um período maior para recompor os 1.000 reais investidos inicialmente. Ou seja, o payback descontado será superior a 10 anos. Resposta: D FGV – ISS/CUIABÁ – 2015) Considere o gráfico a seguir. Prof. Arthur Lima Aula 09 26 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 VPL = Valor Presente Líquido O ponto x, interseção da curva com o eixo horizontal, é denominado (A) Taxa Interna de Retorno. (B) Tempo mínimo necessário para a TIR ser nula. (C) Payback descontado. (D) Tempo mínimo necessário para o custo de oportunidade do capital ser nulo. (E) Payback bruto. RESOLUÇÃO: Lendo o gráfico da esquerda para a direita, veja que ele começa com um VPL acumulado negativo (devido ao investimento inicial), que vai crescendo com o tempo (devido aos ganhos do projeto) até tornar o VPL igual a zero. Neste momento podemos dizer que o projeto “se pagou”, ou seja, o tempo de payback é obtido em x. Estamos diante do payback descontado, pelo formato da curva (quando temos payback simples, o gráfico é uma linha reta). RESPOSTA: C FGV – ISS/CUIABÁ – 2015) Assuma um plano de investimento de uma empresa, a qual, no ano zero, deve desembolsar R$ 100 milhões. Nos anos subsequentes, espera-se um fluxo positivo e constante de R$ 50 milhões a cada ano. Se o payback descontado for igual a três anos, o custo do capital investido deve ser (A) entre 15% e 20%. (B) entre 20% e 25%. (C) inferior a 15%. (D) igual a 25%. (E) superior a 25%. RESOLUÇÃO: Sendo j o custo de capital, podemos dizer que o valor presente dos recebimentos dos três primeiros anos (50 milhões em cada) deve ser igual ao investimento inicial, para que o projeto tenha realmente um payback descontado de 3 anos. Isto é: 1 2 3 50.000.000 50.000.000 50.000.000 100.000.000 (1 ) (1 ) (1 )j j j = + + + + + 1 2 3 1 1 1 2 (1 ) (1 ) (1 )j j j = + + + + + Podemos testar valores para j que atendam a igualdade acima. Com base nas opções das alternativas de resposta, podemos testar um valor na faixa entre 15% e 20%, e outro entre 20% e 25%. Testando, por exemplo, j = 23%, temos: Prof. Arthur Lima Aula 09 27 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 1 2 3 1 1 1 (1 23%) (1 23%) (1 23%) + + = + + + 0,81 + 0,66 + 0,53 = 2,01 Note que temos aproximadamente 2, de modo o custo de capital “j” deve estar na faixa entre 20 e 25%. Note que a lógica é simples, mas os cálculos são bem trabalhosos. RESPOSTA: B CUSTO REAL E EFETIVO DE OPERAÇÕES Imagine que você vá ao banco e solicite um empréstimo de R$1000. O gerente do banco informa que é possível efetuar a operação, mas com as seguintes condições: - pagamento em duas parcelas iguais, semestrais, vencendo a primeira ao final do 1º semestre; - taxa de juros nominal de 10% a ano; - tarifa fixa de 25 reais em cada parcela. A pergunta é: qual é a taxa que exprime o verdadeiro custo desta transação? É realmente 10% ao ano? Para responder a esta pergunta, o primeiro passo é montar o fluxo de pagamentos correspondente a este empréstimo. Veja que, como as parcelas tem base semestral, então a taxa de juros nominal de 10% ao ano deve corresponder à taxa de juros efetiva j = 5% ao semestre. Chamando de P o valor de cada prestação, sabemos que o valor presente da soma das prestações, na data de contratação do empréstimo, deve ser igual a R$1000. Ou seja, Obs.: você poderia ter utilizado a fórmula da tabela price para calcular o valor da prestação. Além dos R$537,80 de cada parcela, você precisa somar mais R$25 em cada uma, correspondentes às tarifas. Assim, cada prestação terá o valor de R$562,80. Em resumo, você pegou R$1000 reais hoje e pagará 2 parcelas semestrais de R$562,80. Vejamos qual é a taxa “j” que faz com que estas 2 prestações tenham o valor presente do empréstimo, isto é, 1000 reais: Prof. Arthur Lima Aula 09 28 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Um artifício para facilitar a resolução é multiplicar todos os termos desta equação por (1 + j)2. Com isso retiramos a variável j do denominador: Veja que temos uma equação de segundo grau, onde “j” é a variável que queremos descobrir. Em uma equação do segundo grau, chamamos de “a” o número que multiplica j2, de “b” o número que multiplica “j”, e de “c” o número isolado. Neste caso, a = 1000, b = 1437,2, e c = -125,6. A fórmula de Báskara nos permite obter o valor de j: O sinal ± significa que existem dois valores possíveis para j: um deles utilizando o sinal +, e o outro obtido utilizando-se o sinal -. Substituindo os valores de a, b e c, temos: Não se preocupe com os cálculos. Obviamente, estou utilizando uma calculadora. Em sua prova os números serão menores e mais fáceis de se trabalhar manualmente. Veremos questões sobre isto ainda hoje. Continuando: Utilizando o sinal positivo, temos: Utilizando o sinal negativo, temos: Nem precisamos finalizar esta última conta. Isto porque já dá para perceber que o resultado será um número negativo, e a taxa de juros precisa ser um número positivo. Portanto, a taxa que buscamos é j = 8,26% ao semestre. A taxa de juros anual equivalente a 8,26% ao semestre é: Prof. Arthur Lima Aula 09 29 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Assim, apesar de o gerente do banco ter oferecido uma taxa de “apenas” 10% ao ano, em realidade você está pagando uma taxa de 17,2% ao ano! Infelizmente esta é a prática do mercado. Mas há algum tempo os bancos passaram a ser obrigados a informar o “Custo Efetivo Total”, conhecido pela sigla CET. Assim, em letras miúdas você certamente encontrará a informação no contrato: “CET = 17,2% ao ano”. Recapitulando, o custo efetivo total é a taxa de juros que exprime o verdadeiro custo de um financiamento. E o seu cálculo é feito desta forma: você deve escrever todo o fluxo de pagamentos das prestações (já incluindo as taxas avulsas, tarifas e qualquer outro valor envolvido), e a seguir encontrar a taxa de juros que leva a soma de valores pagos ao valor inicial do financiamento contratado. Prosseguindo, imagine que, neste período de 2 anos do financiamento, a inflação foi de 4% ao ano. Assim, o custo efetivo real (isto é, descontando o efeito da inflação) é dado por: Nesta fórmula, ctotal é o custo efetivo total do financiamento (no caso, ctotal = 17,2%), i é a taxa de inflação do período, e creal é o custo efetivo real. Portanto: Repare que o custo efetivo real do financiamento é MENOR do que o custo efetivo total. Isto porque a inflação joga a favor de quem está tomando o empréstimo. Como você está pegando o dinheiro hoje e só vai começar a devolver daqui a 1 ano, quando você devolver o dinheiro ele já estará valendo menos, devido à inflação do período. Veja que esta fórmula é análoga à relação entre as taxas de juros reais, nominais e inflação que vimos ao falar de investimentos. Veja essas questões: CESPE – BNB – 2018) Sabe-se que o custo efetivototal de um financiamento é determinado pela taxa operacional que inclui todos os encargos e despesas que incidem na operação, por exemplo, taxa de juros cobrada pela instituição, seguros, registro de contrato, entre outras. Nesse sentido, ao se compararem taxas operacionais de instituições financeiras distintas para determinada operação de financiamento, a mais vantajosa para o cliente sempre será aquela que apresenta a menor taxa de juros. RESOLUÇÃO: Veja que o correto é comparar a TAXA OPERACIONAL, isto é, o CUSTO EFETIVO TOTAL de uma instituição com o da outra. A taxa de juros é apenas um componente da taxa operacional. É possível que, ao incluir encargos e outras despesas, um banco com MAIOR taxa de juros tenha um custo efetivo total MENOR. Item ERRADO. Resposta: E Prof. Arthur Lima Aula 09 30 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 FCC – Banco do Brasil – 2006) Um empréstimo foi liquidado através de pagamentos de prestações, a uma taxa de juros positiva, corrigidas pela taxa de inflação desde a data da realização do referido empréstimo. Verificou- se que o custo efetivo da operação foi de 44% e a taxa de inflação acumulada no período foi de 25%. O custo real efetivo referente a este empréstimo foi de (A) 14,4% (B) 15,2% (C) 18,4% (D) 19% (E) 20% RESOLUÇÃO: Temos um custo efetivo total ctotal = 44%, e uma inflação de i = 25%. Logo, o custo efetivo real creal é obtido assim: 1 1 1 total real c c i + + = + 1 44% 1 1 25% realc + + = + 0,152 15,2%realc = = Resposta: B FLUXO DE CAIXA INCREMENTAL Imagine que você tenha R$50.000 para investir. Atualmente este dinheiro está em uma aplicação financeira segura, que rende 10% ao ano (portanto essa é a sua taxa mínima de atratividade – TMA). Você tem acesso aos dois projetos abaixo: Projeto A B Investimento inicial R$30.000 R$50.000 TIR 17% 15% Veja que pelo método da TIR nós escolheríamos o projeto A. Mas repare que, escolhendo o projeto A, investiremos apenas R$30.000 reais nele. Embora esta parte dos nossos recursos passe a render 17% ao ano (que é a TIR do projeto A), o que acontecerá com os R$20.000 restantes que nós temos? É bem provável que eles precisem continuar investidos na aplicação financeira, que rende “apenas” 10% ao ano. Será que esta realmente é a opção mais interessante para nós? Veja que, ao decidirmos pelo projeto B, teremos uma TIR menor (de 15% ao ano), essa rentabilidade atingirá todos os nossos R$50.000, não sobrando nada para render “apenas” 10% ao ano na aplicação Prof. Arthur Lima Aula 09 31 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 financeira. Portanto, embora a uma primeira vista a opção A seja a mais interessante, quando fazemos uma análise mais abrangente vemos que a opção B é melhor – não por ter uma TIR maior, mas por empregar uma parcela maior dos nossos recursos e ainda assim gerar uma rentabilidade satisfatória (superior à nossa TMA). Esta é a lógica básica da análise incremental. Para realizar essa análise, precisamos garantir que: ANÁLISE DE FLUXO DE CAIXA INCREMENTAL - o projeto escolhido (no caso, o projeto B) deve ter rentabilidade maior que o mínimo exigido (isto é, TIRB > TMA); - o fluxo de caixa incremental entre as duas opções disponíveis deve ter rentabilidade (TIR) maior que o mínimo exigido. Sobre este último aspecto, estou chamando de “fluxo de caixa incremental” aquele fluxo formado pelas DIFERENÇAS de valores entre os dois projetos. Como o projeto A tem investimento inicial de 30.000 e o projeto B tem investimento inicial de 50.000, ao montar o fluxo de caixa incremental B – A você deve fazer a subtração entre esses dois investimentos, e considerar que o investimento inicial é 50.000 – 30.000 = 20.000 reais. Da mesma forma, você deve realizar essa mesma subtração para cada uma das entradas de recursos futuras. Feito isto, você tem em mãos um fluxo de caixa incremental, que nada mais é que um outro fluxo de caixa a ser considerado. Como disse acima, a taxa interna de retorno deste fluxo incremental também precisa ser maior que a TMA. Vejamos algumas questões: CESGRANRIO - BASA/AM – 2015) Dois projetos de investimento W e Z são convencionais, isto é, as saídas de caixa antecedem as entradas. As taxas internas de retorno – TIR – para os projetos W e Z são, respectivamente, iguais a 10% e 12% ao ano. O projeto diferencial W-Z tem TIR igual a 8%. O projeto W é o melhor se a taxa mínima de atratividade anual for (A) maior que 8% e menor do que 12% (B) acima de 12% (C) maior que 6% e menor do que 10% (D) menor que 8% (E) maior do que 10% e menor do que 12% RESOLUÇÃO: A princípio o projeto Z é mais interessante que W, afinal ele tem uma taxa interna de retorno superior. Entretanto, vemos que a TIR do projeto diferencial W-Z é de 8%. Isto significa que o projeto W consome mais recursos (maior investimento), e essa diferença de recursos aplicada em W tem rentabilidade de 8%. Deste modo, se a taxa mínima de atratividade for inferior a esta rentabilidade (inferior a 8%), o projeto W é o mais interessante. Isto porque ele teria rentabilidade superior à taxa mínima de atratividade (10%), e os recursos adicionais empregados neste projeto (em relação ao Z) também teriam rentabilidade superior à mínima exigida. Resposta: D Prof. Arthur Lima Aula 09 32 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 CESGRANRIO – PETROBRAS – 2012) Uma empresa tem três opções de investimento, chamados de projeto A, B e C, que são mutuamente exclusivos (excludentes), com custos iniciais de 100, 200 e 300 mil reais, respectivamente, e vida útil de 5 anos. O fluxo de caixa, alguns dados complementares e a taxa interna de retorno, TIR, estão representados na tabela. Considerando-se que a taxa mínima de atratividade da empresa é de 12% ao ano, conclui-se que a) A é melhor que B, que é melhor que C. b) A é melhor que C, que é melhor que B. c) B é melhor que A, que é melhor que C. d) C é melhor que B, que é melhor que A. e) C é melhor que A, que é melhor que B. RESOLUÇÃO: Observe que a TIR dos 3 projetos é superior à taxa mínima de atratividade (12%): Note que a TIR do projeto A é a maior, em seguida vem C e posteriormente B. Se a TIR fosse o único critério de avaliação, esta seria a ordem correta. Ocorre que foram fornecidas as colunas “projeto diferencial”. Elas calculam a TIR dos fluxos de caixa incrementais (diferenças de valores) entre os projetos. Observe que a TIR da diferença entre os projetos C e A é igual a 15,9%: Prof. Arthur Lima Aula 09 33 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Isto significa que o projeto C, que é aquele que emprega o maior volume de recursos (300 mil reais), além de gerar um retorno atrativo (TIR = 17,1%, maior que a TMA de 12%), também possui fluxos de caixa incrementais (em relação à B e a A) cujas rentabilidades são superiores ao mínimo exigido. Assim, C é o melhor projeto. Em seguida vem B, que emprega o segundo maior volume de recursos, possui TIR maior que o mínimo exigido e apresenta um ganho diferencial em relação ao projeto A de 13,8% (que também é maior que a TMA). Por último temos o projeto A. RESPOSTA: D FGV – ISS NITERÓI – 2015) Uma empresa, que trabalha com taxa mínima de atratividade de 20% ao ano, estuda a viabilidade econômica de investir em um dos 3 projetos mutuamente excludentes: Projeto X: Investir R$ 60.000,00 e resgatar anualmente R$ 30.000,00 nos próximos 4 anos. Projeto Y: Investir R$ 8.000,00 e resgatar anualmente R$ 5.000,00 nos próximos 4 anos. Projeto Z: Investir R$ 30.000,00 e resgataranualmente R$ 17.000,00 nos próximos 4 anos. Considerando o quadro acima, os projetos ordenados do melhor para o pior, pelo método da Taxa Interna de Retorno – TIR, são: a) X, Y, Z; b) X, Z, Y; c) Y, Z, X; d) Y, X, Z; Prof. Arthur Lima Aula 09 34 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 e) Z, Y, X. RESOLUÇÃO: Veja que o projeto X – Y apresenta TIR = 32%, que é maior do que a TMA exigida (20%). Logo, X dá um retorno de 32% a mais do que Y. 1ª conclusão: X é melhor do que Y Analisando o projeto incremental X – Z, temos TIR = 26%, que também é maior do que 20%. Logo: 2ª conclusão: X é melhor do que Z Por fim, o projeto incremental Z – Y, tem TIR = 41%. Portanto: 3ª conclusão: Z é melhor do que Y Assim, ficamos com a ordenação: X, Z, Y Resposta: B Chega de teoria! Vamos praticar tudo o que vimos até aqui? Prof. Arthur Lima Aula 09 35 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Questões comentadas pelo professor 1. CESPE – CAGE/RS – 2018) A respeito de avaliação de investimentos, valor presente líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR), julgue os itens a seguir. I. No caso de dois projetos com o mesmo investimento inicial e o mesmo prazo, sob uma mesma taxa de desconto, o maior VPL será daquele que tiver menores recebimentos a cada período. II. Para um fluxo que consiste de um único investimento inicial na data 0 e recebimentos periódicos, com TIR igual a 5% ao período, se a taxa de desconto for de 6%, então o VPL será negativo. III. Dado um investimento inicial seguido de um fluxo de 20 recebimentos periódicos iguais, caso se amplie o prazo dos recebimentos para 25 recebimentos iguais, para que a TIR não mude, o valor de cada recebimento deverá ser menor. Assinale a opção correta. A Apenas o item I está certo. B Apenas o item II está certo. C Apenas os itens I e III estão certos. D Apenas os itens II e III estão certos. E Todos os itens estão certos RESOLUÇÃO: Vamos julgar cada afirmação. I. Se os dois investimentos têm mesmo valor inicial e taxa, o MAIOR VPL será o daquele que tiver os MAIORES recebimentos (em termos líquidos, ou seja, quando trazidos a valor presente). A primeira afirmação é ERRADA. II. CORRETO, se a taxa de desconto for superior à TIR, o VPL será negativo. III. CORRETO. Para manter a mesma TIR, se o número de recebimentos aumentar é preciso que o valor de cada recebimento diminua. Resposta: D 2. CESPE – TCE/PR – 2016) Ao estudar uma proposta de negócio com duração de dois anos, um investidor espera o cenário apresentado na tabela precedente, em que os valores estão em reais. Nessa situação, se a taxa anual de juros para desconto do fluxo for de 10% ao ano, e se o investidor desejar um fluxo equivalente ao do cenário apresentado, mas com retornos iguais nos dois anos, o valor de cada retorno será igual a Prof. Arthur Lima Aula 09 36 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 A) R$ 63.000. B) R$ 62.000. C) R$ 61.000. D) R$ 60.000. E) R$ 64.000. RESOLUÇÃO: O valor presente dos retornos futuros é dado por: VP = 55.000 / (1+10%)1 + 65.000 / (1+10%)2 VP = 55.000/1,1 + 65.000/1,21 Este valor presente deve ser igual àquele que seria obtido com dois recebimentos iguais, cada um de valor “P”. Neste caso, o cálculo seria: VP = P/1,1 + P/1,21 Igualando esses valores presentes, 55.000/1,1 + 65.500/1,21 = P/1,1 + P/1,21 Multiplicando todos os termos por 1,21, que é o mesmo que 1,1 x 1,1, ficamos com: 55.000 x 1,1 + 65.500 = P x 1,1 + P 60.500 + 65.500 = 2,1P P = 126.000 / 2,1 P = 60.000 reais Resposta: D 3. CESPE – TCE/PA – 2016) A respeito de taxa interna de retorno e valor presente líquido de um projeto, julgue os itens subsecutivos. ( ) Para um projeto que tenha tido investimento inicial de R$ 100 e pague dois fluxos de caixa no valor de R$ 75 em períodos subsequentes, a taxa interna de retorno — j — pode ser calculada resolvendo-se a equação do segundo grau: ( ) Considere que, ao avaliar um projeto, um investidor tenha encontrado dois resultados aparentemente divergentes: a taxa interna de retorno indicava que o projeto não era atrativo, e o valor presente líquido era Prof. Arthur Lima Aula 09 37 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 positivo. Nesse caso, a taxa interna de retorno deverá ser utilizada como norma dominante e, portanto, o projeto deverá ser rejeitado. ( ) Para o cálculo da taxa interna de retorno, deve-se adotar o valor presente líquido do projeto igual a zero. RESOLUÇÃO: ( ) Para um projeto que tenha tido investimento inicial de R$ 100 e pague dois fluxos de caixa no valor de R$ 75 em períodos subsequentes, a taxa interna de retorno — j — pode ser calculada resolvendo-se a equação do segundo grau: Temos um investimento em t = 0 de 100 reais, e dois recebimentos de 75 reais em t = 1 e em t = 2. Calculando o VPL: Se j for a TIR, o VPL deve ser ZERO: Chamando de x , temos: Multiplicando todos os termos por x2: 0 = 75 + 75x – 100x2 100x2 – 75x – 75 = 0 Dividindo todos os termos por 100: De fato, só é preciso resolver esta equação de segundo grau para se obter o valor da TIR. Item CERTO. ( ) Considere que, ao avaliar um projeto, um investidor tenha encontrado dois resultados aparentemente divergentes: a taxa interna de retorno indicava que o projeto não era atrativo, e o valor presente líquido era positivo. Prof. Arthur Lima Aula 09 38 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 Nesse caso, a taxa interna de retorno deverá ser utilizada como norma dominante e, portanto, o projeto deverá ser rejeitado. ERRADO. O critério do VPL tende a prevalecer em relação ao da TIR. Para você compreender melhor, suponha que você tenha 100.000 reais, e queira alocar este dinheiro em investimentos. No banco você descobriu que as aplicações financeiras pagam 1% ao mês. Fora isso, você tem dois projetos nos quais você pode investir: - comprar balinhas por 5 centavos e vender por 10 centavos no semáforo da esquina, tendo uma incrível rentabilidade de 100%; - adquirir uma loja de sapatos, com investimento inicial de 90.000 reais, projeto este que tem VPL positivo e a TIR é de “apenas” 10% ao mês. Qual é a melhor decisão? Provavelmente será o segundo projeto, pois ele permite empregar uma parcela maior do seu capital (90.000 reais) a uma boa rentabilidade mensal (10%). O primeiro projeto, embora tenha uma altíssima rentabilidade, certamente não permite empregar uma parcela significativa do seu patrimônio. Ainda que você compre 1.000 reais em balinhas, os outros 99.000 reais ficarão “parados”, e você será obrigado a aplicá-los no banco e obter apenas 1% ao mês. Portanto, o critério da TIR pode nos enganar, pois de nada adianta obter uma enorme rentabilidade sobre uma parcela muito pequena do nosso capital disponível. ( ) Para o cálculo da taxa interna de retorno, deve-se adotar o valor presente líquido do projeto igual a zero. CORRETO. Esta é a definição: a TIR é a taxa que torna o VPL igual a zero. Resposta: C E C 4. CESPE – TCE/PA – 2016) A respeito de taxa interna de retorno e valor presente líquido de um projeto, julgue o item a seguir. ( ) No caso de um investidor que necessite avaliar a viabilidade de um novo empreendimento e que considere bom negócio aquele que tem taxa mínima de atratividade de 15%, se o valor presente líquido for positivo, necessariamente a taxa de retorno será superior a 15%. RESOLUÇÃO:Se a taxa mínima de atratividade (TMA) é de 15%, isto significa que esta é a taxa de juros que o investidor vai utilizar para descontar o fluxo de caixa, obtendo o VPL do investimento. Ao descontar usando a taxa de 15%, o VPL foi positivo. Isto indica que o valor presente dos recebimentos futuros é MAIOR que o valor presente do investimento inicial. Para obter a taxa interna de retorno, é preciso zerar o VPL. Fazemos isso ELEVANDO a taxa de juros, pois isto vai reduzir o valor presente dos recebimentos futuros, até igualá-lo ao valor presente do investimento. Portanto, a TIR é necessariamente MAIOR que 15%. Item CERTO. Resposta: C Prof. Arthur Lima Aula 09 39 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 5. CESPE – TCU – 2015) Situação hipotética: A empresa Fast Brick Roboties investiu R$ 500.000,00 na fabricação de uma máquina Hadrian 105 e, com ela, obteve, um ano depois, uma receita de R$ 250.000,00. Assertiva: Nesse caso, para garantir uma rentabilidade anual de 20% sobre o capital investido, a referida empresa terá de auferir, no mínimo, uma receita igual a R$420.000,00 com a máquina ao final do segundo ano. RESOLUÇÃO: Imagine um fluxo de caixa onde temos um investimento de 500.000 reais no momento inicial (t = 0), ganho de 250.000 reais após um ano (t = 1) e de 420.000 reais após dois anos (t = 2). Para obter o valor presente líquido deste fluxo, devemos considerar uma taxa de juros (j) e trazer todos os valores para a data inicial, ficando com: VPL = Valor presente dos ganhos – Valor presente dos investimentos VPL = 420.000/(1+j)2 + 250.000/(1+j) – 500.000 Se a rentabilidade do investimento for de 20% ao ano, isto significa que a taxa interna de retorno (TIR) é j = 20%aa. Vamos assumir que isto é verdade por um momento e, com isso, calcular o valor presente líquido (VPL): VPL = 420.000/(1+20%)2 + 250.000/(1+20%) – 500.000 VPL = 420.000/1,44 + 250.000/1,20 – 500.000 VPL = 291.666,6 + 208.333,4 – 500.000 VPL = 500.000 – 500.000 VPL = 0 Veja que de fato a rentabilidade (TIR) é de 20% ao ano, pois quando utilizamos essa taxa o nosso VPL ficou igual a zero, caracterizando que essa taxa realmente torna o valor presente dos investimentos igual ao valor presente dos ganhos. Item CORRETO. Resposta: C 6. CESPE – MPU – 2015) A respeito da análise e avaliação econômica e financeira, julgue os itens a seguir. ( ) A montagem do fluxo de caixa deve levar em conta o rigor das normas internacionais, não se admitindo o registro de fluxos virtuais de caixa; portanto, recomenda-se que, na operação de desconto de duplicatas, seja considerado o recebimento do valor líquido descontado pelo banco como uma entrada classificada entre as atividades operacionais. ( ) Se, no estudo de viabilidade de determinado projeto, verificar-se que a taxa interna de retorno calculada é menor que o retorno exigido, será correto propor-se como alternativa o parcelamento do investimento inicial necessário sem prejuízo do fluxo de receitas esperado, ou, na impossibilidade do referido parcelamento, concentrar-se o fluxo de receitas, antecipando-se o seu recebimento. Prof. Arthur Lima Aula 09 40 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 ( ) No processo de tomada de decisões financeiras, devem ser priorizadas a minimização do risco e a maximização do retorno, tendo, por isso, os investidores racionais a expectativa de, simultaneamente, correrem os menores riscos e obterem o maior retorno. RESOLUÇÃO: ( ) A montagem do fluxo de caixa deve levar em conta o rigor das normas internacionais, não se admitindo o registro de fluxos virtuais de caixa; portanto, recomenda-se que, na operação de desconto de duplicatas, seja considerado o recebimento do valor líquido descontado pelo banco como uma entrada classificada entre as atividades operacionais. O valor recebido em uma operação de desconto de duplicatas passa a integrar o caixa da empresa, que de fato é classificado entre as atividades operacionais. Além disso, na demonstração de fluxo de caixa devemos registrar o valor efetivamente recebido no desconto (valor líquido), que é o que passou a integrar o nosso caixa, e não o valor nominal da duplicata. CORRETO. ( ) Se, no estudo de viabilidade de determinado projeto, verificar-se que a taxa interna de retorno calculada é menor que o retorno exigido, será correto propor-se como alternativa o parcelamento do investimento inicial necessário sem prejuízo do fluxo de receitas esperado, ou, na impossibilidade do referido parcelamento, concentrar-se o fluxo de receitas, antecipando-se o seu recebimento. Quando postergamos despesas (parcelando o investimento inicial, ao invés de concentrá-lo no início) ou antecipamos receitas, elevamos a rentabilidade do projeto, ou seja, elevamos a taxa interna de retorno do investimento. Assim, essas são possibilidades para buscarmos uma rentabilidade superior ao retorno mínimo exigido, tornando o investimento atrativo. Item CORRETO. ( ) No processo de tomada de decisões financeiras, devem ser priorizadas a minimização do risco e a maximização do retorno, tendo, por isso, os investidores racionais a expectativa de, simultaneamente, correrem os menores riscos e obterem o maior retorno. ERRADO. De fato, é saudável buscarmos minimizar os riscos e maximizar os retornos, mas é preciso ter em mente que, em regra, os maiores retornos estão naqueles investimentos de maior risco, enquanto os investimentos mais conservadores também possuem ganhos mais modestos. Assim, é preciso tentar encontrar um bom compromisso entre o nível de risco e o nível de rentabilidade esperados. Resposta: C C E 7. CESPE – MPU – 2015) Com relação a séries de valores, valores atual e futuro e contas a receber, julgue os itens seguintes. ( ) Caso, na análise da viabilidade de um projeto, se constate que, à medida que se aumenta a taxa de desconto mínima aceitável, diminui o valor presente líquido, a decisão favorável à realização desse projeto só se dará se houver uma diferença positiva entre o valor presente dos fluxos futuros de caixa e o valor presente do investimento. Prof. Arthur Lima Aula 09 41 de 96| www.direcaoconcursos.com.br Raciocínio Analítico, Mat. Financeira e Estatística p/ Auditor do TCU – 2019 RESOLUÇÃO: Pelo método do valor presente líquido (VPL), temos que: VPL = Valor presente das entradas – Valor presente dos desembolsos Ou seja, VPL = Valor presente dos fluxos futuros – Valor presente do investimento Para a decisão ser favorável, precisamos que o VPL seja positivo, ou seja, Valor presente dos fluxos futuros – Valor presente do investimento > 0 Valor presente dos fluxos futuros > Valor presente do investimento Assim, é preciso haver uma diferença positiva entre o valor presente dos fluxos futuros de caixa e o valor presente do investimento. CORRETO. Resposta: C 8. CESPE – DPF – 2014) Para adquirir um imóvel, Arnaldo deposita R$2.000,00, mensalmente, em uma conta que remunera os depósitos à taxa de juros compostos mensais i. Considerando que os depósitos sejam realizados sempre na mesma data e assumindo 1,172 como valor aproximado para 1,028, julgue os itens seguintes. ( ) Suponha que os 23 primeiros depósitos tenham sido feitos regularmente e que, no momento do 24.º depósito, Arnaldo tenha feito uma retirada, de modo que a taxa interna de retorno do fluxo de caixa dessa conta nesse período fosse de 2% ao mês. Nesse caso, considerando 1,61 como valor aproximado para 1,1723, a retirada foi superior a R$ 58.000,00. RESOLUÇÃO: Temos: VF = sn¬j x P VF = s24¬2% x 2.000 (1 ) 1n n j j s j + − = 3 3824 24 2% (1,02) 1 1,172 1(1,02) 1 1,61 1 30,5 0,02 0,02 0,02 0,02 s − −− − = = = = = VF = 30,5 x 2.000 VF =
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