Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hipotálamo - fisiologia Isabella Rayane GT 4 – Ics – 2ºp Referências: Capítulo 23 – Ângelo Machado Parte Anatômica O hipotálamo é parte do diencéfalo. Localiza-se ventralmente ao tálamo e forma o assoalho do terceiro ventrículo. Apresenta algumas formações visíveis na face inferior do cérebro: Quiasma óptico. Túber cinéreo. Infundíbulo. Corpos mamilares. É constituído fundamentalmente de substância cinzenta que se agrupa em núcleos, É dividido pelo fórnix em área lateral e medial: Lateral – contém menos corpos de neurônios e há predominância de fibras longitudinais. Medial – rica em substância cinzenta e nela localizam-se os principais núcleos do hipotálamo. Pode ser dividido por três planos frontais em: Hipotálamo supra-óptico: compreende o quiasma óptico e a área acima dele nas paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico. Hipotálamo tuberal: compreende o túber cinéreo e a área acima dele nas paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico. Hipotálamo mamilar: compreende os corpos mamilares com seus núcleos e a área acima dele nas paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico. *Área pré-óptica: deriva da porção central da vesícula telcncefálica e não pertence ao diencéfalo, mas é estruturada junto a ele e funcionalmente se liga ao hipotálamo supra- óptico. Hipotálamo - fisiologia Isabella Rayane GT 4 – Ics – 2ºp Conexões do Hipotálamo CONEXÕES COM O SISTEMA LÍMBICO Sistema límbico: regulação do comportamento emocional. a- Hipocampo: liga-se aos núcleos mamilares através do fórnix, de onde os impulsos nervosos seguem para o núcleo anterior do tálamo pelo fascículo mamilo-talâmico – circuito de Papez. A partir dos núcleos mamilares partem impulsos nervosos que chegam até à formação reticular impulsos nervosos chegam também à formação reticular do mesencéfalo pelo fascículo mamilotegmentar. b- Corpo amigdaloide: fibras originadas nos núcleos do corpo amigadaloide chegam ao hipotálamo através da estria terminal. c- Área septal - a área septal liga-se ao hipotálamo através de fibras que percorrem o feixe prosencéfalico medial. CONEXÕES COM A ÁREA PRE-FRONTAL Há a relação de emoções com o córtex pré- frontal as conexões são diretamente ou através do núcleo dorsomedial do talámo. Conexões Viscerais a- Conexões viscerais aferentes: o hipotálamo recebe informações das vísceras através do trato solitário (fibras solitário-hipotalâmicas. Esse núcleo recebe toda a sensibilidade visceral que entra no SNC pelos nervos: facial, glossofaríngeo e vago. b- Conexões viscerais eferentes: o hipotálamo controla o SNA agindo sobre os neurônios pré-ganglionares simpáticos e parassimpáticos. Conexões diretas: terminam nos núcleos da coluna eferente visceral geral do tronco encefálico ou na coluna lateral da medula (fibras hipotálamo- espinhais). Conexões indiretas: se fazem através da formação reticular. Conexões com a hipófise a- Trato hipotálamo-hipofisário: formado por fibras que originam nos magnocelulares (neurônios grandes) dos núcleos supraóptico e paraventricular e terminam na neuro- hipófíse. As fibras deste trato, que constituem os principais componentes estruturais da neuro-hipófise, são ricas em neurosecreção, transportando os hormônios vasopressina e ocitocina. b- Trato túbero-infundibular: constituído de fibras que se originam em neurônios pequenos (parvicelulares) do núcleo arqueado e em áreas vizinhas do hipotálamo tuberal e terminam na eminência mediana e na haste infundibular. Essas fibras transportam hormônios que ativam ou inibem as secreções dos hormônios da adeno- hipófise. Conexões sensoriais Outras modalidades sensoriais têm acesso ao hipotálamo por vias indiretas. Exemplo: áreas eretogênicas, como os mamilos e órgãos genitais, importantes para o fenômeno da ereção. Córtex olfatório e da retina. Retina: se fazem através do tracto retino-hipotalâmico que termina no núcleo supraquiasmático. Conexões monoaminérgicas Hipotálamo - fisiologia Isabella Rayane GT 4 – Ics – 2ºp Grupos de neurônios noradrenérgicos da formação reticular do tronco encefálico e neurônios serotoninérgicos projetam-se para o hipotálamo. FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO Controle da homeostase corporal - regulação do SNC e do sistema endócrino Controla: fome, sede e sexo. Regulação da temperatura corpórea. 1- Regulação do SNA Hipotálamo: centro supra-segmentar mais importante do SNA, exercendo esta função especialmente com o sistema límbico. Estímulos elétricos no hipotálamo geram estímulos para os sistemas parassimpático e simpático. Estimulações pelo hipotálamo anterior: ↑ do peristaltismo gastrointestinal. Contração da bexiga. ↓ do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea. Constrição da pupila. Hipotálamo anterior: sistema parassimpático Hipotálamo posterior: sistema simpático. 2- Regulação da temperatura corporal Centro da perda do calor: hipotálamo anterior. Vasodilatação periférica e sudorese, que resultam em perda de calor. Centro da conservação do calor: hipotálamo posterior. Vasodilatação periférica e sudorese, que resultam em perda de calor. Lesões nessas regiões podem gerar elevação incontrolável da temperatura (lebre central). 3- Regulação do comportamento emocional O hipotálamo + sistema límbico + área pré- frontal, tem papel importante na regulação de processos emocionais. Ex: medo, raiva, prazer. 4- Regulação do sono e da vigília A parte posterior do hipotálamo relaciona-se principalmente com a vigília, reforçando a ação do sistema ativador reticular ascendente (SARA). Recebe informações sobre a luminosidade → trato retino-hipotalâmico. 5- Regulação da ingestão de alimentos Hipotálamo lateral: centro da fome. Núcleo ventromedial: centro da saciedade. Lesões em cada região gera efeito oposto. Hormônio Leptin: controle do apetite. Secretado pelas células do tecido adiposo (adipócitos) é lançado no sangue. 6- Regulação da ingestão de água Hipotálamo lateral: centro da sede. Lesão na região: perda da vontade de beber água – desidratação. Estímulos na região: ↑ sede – animais podem morrer por excesso de ingestão de água. Há evidência de que no centro da sede existem neurônios sensíveis às variações locais de Hipotálamo - fisiologia Isabella Rayane GT 4 – Ics – 2ºp pressão osmótica, que têm importante papel na regulação do funcionamento desse centro. 7- Regulação da diurese Regulação ocorre pelo controle da ingestão de água e pela regulação da excreção de água na urina. Núcleos supra-óptico e paraventricuular sintetizam hormônio antidiurético (vasopressina) → age aumentando a reabsorção de água nos túbulos renais diminuindo a eliminação na urina. 8- Regulação do sistema endócrino Hipotálamo regula secreção de todos os hormônios da adeno-hipófise, dessa maneira controla quase todo sistema endócrino. 9- Geração e regulação de ritmos circadianos Circadiano, do latim circa (= cerca) e dies (= dia), ou seja, de aproximadamente um dia. Marcapassos ou relógios biológicos. Nos mamíferos, o principal marcapasso circadiano situa-se no núcleo supraquiasmático do hipotálamo. A destruição do núcleo supraquiasmático resulta em perda da maioria dos ritmos inclusive os de vigília-sono. Hoje, existem no SNC relógios biológicos que geram ritmos circadianos independente do núcleo supraquiasmático. Ex: nos núcleos supraópticos e arqueados, responsáveis pelos ritmos circadianos dos hormônios hipofisários. Há presença de relógios biológicos fora do SN: nos hepatócitos (enzimas glicogenólise). O núcleo supraquiasmático recebe informações sobre a luminosidade → trato retino- hipotalâmico.RELAÇÕES HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIAS 1- Relações do hipotálamo com a neuro- hipófise. Grandes neurônios neurossecretores dos núcleos supra-óptico e paraventricular sintetizam os hormônios antidiurético e ocitócico, ambos de natureza polipeptídica, além da substância Gomori-positiva - neurofisina, proteína que serve de "portadora" dos dois hormônios até a neuro-hipófise. Na neuro-hipófise as fibras do trato hipotálamo- hipofisáno terminam com relação com vasos situados em septos conjuntivos, o que permite a liberação dos hormônios na corrente sanguínea Hormônio antidiurético: age nos túbulos renais aumentando a absorção de água. Ocitocina: promove a contração da musculatura uterina das células mioepiteliais das glândulas mamárias - importante no momento do parto e na ejeção do leite. Hipotálamo - fisiologia Isabella Rayane GT 4 – Ics – 2ºp 2- Relações do hipotálamo com a adeno- hipófise. O hipotálamo regula a secreção dos hormônios da adeno-hipófise por: Conexão nervosa: neurônios neurossecretores situados no núcleo arqueado e áreas vizinhas do hipotálamo tuberal secretam substâncias ativas que descem por fluxo axoplasmático nas fibras do trato túbero-infundibular e são liberadas em capilares especiais situados na eminência mediana e na haste infundibular. Conexão vascular: feita através do sistema porta hipofisário. *sistema porta: veias interpostas entre suas redes capilares. As substâncias ativas liberadas pelo hipotálamo na primeira dessas redes, ou seja, na eminência mediana e na haste infundibular, passam através das veias do sistema porta à segunda rede capilar situada na adeno-hipólise onde atuam regulando a liberação dos hormônios pelas células adeno-hipofisárias. Adeno-hipófise: apenas um elo entre o hipotálamo e as glândulas endócrinas que ela regula.
Compartilhar