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COLAGENOSES Colagenoses: doença auto-imune em que o paciente produz anticorpos contra o tecido conjuntivo. 1. Lúpus eritematoso sistêmico (LES) 2. Esclerodermia 3. Miopatias inflamatórias idiopáticas (dermato/polimiosite) 4. Síndrome de Sjögren 5. Doença mista do tecido conjuntivo (DMTC) As colagenoses em termos clínicos são muito diferentes umas das outras – e a forma de ataque dos anticorpos é a grande responsável por essa diferenciação. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO EPIDEMIOLOGIA Mulher, jovem (15-45 anos) Raça negra CLÍNICA “ITES” e “PENIAS” em SURTOS E REMISSÕES A doença lúpica se manifesta em surtos (fase em que há maior produção de anticorpos) e remissões. O que os anticorpos fazem é basicamente a inflamação – assim, teremos inflamação (dermatite, nefrite, pleurite, pericardite, cerebrite) em surtos e remissões. Os anticorpos também podem atacar as células sanguíneas, levando as “penias”. DIAGNÓSTICO DE LÚPUS (CRITÉRIOS) Colégio Americano de Reumatologia Diagnóstico: 4 de 11 critérios PELE/ MUCOSA (1) Rash malar (em asa de borboleta) (2) Fotossensibilidade (aparecimento de novas erupções cutâneas após pouco tempo de exposição solar) (3) Lúpus discoide (classicamente evolui com uma cicatriz atrófica central) (4) Úlceras orais (são úlceras indolores) ARTICULAÇÕES (5) Artrite não erosiva de ≥ 2 articulações* SEROSAS** (6) Pleurite OU pericardite HEMATOLÓGICO** (7) Anemia hemolítica com reticulocitose Leucopenia (<4.000) Linfopenia (<1.500) Plaquetopenia (<100.000) RENAL** (8) Proteinúria > 500mg/dia (ou ≥3+) OU cilindros celulares NEUROLÓGICO** (9) Convulsão OU Psicose IMUNOLÓGICO1** (10) Anti-DNAdh/anti-Sm/antifosfolipídio IMUNOLÓGICO2 (11) FAN positivo (*) Se deforma: artropatia de Jaccoud (ocorre por frouxidão ligamentar). É possível o realinhamento manual da articulação. (**) Esses critérios são contados apenas uma vez – ex.: mesmo que o paciente tenha pleurite e pericardite ao mesmo tempo, ela ganhará apenas 1 critério – critério de serosas. Obs.: A anemia mais comum do LES é a anemia de doença crônica (porém, ela não entra como critério para diagnóstico de LES). Obs2: O ac antifosfolipídio pode interferir no VDRL, tornando o VDRL positivo na ausência de sífilis – assim, o VDRL falso-positivo (VDRL em baixos títulos, FTA-ABS negativo) é uma forma indireta de se encontrar o ac antifosfolipídio. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A GRAVIDADE DA DOENÇA Lúpus brando: restrito a pele/mucosa; articulações e serosas. Nesses casos não é necessária a imunossupressão; é possível a utilização de corticoides tópicos (para lesões de pele e mucosas), antimaláricos (para queixas articulações), corticoides sistêmicos em dose anti-inflamatória (para as serosites). Obs.: o lúpus discoide às vezes é tratado com talidomida. Lúpus moderado: quando atinge células sanguíneas. Nesses casos a terapêutica é imunossupressora – corticoide sistêmico em dose imunossupressora. Lúpus grave: quando tem manifestações renais/ neurológicas. Neste caso também é necessária imunossupressão. SÍNDROME LÚPUS-LIKE (FARMACO-INDUZIDO) Remédio induz no organismo alterações que são semelhantes ao lúpus. A síndrome lúpus-like se expressa como um lúpus brando (acomete pele/mucosas; articulações e serosas). Principais drogas (mnemônico: PHD) P = Procainamida (maior risco) H = Hidralazina (mais comum) D = Difenilhidantoína (fenitoína) Mnemônico para critérios de LES F Fotossensibilidade A Anticorpos N Neurológico D Discoide A Aftas (úlceras orais) R Renal A Artrite S Serosas H Hematológico NOVIDADE – CRITÉRIOS SLICC 4 de 17 critérios - sendo obrigatório: 1 imunológico OU Biópsia com nefrite lúpica + (FAN ou anti-DNAdh) ARTICULAÇÃO Artrite ou rigidez matinal das articulações HEMATOLÓGICOS Desmembrou critérios hematológicos em 3 (anemia hemolítica/ leuco-linfopenia/ plaquetopenia) IMUNOLÓGICOS Desmembrou critérios imunológicos em 6 e adicionou: Queda do complemento Coombs direto LES x AVC isquêmico Como o LES pode facilitar a ocorrência de um AVC isquêmico: (1) Vasculite cerebral lúpica (redução de fluxo sanguíneo para o parênquima cerebral) (2) Embolia – endocardite de Libman-Sacks (mitral espessada pela inflamação fragmentos imunológicos da valva se soltam êmbolos imunes se soltam, podendo impactar na vasculatura cerebral) (3) Trombose – síndrome do anticorpo antifosfolipídio SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPÍDIO (SAF) A SAF pode ser primária ou secundária. A SAF secundária mais comum é a relacionada ao LES. SAF acs contra fosfolipídios de membrana de células endoteliais lesão do vaso trombose – venosa, arterial. Em gestantes pode ocorrer trombose de vasos útero-placentários abortamento (SAF é causa de abortos de repetição) DIAGNÓSTICO: 1 critério clínico + 1 critério laboratorial Clínico: Trombose (arterial ou venosa) Morbidade gestacional: (1) 3 ou mais abortos < 10 semanas* (2) Aborto > 10 semanas* (3) Prematuridade ≤ 34 semanas** (*) desde que excluídas causas genéticas e maternas (ex.: sinéquias intrauterinas). (**) desde que em decorrência de insuficiência útero-placentária (pré-eclâmpsia, eclampsia, crescimento intra-uterino restrito). Laboratorial: Anticardiolipina IgM/IgG (>p99) Anti beta-2-glicoproteína I IgM/IgG (>p99) Anticoagulante lúpico Obs.: o teste alterado deve ser repetido em 6-12 semanas. TRATAMENTO: ASSINTOMÁTICOS COM ANTICORPO POSITIVO: AAS dose baixa (100mg/dia) – dose de antiagregação – controverso, pois nesses casos o paciente não fecha critérios para SAF SINTOMÁTICOS (TROMBOSE): anticoagulação GESTANTE + PERDA FETAL PRÉVIA: AAS em dose baixa (em dose de antiagregação) + heparina profilática NEFRITE LÚPICA Mais comum e mais grave: classe IV (nefrite difusa) Manifestação com síndrome nefrótica: classe V (nefrite membranosa) Síndrome nefrótica mais suscetível a eventos trombóticos ex.: trombose de veia renal (forte dor lombar, piora da função renal, hematúria) O anticorpo anti-DNAdh é o que mais se associa à ocorrência de nefrite – e essa agressão geralmente consome as proteínas do sistema complemento – a única exceção a essa regra laboratorial é a nefrite lúpica classe V LES E OS AUTO-ANTICORPOS Anti-nucleares: FAN (indica que no organismo do indivíduo existe pelo menos 1 anticorpo antinuclear – assim, deve-se fazer um painel para descobrir qual ou quais foram responsáveis pela positivação do exame – ver abaixo os principais) Anti-citoplasmáticos: ANTI-P (associado à psicose lúpica) Anti-membrana: ANTI-HEMÁCIA (anemia hemolítica), ANTI- LINFÓCITO (leucopenia/linfopenia), ANTI-PLAQUETA (plaquetopenia), ANTIFOSFOLIPÍDIO (SAF), ANTINEURÔNIO (convulsão) ANTINUCLEARES – FAN (1) Anti-DNAdh: mais associado à nefrite lúpica/ é o segundo mais específico para LES (2) Anti-histona: associado ao lúpus farmacoinduzido (Síndrome Lupus Like) (3) Anti-ENA: Anti-Sm: mais específico para LES Anti-RNP: doença mista do tecido conjuntivo Anti-Ro (anti-SSA): associa-se a ocorrência de lúpus neonatal (maior facilidade para atravessar a barreira útero-placentária lesões do tecido elétrico de condução cardíaco – BAVT); é um dos dois anticorpos da síndrome de Sjögren Anti-La (anti-SSB): associado à uma proteção contra a nefrite lúpica; é outro anticorpo associado à síndrome de Sjögren ESCLERODERMIA EPIDEMIOLOGIA Mulheres de meia idade (35-55 anos) FISIOPATOLOGIA O ataque é insistente, permanente e ininterrupto – com necrose e consequente FIBROSE do tecido conjuntivo. Fibrose é processo de cicatrização. Teoria vascular (teoria mais aceita): o ataque imune permanente sobre o tecido conjuntivo VASOCONSTRIÇÃO PERMANENTE (vasoespasmo mantido) redução da perfusão lesão tecidual necrose e fibrose do tecido Principais lesões PELE, ESÔFAGO, RIM e PULMÃO ESCLERODERMIA - FORMASExiste uma forma de esclerodermia que atinge somente a pele = ESCLERODERMIA LOCALIZADA. Existem também as FORMAS SISTÊMICAS (que acometem os órgãos internos). ESCLERODERMIA – FORMAS SISTÊMICAS* CUTÂNEA DIFUSA: CUTÂNEA LIMITADA: VISCERAL (<5%) (*) Esses nomes dizem respeito à forma como a pele é envolvida. Na cutânea difusa, a pele pode ser acometida em qualquer território. Na cutânea limitada, a lesão de pele é restrita a localizações mais distais / periféricas. E, na forma visceral, a pele não é acometida. MANIFESTAÇÕES ESCLERODACTILIA: fibrose dos dedos das mãos (isso ocorre ao longo de anos) – no início, o que se percebe é a perda do ‘enrugamento’ da pele sobre as articulações interfalangianas; com o tempo, a fibrose/ retração pode evoluir com a chamada “mão em garra”. Podem ocorrer também úlceras nas pontas dos dedos, o que induz a reabsorção da falange distal (em outras palavras, temos um encurtamento dos dedos) FÁSCIES DA ESCLERODERMIA: afinamento do nariz (pela retração da pele); os dentes ficam à mostra, e, a retração da pele é tão importante a ponto de não permitir a abertura da boca - microstomia CALCINOSE: calcificação do subcutâneo – às vezes é tão grave que pode ser vista a olho nu TELANGIECTASIAS: dilatações vasculares (ex.: em mucosa labial - vários vasos sofreram vasoconstrição os vasos remanescentes sofreriam uma vasodilatação compensatória) FENÔMENO DE RAYNAUD: vasoconstrição – Raynaud clássico é descrito como uma vasoconstrição transitória com alteração trifásica dos dedos das mãos. Com frequência temos alguns fatores que induzem a ocorrência dessa vasoconstrição, como frio, tabagismo. ANTI-TOPOISOMERASE I (ANTI-SCL70) ANTI-RNA POLIMERASE III ANTI-CENTRÔMERO MÃO EM GARRA/ ÚLCERAS/ ENCURTAMENTO DOS DEDOS MICROSTOMIA, AFINAMENTO DO NARIZ 1. PALIDEZ 2. CIANOSE 3. RUBOR Obs.: existe o fenômeno de Raynaud secundário a algumas doenças (sendo que o mais comum é o secundário à esclerodermia), bem como pode ser primário – neste caso é chamado de Doença de Raynaud LESÕES DE ÓRGÃOS INTERNOS – ESÔFAGO REFLUXO/ DISFAGIA DE CONDUÇÃO Disfunção de musculatura lisa do esôfago (esfíncter esofágico inferior): refluxo/ disfunção da musculatura lisa do corpo do esôfago: disfagia de condução. Quando ocorre na forma cutânea limitada, está associada a outras manifestações, na chamada de SÍNDROME CREST C CALCINOSE R RAYNAUD E ESOFAGOPATIA S ESCLERODACTILIA T TELANGIECTASIA Obs.: na forma cutânea difusa também ocorre acometimento do esôfago, porém, nessa forma o acometimento esofágico não ocorre em conjunto com essas outras manifestações citadas acima. LESÕES DE ÓRGÃOS INTERNOS – RIM CRISE RENAL DA ESCLERODERMIA (FORMA CUTÂNEA DIFUSA) PA, oligúria, anemia hemolítica microangiopática, plaquetopenia Tratamento: IECA Crise renal da esclerodermia (tipicamente manifesta-se na forma cutânea difusa) – ocorre uma vasoconstrição difusa de toda a vasculatura renal (redução da perfusão renal ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona hipertensão; vasoconstrição difusa insuficiência renal oligúrica; anemia hemolítica microangiopática) LESÕES DE ÓRGÃOS INTERNOS – PULMÃO (1) ALVEOLITE COM FIBROSE (forma cutânea difusa)* É hoje a principal causa de morte (2) HIPERTENSÃO PULMONAR (forma cutânea limitada) (*) Neste caso, devemos intervir na fase de alveolite (TC: imagem em vidro fosco) – tratamento com imunossupressores, pois uma vez que o processo tenha evoluído com fibrose, não há qualquer terapêutica que possa reverter o processo. DIAGNÓSTICO CLÍNICA + ANTICORPOS + CAPILAROSCOPIA DO LEITO UNGUEAL TRATAMENTO Depende da complicação (Raynaud, rim, esôfago, alveolite, HAP,..) RESUMINDO DIFUSA RIM/ TOPOISOMERASE 1/ ALVEOLITE LIMITADA CREST/ ANTICENTRÔMERO/ HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR VASCULITES Vasculites primárias Existe um processo imunológico que ataca o vaso, desencadeando um processo de inflamação (pode ser por leucócitos que atacam vasos, por anticorpos que atacam vasos, imunocomplexos depositando-se nos vasos). Esse processo imune no entanto, é idiopático. Vasculites primárias Lesão: processo imune gerando inflamação QUADRO CLÍNICO Sintomas constitucionais Relacionados aos vasos acometidos CLASSIFICAÇÃO DAS VASCULITES Predomínio Exemplos Quadro clínico GRANDES VASOS Arterite de Takayasu Arterite temporal Redução do lúmen vascular redução do fluxo claudicação, pulso, sopro MÉDIOS VASOS Poliarterite nodosa (PAN) Doença de Kawasaki Livedo/ nódulos subcutâneos/ mononeurite múltipla/ microaneurisma PEQUENOS VASOS Poliangeíte microscópica Churg-Strauss Wegener Crioglobulinemia Henoch-Schönlein Calibre pequeno e parede delgada na inflamação, temos um aumento ainda maior da permeabilidade hemácias extravasam e se acumulam ao redor do vaso púrpura palpável, hemorragia alveolar/ glomerulonefrite, uveíte VARIÁVEL Behçet Buerger Variavél (Obs.: a grande causa de mononeurite múltipla é o diabetes; porém, quando falamos de vasculites, trata-se de uma manifestação de médios vasos). Sempre que o paciente tiver ao mesmo tempo, lesão de pulmão com sangramento (hemoptise) e lesão glomerular Síndrome PULMÃO-RIM existem vasculites que podem ser responsáveis pela síndrome pulmão-rim: POLIANGEÍTE MICROSCÓPICA e WEGENER Obs.: vasculites predominam em homens, com exceção das de grande calibre, que predominam em mulheres. DIAGNÓSTICO - LABORATÓRIO VHS e PCR Anemia normo-normo (anemia de doença crônica) Leucocitose plaquetas ANCA* (*) Existe um ac em vasculite que é especialmente importante, pois se associa à ocorrência de 3 vasculites. ANCA = anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo. Diante de um ANCA positivo imunofluorescência (aponta onde existem acs “grudados” seja em uma célula ou em um tecido) para saber qual o padrão de ANCA; os principais padrões são: C- ANCA (padrão citoplasmático) e P-ANCA (padrão perinuclear). O ANCA tem uma predileção muito forte por glomérulos, assim, devemos lembrar uma associação com lesão glomerular C-ANCA P-ANCA Lembrar: ASSOCIAÇÃO COM LESÃO GLOMERULAR Granulomatose de Wegener Poliangeíte microscópica Churg-Strauss DIAGNÓSTICO – CONFIRMAÇÃO BIÓPSIA (vaso ou da estrutura por ele irrigada) ANGIOGRAFIA (em casos de vasos de grande calibre nos quais a biópsia não é possível). Vasculites de grandes vasos Vasculites de grandes vasos TAKAYASU TEMPORAL* IDADE MULHERES JOVENS MULHERES IDOSAS ARTÉRIA SUBCLÁVIA, CARÓTIDA E RENAL *Caract: acometimento é mais intenso do lado esquerdo TEMPORAL CLAUDICAÇÃO MEMBROS SUPERIORES MANDÍBULA LESÃO GRAVE HAS RENOVASCULAR (por estenose de aa. renais) CEGUEIRA (pelo acometimento do ramo oftálmico da a. temporal) DETALHE COARCTAÇÃO REVERSA (coarctação de aorta: redução de fluxo para mmii/ coarctação reversa: redução de fluxo para os mmss) CEFALEIA VHS (>100) FEBRE INDETERMINADA DIAGNÓSTICO AORTOGRAFIA BIÓPSIA TRATAMENTO CORTICOIDE REVASCULARIZAÇÃO (avaliar necessidade) CORTICOIDE (resposta dramática!) (*) Arterite temporal = arterite de células gigantes Vasculites de médios vasos POLIARTERITE NODOSA (PAN) Epidemiologia: homem de meia idade ------------------------------------------------------------------------------------- Patogênese: Idiopática Secundária ao vírus B da hepatite (HBsAg/HBeAg) = quando a PAN é secundária ao vírus B, isso geralmente ocorre na fase de replicação viral Obs.: todos os pacientes que abrem caso de PAN = devem ser investigadas para infecção pelo vírus B ------------------------------------------------------------------------------- Quadro clínico: Mononeurite múltipla (vasa nervorum) Insuficiência renal e HAS renovascular (a PAN pode acometer a vasculaturarenal -> com mais frequência atingindo ramos proximais da artéria renal; porém, geralmente não se espera comprometimento glomerular) Sintomas gastrointestinais (angina mesentérica) Dor testicular Lesão cutânea (livedo, nódulo, úlcera) ------------------------------------------------------------------------------- Diagnóstico: Biópsia (nervo, pele, testículo) -> onde houver manifestação Angiografia -> em caso de ramos de artéria mesentérica/ ramos iniciais de artéria renal (vasos nobres que não permitem sua biópsia) PAN POUPA PULMÃO/ PAN POUPA GLOMÉRULO Obs.: a PAN é o protótipo das vasculites de médio calibre. Um algo a mais ... CRIOGLOBULINEMIA Pode ser secundária à: HEPATITE C CONSOME COMPLEMENTO Clínica: PÚRPURA PALPÁVEL, Raynaud, artralgia,.. DOENÇA DE KAWASAKI Epidemiologia: meninos 1-5 anos ------------------------------------------------------------------------------ Critérios diagnósticos: 5 dos 6 (1) Febre por mais de 5 dias (2) Congestão ocular (3) Alteração oral (4) Linfadenopatia cervical (5) Exantema polimorfo (6) Alteração de extremidades (edema indurado de mãos e pés que evolui com descamação) ------------------------------------------------------------------------------- Complicação: ANEURISMA DE CORONÁRIA ------------------------------------------------------------------------------- Tratamento: os primeiros dez dias de Kawasaki são os de mais intensa inflamação – e onde a intervenção é mais importante – até o 10º. dia deve ser feita uma dose de IMUNOGLOBULINA IV, e durante os 10 primeiros dias é feito também AAS em doses altas – em doses anti-inflamatórias. Passados os dez dias iniciais, mantém-se o AAS em dose baixa - em dose de antiagregação plaquetária (até a normalização da contagem plaquetária ou, caso a criança tenha desenvolvido aneurisma de coronária, mantém-se o AAS para sempre). Mnemônico: M Mucosite E Exantema L Linfonodomegalia E Edema de mãos e pés C Congestão ocular A Aumento de temperatura (febre >5 dias) Síndrome Pulmão-Rim HEMOPTISE + GLOMERULNEFRITE 1. Granulomatose de Wegener 2. Poliangeíte microscópica 3. Síndrome de Goodpasture 4. Leptospirose 5. Lúpus GRANULOMATOSE DE WEGENER Quadro clínico: Vias aéreas superiores (sinusite, rinite, deformidade,..) Pulmão (hemoptise, nódulos) Rim (glomerulonefrite – pode ocorrer: GNRP) Olho (pseudotumor de órbita) Sorologia: C- ANCA Diagnóstico: Biópsia Tratamento: corticoide em dose imunossupressora + ciclofosfamida (se o doente já abre o quadro de Wegener em uma forma extremamente grave: pulsoterapia; em caso de GNRP: plasmaferese -> quem lesa o glomérulo é o ANCA, assim, a ideia é retirar da circulação os anticorpos que lesam diretamente os glomérulos). POLIANGEÍTE MICROSCÓPICA POLIANGEÍTE MICROSCÓPICA = PAN + SÍNDROME PULMÃO-RIM SOROLOGIA: P-ANCA EPIDEMIOLOGIA: HOMENS DE MEIA IDADE Lembrar: PULMÃO-RIM QUE TAMBÉM ACOMETE NARIZ ! SÍNDROME DE GOODPASTURE SÍNDROME PULMÃO-RIM + PADRÃO LINEAR NA IMUNOFLUORESCÊNCIA (acs anti-membrana basal) TRATAMENTO: plasmaferese (elimina os anticorpos circulantes)/ prednisona + ciclofosfamida (impede nova produção de anticorpos) SÍNDROME DE CHURG STRAUSS Quadro clínico: (1) Asma “tardia” – fase prodrômica (2) Eosinofilia – fase eosinofilia (infiltrado pulmonar migratório -> diagnóstico diferencial com parasitoses) (3) Fase vasculítica (pele, nervo, pulmão) ----------------------------------------------------------------------------- Sorologia: P-ANCA Obs.: ANCA – associado à lesão glomerular -> em Churg Straus, caso fosse biopsiado o rim, teríamos lesão glomerular, porém a lesão é muito branda, clinicamente insignificante (não expressando uma disfunção renal). ----------------------------------------------------------------------------- Diagnóstico: biópsia (geralmente pulmonar) VASCULITE COM ASMA Um algo a mais ... PÚRPURA DE HENOCH-SCHÖNLEIN Menino 3-20 anos Infecção de via aérea superior (ex.: resfriado comum) produção de IgA por conta da IVAS IgA deposita-se em pequenos vasos sanguíneos Quadro clínico: PÚRPURA PALPÁVEL (em membros inferiores e nádegas- por questões gravitacionais) HEMATÚRIA (lembra Berger – existe uma tese de que a púrpura de Henoch-Schönlein é a forma sistêmica de Berger) DOR ABDOMINAL ARTRALGIA PLAQUETAS NORMAIS OU ELEVADAS (importante para diagnóstico diferencial com PTI) DOENÇA DE BUERGER (TROMBOANGEÍTE OBLITERANTE) Epidemiologia: homens, 35 anos, tabagista (é o tabagismo que faz a carga genética se expressar) -------------------------------------------------------------------------------- Acomete de forma intensa e disseminada vasos de médio e de pequeno calibre – induzindo isquemia e necrose de extremidades -------------------------------------------------------------------------------- Como diferenciar de doença aterosclerótica: Idade (Buerger – homens jovens/ doença aterosclerótica – idosos) Vasos proximais poupados (a doença de Buerger acomete preferencialmente vasos de médio e de pequeno calibre/ na doença aterosclerótica temos comprometimento por exemplo, de carótida – não há territórios poupados) TABAGISMO COM ISQUEMIA E NECROSE DE EXTREMIDADES DOENÇA DE BEHÇET Epidemiologia: 20-35 anos (sem predileção por sexo) -------------------------------------------------------------------------------- Quadro clínico: ACNE ÚLCERAS ORAIS e GENITAIS LESÃO OCULAR - HIPÓPIO (pus estéril na câmara anterior do olho) PATERGIA (hiper-reatividade cutânea – pápula eritematosa de pelo menos 2 mm em 48h) ANEURISMA DE ARTÉRIA PULMONAR -------------------------------------------------------------------------------------------------- Sorologia: ASCA (em fases mais tardias) ANTICORPOS Nefrite lúpica Anti-DNAdh Lúpus fármaco-induzido Anti-histona LES neonatal Anti-Ro Lúpus cutâneo subagudo Anti-Ro Lúpus FAN-negativo Anti-Ro Psicose lúpica Anti-P Síndrome CREST Anti-Centrômero Esclerodermia cutânea difusa Antitopoisomarase I Síndrome de Sjögren Anti-Ro/ Anti-La Doença mista do tecido conjuntivo Anti-RNP Granulomatose de Wegener C-ANCA Síndrome de Churg Strauss P-ANCA Poliangeíte microscópica P-ANCA
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