Buscar

Introdução à Cosmetologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Cosmetologia Aplicada à Estética I 
 
Camila Panzetti Alonso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 01 
Introdução à Cosmetologia.................................... 
 
Aula 02 
Componentes básicos de cosméticos.................. 
 
Aula 03 
Higienização ......................................................... 
 
Aula 04 
Tonificação ............................................................ 
 
Aula 05 
Hidratação ............................................................. 
 
Aula 06 
Máscaras ............................................................. 
 
Aula 07 
Esfoliação ........................................................ 
 
Aula 08 
Fotoproteção .................................................... 
 
Referências ..................................................................................... 
 
 
 
 
 
 
 
S
u
m
á
ri
o
 
AULA 01 
 
Introdução à Cosmetologia 
 
Olá! 
 
Nesta primeira aula iremos aprender alguns conceitos iniciais que serão utilizados no 
estudo da Cosmetologia. 
Você já parou para ler aquelas letrinhas que estão no verso dos rótulos de 
cosméticos? Por que são escritas daquela maneira? 
E o que é um produto cosmético? E os dermocosméticos, são diferentes? 
Esta e outras indagações serão esclarecidas no decorrer desta aula. 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
 
• Conhecer alguns termos importantes. 
• Compreender a legislação cosmética. 
• Conhecer a nomenclatura cosmética. 
 
Para melhor compreensão, a aula foi dividida em seções de estudo: 
 
Seção 1 – Termos importantes utilizados em Cosmetologia. 
 
 Seção 2 – Legislação cosmética. 
 
Seção 3 – Nomenclatura de produtos cosméticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os cosméticos são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, 
de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas lábios, 
órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo 
exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores 
corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado (ANVISA, 2006). 
 
A definição de cosméticos no Brasil é ampla, e as substâncias que fazem parte 
desses produtos têm como proposta atuar na pele e cabelos, exercendo diversas funções, 
que vão desde a higienização até o retardamento do envelhecimento. 
A Cosmetologia moderna avançou em pesquisas e, atualmente, podemos contar 
com produtos que são verdadeiros agentes de tratamento, que são capazes de modificar 
a estrutura e atividade da pele, os chamados cosmecêuticos. Apesar da importância 
deste termo, a legislação do Brasil considera todas as substâncias como cosméticas. 
 
SEÇÃO 1 – Termos importantes utilizados em 
Cosmetologia: 
 
Alguns conceitos são importantes para nosso estudo, entre eles: 
 
• ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. É o órgão regulamentador, vinculado 
ao Ministério da Saúde. Responsável pela elaboração de Leis, Normas, Regulamentos, 
Resoluções, que vão regulamentar a atividade magistral, produção de cosméticos, 
indústria de medicamentos, alimentos, entre outros. 
• Matéria prima ou princípio ativo (ativos): substância ativa ou inativa que se emprega 
na fabricação de medicamentos e demais produtos. 
• Veículos ou bases cosméticas: é o componente de maior parte do produto, onde são 
incorporados os ativos. São os géis, a água, o xampu base, as emulsões, etc. 
• Cosméticos: são definidos como um produto para uso externo, destinado à proteção ou 
embelezamento de diversas partes do corpo. Pode ser usado por meses ou anos (é 
incorporado aos costumes do usuário) sem interagir com as funções principais da pele, 
sem irritar, nem sensibilizar. 
• Medicamentos de uso tópico: são produtos utilizados em concentração terapêutica com 
a finalidade de tratar uma doença, sendo aplicado na pele ou couro cabeludo. São 
produtos vendidos exclusivamente em farmácias ou drogarias. Em sua composição 
encontramos antibacterianos, corticóides, antiparasitários, entre outros. Estes produtos 
podem ser de prescrição médica ou de venda livre (sem prescrição). Como exemplo, 
podemos citar a ureia, um hidratante vendido em farmácias, sem necessidade de 
prescrição médica. 
• Cosmecêuticos: termo criado na década de 60 para designar uma nova categoria de 
produtos de uso tópico, que se encontram entre os cosméticos e os medicamentos, com 
uma ação diferenciada, capaz de modificar a estrutura da pele. Este termo é bastante 
comum, no entanto, não existe em nossa legislação nenhuma definição para ele, assim 
como nos EUA o FDA também não reconhece esta palavra. 
• Dermocosméticos: é um termo utilizado para produtos cosméticos contendo substâncias 
cosmecêuticas, ou para produtos com maior valor de mercador e que fazem parte de 
cosméticos também prescritos por médicos, apesar de não necessitarem de prescrição. 
Este termo também não pertence à legislação brasileira. 
 
SEÇÃO 2 – Legislação cosmética 
 
Os cosméticos são definidos como uma substância ou preparação que entra em 
contato com as partes externas do corpo com a função de limpar, proteger, além de 
mudar a aparência da pele. 
A ANVISA estabeleceu a definição para produtos de higiene pessoal, cosméticos e 
perfumes na Resolução RDC n°211. Segundo esta Resolução, estes produtos: 
 “Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, são preparações 
constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do 
corpo humano, pele, sistema capilar, unhas lábios, órgãos genitais externos, dentes e 
membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, 
perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou 
mantê-los em bom estado”. (BRASIL, 2005). 
De acordo com sua classe, os produtos cosméticos são classificados como: 
• Produtos de Higiene Pessoal 
• Perfumes 
• Cosméticos 
• Produtos Infantis 
Além dessa classificação, a ANVISA cria normas específicas para todo o setor de 
cosméticos. Estas normas são conhecidas como Resoluções de Diretoria Colegiada (as 
RDC) ou as Portarias, sendo as mais importantes: 
• RDC 48/06: lista as substâncias proibidas em formulações cosméticas como: 
lidocaína, peróxido de benzoíla, ácido retinóico, entre outras. 
• RDC 47/06: relação de filtros solares permitidas em formulações cosméticas. 
• RDC 215/05: traz a lista de produtos que podem estar presentes em cosméticos, 
porém cuja concentração deve estar limitada. Por exemplo, o ácido salicílico para acne 
não deve ultrapassar 2%, enquanto para caspa não deve ultrapassar 3%. 
• Portaria 485/04: institui a Câmara Técnica de Cosméticos (CATEC), que presta 
consultoria e assessoramento, além de emitir parecer técnico para os produtos de 
higiene pessoal, cosméticos e perfumes. 
 
RDC 211, de 14 de julho de 2005. 
 
Entre as RDC, a mais importante é a RDC 211/05, cujos itens mais importantes são: 
• Definição de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. 
• Classificação dos produtos em Grau 1 e 2. 
• Lista dos produtos de Grau 1 e Grau 2 (cópia abaixo). 
• Define Rotulagem obrigatória: que é aquela que todo produto deve apresentar: 
nome, marca do produto, número do lote, data de validade, conteúdo, descrição 
dos componentes da formulação, etc. 
• Define Rotulagem Específica: informações extras, importantes para o uso correto 
do produto. Por exemplo, os produtos para alisar e ondular os cabelos deve conter, 
além da rotulagem obrigatória: “não aplicar se o couro cabeludo estiver irritado ou 
lesionado”, “manter fora do alcance das crianças”. 
Os critérios para a classificação dos produtos em Graus 1 e 2 foram definidos em 
função da finalidade de uso do produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e 
cuidados aserem observados, quando de sua utilização. De acordo com essa 
classificação, temos: 
• Grau 1 - Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes cuja formulação se caracteriza por possuírem propriedades 
básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não 
requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições 
de uso, devido às características intrínsecas do produto. 
• Grau 2 - Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes cuja formulação possui indicações específicas, cujas 
características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como 
informações e cuidados, modo e restrições de uso. 
Desta maneira, os produtos cosméticos considerados Grau I são: 
 
• Água de colônia ou perfumada ou aromatizador de ambientes. 
• Condicionador, creme rinse. 
• Creme, loção, gel esfoliante por abrasão (esfoliantes físicos). 
• Depilatórios mecânicos (ceras). 
• Desodorante (exceto com ação antitranspirante). 
• Enxaguatórios bucais. 
• Esmalte. 
• Hidratantes. 
• Maquiagem sem FPS. 
• Tônicos faciais (exceto para pele acneica). 
• E muitos outros 
 
Para exemplificar produtos de Grau II, citamos: 
• Alisamentos capilares 
• Antitranspirantes 
• Bronzeador 
• Esfoliantes químicos (peelings) 
• Maquiagem com FPS 
• Produtos anticaspa 
• Produtos antiqueda 
• Produtos infantis 
• Produtos para acne 
• Produtos para área dos olhos 
• Produtos para manchas 
• Protetores solares 
• Tinturas capilares 
• E muitos outros 
Registro de cosméticos 
 
Os produtos cosméticos comercializados no Brasil devem ser regularizados na 
ANVISA, ou por meio de registro ou por notificação. O número do registro ou notificação 
fica no verso dos produtos, após os dados do fabricante. 
Os produtos classificados como Grau 1 devem ser notificados eletronicamente para 
a ANVISA, com a data prevista para inicio de sua comercialização no Brasil. Já os 
produtos de grau 2 só podem ser comercializados após registro na ANVISA, e precisa 
apresentar os resultados das avaliações de segurança e/ou eficácia. 
Como saber se um produto está registrado? 
É possível consultar os produtos cosméticos regularizados por meio do link 
http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/banco.htm, estando de posse do nome correto do 
produto, código de barras (para produto notificado) e número de registro (quando for o 
caso). 
O número do registro normalmente vem precedido das siglas MS, ou ANVS, ou 
ANVISA podendo possuir de 9 a 13 dígitos. Os notificados trazem a informação “Res. 
ANVS 343/05”. 
 Analise a imagem abaixo e classifique o produto como Grau I ou II: 
 
Fonte: Google imagens. Disponível em: iasmimigueis.wordpress.com 
 
 
 
http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/banco.htm
SEÇÃO 3 – Nomenclatura de produtos cosméticos 
 
 
INCI é a sigla para “INTERNACIONAL NOMENCLATURE OF COSMETIC 
INGREDIENTS”. Em português seria, Nomenclatura Internacional de Ingredientes 
Cosméticos. O INCI é um sistema internacional de codificação da nomenclatura de 
ingredientes cosméticos, reconhecido e adotado mundialmente, criado com a finalidade 
de padronizar os ingredientes na rotulagem dos produtos cosméticos (SOUZA, 2012). 
 
O INCI é adotado mundialmente e foi criado com a finalidade de padronizar os 
ingredientes cosméticos. São mais de 9 mil ingredientes usados nas formulações 
cosméticas e cada ingrediente pode ser descrito de diferentes maneiras. Com a INCI a 
identificação fica padronizada em nível mundial! 
Como exemplo, temos o formol: 
• Nomes químicos: metanal, formaldeído, aldeído fórmico, metil aldeído, 
oximetileno, oxometano, formalina 
• Nomes comerciais: Karsan, Ivalon, Fanoform, Lysoform 
• INCI: FORMALDEHYDE 
 
O INCI também é regulado no Brasil pela RDC Nº 211/05 Anexo III item 1 (Anvisa) e 
Anexo IV-B-14 e C-13 (rótulo). A nomenclatura em INCI normalmente está localizada no 
rótulo da parte de trás do produto. 
A classificação dos ingredientes cosméticos pelo INCI é importante para haver maior 
agilidade, precisão, clareza na identificação dos ingredientes, onde não há confusão com 
sinônimos e diferentes sistemas de nomenclatura, e facilitam o trabalho de localização de 
informações e de orientação para consumidores, profissionais de saúde e de vigilância 
sanitária (SOUZA, 2012). 
Vejam esse produto cosmético fabricado na Espanha. Seus ingredientes 
estão em INCI. Podemos verificar que o produto contém óxido de zinco (zinc oxide), 
Calendula (Calendula officinalis), água (aqua), Babosa (Aloe barbadensis), entre outros. 
 
Fonte: Google imagens. Disponível em: http://patriciomasajeyestetica.blogspot.com.br/ 
 
SUGESTÕES DE LEITURAS, SITES E FILMES 
 
 LEITURAS: 
 
Apostila teórica de Cosmetologia, Hebert Cristian de Souza. Disponível em: 
http://docslide.com.br/documents/apostila-teorica-cosmetologia-2011-02.html 
 SITES 
 
ANVISA. Consulta de produtos cosméticos. Disponível em: 
http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/banco.htm 
 
ANVISA. Resolução RDC 211/05. Disponível em: 
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/dfa9b6804aee482bb7a1bfa337abae9d/Resol
u%C3%A7%C3%A3o+RDC+n%C2%BA+211,+de+14+de+julho+de+2005.pdf?MOD=AJP
ERES 
 
 FILMES 
 
O que são cosméticos? Thay Química. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=bHTvV2dm34s 
 
http://docslide.com.br/documents/apostila-teorica-cosmetologia-2011-02.html
http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/banco.htm
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/dfa9b6804aee482bb7a1bfa337abae9d/Resolu%C3%A7%C3%A3o+RDC+n%C2%BA+211,+de+14+de+julho+de+2005.pdf?MOD=AJPERES
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/dfa9b6804aee482bb7a1bfa337abae9d/Resolu%C3%A7%C3%A3o+RDC+n%C2%BA+211,+de+14+de+julho+de+2005.pdf?MOD=AJPERES
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/dfa9b6804aee482bb7a1bfa337abae9d/Resolu%C3%A7%C3%A3o+RDC+n%C2%BA+211,+de+14+de+julho+de+2005.pdf?MOD=AJPERES
https://www.youtube.com/watch?v=bHTvV2dm34s
AULA 02 
 
Componentes básicos de cosméticos 
 
Olá! 
 
Nesta aula iremos estudar os veículos (ou bases cosméticas) e os seus principais 
componentes. 
Você já pensou quantas substâncias são necessárias para produzir um único produto 
cosmético? E qual a função delas na formulação? 
São estes conceitos que iremos abordar nesta aula, incluindo os tipos de veículos 
mais utilizados em produtos cosméticos. 
 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
 
• Identificar as substâncias comumente presentes em cosméticos. 
• Classificar os ingredientes cosméticos de acordo com sua função na formulação. 
• Reconhecer os diferentes tipos de veículos. 
 
Para melhor compreensão, a aula foi dividida em seções de estudo: 
 
 
 
Seção 1 – Tipos de veículos cosméticos. 
 
 Seção 2 – Composição básica de um cosmético. 
 
 Seção 3 – Critérios de qualidade de produtos cosméticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os produtos cosméticos são produzidos com inúmeras substâncias químicas, 
também chamadas de matérias-primas, que exercem funções específicas dentro do 
produto. A composição básica de uma fórmula é: 
• Princípio ativo: ou somente ativos, são os responsáveis pela ação do produto. Por 
exemplo, o ácido glicólico é um esfoliante químico utilizado em peelings. Ele é o 
ativo da formulação, podendo estar sozinho ou associado com outros. 
• Adjuvantes farmacotécnicos: substâncias cuja função é estabilizar a fórmula em 
nível químico, físico ou biológico. Podemos utilizar como exemplo os conservantes 
microbiológicos, os antioxidantes, tensoativos, entre outros. 
• Veículo: parte da fórmula na qual são misturados os princípios ativos. Podem ser: 
água, álcool, mistura hidroalcoólica, óleo, glicerina, loções base, cremes base, gel 
base, entre outros. 
 
SEÇÃO 1 – Tipos de veículos cosméticos 
 
 
 
Veículos, também chamados de bases cosméticas ou excipientes,correspondem à 
maior parte da formulação e têm a função de receber os outros componentes, isto é, nele 
são incorporadas as substâncias ativas (SOUZA, 2004). 
A escolha adequada do veículo é de fundamental importância para a estabilidade e 
absorção dos ativos e, consequentemente, para a eficácia do produto final. Quando se 
olha para um produto cosmético é possível notar sua cor, seu cheiro, sua textura, 
viscosidade, consistência. Estas propriedades são dadas pelos componentes do veículo 
cosmético. 
Além do mais, o veículo também serve para melhorar a aparência do produto final 
ou melhorar a sensação do produto quando aplicado na pele. A sensação agradável 
promovida pelo uso do cosmético é fundamental para a aceitação da fórmula e é o que 
definimos como sensorial do produto, sendo fator decisivo para compra do produto, bem 
como para melhorar a aceitação do produto pelo consumidor e garantir que faça o uso do 
produto todos os dias. Os principais veículos cosméticos são: 
• Géis 
• Soluções aquosas e hidroalcoólicas 
• Soluções oleosas 
• Emulsões 
• Xampus e Sabonetes Líquidos 
• Pós 
Agora, estudaremos cada um deles: 
 
GÉIS 
 
Os veículos na forma de gel possuem aspecto gelatinoso e são formados por 
substâncias que possuem a propriedade de intumescer em presença de água, conferindo 
viscosidade ao meio de tal maneira que o produto final se torna um gel, que são 
preparações viscosas, transparentes e translúcidas (CORRÊA, 2012). 
Desta maneira, os principais componentes de um gel são os agentes espessantes, 
responsáveis pela viscosidade do produto. Entre eles temo o polímero carboxivinílico 
(Carbopol), Hidroxietilcelulose (Natrosol), Co-polímero do ácido sulfônico (Aristoflex), 
entre outros. 
Formulações na forma de gel são indicadas para peles oleosas e/ou acneicas, pois 
são totalmente livres de substâncias oleosas e, por isso, são as chamadas preparações 
oil free (livre de óleo). 
Quando aplicados na pele, os géis produzem efeito refrescante e ocorre evaporação 
da água, deixando uma película fina e pegajosa e são mais utilizados em países de clima 
quente. 
 
SOLUÇÕES AQUOSAS E ALCOÓLICAS 
 
São veículos líquidos, também chamados soluções, que se caracterizam pela 
mistura de um sólido em um líquido e de um líquido em outro líquido, resultando em um 
produto final homogêneo (com uma única fase). 
As soluções podem ser aquosas, contendo principalmente água, ou hidroalcoólicas, 
formadas pela mistura de água e álcool. São utilizadas para preparação de loções tônicas 
faciais e tônicos capilares. 
Por serem veículos que contem grande quantidade de água necessitam também da 
adição de umectantes e um sistema de conservantes microbiológicos. 
 
 
Analise os componentes em INCI da Loção Tônica Adstringente da ADCOS: 
Aqua, alcohol, boric acid, Hamamelis virginiana extract, salicylic acid, 
zinc sulfate, camphor, menthol, phenoxyetanol, EDTA, 
methyldibromoglutaronitrile. 
 
Como saber que é uma solução aquosa? Analisando a formulação, verificamos a 
presença de água e álcool, que é uma característica de uma solução hidroalcoólica. 
 
SOLUÇÕES OLEOSAS 
 
São preparações que podem conter apenas uma fase, composta basicamente por 
substâncias emolientes (caráter lipofílico), que podem ser de origem vegetal (como os 
óleos vegetais) ou mineral (como o óleo mineral ou vaselina líquida). Por serem de caráter 
oleoso, apresentam o desconforto durante a aplicação, por não serem absorvidos pela 
pele, ficando a nível epidérmico (camada córnea). 
Como exemplo de soluções oleosas de uma única fase temos os óleos 
bronzeadores e óleos pós-banho. 
Para diminuir a sensação de oleosidade destas formulações, a indústria cosmética 
desenvolve óleos bifásicos e trifásicos que, após serem agitados, formam uma emulsão 
instável, que melhora o sensorial pegajoso durante a aplicação, por melhorar a absorção. 
Outra maneira utilizada para diminuir a carga oleosa é adição de tensoativos em óleos 
para serem utilizados durante banho, que emulsionam com a presença de água. 
 
EMULSÕES 
 
As emulsões são formas de aspecto leitoso ou cremoso, resultante da mistura de 
dois líquidos imiscíveis (água e óleo) onde um deles está disperso no outro, devido à ação 
de um agente emulsionante ou emulsificante. 
O agente emulsionante é um agente tensoativo, que é o responsável por fazer a 
junção da água com o óleo, que são substancias que não se misturam. As emulsões são 
classificadas de acordo com sua consistência em: 
• Leites: emulsões sem viscosidade 
• Loções cremosas: mais fluidas, de média viscosidade 
• Cremes: alta viscosidade 
Em uma emulsão, uma fase sempre está dispersa em outra fase. A fase dispersa é 
conhecida como fase interna e o meio dispersante como fase externa. Sendo assim, as 
emulsões são classificadas em: 
• Óleo/Água (O/A): fase interna é o óleo e a externa é a água. Estas emulsões têm 
sensação menos oleosa, com menor quantidade de óleo, e absorção rápida. A 
água é a fase externa e está em contato com a pele. São as mais adequadas para 
uso tópico. A figura abaixo ilustra uma emulsão O/A: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: CONSULFARMA, 2010. 
 
• Água/Óleo (A/O): fase interna água e a externa é óleo. Sensação mais oleosa, por 
possuir maior quantidade de óleo. O óleo é a fase externa e está em contato com 
pele. Como exemplo, citamos demaquilantes e cremes de massagem. A figura 
abaixo ilustra esse sistema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: CONSULFARMA, 2010. 
XAMPUS E CONDICIONADORES 
 
 Os xampus são formulações destinadas à limpeza do cabelo e couro cabeludo, 
caracterizada pela presença de tensoativos, que conferem propriedades de espuma, 
detergência e estabilizador de espuma. 
Os xampus são formulações aquosas, cujos componentes principais são os 
tensoativos. Em geral associam-se os tensoativos aniônicos, não iônicos e anfóteros; e, 
ainda, água; cloreto de sódio; ácido cítrico e EDTA. Desta maneira, o xampu é um produto 
com cargas negativas. 
Já os condicionadores são emulsões catiônicas, que possuem cargas positivas, 
com a proposta de anular as cargas negativas deixadas pelo xampu e promover maciez 
ao cabelo. Quem confere a carga positiva para um condicionador é o tensoativo 
catiônico. Em formulações de condicionadores é comum a incorporação de silicones, 
aminoácidos, vitaminas, entre outros. 
 
PÓS 
 
 São formulações cosméticas na forma sólida e possuem como característica 
principal a ausência de água. Desta forma, são pós soltos ou compactos utilizados para 
maquiagem, máscaras faciais e corporais em pó, talcos, entre outras. 
 
 
SEÇÃO 1 – Componentes básicos de um cosmético 
 
Nessa aula estudaremos os componentes fundamentais e principais de formulações 
cosméticas. São eles: 
• Tensoativos e agente emulsionantes 
• Emolientes 
• Umectantes 
• Antioxidantes 
• Quelante ou sequestrante 
• Conservantes microbianos 
• Espessantes 
• Fragrâncias 
• Corantes e pigmentos 
• Solventes 
 
TENSOATIVOS 
 
Os tensoativos são substâncias com propriedades anfifílicas, ou seja, possuem 
afinidade pela água (hidrofílicos - polar) e por lipídios (lipofílicos - apolar) e têm a 
capacidade de diminuir a tensão superficial ou interfacial de um sistema (CORRÊA, 
2012). São classificados em: 
• Higienizantes: utilizados no preparo de xampus e sabonetes líquidos. São os 
tensoativos aniônicos, não iônicos e anfóteros 
• Emulsificantes: são tensoativos formadores de emulsão, também chamdos de 
agente emulsionante. Podem ser aniônicos e não iônicos. 
• Condicionadores: são os tensoativos catiônicos, utilizados em emulsões com 
função de condicionador capilar. Além dos condicionadores, estão presentes em 
máscaras capilares, leave in, leave on, entre outros. 
• Antimicrobianos: são osquaternários de amônio: cloreto de benzalcônio e 
clorexidine. 
 
Propriedades dos tensoativos 
 
• Diminuição da tensão superficial: qualquer superfícielíquida aparentemente em 
repouso está em constante movimento devido às forças de atração existentes entre 
as moléculas. Estas forças são iguais em todos os lados e se anulam. No entanto, 
na superfície essas forças são desequilibradas, resultando em uma força que tende 
a arrastar as moléculas da superfície para o interior do líquido. É a tensão 
superficial. Os tensoativos possuem a propriedade de diminuir a tensão superficial 
e, com isso, pode favorecer a junção de água e óleo, por exemplo. 
• Detergência: está relacionado com a capacidade de limpeza que os tensoativos 
possuem, ou seja, com a capacidade que o grupo polar possui de arrastar 
impurezas de uma superfície, que tanto pode ser capilar ou da camada córnea. 
• Espumógena: é a capacidade de produzir espuma. Pode-se definir espuma como 
a dispersão de um gás em um líquido. Os tensoativos aniônicos e anfóteros têm 
poder espumógeno maior que os demais. 
• Estabilização de espuma: alguns tensoativos têm a propriedade de estabilizar, ou 
seja, não permitir que a espuma formada logo desapareça. Esta propriedade é 
importante, principalmente em xampus, para agradar o consumidor. 
 
Estrutura dos tensoativos 
 
Os tensoativos possuem uma cauda, com propriedades apolares e a cabeça, com 
propriedades polares, conforme mostra a figura: 
 
 
Fonte: Google imagens. Disponível em: www.midiaslabnews.com.br 
 
Lembrando que, seja em um processo de limpeza ou na fabricação de emulsões, a 
parte apolar liga-se ao óleo e a parte polar liga-se à água. 
 
Classificação dos tensoativos quanto à carga elétrica 
 
• Tensoativos Aniônicos 
 
São tensoativos que, em contato com a água adquirem carga negativa. São utilizados 
em xampus, sabonetes líquidos e emulsões. 
Os tensoativos aniônicos são irritantes, possuem pH alcalino, com boa ação 
espumógena e de detergência e média a alta irritabilidade aos olhos. 
O sabão é aniônico e é altamente irritante, porém tem baixo custo de produção. É o 
sabão utilizado na lavagem de roupas e que serve como base para a produção de 
sabonetes em barra. 
Já os tensoativos aniônicos sintéticos são utilizados para fabricação de xapus e 
sabonetes líquidos e permitem ajuste de pH nas formulações. Também são utilizados em 
soluções, espumas de limpeza e desincruste. 
Os emulsionantes não iônicos são utilizados na fabricação de emulsões aniônicas, 
sendo o principal exemplo a cera Lanette®. 
 
• Tensoativos Não Iônicos 
 
São tensoativos que não adquirem carga em contato com a água, utilizados na 
fabricação de xampus, sabonetes líquidos e emulsões. 
Não são irritantes e são amplamente utilizados em cosméticos. Para xampus e 
sabonetes líquidos funcionam como estabilizantes de espuma e doadores de viscosidade. 
As emulsões não iônicas são as mais utilizadas na fabricação de produtos cosméticos. 
Também são utilizados em soluções e espumas de limpeza. 
 
• Tensoativos Anfóteros 
 
São tensoativos que adquirem a carga do meio aonde estão inseridos, ou seja, em pH 
alcalino adquirem carga negativa e em pH ácido adquirem carga positiva. 
Possuem efeito de espessamento quando em pH ácido, são estabilizadores de 
espuma e utilizados em xampus e sabonetes líquidos. 
 
• Tensoativos Catiônicos 
São tensoativos que adquirem carga positiva em meio aquoso. São mais irritantes que 
os não iônicos e aniônicos e utilizados em condicionadores e amaciante de roupa. Não 
produzem espuma e são produzidos sempre na forma de emulsão. 
 
 
 
 
Todo condicionador, máscara capilar, leave on 
possuem tensoativos catiônicos e são 
emulsões!!! 
O quadro abaixo resume os tipos de tensoativos e exemplo de substâncias 
utilizadas em cosméticos: 
 
Tensoativo Função Exemplos 
 
 
 
Tensoativos 
aniônicos 
 
Boa detergência. 
 
Bom poder espumógeno. 
 
Média a alta irritabilidade 
aos olhos. 
Lauril sulfato de sódio (LSS) 
INCI: Sodium Lauryl Sulfate. 
 
Lauril éter sulfato de sódio. INCI: 
Sodium laureth-2 sulfate. 
 
Lauril éter sulfoccinato de sódio. INCI: 
Disodium Laureth-Sulfosuccinate. 
 
 
Tensoativos 
Não – Iônicos 
 
Não irritantes 
 
Estabilizadores de espuma 
 
Doador de viscosidade 
 
 
Dietanolamida de ácido graxo de coco. 
INCI: Cocoamide DEA 
 
 
 
 
 
 
Tensoativos 
Anfóteros 
 
Mais suave 
 
Melhoram a estabilidade 
de espuma 
 
Espessamento em pH 
ácido 
 
 
Cocoamidopropilbetaína. INCI: 
Cocamidopropyl betaine. 
 
Cococarboxianfoglicinato de sódio. 
INCI: o mesmo. 
 
Coco anfoacetato. INCI: Sodium 
Cocoamphoacetate. 
 
 
Tensoativos 
Catiônicos 
 
São irritantes. 
 
São utilizados na forma de 
emulsão. 
 
Cloreto de cetiltrimetil amônio. INCI: 
Cetrimonium Chloride. 
 
Cloreto de Beheniltrimetiamônio. INCI: 
Behentrimonium chloride. 
 
Fonte: Rebelo, 2005; Consulfarma, 2010 (adaptado). 
TENSOATIVOS EMULSIFICANTES 
 
Os emulsificantes são tensoativos responsáveis pela formação de emulsões, que 
constitui um sistema bifásico constituído por dois líquidos imiscíveis, a água e o óleo. 
Possuem propriedade de emulsificação, porém baixo poder de espuma. 
 Todo agente emulsivo possui dupla polaridade: um radical hidrofílico (que tem 
afinidade pela água e é polar) e um radical lipofílico (que tem afinidade pelo óleo e é 
apolar). Isto faz com que se liguem a cada fase, quebrando a força de repulsão e 
caracterizando uma emulsão. 
Os emulsionantes aniônicos e não iônicos estão listados no quadro abaixo: 
 
Fonte: Souza, 2012 
 
 
 
 
Notem que é comum nos emulsionantes, tanto os iônicos 
como os aniônicos, a presença de álcool cetoestearílico 
e álcool cetoestearílico 20 OE. O INCI deles é Cetearyl 
Alcohol e Ceteareth-20, respectivamente. 
A presença deles na composição de um produto 
cosmético indica que a fórmula é uma EMULSÃO!! 
EMOLIENTES 
 
O termo emoliente vem do grego emoliens: amolecer. Os emolientes são 
substâncias lipofílicas e estão presentes em formulações que contenham fase oleosa, 
como as emulsões, ou soluções oleosas e óleos bi e trifásicos. 
Os emolientes são substâncias capazes de formar uma película sobre a pele, 
evitando a evaporação de água da pele, ajudando a manter seu conteúdo hídrico (de 
água), ou seja, hidratando. Além disso, podem atuar como solubilizantes de antioxidantes, 
filtros solares, vitaminas, conservantes e ativos lipossolúveis. As principais funções dos 
emolientes são: 
• Hidratante 
• Lubrificante 
• Modificador de sensorial 
• Espessantes de emulsões (agentes de consistência) 
• Melhoram a aparência da formulação 
 
As substâncias utilizadas em cosméticos como emolientes pertencem à diversas 
classes, como os hidrocarbonetes, silicones, espessantes lipofílicos, óleos e gorduras 
vegetais. As principais substâncias emolientes estão no quadro a seguir: 
 
Categoria 
 
Exemplos 
 
Aplicação 
 
Hidrocarbonetos 
oleosos 
 
 
Óleo mineral, vaselina, parafina, 
esqualeno 
Emulsões A/O e O/A 
Preparações anidras (batom, 
bastões) 
Demaquilantes 
Leites de limpeza 
Ácidos 
carboxílicos 
graxos 
Acido esteárico 
Acido Cetílico (ou palmítico) 
Acido linoleico e linolênico 
 
Agentes de consistência em 
emulsão 
 
Álcool graxos 
 
 
Álcool cetílico 
Álcool cetoestearílico 
Álcool estearilico 
 
Agentes de consistência em 
emulsão 
 
 
 
Ésteres de álcoois 
graxos 
 
 
Miristato de isopropila 
Palmitato de isopropila 
Miristato de miristila 
Palmitato de cetila 
Lactato de cetila 
Oleato de isodecila 
Triglicérides de ácido 
caprico/caprilico 
 
Tem ação emoliente e sua 
ausência na emulsão dificulta 
o espalhamento e pode deixar 
efeito esbranquiçado quando 
aplicado na pele. 
Melhoraram o toque e 
espalhabilidade da emulsão 
 
Ésteres de glicerila 
Monoestearato de glicerila 
Monoestearato de 
proprilenoglicol 
 
Co-emulsionantes 
 
Ceras 
 
Cera de abelhas 
Cera de carnaúba 
Cera de candelila (vegetal)Batons e outros bastões 
 
Silicones 
 
Dimeticone 
Ciclometicone 
 
Melhoram a aparência e 
espalhabilidade de emulsões, 
óleos bi e trifásicos 
Condicionadores, reparador de 
pontas. 
 
Manteigas 
 
Manteiga de cacau 
Manteiga de manga 
Manteiga de karite 
 
Protetor labial 
Condicionadores e máscaras 
capilares 
 
Óleos vegetais 
 
 
Amêndoas, semente de uva, 
castanha do Pará, girassol, 
abacate, maracujá, cereja, 
framboesa, rosa mosqueta, etc. 
 
Para identificá-los nas 
formulações: nome científico 
da planta + OIL 
Fonte: Rebelo, 2005 (adaptado). 
 
 
UMECTANTES 
 
São matérias-primas com propriedades higroscópicas, ou seja, possuem a 
capacidade de reter água do ambiente, evitando a perda de água dos produtos 
cosméticos e promovendo hidratação. 
Toda formulação que contenha água deve conter agente umectante. Os mais 
utilizados são: 
 
• Propilenoglicol (INCI: Propylene Glycol). 
• Glicerina (INCI: Glycerin). 
• Sorbitol (INCI: Sorbitol). 
• Butilenoglicol (INCI: Butylene Glycol). 
 
ESPESSANTES 
 
Substâncias responsáveis por aumentar a viscosidade das formulações. Os 
espessantes podem ser orgânicos e inorgânicos. Os espessantes orgânicos dividem-se 
por sua vez em 2 classes: 
 
Agentes orgânicos 
 
• De fase oleosa 
São espessantes de fase oleosa, que são insolúveis em água e solúveis em óleo. São 
empregados em cremes, loções e condicionadores. Exemplos: Álcoois graxos; 
Monoestearato de gliceríla; Ésteres de álcoois e ácidos graxos; Ceras naturais e minerais, 
óleos e gorduras. 
 
• De fase aquosa 
Conferem viscosidade à fase aquosa, denominados espessantes hidrofílicos. São 
normalmente insolúveis na fase oleosa. Exemplos: Carboximetilcelulose (CMC); 
Hidroxietilcelulose (HEC); Vinílicos: Carbômero (Carbopol®); Gomas e alginatos, entre 
outros. 
 Agentes Inorgânicos 
 
 Em geral, são utilizados para espessar xampus e sabonetes líquidos. O mais 
utilizado e importante é o cloreto de sódio, mas podem ser utilizados o citrato de sódio, o 
cloreto de potássio, o cloreto de magnésio, o fosfato de sódio, entre outros. 
 
FORMADORES DE GÉIS 
 
 Os espessantes hidrofílicos são os agentes formadores de géis e podem ser de 
origem natural ou sintética. São classificados em: 
• Derivados da celulose: Hidroxietilcelulose (HEC ou Natrosol®), 
Carboximetilcelulose (CMC). 
• Polímeros sintéticos: Carbômeros (Carbopol®), Co-polímero Aristoflex®). 
 
Derivados da celulose 
 
Participam deste grupo a Hidroxietilcelulose (INCI: Hydroxyethylcellulose), conhecida 
comercialmente como Natrosol e a Carboximetilcelulose (CMC), esta última sendo 
utilizada em formulações odontológicas (gel dental). 
O gel de Natrosol é um dos géis de grande interesse para veiculação de ativos 
dermatológicos. Tem caráter não iônico, tolera bem pH ácidos (2 a 12) e substâncias 
reativas ou facilmente oxidáveis. Forma gel transparente, incolor ou levemente 
amarelado, porém um pouco pegajoso. 
 
Vocês conseguem identificar o agente espessante do produto abaixo? 
 
 
Polímeros sintéticos 
 
Pertencem a este grupo os carbômeros (INCI: carbomer), que são polímeros 
sintéticos conhecidos comercialmente como Carbopol. Quando dispersos em água 
possuem poder espessante bastante limitado, porém quando neutralizados com base 
inorgânica, formam um gel viscoso. 
 Os géis de Carbopol são incompatíveis com ácidos e traços de ferro ou outro metal 
de transição podem degradar as dispersões de Carbopol. O pH de estabilidade é entre 
6,0 e 7,0. 
 
 
Os géis de cabelo são produzidos com carbômeros. Veja a composição do gel fixador 
Bozzano: 
 
Fonte: Google. Disponível em: 
http://www.bozzano.com.br/modeladores.php#Hidratação 
 
Outro polímero é o Aristoflex® (INCI: Ammonium Acryloyldimethyl Taurate/VP 
Copolymer), pré–neutralizado e inovador, que permite a formação de géis cristalinos, 
altamente transparentes, boa consistência e com sensorial bastante agradável e rápida 
absorção, sem o toque de pegajoso comum aos géis. 
Apresenta excelente estabilidade, especialmente com princípios ativos difíceis de 
incorporar, como os ácidos, filtros físicos, clareadores, entre outros. 
 
Água, Trietanolamina, PVP, 
Carbômero, Propileno Glicol/ Ureia 
Diazolidinílica/ Butilcarbamato de 
Iodopropinila, Fragrância, Óleo de 
Rícino Hidrogenado PEG 40, EDTA 
Tetrassódico, Benzofenona 4, CI 
42090, CI 60730, Butilfenil 
Metilpropional, Linalol, d-Limoneno. 
ALCALINIZANTES E ACIDIFICANTES 
 
Uma das característica mais importantes de um produto cosmético é o seu pH, que 
deve ser verificado e ajustado em todas as formulações. Para isso utilizamossubstâncias 
alcalinas ou ácidos. 
Os agentes alcalinizantes são utilizados para aumentar (alcalinizar) o pH do meio 
com o objetivo de fornecer estabilidade ao produto. Exemplo: hidróxidos de sódio, 
potássio, trietanolamina, Aminometilpropanol (AMP). 
Os agentes acidificantes, por sua vez, diminuem o pH (acidificam) também para dar 
estabilidade ao produto. Ex: ácido cítrico, ácido ascórbico e ácido lático. 
 
SEQUESTRANTE OU AGENTE QUELANTE 
 
Forma complexo (quelato) estável com metais, como, por exemplo o sódio (Na), 
que podem promover instabilidade em algumas formulações. O agente quelante 
conhecido é o EDTA (dissódico, tetrassódico), sendo de uso obrigatório em xampus e 
sabonetes líquidos. Em outras formulações que contenham água, o seu uso está 
vinculado à presença de íons na água. 
 
CONSERVANTES ANTIMICROBIANOS 
 
Os conservantes são substâncias químicas também conhecidas como 
preservantes, cuja função é inibir o crescimento de micro-organismos no produto, 
conservando-o livre de deteriorações causadas por bactérias, fungos e leveduras durante 
o processo de fabricação e estocagem, bem como proteger o consumidor de 
contaminação durante o uso (PEREIRA, 2013). 
A contaminação de um produto quase sempre ocorre durante o processo de 
fabricação, através de equipamentos e o manipulador. A origem das contaminações 
microbianas são as matérias-primas, manuseio, equipamento, embalagens, processos de 
fabricação e a higiene pessoal. 
Uma contaminação microbiana pode acarretar várias mudanças no produto, que 
podem ser: 
• Mudança na coloração e odor do produto 
• Opacificação de líquidos 
• Fermentação e deformação das embalagens 
• Floculação, aeração ou separação das fases 
• Alteração de pH 
• Mudança na viscosidade do produto. 
O conservante ideal é aquele que, em pequenas concentrações, consegue maior 
efeito preservante, não possui cheiro, nem cor, tem boa solubilidade em água e óleo, não 
é irritante ou sensibilizante e deve possuir amplo espectro de ação. 
Os conservantes antimicrobianos são utilizados em todas as formulações 
cosméticas. No quadro abaixo é possível verificar os conservantes mais utilizados, 
permitidos pela ANVISA: 
 
Conservantes 
 
INCI 
 
Propriedades 
 
Parabenos: 
Metilparabeno 
Propilparabeno 
Etilparabeno 
Butilparabeno 
 
Methylparaben 
Propylparaben 
Ethylparaben 
Butylparaben 
 
Potente ação antifúngica e 
fraca ação contra bactérias 
Gram Negativas. 
 
 
Fenoxietanol 
 
 
 
Phenoxyetanol 
 
Possui boa atividade contra 
bactérias Gram negativas, 
média atividade contra 
bactérias Gram positivas e 
pouca ação contra leveduras e 
fungos. 
 
DMDM hidantoina 
 
DMDM Hydantoin 
 
É ativo contra bactérias 
 
Formol 
 
Formaldehyde 
 
Ativo contra bactérias e 
fungos. É irritante 
 
 
Imidazolidinil urea 
(Germall 115) 
 
Imidazolidinyl Urea 
 
 
Muito ativo contra bactérias, 
porém não possui atividade 
contra fungos. 
 
Isotiazolinonas 
 
Methylcloroisothiazolinone 
Methylisothiazolinone 
 
Possui amplo espectro contra 
microrganismos 
 
 
Butilcarbamato 
 
Iodopropynyl Butylcarbamate 
 
Ativo contra fungos e pouca 
atividade contra bactérias. 
 
Metil bromo 
glutaronitrilo 
 
Methyldibromo GlutaronitrilePossui ação contra bactérias, 
porém não é potente contra 
fungos. 
Fonte: próprio autor. 
 
Estes conservantes podem ser comercializados em associação, como 
exemplo, o Phenonip, que é uma mistura de fenoxietanol e parabenos. 
 
 
ANTIOXIDANTES 
 
São substâncias que protegem a formulação de qualquer processo oxidativo. São 
capazes de impedir a deteriorização oxidativa (destruição por ação do oxigênio). 
A deteriorização ou degradação oxidativa raramente irão provocar irritações à pele, 
mas alterações de cor e odor nos produtos são frequentes. 
A oxidação ocorre em produtos contendo óleos e gorduras, chamados de ranço 
oxidativo. Desta maneira, as formulações contendo emolientes necessitam de adição de 
antioxidante. Porém, a oxidação não ocorre apenas com substâncias oleosas, alguns 
ativos cosméticos podem ser propensos à oxidação, como é o caso da hidroquinona. 
Como antioxidantes de formulações temos: 
 
• Antioxidantes lipossolúveis 
São solúveis em óleos e gorduras, sendo os mais utilizados para cosméticos que 
contêm substâncias oleosas. 
Os mais utilizados são o BHT (butil hidroxitolueno) e a Vitamina E (tocoferol), cujo INCI 
é: Tocopheryl Acetate; Tocopherol Acetate. 
 
• Antioxidantes hidrossolúveis 
São solúveis em sistemas aquosos, utilizados em formulações que contém vitamina C, 
Hidroquinona, entre outros. 
Os mais utilizados são o metabissulfito de sódio e o sulfito de sódio. 
 
FRAGRÂNCIAS 
 
As fragrâncias (ou perfumes ou essências) são substâncias que geram odores 
agradáveis aos produtos. Exercem um papel atrativo e importante que influenciam na 
compra de um produto. 
A constituição de uma fragrância é identificada através das notas (odor): notas de 
cabeça ou saída, notas de corpo, notas de fundo. A fragrância é uma sucessão de 
impressões olfativas e não um conjunto homogêneo de todas elas. Cada tipo de 
fragrância é uma mistura de diferentes funções químicas e estas matérias primas podem 
ser de origem natural (animal ou vegetal) ou sintética. 
Na nomenclatura, a fragrância pode estar descrita apenas como “parfum” ou pode 
ser descrito os óleos essenciais. Veja o exemplo: 
 
 
Fonte: Google imagens. Disponível em: http://www.mypinkbubble.com/2014/09/capricieuse-joe-sorrento-
jeanne-arthes.html 
 
Na composição em INCI é possível identificar Parfum (fragrance), mas também os 
nomes dos óleos essenciais, como o citral, citronellol, cumarina (coumarin), geraniol e 
muitos outros! 
 
CORANTES E PIGMENTOS 
 
São substâncias responsáveis por conferir cor a um produto. De acordo com sua 
solubilidade podem ser nomeados de corantes ou pigmentos: 
• Corantes: substâncias que desenvolvem seu poder de colorir quando são 
dissolvidas no meio em que são utilizadas. Ou seja, eles são solúveis na 
formulação e não ficam na pele. 
• Pigmentos: são substâncias insolúveis que desenvolvem seu poder de colorir 
quando são dispersas no meio em que são utilizadas. Em geral, são utilizadas em 
maquiagem. 
Os sistema de nomenclatura de corantes, adotado pelo Brasil e em todo o Mercosul 
é o sistema europeu de Color Index, onde a designação do corante é feita com um 
número de cinco dígitos associado ao nome CI. 
A ANVISA disponibiliza uma lista de corantes permitidos, classificados através do 
Colour Index e indica quais são permitidos, em quais situações e suas limitações. A 
imagem abaixo ilustra a presença de corante na formulação (CI 17200 e D&C RED 33): 
 
 
Fonte: Google imagens. Disponível em: http://www.mypinkbubble.com/2014/09/capricieuse-joe-sorrento-
jeanne-arthes.html 
 
ÁGUA 
 
 A água é a substância mais utilizada em produtos cosméticos, utilizada como 
solventes em diversos produtos, tais como xampu, sabonetes líquidos, condicionadores, 
tônicos faciais, géis e emulsões. Água em INCI é Aqua. 
 Para a produção de cosméticos, a água deve satisfazer as exigências legais em 
relação às características físicas, químicas e microbiológicas. A água deve ser “filtrada” e 
pode ser obstida por destilador (água destilada), por deionizador (água deionizada) ou por 
osmose reversa (água purificada). A água obtida por osmose reversa é possui alta pureza 
química e microbiológica. 
 
 
SEÇÃO 3 – Critérios de qualidade de produtos cosméticos 
 
Há vários critérios que devem ser considerados durante a produção de cosméticos, 
entre eles os que envolvem as características físico-químicas são os mais importantes. 
São avaliados rotineiramente a cor, odor, viscosidade, pH e densidade de um 
produto cosmético. A cor é importante para adequar o produto dentro das expectativas do 
consumidor, como por exemplo, espera-se que um xampu de camomila possua coloração 
amarela. 
O odor também é importante e fator decisivo para compra do produto; geralmente as 
fragrâncias também são utilizadas para encobrir odores desagradáveis de certas 
matérias-primas utilizadas na produção; devem ser utilizados com cautela, pois alguns 
óleos essências (fragrâncias) estão relacionadas com processos alérgicos. 
A viscosidade está relacionada com a consistência de um produto e a determinação 
da viscosidade auxilia na escolha da embalagem e com a maneira que um produto escoa 
do frasco. 
Sem sombra de dúvida, o critério mais importante a ser analisado em um formulação 
cosmético é o seu pH, que, apesar de não ser expresso no rótulo, é fundamental para a 
ação do produto. 
 
POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH) 
 
O pH cutâneo é aquele encontrado nas diferentes partes do corpo e é regulado 
pela glândulas sudoríparas e pela produção de ácido lático na pele. Desta maneira, o 
valor médio fica em torno de 4,6 a 5,8 e consideramos em torno de 5,0 a 5,5. Este pH 
auxilia na proteção contra invasão de micro-organismos. 
 Os valores de pH de algumas regiões do corpo estão ilustrados no quadro abaixo: 
Região pH Região pH 
Axilas 6,5 Rosto 7,0 
Vagina 4,5 Intravaginal 6,2 
Pernas 4,5 Costas 4,8 
Cabelos 4,1 Mãos 4,5 
Fonte: Ferreira, 2002. 
 
Os produtos cosméticos, em geral, possuem o seu pH ajustado mais próximo ao 
local de aplicação. Por exemplo, cosméticos destinados à aplicação nos olhos têm seu pH 
ajustado em torno de 7,0, o mesmo pH encontrado na lágrima. 
O estudo do pH cutâneo é importante para discutirmos os efeitos provocados por 
produtos cosméticos quando aplicados à pele e cabelos. Assim, o ajuste de pH nas 
formulações é obrigatório e pode ser feito levando em conta: 
• Local de aplicação: o pH do produto é ajustado bem próximo ao pH do local de 
aplicação. Como exemplo, cita-se o sabonete íntimo, cujo pH é ajustado em torno 
de 4,5, que é o pH fisiológico da vagina (parte externa). 
• Função do produto: neste caso o pH do produto é ajustado de acordo com a 
função que ele irá exercer. Como exemplo, discute-se o uso de desodorantes. As 
axilas apresentam pH em torno de 6,5, devido à produção do suor, mas, este pH se 
torna propício para proliferação bacteriana, causadora do mau odor. Os 
desodorantes e/ou antiperspirantes são geralmente ajustados em torno de 4,5, o 
que modifica o pH do meio e permite a diminuição da proliferação bacteriana, 
diminuindo, consequentemente, o mau odor. 
• Ativos: o pH do produto é ajustado de acordo com o pH de estabilidade dos ativos 
da formulação. Há alguns ativos que só exercem atividade farmacológica em um 
determinado pH, por exemplo, a vitamina C tópica VC-PMG® é estável em pH 7,0. 
Sendo assim, formulações contendo este ativo só pode possuir pH final igual a 7,0. 
 
 
 
 
 
 LEITURAS: 
 
PEREIRA, Maria de Fatima Lima. Cosmetologia. 1. ed. São Caetano do Sul: Difusão 
Editora, 2013. 
 
RIBEIRO, Claudio. Cosmetologia aplicada a dermoestética. 2. ed. Pharmabooks, 2010 
 
Dossiê Conservantes. Disponível em: http://www.revista-fi.com/materias/186.pdf 
 
 
 SITES 
 
Associação Brasileira de Cosmetologia. Disponível em: http://www.abc-
cosmetologia.org.br/ 
 
Revista H&C. Disponível em: http://www.freedom.inf.br/artigos_tecnicosFILMES 
 
Fábrica de cosméticos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rUEvTDdSw_0 
 
Logística Natura. Disponivel em: https://www.youtube.com/watch?v=JSdxG54jkns 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 03 
 
Higienização 
 
Caros (as) alunos (as): 
 
Nesta aula aprenderemos os produtos cosméticos utilizados na higienização da pele, 
um dos passos mais importantes para procedimentos estéticos. 
Iremos conhecer os tipos de produtos de higienização e relembrar o mecanismo de 
limpeza com tensoativos e outros tipos de limpeza, como o uso de demaquilantes. 
 
Prontos para começar? 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
 
• Compreender os mecanismos de limpeza. 
• Identificar os diferentes produtos cosméticos utilizados em higienização. 
• Relacionar o uso de tensoativos sintéticos com procedimento de limpeza. 
 
Para melhor compreensão, a aula foi dividida em seções de estudo: 
 
 Seção 1 – Tipos de limpeza 
 
Seção 2 – Sabonetes em barra 
 
Seção 3 – Xampus e sabonetes líquidos 
 
 Seção 4 – Outros produtos de limpeza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Higienizar ou limpar é um procedimento fundamental na manutenção da saúde e 
beleza da pele. É o passo fundamental para o sucesso de qualquer tratamento cosmético, 
pois o acúmulo de sujidades torna a pele áspera e com textura irregular (PEREIRA, 
2013). 
 
A limpeza retira as sujidades acumuladas na pele, provenientes de poluição, 
resíduos cosméticos, secreções naturais e células córneas em descamação. Também 
reduz a carga microbiana e prepara a pele para receber os passos posteriores do 
tratamento. 
A limpeza feita só com água é menos eficiente porque na superfície da pele 
encontram-se as secreções das glândulas sebáceas, resíduos de poeira, entre outras 
substancias, que por não terem afinidade com a água não saem facilmente. Para facilitar 
o processo de remoção é necessário o uso de um tensoativo, encontrado nos sabões e 
sabonetes, tanto os líquidos como os em barra. Além disso, há outros produtos com 
finalidade de limpeza, como os demaquilantes (bifásicos ou na forma de emulsão), os 
lenços umedecidos, as espumas, entre outros. 
Por outro lado, o processo de limpeza pode alterar o pH da pele. Apesar da pele 
possuir um mecanismo fisiológico de regulação de pH, após a limpeza são utilizados os 
tônicos faciais. Os tônicos não são considerados produtos de limpeza, porém, 
complementam o processo e reestabelecem o pH cutâneo. 
 
SEÇÃO 1 – Tipos de limpeza 
 
A limpeza da pele pode ser feita de três formas básicas: com uso de solventes 
orgânicos, com uso de substâncias lipofílicas e com uso de tensoativos. 
 
USO DE SOLVENTES ORGÂNICOS 
 
A limpeza com solventes pode ser feita com álcool ou acetona, por solubilização das 
sujidades e oleosidade, que são eliminadas por arraste com auxílio de algodão ou tecido. 
O problema desse tipo de limpeza é a agressividade do solvente, que pode aumentar 
a perda de água e, como consequência ocorre ressecamento, desidratação, descamação 
e dermatites (alergias). 
É comum o uso de acetona em procedimentos estéticos pré-peelings, para remover o 
excesso de oleosidade e favorecer a penetração do esfoliante químico. 
 
USO DE SUBSTÂNCIAS LIPOFÍLICAS 
 
A limpeza com substâncias lipofílicas baseia-se no princíoio de “semelhante dissolve 
semelhante” – a secreção sebácea e a sujeira são solubilizadas por um produto oleoso e 
removidas com algodão, gaze ou lenço de papel. 
A desvantagem desse procedimento é a formação de um filme residual oleoso, que se 
torna incômodo. Como exemplos temos os demaquilantes bifásicos e emulsões de 
limpeza. 
 
USO DE TENSOATIVOS 
 
É o tipo de limpeza mais utilizado em todo o mundo e também o mais prático. É 
realizado com uso de substâncias anfífilicas – os tensoativos – que possuem afinidade 
com água e óleo. 
O mecanismo de limpeza já foi bastante discutido e, basicamente, ocorre pela 
ligação dos grupos polares do tensoativo na água e dos grupos apolares com o 
óleo/sujeira. Esse complexo formado é eliminado com a água do enxague, promovendo a 
limpeza. 
A figura abaixo resume as etapas de limpeza com tensoativos. Na primeira etapa, a 
superfície encontra-se com oleosidade e sujeira e há a presença dos tensoativos. Os 
tensoativos provocam a diminuição da tensão superficial, ligando-se na sujeira por seus 
grupos polares. 
 
 
Fonte: RIBEIRO, 2010. 
 
Assim, ocorre a emulsificação (complexo tensoativo-sujeira) e, por fim, a dispersão 
com a água do enxague. Notar que, após o processo, há “sobra” de tensoativo na 
superfície. 
 
 
SEÇÃO 2 – Sabonetes em barra ou sabão 
 
SABÕES 
 
O sabão é o tensoativo de limpeza mais antigo usado ainda nos dias de hoje. É 
obtido por uma reação química de saponificação de óleos e gorduras por adição de um 
alcalinizante (hidróxido de sódio, potássio ou trietanolamina). 
O material graxo utilizado pode ser de origem animal (gordura) ou vegetal (óleo). A 
gordura animal permite a obtenção dos sabões em barras com alta dureza e menos 
solúveis que os obtidos com óleos vegetais. 
Os sabões são matérias-primas para a produção de sabonetes em barra. 
 
SABONETES 
 
O produto mais conhecido e difundido entre os brasileiros é o sabonete em barra, 
elaborado, principalmente com sabão. Dependendo do tensoativo ou mistura que compõe 
a formulação do sabonete, o mesmo pode ser classificado em: 
 
• Sabonetes em barra 
 
Os sabonetes tradicionais consistem em uma mistura de sabões elaboradas com 
gordura animal e óleo vegetal. Todavia, como mencionamos, alguns fabricantes preferem 
formular apenas com óleo vegetal, sendo o mais utilizado o óleo de palma, que fornece 
sabões mais consistentes. A estes são acrescentados corantes, ligantes, substancias que 
aumentam a dureza da barra, antioxidantes, quelantes, entre outros. 
Em geral os sabões alcalinos correspondem a cerca de 80% da formulação. O pH 
destes sabonetes estão entre 9 e 10 (alcalino) o que não é suficiente para irritar a pele em 
excesso, mas já tem impacto negativo, já que o pH cutâno é em torno de 5,5. Dessa 
maneira, são desaconselhados para peles secas e sensíveis. 
 
• Sabonetes Glicerinados 
 
Os sabonetes glicerinados são exemplos de formulações onde se tem uma 
diminuição da quantidade de sabão na fórmula. Neste tipo de produto o sabão 
corresponde por cerca de 30% da fórmula e a composição restante é formada por 
solubilizantes (glicerina, álcool, propilenoglicol), corante, fragrância e açúcar, para 
aumentar a transparência. 
A espuma dos sabonetes glicerinados não é tão abundante quanto à espuma dos 
sabonetes comuns ou líquidos, mas pode ser melhorada com a adição de detergentes 
sintéticos. Este tipo de sabonete é mais suave e a glicerina ameniza a aspereza deixada 
na pele pelos sabões. Apesar disto, o pH destes sabonetes também é bastante 
alcalino,entre 9 e 10. 
 
• Sabonetes Antimicrobianos 
 
Os sabonetes antimicrobianos constituem uma subcategoria do mercado de sabões 
e, nestas barras, são acrescidas substâncias com ação antibacteriana, como o triclosan, 
um dos mais utilizados. 
A higienização com qualquer sabão ou sabonete é eficaz para remover ou matar as 
bactérias, sendo controverso a utilização de sabonetes acrescidos de antibacterianos. 
Ainda assim, não há dúvidas de que ocorre algum depósito de agentes antibacterianos na 
pele durante o processo de lavagem e espera-se que seja suficiente para a redução de 
bactérias. 
• Sabonetes Syndet 
 
As barras syndet existem desde 1957, ficando famoso com a barra Dove, cujo 
processo de produção baseia-se na patente de acil isetionato, usado como tensoativo 
que, combinado ao ácido esteárico forma uma barra estável, com poder hidratante 
significativo e pH mais baixo. O alto teor de ácido esteárico é a base dos 25% ( ¼ ) de 
creme hidratante no produto. 
São indicados especialmente para peles com problemas dermatológicoscomo acne, 
rosácea e dermatite atópica. 
 
 
 Os sabonetes em barra, em sua maioria, possuem pH alcalino? Qual a 
substância responsável por esse pH? O que esse pH causa na pele? 
 
SEÇÃO 3 – Xampus e sabonetes líquidos 
 
SABONETES LÍQUIDOS 
 
Os sabonetes líquidos são elaborados sem sabão e, normalmente sõa elaborados 
por mistura de tensoativos. A grande vantagem dos sabonetes líquidos são a suavidade e 
a possibilidade de ajuste de pH para próxima ao fisiológico. Outra vantagem é a 
possibilidade de incorporação de ativos para tratamentos específicos, inclusive ácidos. 
 
XAMPUS 
 
Os xampus são formulações de limpeza destinados ao couro cabeludo e cabelo, 
possuem carga negativa e abrem levemente as cutículas da queratina, para promover a 
limpeza. A presença de tensoativos e o pH são duas características importantes de um 
xampu. 
 
 
Para relembrar a ação de xampus e condicionadores no cabelo, leia esse artigo: 
Como agem os xampus e condicionadores? 
Ambos possuem, em sua formulação, moléculas de surfactantes. Os xampus e 
condicionadores diferem, basicamente, na carga do surfactante: os xampus contém 
surfactantes aniônicos, enquanto que os condicionadores têm surfactantes catiônicos. 
Quando o cabelo está sujo, ele contém óleo em excesso e uma série de partículas de 
poeira e outras sujeiras que aderem à superfície do cabelo. Esta mistura é, geralmente, 
insolúvel em água - daí a necessidade de um xampu para o banho. O surfactante ajuda 
a solubilizar as sujeiras, e lava o cabelo. 
Um problema surge do fato de que surfactantes aniônicos formam complexos estáveis 
com polímeros neutros ou proteínas, como é o caso da queratina. O cabelo, após o uso 
do xampu, fica carregado eletrostaticamente, devido a repulsão entre as moléculas de 
surfactantes (negativas) "ligadas" à queratina. É aí que entra o condicionador: os 
surfactantes catiônicos interagem fracamente com polímeros e proteínas neutras, e são 
capazes de se agregar e arrastar as moléculas de xampu que ainda estão no cabelo. 
Nos frascos de condicionadores existem, ainda, alguns produtos oleosos, para repor a 
oleosidade ao cabelo, que foi extraída com o xampu. 
O cabelo, após o condicionador, fica menos carregado e, ainda, com mais oleosidade. 
Segundo este critério, não existe xampu "2 em 1", ou seja, uma formulação capaz de 
conter tanto um surfactante aniônico como um catiônico. Os produtos encontrados no 
mercado que se dizem ser "xampu 2 em 1" são, na verdade, xampus com surfactantes 
neutros ou, ainda, surfactantes aniônicos com compostos oleosos, que minimizam o 
efeito eletrostático criado pelo xampu normal. 
Fonte: A química do cabelo. Revista eletrônica de Quimica da UFSC, Ano 4 
 
COMPOSIÇÃO BÁSICA DE XAMPUS E SABONETES LÍQUIDOS 
 
A composição básica de xampus e sabonetes é a mesma, demonstrada no quadro 
abaixo: 
Composição básica de Xampus e Sabonetes líquidos 
Componentes Função e exemplo 
Associação de 
Tensoativos aniônicos 
Tensoativos anfóteros 
Tensoativos aniônicos 
A associação de tensoativos favorece a detergência, 
estabilização de espuma e poder espumógeno dos 
tensoativos, além de diminuir a irritabilidade, ardência 
aos olhos. Exemplo: Lauril éter sulfato de sódio, 
dietanolamida de ácidos graxos de coco e 
cocoamidopropilbetaína. 
Agente quelante Impede a deteriorização do produto pela ação de íons 
Na+. Exemplo: EDTA 
Conservantes 
antimicrobianos 
Evita contaminação por fungos e bactérias. 
Espessantes O mais utilizado é o cloreto de sódio (NaCl). 
Acidificante Utilização de ácido cítrico para ajuste de pH. 
Solvente Água. 
 
 
SEÇÃO 4 – Outros produtos de limpeza 
 
EMULSÕES DE LIMPEZA 
 
As emulsões utilizadas para limpeza da pele são elaboradas como qualquer outra, 
ou seja, possuem uma fase aquosa, uma oleosa e um ou mais agentes emulsionantes. A 
limpeza promovida por este tipo de produto pode ser realizada por componentes oleosos 
ou pode conter detergentes sintéticos suaves. 
Normalmente são utilizadas para remoção de maquiagem, limpeza diária da face ou 
em clínicas de estética antes de algum procedimento. São conhecidos como Leites de 
Limpeza. 
 
SOLUÇÕES DE LIMPEZA E ESPUMA 
 
As soluções de limpeza são soluções aquosas, com pH fisiológico, contendo 
tensoativo suave para ajudar na remoção da sujeira. São especialmente indicadas para 
peles oleosas e/ou acnéicas, para a qual a limpeza com produtos oleosos é incômoda. 
As espumas são emulsões ou soluções detergentes, acondicionadas em 
embalagem com válvula espumadora e pressurizada. É uma boa opção para substituir o 
sabonete comum, pois remove eficientemente as impurezas e não deixa sensação 
gordurosa. 
 
LENÇOS UMEDECIDOS 
 
Os lenços umedecidos são elaborados pela associação de material com fibras 
sintéticas e naturais (algodão, celulose) ou TNT (tecido não tecido) embebidos em 
solução composta por água, tensoativos, conservantes e fragrância. A conservação é 
importante para evitar a evaporação do sistema solvente e secagem dos lenços. 
A vantagem dos lenços está no fato de não necessitarem de enxague e 
possibilitarem a adição de ativos. Como exemplo, temos lenços de limpeza facial para 
pele acnéica com ácido salicílico, lenços pós-barba com bisabolol, entre outros. 
 
SUGESTÕES DE LEITURAS, SITES E FILMES 
 
 LEITURAS: 
 
RIBEIRO, Claudio. Cosmetologia aplicada a dermoestética. 2. ed. Pharmabooks, 2010 
 
DRAELOS, Zoe. Dermatologia cosmética. São Paulo: Santos, 2012. 
 
 FILMES 
 
Como se faz: sabonetes. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=qw0ADjJvn9M 
 
 
AULA 04 
 
Tonificação 
 
Olá! 
 
Nesta aula estudaremos os tônicos faciais, que são formulações geralmente aquosas, 
utilizadas após o procedimento de limpeza. 
Iniciaremos aqui o estudo de ativos utilizados na cosmética, com enfoque naqueles de 
origem vegetal. 
 
Estão prontos (as)? Então vamos... 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
 
• Compreender a função de um tônico. 
• Discutir os diferentes mecanismos de hidratação com uso de cosméticos. 
• Identificar os ativos cosméticos nas formulações. 
 
Para melhor compreensão, a aula foi dividida em seções de estudo: 
 
 
Seção 1 – Composição básica de tônicos. 
 
 
Seção 2 – Tipos de tônicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tônicos ou loções faciais são soluções aquosas ou hidroalcoólicas, que tem como 
finalidade eliminar os resíduos do produto de limpeza e equilibrar o pH, melhorando os 
sistema de proteção da pele (PEREIRA, 2013). 
O uso de tônicos faciais é importante como cuidado diário, pois além de normalizar a 
pele, a prepara para receber outros produtos. 
 
SEÇÃO 1 – Composição básica de tônicos 
 
 O veículo mais utilizado para preparações cosméticas na forma de tônicos são as 
soluções aquosas, contendo os seguintes componentes: 
 
• Água: corresponde à maior parte da formulação, podendo ser substituída por água 
de rosas, de hamámelis, de lavanda. 
• Umectantes: glicerina, propilenoglicol, butilenoglicol, sorbitol. 
• Álcool etílico: no máximo 20%, dando sensação de refrescância e adstringência 
em peles oleosas. 
• Corretivo de pH: ácido lático ou cítrico. 
• Conservantes: com ampla ação, contra fungos e bactérias, por se tratar de uma 
formulação com muita água. 
Existem propostas de produtos 3 em 1 na forma de gel, que limpam, tonificam 
e esfoliam. É possível, pois acrescentam tensoativos sintéticos e ajustam o pH do gel em 
torno de 5,0, o que não modifica o pH da pele, por isso ele tonifica! As esferas esfoliantes 
são de baixa abrasão e podem ser utilizadas todos os dias. 
 
SEÇÃO 2 – Tipos de tônicos faciais 
 
 Os tônicos faciais são indicados para diferentes tipos de pele e podem ser: 
• Hidratantes 
• Adstringentes 
• Antissépticos 
• Calmantes 
TÔNICOS HIDRATANTES 
 
Estes tônicos são formulados sem álcool e os ativos incorporados são hidratantes, 
indicadospara todos os tipos de peles. 
Os ativos hidratantes devem ser hidrofílicos, atuando pelo mecanismo de umectação, 
umectação ativa e aquaporines, que serão estudados na aula 05. 
Os extratos vegetais com propriedades hidratantes (umectantes) são extratos de 
morango, kiwi, erva doce, aveia, Aloe vera, abacaxi, acerola, entre outros. 
 Outras substâncias utilizadas como hidratantes são: ureia, colágeno, lipossomas, 
lactatos, PCA-Na, entre outros. 
 
TÔNICOS ADSTRINGENTES 
 
Os tônicos adstringentes são indicados para peles oleosas e podem, ou não, conter 
álcool. 
Os adstringentes são ativos que atuam no controle de oleosidade, 
promovendo a constrição dos tecidos, fechando os poros, e com isso diminuindo a 
oleosidade superficial da pele. 
Os adstringentes mais utilizados em tônicos faciais são o sulfato de zinco e alúmen de 
potássio. Entre os extratos glicólicos de origem vegetal, citamos: 
• Alecrim (Rosmarinus officinalis extract) 
• Arnica (Arnica montana extract) 
• Bardana (Arctium lappa Root extract) 
• Bétula (Betula alba extract) 
• Cavalinha (Equisetum arvense extract) 
• Chá verde ou Green tea (Camellia sinensis extract) 
• Confrey (Symphytum officinalis extract) 
• Hamamelis (Hamamelis virginiana extract) 
• Hortelã ou mentha piperita 
 
 
Observe a composição da Loção Adstringente da ADCOS: 
Composição: aqua, alcohol, boric acid, Hamamelis virginiana extract, salicylic acid, zinc 
sulfate, camphor, menthol, phenoxyetanol, EDTA, methyldibromoglutaronitrile 
Quais as substâncias consideradas adstringentes? 
 
TÔNICOS ANTISSÉPTICOS 
 
Os ativos antissépticos possuem ação contra fungos e bactérias, sendo utilizado em 
peles acneicas e no pré e pós-procedimentos. 
Podem ser extratos glicólicos de plantas ou óleos essenciais. Os óleos essenciais 
possuem propriedades diferentes dos outros óleos (chamados óleos fixos). São miscíveis 
em água e possuem propriedades antissépticas, já os óleos fixos são insolúveis em água 
e possuem propriedades oclusivas. 
Dessa maneira, não é possível incorporar óleos fixos em tônicos, mas os óleos 
essenciais podem ser incorporados. Os óleos essenciais mais utilizados como 
antissépticos são os de: 
• Melaleuca (Melaleuca alternifólia oil) 
• Cravo (Eugenia caryophyllus oil) 
• Lavanda (Lavandula angustifolia oil) 
• Cânfora (Camphor) 
• Mentol (Menthol) 
 
Os extratos glicólicos antissépticos mais utilizados são: 
• Alecrim (Rosmarinus officinalis extract) 
• Bardana (Arctium lappa Root extract) 
• Própolis (Propolis extract) 
• Sálvia (Salvia officinalis L). 
• Tomilho (Thymus Vulgaris Flower) 
 
TÔNICOS CALMANTES 
Os produtos com apelo calmante são aqueles que contêm, em sua composição, ativos 
cicatrizantes e anti-inflamatórios. Como exemplo, temos: 
• Camomila (Chamomilla officinalis extract) 
• Azuleno (Azulene) 
• Alfabisabolol (Bisabolol) 
• Aloe vera (Aloe vera ou Aloe barbadensis extract) 
• Calêndula (Calendula officinalis extract) 
• D-pantenol (Dexa panthenol) 
• Alantoína (Allantoin) 
 
 
Veja o tônico adstringente Nivea Visage abaixo: 
 
Encontrem na composição os ativos discutidos nessa aula, descrevendo sua função. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Composição: Água, PEG-8, Glicerina, PEG-40 
Óleo de Rícino Hidrogenado, Pantenol (Pró-
vitamina B5), Hamamélis Virginiana, Cloridrato 
de Alumínio, Lactato de Sódio, PCA Sódico, 
Benzoato de Sódio, Inositol, Niacinamida, 
Frutose, Ureia, Propilenoglicol, Ácido Lático, 
Glicina, Álcool Denat., Butilenoglicol, 
Butilcarbamato de Iodopropinila, Biguanida de 
Poliaminopropila, Fragrância. 
 LEITURAS: 
 
PEREIRA, Maria de Fatima Lima. Cosmetologia. 1. ed. São Caetano do Sul: Difusão 
Editora, 2013. 
 
REBELLO, T ereza. Guia de produtos cosméticos. 6. ed. Senac, 2005. 
 
 SITES 
 
Mais que beleza. Cinco razões para você usar tônico. Disponível em: 
https://www.belezanaweb.com.br/loucas-por-beleza/solucao-de-beleza/5-razoes-por-que-
voce-precisa-usar-tonico-facial 
 
Estética.pro. Glossário de ativos. Disponível em: 
http://www.estetica.pro.br/cosmetologia/cosmetologia_principios_ativos.htm 
 
 FILMES 
 
Preparação da pele. Vult Cosmética. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=ICHrehXlCyE 
 
Universitários mostram como é feita a produção de extratos vegetais. Disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=SjApiDyyBz8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.belezanaweb.com.br/loucas-por-beleza/solucao-de-beleza/5-razoes-por-que-voce-precisa-usar-tonico-facial
https://www.belezanaweb.com.br/loucas-por-beleza/solucao-de-beleza/5-razoes-por-que-voce-precisa-usar-tonico-facial
http://www.estetica.pro.br/cosmetologia/cosmetologia_principios_ativos.htm
https://www.youtube.com/watch?v=ICHrehXlCyE
https://www.youtube.com/watch?v=SjApiDyyBz8
AULA 05 
 
Hidratação 
 
Olá! 
 
Nesta aula estudaremos os ativos hidratantes, especialmente importantes para manter 
ou aumentar o teor hídrico de água na pele. 
Faremos uma revisão dos mecanismos fisiológicos responsáveis pela hidratação da 
pele, importantes para a compreensão da natureza química de cosméticos utilizados na 
hidratação. 
Conheceremos os diferentes mecanismos de hidratação, que envolve ativos 
cosméticos que atuam por oclusão, umectação, umectação ativa e por estímulo às 
aquaporinas AQP3. 
 
Estão prontos (as)? Então vamos lá... 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
 
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
 
• Compreender os mecanismos de hidratação fisiológica. 
• Discutir os diferentes mecanismos de hidratação com uso de cosméticos. 
• Identificar os ativos hidratantes nas formulações cosméticas. 
 
Para melhor compreensão, a aula foi dividida em seções de estudo: 
 
 
Seção 1 – Mecanismos fisiológicos de hidratação 
 
 
Seção 2 – Hidratantes por oclusão 
 
 
Seção 3 – Hidratantes por umectação 
 
 
Seção 4 – Hidratantes por umectação ativa 
 
 
Seção 5 – Aquaporines AQP-3 
 
 
 
 
 
O termo hidratação é utilizado para substâncias capazes de aumentar ou manter a 
quantidade de água na epiderme. A pele hidratada se apresenta suave ao toque, macia e 
uniforme. O mesmo não pode ser dito da pele seca, que é áspera, opaca, sem brilho, sem 
elasticidade e, ás vezes, descamativa. 
A pele possui mecanismo fisiológicos de hidratação, porém o processo de 
envelhecimento, doenças, aspectos nutricionais, psicológicos e hormonais podem 
comprometer a hidratação, sendo necessário o uso de cosméticos com ativos hidratantes. 
Outros fatores contribuem para o ressecamento da pele, como o inverno (umidade 
do ar mais baixa), solventes orgânicos e detergentes, que podem diminuir os níveis de 
lipídeos, alterando a barreira de proteção. 
 
SEÇÃO 1 – Mecanismos fisiológicos de hidratação 
 
A pele mantém-se hidratada graças à presença de lipídeos secretados pelas 
glândulas sebáceas, à matriz lipídica intercelular na camada córnea, ao fator natural de 
hidratação (Natural Moisturizing Factor- NMF), à integridade da coesão de células da 
camada córnea e às aquaporines. 
 
LIPÍDEOS SECRETADOS PELAS GLÂNDULAS SEBÁCEAS 
 
 O material graxo produzido pelas glândulas sebáceas forma um filme lipofílico 
sobre a pele, que dificulta a saída de água da superfície da pele. 
Na camada córnea, os corneócitos secretam uma mistura de lipídeos formada, 
principalmente, por ceramidas (40%), ácidos graxos (20%), colesterol (25%) e outras 
substâncias. Estes lipídeos formam uma barreira que impede a perda de água, como se 
fosse um cimento, que mantém a integridade da coesão entre as células da camada 
córnea. 
 
FATOR DE HIDRATAÇÃO NATURAL (NMF) 
 
O Fator de Hidratação Natural (NMF) é composto por lactatos, uréia, lipídeos, sais 
minerais, aminoácidos livres e acido carboxipirrolidônico. Sem o NMF, a pele perde a 
capacidade de reter água. 
A imagem abaixo ilustra o NMF, que corresponde a 30% da camada córnea: 
 
Fonte: Google imagens. Disponível em: http://blog.cosmaqua.gr/ 
 
SEÇÃO 2 – Hidrataçãopor oclusão 
 
Os hidratantes por oclusão formam uma barreira que evita a evaporação superficial 
da água, evitando a perda de água, conforme ilustra a figura abaixo: 
 
Fonte: http://folyic.com.br/blog/2015/11/02/hidratacao-do-couro-cabeludo/ 
 
 O filme lipofílico formado sobre a pele impede a perda de água da mesma para o 
meio externo. 
 Este tipo de hidratação é feita por substâncias emolientes, como os óleos, 
manteigas e silicones. 
 
OCLUSÃO COM DERIVADOS MINERAIS 
 
 O hidratantes oclusivos de origem mineral mais utilizados são a vaselina sólida, 
óleo mineral e parafina. 
São encontrados nas fases oleosas de diversas emulsões, assim como em óleos 
corporais e bronzeadores. 
 
OCLUSÃO COM MANTEIGAS 
 
 As manteigas mais utilizadas são de origem vegetal e são: 
• Manteiga de Karité: emoliente com propriedades antiirritantes, confere 
consistência à emulsões e hidratação da pele. 
• Manteiga de Manga: confere toque seco e agradável, propriedades cicatrizantes, 
emoliente e hidratante. Utilizada em cremes para mãos e pés, cremes hidratantes 
faciais e corporais, cremes nutritivos, protetores labiais. 
• Manteiga de Cupuaçu: repõe a camada lipídica da pele, minimiza o ressecamento 
e desidratação, proporciona toque seco e não oleoso, utilizada em cremes, loções, 
sabonetes, batons, desodorantes e xampus. 
 
OCLUSÃO COM SILICONES 
 
Os silicones mais utilizados são: 
• Dimeticone: apesar da ação oclusiva, possui baixa sensação de oleosidade e 
pegajosidade e não apresenta poder irritante. São utilizados em creme para mãos, 
emulsões em geral, óleos, sprays, reparadores de pontas, condicionadores, pós-
barba, entre outros. 
• Ciclometicone volátil: é um fluido volátil, incolor e inodor, com bom efeito 
condicionador para os cabelos, emoliente para a pele, toque seco e aveludado. 
Usado em emulsões, condicionadores e maquiagem. 
 
OCLUSÃO COM ÓLEOS VEGETAIS 
 
 Os óleos vegetais são amplamente utilizados em cosméticos e suas propriedades 
emolientes auxiliam na hidratação e proteção da pele. Além disso, alguns óleos, como o 
de rosa mosqueta apresentam propriedades regeradoras. Em geral, os óleos são 
extraídos de sementes e seu INCI indica nome científico + seed (sementes) + oil (óleo): 
• Óleo de abacate. INCI: Helianthus annuus oil. 
• Óleo de macadâmia. INCI: Macadamia ternifolia Oil. 
• Óleo de gérmen de trigo. INCI: Triticum vulgare oil 
• Óleo de maracujá. INCI: Passiflora edulis seed oil 
• Óleo de semente de uva. INCI: Vitis vinifera seed oil ou Grape seed oil. 
• Óleo de rosa mosqueta. INCI: Rosa Aff Rubiginosa (Rose Hips) Oil. 
• Óleo de amêndoas. INCI: Prunus Amygdalus Dulcis (Sweet Almond) Oil. 
• Óleo de oliva. INCI: Olea Europaea (Olive) Fruit Oil. 
• Óleo de buriti. INCI: Mauritia Flexuosa Fruit Oil. 
• Óleo de castanha do pará. INCI: Bertholletia excelsa seed oil. 
• Óleo de argan. INCI: Argania spinosa seed oil. 
 
SEÇÃO 2 – Hidratação por umectação 
 
 Os ativos umectantes retêm água da formulação, da atmosfera e a água perdida 
pela camada córnea. Normalmente são moléculas grandes que não permeiam a pele e 
ficam na superfície retendo água. O mecanismo de hidratação por umectação está 
ilustrado na figura abaixo: 
 
 
Os ativos cosméticos que atuam como hidratantes por umectação serão estudados 
a seguir: 
 
PROTEÍNA HIDROLISADAS 
 
 Os aminoácidos e as proteínas hidrolisadas são moléculas grandes, que não 
permeiam a camada córnea e permanecem retendo água, com uso na hidratação da pele 
e muito utilizado em produtos capilares. Os mais importantes são: 
• Colágeno. INCI: Hydrolyzed collagen. 
• Elastina. INCI: Hydrolyzed Elastin. 
• Queratina. INCI: Hydrolyzed Keratin. 
• Proteínas do trigo. INCI: Hydrolyzed wheat gluten. 
• Proteínas do arroz. INCI: Hydrolyzed Rice Protein. 
• Aminoácidos da seda. INCI: Silk Amino Acid. 
• Aminoácidos: serina, leucina, arginina, prolina, glicina, glutamina, entre outros. 
 
EXTRATOS GLICÓLICOS 
 
 Os extratos glicólicos é a forma na qual são utilizados os extratos de plantas. 
Possuem propriedades hidrofílicas e são produzidos colocando a parte da planta que se 
deseja extrair os ativos com uma mistura de água, glicerina ou propilenoglicol. 
 Em geral, extratos de frutos possuem ação de umectação, porém há outras plantas 
com ação hidratante, entre elas: 
• Babosa. INCI: Aloe vera extract. 
• Aveia. INCI: Avena sativa extract. 
• Abacaxi. INCI: Ananas Sativus Fruit Extract. 
• Erva doce. INCI: Pimpenella anisum extract. 
 
ÁCIDO HIALURÔNICO 
 
 O ácido hialurônico faz parte da matriz extracelular, cuja função é formar uma 
matriz fluida, elática e viscosa e estabilizar as fibras de colágeno e elastina. 
O ácido hialurônico é muito utilizado em produtos antienvelhecimento. Por ser uma 
molécula grande, não permeia a camada córnea, mas possui grande capacidade de 
retenção de água e são utilizados em cosméticos com efeito de preenchimento, pois 
conseguem melhorar muito a textura da pele. O INCI do ácido hialurônico é Sodium 
Hyaluronate. 
 
SEÇÃO 3 – Hidratação por umectação ativa 
 
 Os hidratantes ativos ou por umectação ativa conseguem permear a camada 
córnea e reter água em toda sua extensão. Desta maneira, os hidratantes ativos possuem 
resultados superiores aos demais. A figura abaixo ilustra o mecanismo de hidratação por 
umectação ativa: 
 
Fonte: http://folyic.com.br/blog/2015/11/02/hidratacao-do-couro-cabeludo/ 
 
Os umectantes ativos mais importantes são a ureia, PCA-Na, Lactato de sódio e 
amônio e hidroviton, estudados a seguir. 
 
UREIA 
 
 O uso de ureia em cosméticos é regulado por um Parecer Técnico da CATEC, que 
determina a concentração de uso de ureia em cosméticos. Esse parecer determina que 
produtos com ureia a 3% são considerados Grau I e o limite máximo é de 10% de ureia 
em cosméticos, sendo acima de 3% registrados como Grau II. 
 Concentrações maiores que 10% não são permitidas em cosméticos, porém podem 
ser manipuladas através de prescrição médica. Essa restrição de uso está no fato de que 
a ureia pode atravessar facilmente a barreira placentária, de que ela pode ser absorvida 
quando aplicada em lesões e de que pode causar irritação aos olhos e pele. O problema 
está que, em pH maior de 7,0 a ureia se degrada em amônia. Desta maneira, é proibida a 
utilização de ureia por gestantes. 
 Além de umectante ativo, a ureia é utilizada como queratolítico em concentrações 
acima de 20%, sendo comum em prescrições para rachadura dos pés. Também é 
utilizada por dermatologistas em concentração de 40% na forma de curativo oclusivo, 
para diminuir a hiperqueratose de unhas. 
 Quando usada até 10% e pH controlado abaixo de 6,5 é um excelente hidratante, 
capaz de recuperar rapidamente peles secas e descamativas. O INCI da ureia é urea. 
 
PCA-Na 
 
 O PCA-Na (INCI: Sodium PCA) é umectante ativo, pois imita a ação do Fator de 
Hidratação Natural na pele, retendo água. 
 
LACTATOS 
 
 Como lactatos são utilizados lactato de sódio e lactato de amônio, sendo este 
último o mais utilizado. Atua como hidratante ativo e é capaz de atenuar o ressecamento 
da pele, sendo especialmente indicado para peles extremamente ressecadas e plantas 
dos pés. 
 O INCI dos lactatos é: Ammonium Lactate e Sodium Lactate. 
 
HIDROVITON 
 
 O Hidroviton é composto por uma mistura de substâncias que imitam a ação do 
NMF na pele. Pode ser utilizado em sabonetes, emulsões, condicionadores, géis, entre 
outros. 
 O INCI do Hidroviton é Water (and) Glycerin (and) Sodium Lactate (and) TEA-
Lactate (and) Serine (and) Lactic Acid (and) Urea (and) Sorbitol (and) Sodium Chloride 
(and) Allantoin. 
 
SEÇÃO 2 – Aquaporinas AQP-3 
 
 As aquaporinas são uma família de 12 proteínas, que formam canais de água 
responsáveis pelo transporte de água e outras pequenas moléculas. 
A aquaporina 3 (AQP-3) é a encontrada na epiderme, sendo permeável à água e 
glicerina e exercendo papel

Outros materiais