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Febre - aspectos gerais

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Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
1 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
FISIOPATOLOGIA 
O que define a febre? A febre ocorre pela ação de 
fatores pirogênicos sobre o centro termorregulador 
do hipotálamo, elevando o limiar térmico e 
desencadeado respostas metabólicas de produção e 
conservação de calor (tremores, vasoconstrição 
periférica, aumento do metabolismo basal). Essa ação 
pode se dar por basicamente duas vias: a via humoral 
1 e a via humoral 2. 
• Fatores Pirogênicos: Exógenos X Endógenos 
Microorganismos X Citocinas 
Principais os pirogênios exógenos: microorganismos 
intactos, produtos microbianos, complexos imunes, 
antígenos não-microbianos, drogas e outras agentes 
farmacológicos. 
Principais pirogênios endógenos: IL-1 e IL-6, o TNF e o 
IFN e, mais recentemente descritos, a IL-8 e o MIP-1. 
Quando a temperatura ultrapassa o novo limiar, são 
desencadeados mecanismos de dissipação de calor 
(vasodilatação periférica, sudorese e perspiração) que 
tendem a reduzi-lá novamente. Desta forma, na 
resposta febril a termorregulação é preservada, ainda 
que em nível mais elevado, mantendo-se inclusive o 
ciclo circadiano fisiológico (temperatura máxima entre 
16 e 20hrs, mínima entre 4 e 6hrs). 
VIA HUMORAL 1 
Consiste na ativação dos receptores TLR-4 na barreira 
hematoencefálica pelos fatores exógenos. 
Estes pirogênios exógenos estimulam os leucócitos a 
liberar pirogênios endógenos como a IL-1 e o TNF que 
aumentam as enzimas (ciclo-oxigenases) responsáveis 
pela conversão de ácido araquidônico em 
prostaglandina. 
No hipotálamo, a prostaglandina (principalmente a 
prostaglandina E2) promove a ativação de receptores 
do núcleo pré-optico, levando ao aumento do ponto 
de ajuste hipotalâmico. 
VIA HUMORAL 2 
Pode ser direta ou indireta. 
• Via direta 
As citocinas atuam diretamente no núcleo pré-
óptico, aumentando o ponto de ajuste 
hipotalâmico. 
• Via indireta 
As citocinas irão ativar os receptores TLR-4 na 
barreira hematoencefálica, desencadeado toda a 
sequência descrita na via humoral 1. 
VARIAÇÕES DA TEMPERATURA CORPORAL 
Os prefixos – hipo, normo e hiper – já facilitam a 
compreensão do termo. 
HIPOTERMIA 
Temperatura corporal abaixo da faixa de normalidade 
(inferior à 35° C). Habitualmente associada à longa 
permanência em lugar frio, exposição prolongada à 
chuva, ao vento, à neve ou imersão em água fria. 
NORMOTERMIA 
Temperatura interna normal do corpo, que está entre 
36,5 °C e 37,5 °C; e pode sofrer variações de acordo 
com alguns fatores biológicos e físicos, tais como: 
• Fatores biológicos: Ritmo circadiano; idade o 
sexo, a realização de atividades físicas e a 
ovulação podem influir na temperatura corporal 
• Fatores físicos: via de mensuração; momento do 
dia em que é medida; meio ambiente onde a 
pessoa se encontra; 
Febre – aspectos gerais 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
2 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
HIPERTERMIA 
HIPERTERMIA ≠ FEBRE → A elevação da temperatura 
não necessariamente significa febre. 
Aumento não controlado da temperatura, o que 
excede a capacidade do organismo de perder calor. 
Diferente dos quadros de febre, não há mudança do 
ponto de ajuste no centro termorregulador do 
hipotálamo, bem como não há ação de pirogênios. 
• As causas mais frequentes são: 
Insolação, indução por fármacos e outras 
substâncias psicoativas de uso não terapêutico, 
síndrome neuroléptica maligna, síndrome 
serotoninérgica, hipertermia maligna, 
endocrinopatias (tireotoxicose, 
feocromocitoma), lesão do SNC – 
hemorragia cerebral, estado de mal 
epiléptico, lesão do hipotálamo. 
O quadro de hipertermia pode ser fatal e 
tem como característica não responder a 
antipiréticos. 
FEBRE 
Temperatura > 37,5 °C. 
Aumento da temperatura decorrente de 
uma resposta imunológica a um pirogênio 
exógeno ou endógeno. Explicada 
anteriormente de forma mais detalhada. 
HIPERPIREXIA 
Temperatura acima de 41,1°C ocorre nas infecções 
graves e, principalmente, nas hemorragias do SNC. 
As complicações associadas à elevação excessiva da 
temperatura relacionam-se a resposta inflamatória 
sistêmica, coagulação intravascular disseminada, 
disfunção do SNC (manifestada em delírio, coma e 
convulsões). Além disso, podem ocorrer rabdomiólise 
e insuficiências respiratória, hepática e renal. 
INÍCIO, FREQUÊNCIA E DURAÇÃO DA FEBRE 
O início da febre pode ser abrupto ou gradativo, 
depende da etiologia. Esse aspecto deve ser verificado 
obrigatoriamente na anamnese. O surgimento de 
febre em decorrência de infecções bacterianas ou 
virais depende do tempo de incubação de cada agente 
etiológico. O vírus da gripe, por exemplo, tem um 
tempo de incubação de 1 a 3 dias do surgimento de 
sinais/sintomas, entre eles a febre. 
Os antecedentes de encontros com pessoas com 
afecções transmissíveis são relevantes, para tal 
diagnóstico etiológico. 
A febre não é um sinal específico e não ocorre em 
todos os pacientes. 
A frequência desse sinal também muda muito, e varia 
conforme a etiologia. Pode seguir diversos padrões, 
como: 
A febre aguda, a mais comum, geralmente é causada 
por infecções autolimitadas que desaparecem em 
alguns dias ou até em uma semana e, por isso, não 
necessita de intervenção médica. 
Casos em que há maior duração desse sinal, ou 
recorrência depois de um intervalo de apirexia, 
sugerem infecções mais graves ou outras doenças, e 
devem ser avaliados pelo médico. 
SINTOMAS ASSOCIADOS 
• “Sintomas, manifestações clássicas” do quadro 
febril: 
Desconforto; MEG – mal estado geral; cefaleia; 
sudorese; calafrios; rubor facial; taquicardia*; 
mialgia; irritabilidade; inapetência. 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
3 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
• Em alguns casos podem existir outros sintomas, 
que divergem do quadro normal. Exemplos: 
Sintomas respiratórios: tosse; espirro; dispnéia → 
podemos suspeitar da COVID-19. 
Sintomas gastrintestinais: diarréia, náusea, 
vômito → suspeita de intoxicação gastrintestinal e 
COVID-19 (pode possuir manifestações 
respiratórias, na maioria dos casos, mas também 
gastrintestinais). 
*A febre pode ser acompanhada por bradicardia, 
pulso mais lentificado. A associação paradoxal 
entre bradicardia e febre configura o Sinal de 
Faget, que está presente na febre amarela. 
É muito importante observar toda a conjuntura dos 
sintomas e suas características, pois isso auxiliará no 
diagnóstico etiológico. 
GRAVIDADE E SITAUAÇÕES DE ALERTA 
Gravidade se relaciona a: temperatura ambiente, 
idade do paciente, existência de intercorrências 
clínicas, infecções graves, reações autoimunes, 
desidratação, inflamações no SNC e distúrbios 
metabólicos. 
Alta temperatura corporal pode causar danos à 
função intelectual → convulsões; desorientação; 
delírio. Especialmente em pessoas que tenham 
demência, aterosclerose cerebral ou alcoolismo. 
• Situações de alerta: 
Queixa de febre > 3 dias; recorrência frequente de 
episódios (período > 6 meses) 
Sinais e sintomas de infecções que não são 
autolimitadas; 
Suspeita de hipertermia (elevação da temperatura 
que não responda a antipiréticos); 
Pacientes com sinais/sintomas sugestivos de 
Dengue, Chikungunya ou Zica; 
Crianças 3-36 meses; não imunizadas ou 
subimunizadas; ≥ 39°C; 
< 6 meses de idade, com temperatura retal ≥38ºC 
ou equivalente; 
Pacientes com > 6 meses de idade, com 
temperatura retal ≥40ºC ou 
equivalente; 
Grávidas com febre persistente; 
Mulheres no puerpério; 
Entre outras condições. 
❖ Pacientes com os seguintes sinais/sintomas: 
Exantema; 
Alterações na respiração: dispneia e taquipneia; 
Dor de cabeça ou dor intensa no pescoço; 
Convulsões ou confusão mental; 
Vômitos ou diarreia; 
Dor intensa na barriga, nas costas; 
Qualquer outro sinal/sintoma atípico e 
preocupante 
ASSOCIAÇÕES DA FEBRE 
Febre pós-medicação e febre pós-vacinação. 
• Induzidapor medicamentos: 
Geralmente se desenvolve entre 7 e 10 dias do 
início do tratamento. Entretanto também pode 
ocorrer no início da terapia e costuma cessar de 
24 a 72 horas com a retirada do medicamento. 
Exemplos de tais medicamentos: antiparasitários 
(albendazol), antibióticos (ciprofloxacino, 
penicilina g benzatina), etc. 
• Febre associada a vacinas: 
Varia; mas geralmente ocorre em até 24 horas 
após sua administração. 
É um efeito bem comum. 
Exemplo atual: a vacina contra a COVID-19 da 
Oxford/AstraZeneca/FioCruz tem causado febre 
em diversos pacientes. 
AFERIÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL 
A febre é inicialmente suspeitada pelo toque em 
alguma parte do corpo. Normalmente, o toque é feito 
na fronte e, na existência de febre, há uma sensação 
de calor. Apesar de essa prática ser comum e 
identificar um possível quadro de febre em curso, ela 
não é precisa para se definir a temperatura interna. 
A forma mais exata para a mensuração da 
temperatura corporal consiste na utilização de um 
termômetro, na escolha das vias de mensuração mais 
adequadas, de acordo com as particularidades do 
paciente, do tipo de aparelho disponível e o emprego 
da técnica correta. Deve-se considerar a idade e a 
preferência do indivíduo quanto à via de mensuração, 
bem como a precisão do termômetro. 
Os termômetros de coluna de mercúrio e os digitais 
são, provavelmente, os acessórios mais utilizados e 
têm acurácias comparáveis. Contudo, o termômetro 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
4 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
com mercúrio foi proibido pela Anvisa (a partir de 
2019) por conta do risco de contaminação, 
intoxicação ao manusear o aparelho. 
As medições feitas pelos aparelhos 
digitais têm menos influências da 
manipulação do acessório, portanto, são 
mais adequadas para uso não 
profissional. 
Recentes inovações incluem 
termômetro digital com sensor 
infravermelho, termômetro digital (do 
tipo chupeta) e adesivos. 
Não há consenso na literatura quanto aos itens: 
termômetro ideal; valores de temperaturas por vias 
de mensuração e melhor lugar para medida da 
temperatura. 
Cada tipo de termômetro possui peculiaridades, 
vantagens e desvantagens. 
CARACTERÍSTICAS DO TERMÔMETRO IDEAL 
• Indica a temperatura central de modo mais exato 
em todas as idades; 
• É conveniente, fácil e confortável de ser usado 
pelo paciente e pelo profissional sem provocar 
constrangimentos na maioria das vezes; 
• Indica rapidamente o resultado; 
• Não traz riscos de infecção cruzada; 
• Não sofre influência da temperatura ambiente; 
• É seguro; 
• Tem a melhor relação entre o custo e a 
efetividade. 
Segundo a Food and Drug Administration (fda), todos 
os termômetros aprovados para uso têm certa 
precisão e acurácia se usados corretamente. Portanto, 
executar e informar ao paciente sobre a técnica 
correta de cada aparelho é importante para garantir 
uma mensuração com resultados mais próximos 
possíveis da temperatura corporal interna. 
VIAS DE MEDIDA DA TEMPERATURA 
A temperatura pode ser medida em diversos lugares - 
reto, axila, boca, têmpora e canal auditivo. 
Os valores referenciais para a temperatura também 
variam de acordo com a vida de mensuração. 
Apesar de a medida da temperatura por via retal ser 
considerada a de referência, existem alguns entraves 
como o risco de quebra do termômetro, desconforto 
e inconveniência. 
A via de mensuração mais usada é a axilar e, embora 
seja mais fácil de medir (em comparação com 
registros orais ou retais), é uma estimativa menos 
precisa da temperatura interna corporal e tem forte 
influência de fatores do meio ambiente. Apesar disso, 
a medida da temperatura axilar é recomendada em 
neonatos por causa do risco de perfuração do 
intestino com o termômetro utilizado por via retal. 
As temperaturas axilar e retal não são idênticas. A 
via axilar apresenta menos possibilidade de 
contaminação, uma vez que o aparelho não tem 
contato com fluidos biológicos, à exceção do suor. A 
precisão da medida da temperatura depende também 
da aplicação das técnicas com atenção. 
❖ No curso de um estado de febre, a 
temperatura sempre deve ser medida com o 
mesmo aparelho e no mesmo lugar, a fim de 
permitir a comparação de resultados no 
decorrer do tempo. 
A precisão da medida de temperatura por via oral 
situa-se entre a da axilar e a retal. Sugere-se que a 
precisão aumenta principalmente pelo cumprimento e 
pela capacidade de usar a técnica adequada. É 
importante saber que a via oral tem influência da 
ingestão recente de alimentos ou bebidas frias e 
quentes, do uso de cigarro, da posição do termômetro 
e da respiração. Por isso, a utilização dessa técnica 
necessita de atenção e instruções corretas ao 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
5 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
paciente. Crianças não seguram facilmente o 
termômetro na boca, o que também afeta a medida 
por essa via. 
A mensuração, por proximidade da membrana 
timpânica, detecta a radiação térmica emitida pela via 
auricular, que é proporcional à temperatura da 
membrana. Pode haver variedade nas medições em 
razão da estrutura do canal auditivo e da posição 
do sensor. Uma revisão sistemática com meta-
análise comparou a mensuração timpânica com 
a mensuração retal e concluiu que a primeira 
não pode ser usada com confiança em situações 
em que a temperatura corporal tem que ser 
medida com precisão. A medida feita pela via 
auricular tem influência da quantidade de 
cerume. Revisões sistemáticas concluíram que a 
termometria da membrana timpânica não 
equivale aos métodos estabelecidos de medição 
da temperatura interna. Uma revisão sistemática com 
meta-análise reforçou que a medida pela via 
timpânica apresenta pouca capacidade de repetição e 
tende a apresentar resultados falso-negativos. O 
estudo reforça que a medida na região temporal 
poderia substituir os termômetros timpânicos, com a 
ressalva de que ambos os métodos são imprecisos 
quando comparados com a medida por via retal. 
A temperatura também pode ser medida com o 
termômetro de sensor infravermelho sem contato, 
que é apontado para a testa e movido lentamente 
para a região da têmpora. Esse método, 
relativamente novo, é mais preciso do que a medida 
timpânica e mais bem tolerado que a mensuração por 
via retal. 
TRATAMENTO 
Farmacológico X Não-farmacológico 
Sempre orientar o paciente corretamente e de forma 
cuidadosa, aplicando com atenção as técnicas de 
aferição da temperatura e tratamento. 
• Não-farmacológico: 
Compressas frias; banho frio; mantas/ cobertas 
(técnica paradoxal. será explanada 
posteriormente). 
FARMACOLÓGICO 
Fármacos com efeito antipirético (antitérmico) → 
Ibuprofeno, Paracetamol, Ácido Acetilsalicílico (AAS, 
Aspirina), Dipirona, Naproxeno Sódico. 
Obs.: informações diretas e resumidas. Para 
complementação, indico a leitura do Guia utilizado 
como referência ou um livro de Farmacologia. *As 
posologias listadas aqui são para adultos. 
IBUPROFENO 
• Comprimidos ou cápsulas moles: 200 a 400 mg, de 
4/4h ou 6/6h; 
• Suspensão oral gotas (100 mg/mL): 20 a 40 gotas, 
de 4/4h ou 6/6h; 
*Versão bastante utilizada na Pediatria. 
Curiosidade: muitas crianças acabam 
desenvolvendo uma alergia tardia. 
• Dose máxima: 2.400 mg/dia 
PARACETAMOL (ACETAMINOFENO) 
• Comprimido, comprimido revestido, comprimido 
efervescente, pó para solução oral: 500 a 1000 
mg, de 4/4 h ou 6/6 h; 
• Solução oral gotas (200 mg/mL): 38 a 75 gotas6, 
de 4/4h ou 6/6h; 
• Dose máxima: 4000 mg/dia 
É o fármaco de escolha para pacientes hipertensos. 
Para eles, deve-se evitar AINE´s, pois estes estão 
relacionados à elevação dos níveis pressóricos, 
mesmo em pacientes com PA controlada pelo uso de 
anti-hipertensivos. Estudos indicam que, em pacientes 
moderadamente hipertensos, esses fármacos podem 
aumentar a pressão arterial média em 5 mm/Hg.O uso de AINEs no alívio de febre em hipertensos, 
quando inevitável, deve ser iniciado nas menores 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
6 Trio Help Med – Ana Luísa Uzêda 
doses terapêuticas e somente pelo tempo mínimo 
necessário. 
Lembrando: o paracetamol é analgésico e 
antipirético, porém possui pouca ação anti-
inflamatória. Por isso, algumas literaturas não o 
consideram como antiinflamatório não esteroidal 
(AINE). 
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS, ASPIRINA) 
• 500 mg de 4/4h ou 6/6h, conforme necessário; 
• Dose máxima: 4000 mg/dia. 
Contraindicação: Pacientes que vivem em áreas 
endêmicas de dengue ou que tenham outros 
problemas infectantes → possibilidade de 
sangramento, por conta do seu mecanismo de ação 
DIPIRONA 
• Comprimido, comprimido efervescente: 500 mg a 
1000 mg, no máximo, de 6/6 h (4x dia); 
• Solução oral de 500 mg/mL: 20 a 40 gotas, no 
máximo, de 6/6 h (4x dia); 
• Solução oral 50 mg/mL: 10 a 20 mL, no máximo, 
de 6/6 h (4x dia); 
• Supositório: 1 supositório, no máximo, de 6/6 h 
(4x dia); 
NAPROXENO SÓDICO 
• Comprimido: 275 mg, a cada 24 horas ou 12/12 
horas, conforme necessário, ou 550 mg, a cada 24 
horas; 
• Dose máxima diária: 550 mg 
ALGUNS MITOS SOBRE A FEBRE 
❖ Para alívio da febre: utilizar “suador” → 
antipirético e cobrir completamente o paciente 
✓ Não é recomendado! Técnica paradoxal. Tal 
técnica estaria resfriando o corpo por conta do 
suor, mas também elevaria a temperatura 
corporal por causa dessa barreira física. 
❖ "Toda febre é consequência de uma infecção 
bacteriana". 
✓ Falso! A maioria é autolimitada e causada por 
vírus. 
❖ Apenas o tratamento antipirético é necessário. 
❖ "Apenas métodos como banho morno e 
esponjas/panos embebidos em água morna não 
funcionam para tratar a febre“. 
✓ Funcionam, mas deve-se evitar o uso isolado 
deles. 
✓ Métodos não farmacológicos são adjuvantes 
(auxiliares) do tratamento farmacológico. 
❖ Encarar a febre como doença em si própria, de 
pronto atendimento 
✓ Isso privilegia o uso de fármacos, sem valorizar as 
outras medidas 
✓ Deve-se ter o cuidado de não esquecer de 
observar os sintomas associados ao quadro febril, 
estabelecer o diagnósticos e tratar tal condição. 
✓ A febre é um sintoma inespecífico e não uma 
doença de fato. 
 
❖ A Dipirona é mais eficaz que os outros 
antitérmicos (opinião muito difundida na 
Pediatria) 
✓ A Dipirona não é um fármaco de escolha 
✓ Grau D de recomendação 
✓ Pouco indicada e utilizada 
 
❖ Paracetamol, em doses terapêuticas, associa-
se a lesões hepáticas, especialmente em 
pacientes hepatopatas e alcoolistas 
✓ Seguro em doses terapêuticas 
✓ A hepatotoxicidade relacionada apresenta 
considerável variação individual de risco 
✓ O consumo de álcool aumenta a 
suscetibilidade de tais lesões, mas isso é raro 
nas doses terapêuticas 
REFERÊNCIAS 
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Guia de prática 
clínica – sinais e sintomas não específicos – febre. Brasília: 
Conselho Federal de Farmácia (CFF), 2018. 
HALL, John E. Guyton & Hall - Tratado de Fisiologia Médica. 
13 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 
WANNMACHER, Lenita; FERREIRA, Maria Beatriz Cardoso. 
Febre: mitos que determinam condutas. Uso racional de 
medicamentos: temas selecionados. Vol. 1, Nº9, Brasília, 
Agosto de 2004.

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