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TE M A 1 AS CRISES DO FEUDALISMO: FOME, EPIDEMIA E REBELIÕES UN IDA DE 1 HISTÓRIA AS CRISES DO FEUDALISMO: FOME, EPIDEMIA E REBELIÕES TEMA 1 A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 As crises do feudalismo no século XIV A fome Aumento populacional Queda das colheitas e de rendimentos dos senhores e camponeses Produção agrícola insuficiente Fome da população europeia Aumento do preço dos alimentos Cultivo de solos pouco férteis e destruição das plantações por fortes chuvas HISTÓRIA AS CRISES DO FEUDALISMO: FOME, EPIDEMIA E REBELIÕES TEMA 1 A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 A epidemia de peste negra • Vinda da Ásia central, a peste negra chegou à Europa pelos portos do Mediterrâneo por volta de 1347, em embarcações infestadas de ratos. • A bactéria da doença foi transmitida por pulgas que picavam os ratos e então os seres humanos, e também de um ser humano para outro, através da tosse e do espirro. • Desnutrida pela escassez agrícola e vivendo em péssimas condições sanitárias, a população europeia foi gravemente afetada. Estima-se que, entre 1348 e 1351, mais de um terço dela tenha morrido. HISTÓRIA AS CRISES DO FEUDALISMO: FOME, EPIDEMIA E REBELIÕES TEMA 1 A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 A EXPANSÃO DA PESTE NEGRA NA EUROPA (1347-1351) Fonte: Britannica Kids. The Black Death. Encyclopædia Britannica 2012. Disponível em <http://mod.lk/ofkMH>. Acesso em 18 jan. 2018. M A R C U S PE N N A NE LO SE S N NO SO 250 km HISTÓRIA AS CRISES DO FEUDALISMO: FOME, EPIDEMIA E REBELIÕES TEMA 1 A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 O medo da morte na Idade Média Detalhe de Dança macabra, pintura de Bernt Notke, século XV. Detalhe de gravura de Ars Moriendi representando a tentação da avareza na hora da morte, século XV. A morte era representada na figura de esqueletos que dançavam, cobertos por um manto, liderando indivíduos dos mais variados segmentos sociais. Nessas representações, as diferentes camadas sociais da Europa medieval apareciam, enfim, igualadas no final da vida. O Ars Moriendi (“a arte de morrer”) foi um gênero literário cujos textos ensinavam aos cristãos os preparativos para uma boa morte, davam conselhos para evitar as tentações no leito de morte, regras gerais de boa conduta a amigos e parentes do agonizante e preces apropriadas à situação. Na pintura Na literatura TH E B R ID G EM A N A R T LI B R A R Y/ K EY ST O N E B R A SI L - M U SE U D E A R TE D A ES TO N IA , T A LL IN N B R ID G EM A N IM A G ES /K EY ST O N E B R A SI L - M U SE U A SH M O LE A N , U N IV ER SI D A D E D E O XF O R D HISTÓRIA AS CRISES DO FEUDALISMO: FOME, EPIDEMIA E REBELIÕES TEMA 1 A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 Local Período Revoltosos Motivação Desfecho França Década de 1350 Camponeses Jacqueries motivadas pela cobrança de altos tributos pelos senhores, pela crise de fome e contra o poder da nobreza. Repressão que ocasionou a morte de mais de 20 mil camponeses. Flandres Entre 1323 e 1328 Trabalhadores urbanos Concorrência das oficinas artesanais formadas por trabalhadores rurais e a consequente redução de seu salário. Derrota dos revoltosos. Inglaterra 1381 Trabalhadores do campo e da cidade Cobrança de novo imposto. Massacre sobre os rebeldes. Revoltas populares do século XIV HISTÓRIA AS CRISES DO FEUDALISMO: FOME, EPIDEMIA E REBELIÕES TEMA 1 A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 TE M A 2 O PROCESSO DE CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA NA EUROPA UN IDA DE 1 HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 O PROCESSO DE CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA NA EUROPA TEMA 2 A centralização monárquica e o Estado moderno Centralização do poder monárquico Imposição da autoridade dos reis sobre determinados territórios; unificação da moeda, das leis e dos impostos. Ocorreu ao longo do tempo, apesar da oposição da maior parte dos senhores feudais, que temiam perder seu poder, e da Igreja, que receava que os reis se tornassem politicamente mais fortes que o papa. Surgimento do Estado moderno Caracterizado pela existência de um mesmo povo, que compartilha uma única língua, vive em um mesmo território defendido por um Exército e é governado por um monarca soberano. Apoio da burguesia Interessada no fim das restrições impostas pelos senhores feudais para transportar e negociar mercadorias entre as cidades. Apoio de parte da nobreza Desejosa de manter seus privilégios após ter se enfraquecido com as Cruzadas e as fugas dos servos para as cidades. HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 O PROCESSO DE CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA NA EUROPA TEMA 2 A formação dos reinos ibéricos Disputas entre os muçulmanos e influência das Cruzadas Domínio dos árabes muçulmanos sobre a Península Ibérica Os cristãos iniciam as guerras de Reconquista pela Península Ibérica Formação dos reinos ibéricos e alianças entre as famílias reais Reino de Portugal (1139) Afonso Henriques, filho de Henrique de Borgonha, proclamou-se rei de Portugal e inaugurou a primeira dinastia portuguesa. Reino da Espanha (1492) Formado a partir do casamento entre os monarcas Fernando de Aragão e Isabel de Castela, em 1469, e consolidado após a queda do Emirado de Granada, em 1492. HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 O PROCESSO DE CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA NA EUROPA TEMA 2 A monarquia francesa Vitória francesa na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) Disputada contra a Inglaterra pela sucessão do trono francês e pelo controle da região de Flandres, importante centro produtor de tecidos. Enfraquecimento da nobreza francesa Aliança entre os nobres franceses e os reis da dinastia Valois Consolidação do poder real francês Medidas de centralização da dinastia capetíngia (A partir do século XII) • Criação de impostos. • Confisco de feudos. • Formação de exército assalariado. • Taxação sobre os bens da Igreja. HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 O PROCESSO DE CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA NA EUROPA TEMA 2 Centralização monárquica na Inglaterra Medidas de Guilherme, o Conquistador (século XII) • Confisco de terras da população. • Criação de 5 mil feudos, administrados por vassalos que deviam fidelidade ao rei. Embora o poder real tenha se fortalecido, os monarcas ingleses continuaram a lutar para manter a autoridade real sobre os senhores feudais nos séculos seguintes. Assinatura da Magna Carta (1215) O rei João Sem Terra assinou uma espécie de Constituição que reconhecia a autoridade real, mas obrigava o monarca a respeitar a lei, favorecendo nobres, clérigos e burgueses. HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 O PROCESSO DE CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA NA EUROPA TEMA 2 TE M A 3 CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA UN IDA DE 1 HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA TEMA 3 A diversidade cultural na América • Antes da chegada dos europeus à América, havia no continente uma grande diversidade cultural de povos e diferentes formas de organização política. • Quando o Reino da Espanha se formou, por exemplo, já havia na América grandes impérios, como o asteca e o inca. • Havia também cidades-Estado maias e pequenos Estados independentes, como o mixteca, além de comunidades tradicionais, como as que habitavam o território brasileiro. HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA TEMA 3 R. Amazonas L. Titicaca OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO GOLFO DO MÉXICO MAR DAS ANTILHAS Texcoco Castillo de Teayo Mayapán Tulum Xicalango Utatlán Ihuatzio Tlacopan Tizatlán ZaachilaMitlaTenochtitlán Cholula Quito CHIMU Supe PARACA Chavin de Huantar Machu Picchu Pachacamac Cuzco HUARI NAZCA MOCHICA Cajamarca Caral Túmbez Tiahuanaco TIAHUANACO EQUADOR TRÓPICODE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER 80° L 0º Culturas mesoamericanas Império Tolteca (1000 a 1200) Estados zapotecas (1400 a.C. a 700 d.C.) Maias (250 a 1000) Astecas (1300 a 1520) Culturas andinas Culturas pré-incas Império Chimu (1200 a 1470) Império de Tiahuanaco (375 a 1000) Cultura Inca (1200 a 1500) Povos e culturas do Brasil pré-cabralino Tronco Tupi Família TukanoTronco Macro-Jê Família Caraíba Grupo Charrua Família Aruaque Outros grupos Família Pano Culturas da América do Norte Anasazi (700 a 1500) Fremont (400 a 1300) Hohokam (300 a 1450) Mississípi (a partir de 750) Mogollon (250 a 1350) Patayan (Hakataya) (a partir de 700) Pueblos (700 a 1300) Fontes: VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 52; SOLIS, Felipe. Posclásico tardío (1200/1300-1521 d.C.). Tiempo mesoamericano (2500 a.C.-1521 d.C.). Arqueología Mexicana. Edición especial. México (DF): Raíces/Instituto Nacional de Antropología e Historia, 2001. p. 65. POVOS DA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA (C. 900-1520) FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 660 km HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA TEMA 3 O mundo dos maias • A civilização maia se desenvolveu na Mesoamérica e atingiu o auge entre 250 e 900 d.C. • Seu declínio ocorreu possivelmente por causa de epidemias, guerras, invasões, uma longa estiagem ou o esgotamento do solo. Seus sacerdotes também eram matemáticos e astrônomos. Realizavam cálculos precisos e viam a movimentação dos astros como uma manifestação da vontade divina. Viviam em cidades-Estado governadas por um chefe hereditário, que exercia as funções políticas e religiosas com o apoio de líderes tribais, nobres guerreiros e sacerdotes. Os povos maias Criaram três calendários, que utilizavam simultaneamente para estabelecer a época propícia para o preparo do campo, a semeadura e a colheita. Praticavam o comércio entre cidades, porém sua economia era agrícola. As elites tinham a posse das terras, que eram cultivadas por camponeses. Seu principal produto era o milho. HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA TEMA 3 Ergueram Tenochtitlán em meio a um lago salgado. Para viver no local, construíram barragens e diques para controlar o nível da água e canteiros flutuantes (chinampas), nos quais cultivavam flores e hortaliças. Eram governados por uma aristocracia militar e sacerdotal, no centro da qual estava o imperador. Camponeses lhe serviam como soldados e construtores de diques, pirâmides e outras obras. Os astecas Seus escribas produziram os códices, conjuntos de desenhos e escritos que representavam a história dos astecas, de suas conquistas territoriais e eventos relacionados à vida cotidiana. Praticavam a agricultura, base de sua economia, além de domesticar animais. Eram artesãos refinados: confeccionavam peças em ouro, prata, cerâmica e pedras preciosas, além de tecidos de algodão e mosaicos de plumas. O grande Império Asteca • Por volta do século XII, os astecas chegaram à região do Lago Texcoco e conquistaram cidades e povos vizinhos, formando um império que chegou a 25 milhões de pessoas no século XVI. • A capital Tenochtitlán foi enriquecida com os tributos pagos pelos diferentes povos do império. No século XVI, estima-se que a cidade tivesse cerca de 300 mil habitantes. HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA TEMA 3 O império dos incas • Acredita-se que os incas chegaram à região de Cuzco no final do século XIII. Lá iniciaram a construção de um grande império, chamado Tahuantinsuyo. • As terras do Império Inca abrigavam cerca de 7 milhões de pessoas, de mais de cem grupos étnicos distintos. Eram liderados pelo imperador (Sapa Inca), visto como representante sagrado do Sol, que contava com funcionários administrativos vindos de famílias nobres. Viviam em comunidades familiares (ayllus) chefiadas pelos kurakas, que garantiam a segurança, organizavam o trabalho e cobravam tributos dos camponeses na forma de serviços prestados (mita). Os incas Falavam o quéchua, um dos idiomas oficiais do Peru, falado atualmente por cerca de 12 milhões de indígenas. Na região andina, muitas comunidades camponesas ainda mantêm rituais e crenças religiosas incas. Construíam terraços em forma de degraus para praticar a agricultura nas montanhas e fabricavam os quipus, cordões nos quais faziam nós para registrar números e dados sobre a população e as finanças do império. HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 CIVILIZAÇÕES DA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA TEMA 3 TE M A 4 REINOS E IMPÉRIOS NA ÁFRICA SUBSAARIANA UN IDA DE 1 HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 TEMA 4 REINOS E IMPÉRIOS NA ÁFRICA SUBSAARIANA Sociedades sahelianas • A África, assim como a América pré-colombiana, foi território de diversas civilizações e diferentes organizações políticas. • O continente abrigou uma variedade de sociedades: nômades e sedentárias; Estados centralizados e comunidades aldeãs; povos de religiões tradicionais e monoteístas. • O Sahel é uma região situada imediatamente ao sul do Deserto do Saara e habitada por diferentes povos pastores e comerciantes. Entre os séculos VIII e XVI, desenvolveram-se nela diversos reinos e cidades mercantis. • Esses reinos tiveram origem na atividade do comércio de longa distância de artigos como ouro, noz-de-cola, marfim e peles, além de escravos. A atividade era praticada sobretudo com os árabes vindos do norte da África. Fontes: SILVA, Alberto da Costa e. A enxada e a lança: a África antes dos portugueses. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p. 297; HERNANDEZ, Leila M. G. Leite. A África na sala de aula: visita à África contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 41. REINOS E IMPÉRIOS DO SAHEL (SÉCULOS X-XVI) EQUADOR 0º 0º SONGHAI MALIGANA ETIÓPIA BORNU Timbuctu Taodeni Djenné Bilma Fez OCEANO ATLÂNTICO M A R VERM ELH O OCEANO ÍNDICO MAR MEDITERRÂNEO M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H R io N ilo Rio Congo Rio Níger Rio Gâmbia Rio Se negal Região do Sahel Deserto do Saara Áreas de influência islâmica Divisão política atual Império de Gana Império do Mali Impérios ou reinos FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 790 km HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 TEMA 4 REINOS E IMPÉRIOS NA ÁFRICA SUBSAARIANA O Reino de Gana • O mais antigo do Sahel, o Reino de Gana se estabeleceu por volta do ano 300. • Foi nomeado pelos árabes como “terra do ouro” devido a suas ricas zonas auríferas. • A cidade de Kumbi Saleh foi seu principal centro comercial e atingiu seu esplendor por volta dos séculos XIII e XIV. Chegada do islã (c. século XI) Crescimento do islamismo após contato com líderes religiosos e mercadores árabes vindos do norte. Fortalecimento do poder do rei (gana) • Conversão de intelectuais e membros da corte real ao islã. • Aglutinação de diferentes povos, como tuaregues, malinquês, fulas, tuculores e soninquês. Formação do Império de Gana • O islã se tornou religião do Estado, mesmo sem a conversão do gana. • Apesar da nova religião, crenças e rituais tradicionais foram mantidos. HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 TEMA 4 REINOS E IMPÉRIOS NA ÁFRICA SUBSAARIANA O Império do Mali • Entre os séculos XIII e XVI, floresceu no Sahel o Império do Mali. • A princípio, o Mali foi uma região do Império de Gana. Era habitado pelos malinquês (mandingas), que falavam a mesma língua de Gana e também adotaram a cultura e a religião islâmicas. • Seus governantes recebiam o título de mansa, e seu poder era mantido por meio do controle do comércio de caravanas e da cobrança de taxas sobre produtos como ouro, sal, escravos, marfim e noz-de-cola. •Os súditos viviam em casebres de barro nos vilarejos, onde plantavam, criavam animais, pescavam, teciam e produziam objetos artesanais, como cestas e potes. Mercado a céu aberto diante da Grande Mesquita de Djenné, no Mali atual. Foto de 2012. AY SE T O PB A S/ G ET TY IM A G ES HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 TEMA 4 REINOS E IMPÉRIOS NA ÁFRICA SUBSAARIANA A expansão do império: Timbuctu e Djenné • Mansa Musa foi o rei responsável por organizar o Império do Mali em províncias, estreitar os laços com o Egito e aumentar a extensão do reino. • As cidades de Timbuctu e Djenné foram incorporadas ao império no século XIII. Sob o governo de Musa, transformaram- -se em grandes centros cosmopolitas, onde foram construídos prédios públicos e mesquitas. • Em Timbuctu, encontravam-se intelectuais e estudiosos do mundo árabe. Nas universidades da cidade ensinava-se lógica, astronomia, caligrafia árabe, matemática e história, além dos fundamentos do islã por meio do estudo do Alcorão. Detalhe de Atlas catalão de Abraham Cresques, de 1375. Na imagem, Mansa Musa erguendo uma pepita de ouro sobre a cidade de Timbuctu. B IB LI O TE C A N A C IO N A L D A F R A N Ç A , P A R IS HISTÓRIA A EMERGÊNCIA DO MUNDO MODERNOUNIDADE 1 TEMA 4 REINOS E IMPÉRIOS NA ÁFRICA SUBSAARIANA TE M A 1 O HUMANISMO: UMA NOVA VISÃO DE MUNDO UN IDA DE 2 HISTÓRIA O HUMANISMO: UMA NOVA VISÃO DE MUNDO TEMA 1 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 Renascimento: um novo modo de pensar Predomínio do pensamento religioso durante a Idade Média • Na Idade Média, o conhecimento era dirigido pelo clero católico, que entendia o mundo a partir da fé e da religião. • Escolástica: conciliação entre fé e razão; entretanto, ainda se priorizavam as Escrituras. Transformações na Europa Desde o século XI, mudanças como a urbanização, a expansão do comércio e o enriquecimento da burguesia propiciaram o surgimento de novas ideias, que não correspondiam mais à visão de mundo divulgada pelos clérigos medievais. Renascimento A história, a filosofia, a literatura, a retórica e a matemática passaram a ser valorizadas na educação. Para se diferenciar do período medieval, artistas e intelectuais se inspiraram na Antiguidade clássica. HISTÓRIA O HUMANISMO: UMA NOVA VISÃO DE MUNDO TEMA 1 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 Por que Renascimento? “Renascimento” O termo sugeria a ideia equivocada de que a Idade Média teria sido um período de atraso cultural e intelectual, durante o qual o conhecimento da Antiguidade clássica teria desaparecido. O termo fazia crer que a expressão cultural da Antiguidade clássica pudesse ser retomada fora de seu tempo e em outro contexto histórico. Na realidade, estudos mostram que, nesse período, a cultura greco-romana continuou presente na literatura, nas teorias políticas, na educação, na filosofia etc. Na realidade, apesar de terem criado um estilo artístico inspirado na Antiguidade, os renascentistas expressaram valores típicos de sua época, como a permanência das ideias religiosas e as transformações sociais e culturais do final da Idade Média. HISTÓRIA O HUMANISMO: UMA NOVA VISÃO DE MUNDO TEMA 1 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 O humanismo • O humanismo foi um movimento intelectual do Renascimento que surgiu nos centros urbanos mais desenvolvidos da Península Itálica. O pensamento humanista Buscava obter conhecimento sobre o ser humano e a natureza através da investigação, da observação e da crítica, valorizando a razão e o raciocínio lógico. Defendia o antropocentrismo, ou seja, a ideia de que o ser humano deveria ser visto como o centro do Universo, no lugar de Deus (teocentrismo), como feito até então. Estava associado aos novos valores próprios da burguesia, como a liberdade do indivíduo na sociedade e a capacidade de agir do ser humano. Mantinha a religião cristã, mas defendia a investigação e a reflexão racional por acreditar que a razão não deveria estar a serviço da fé, mas ser uma categoria livre. HISTÓRIA O HUMANISMO: UMA NOVA VISÃO DE MUNDO TEMA 1 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 TE M A 2 O RENASCIMENTO NAS CIÊNCIAS E NAS ARTES UN IDA DE 2 HISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 O RENASCIMENTO NAS CIÊNCIAS E NAS ARTES TEMA 2 O espírito científico renascentista • Os fenômenos da natureza passaram a ser estudados por meio da observação e da experimentação, em vez de serem vistos como manifestações da vontade divina. Por isso, muitos pensadores sofreram pressões da Igreja para abandonar seus estudos. • Galileu Galilei, por exemplo, foi condenado por defender a teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, que afirmava que a Terra orbitava em torno do Sol, no lugar da antiga crença geocêntrica. Para sobreviver, o astrônomo italiano teve que renunciar a suas ideias. • Os humanistas valorizavam a precisão, o método e o rigor. Com isso, criaram inovações técnicas e realizaram diversos tipos de descobertas científicas, desde a movimentação elíptica dos planetas até o funcionamento da circulação sanguínea em nosso corpo. Sistema cosmológico concebido por Copérnico, retirado da obra Atlas celestial ou a harmonia do Universo, 1660. N IC O LA U C O PÉ R N IC O - B IB LI O TE C A B R IT Â N IC A , L O N D R ES HISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 O RENASCIMENTO NAS CIÊNCIAS E NAS ARTES TEMA 2 A difusão de novas ideias Escrita manual • Até meados do século XV, os livros eram escritos à mão por monges copistas, um processo limitado e custoso. • Os livros eram guardados nas bibliotecas dos mosteiros, limitando o conhecimento a religiosos, alguns poucos intelectuais e aristocratas. Em 1450, Johannes Gutenberg desenvolveu a prensa de caracteres, agilizando a reprodução de livros, barateando os custos e aumentando a produtividade. Durante o Renascimento, foram criados academias e liceus laicos, fora do controle da Igreja, onde se estudava grego e latim e desenvolvia-se um conhecimento investigativo, reflexivo e crítico. Difusão das ideias humanistas pela Europa HISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 O RENASCIMENTO NAS CIÊNCIAS E NAS ARTES TEMA 2 Península Itálica: berço da nova arte Enriquecimento da burguesia italiana com as atividades comerciais e bancárias no fim do século XIV. Italianos influentes investiram no trabalho de pintores, escultores e arquitetos e tornaram-se mecenas: protetores e patrocinadores de artistas. Burgueses prósperos e orgulhosos buscavam expressar seu poder, exibir sua riqueza e imortalizar sua figura nas sociedades italianas. Além de famílias burguesas, como os Médici de Florença, papas como Júlio II investiram nas artes para reforçar o poder da Igreja e conquistar a admiração dos fiéis. Sem esse patrocínio, artistas como Botticelli e Michelangelo talvez não tivessem marcado a história da arte com suas pinturas e esculturas. HISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 O RENASCIMENTO NAS CIÊNCIAS E NAS ARTES TEMA 2 A arte renascentista e suas inovações • Os renascentistas representaram expressões, sentimentos e figuras humanas; a natureza; temas da mitologia greco- -romana; personagens e episódios bíblicos; além de fazer retratos encomendados. • “Cientistas das artes”: os artistas procuraram recriar a realidade com perfeição e beleza, utilizando inovações como a perspectiva (impressão de profundidade) e a técnica de luz e sombra. • Universalismo: busca pelo conhecimento em todas as áreas do saber. • Principais nomes: Giotto di Bondone (precursor), Brunelleschi, Donatello, Botticelli, Michelangelo, Rafael, Leonardo da Vinci e Ticiano. Detalhe de O Nascimento de Vênus, pintura de Sandro Botticelli, c. 1485. G A LE R IA D O S O FÍ C IO S, F LO R EN Ç AHISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 O RENASCIMENTO NAS CIÊNCIAS E NAS ARTES TEMA 2 O Renascimento no norte da Europa • No século XV, enquanto o Renascimento estava no auge na Península Itálica, começaram a ocorrer também transformações na arte do norte da Europa. • Nessa região, houve um menor interesse em retratar temas da cultura greco-romana; os artistas se preocuparam mais em representar plantas, animais e a anatomia humana. • Jan van Eyck (1390-1441): produziu obras que impressionam pelo realismo e pela riqueza de detalhes. • Albrecht Dürer (1471-1528): dedicou-se ao estudo de novas técnicas (perspectiva, anatomia e arquitetura clássica), aproximando-se da arte italiana. Detalhe de Autorretrato, pintura de Albrecht Dürer, 1493. M U SE U D O L O U VR E, P A R IS HISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 O RENASCIMENTO NAS CIÊNCIAS E NAS ARTES TEMA 2 TE M A 3 A REFORMA PROTESTANTE: UMA NOVA DIVISÃO NA CRISTANDADE UN IDA DE 2 HISTÓRIA A REFORMA PROTESTANTE: UMA NOVA DIVISÃO NA CRISTANDADE TEMA 3 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 A crise religiosa Fortalecimento do poder dos reis, que passaram a rivalizar com o poder do papa Choque entre a condenação do lucro pela Igreja e os interesses econômicos da burguesia Desvirtuação dos valores cristãos por boa parte do clero • Usufruto de riquezas, luxo e ostentação. • Descaso na condução dos cultos e ritos. • Desrespeito às regras religiosas. • Venda da simonia: bênçãos, favores, objetos sagrados e cargos eclesiásticos. • Venda de indulgências: remissão das penitências pelos pecados. Reforma Protestante Origem de novas igrejas cristãs. Críticas à instituição da Igreja HISTÓRIA A REFORMA PROTESTANTE: UMA NOVA DIVISÃO NA CRISTANDADE TEMA 3 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 Lutero e o início da Reforma Em 1517, o monge Martinho Lutero apresentou em Wittenberg suas 95 teses, condenando o comportamento do clero e a venda de indulgências. Depois de debates teológicos entre Lutero e sábios da Igreja, em 1520 o monge foi ameaçado de excomunhão através de uma bula papal. Lutero manteve suas críticas à Igreja e queimou a bula papal em público, rompendo definitivamente com a Igreja. Lutero iniciou sua reforma e formalizou os princípios de sua doutrina na Confissão de Augsburgo, documento datado de 1530. Principais pontos da Confissão de Augsburgo • Salvação pela fé. • Livre-interpretação da Bíblia. • Abolição do celibato clerical e dos sacramentos (com exceção do batismo e da eucaristia). • Substituição do latim pelo idioma nacional nos cultos. HISTÓRIA A REFORMA PROTESTANTE: UMA NOVA DIVISÃO NA CRISTANDADE TEMA 3 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 Calvino e seus seguidores Com ajuda da prensa de Gutenberg, a difusão das ideias luteranas originou novos movimentos reformistas. O francês João Calvino se converteu ao protestantismo e passou a sofrer perseguições. Em 1536, Calvino se refugiou na Suíça, onde criou sua própria doutrina, baseada na predestinação divina. Após sua morte, a doutrina calvinista foi interpretada por seus seguidores, que viram a riqueza e a prosperidade como sinais da graça de Deus. Essa visão da riqueza trouxe ao calvinismo grande apoio da burguesia europeia. HISTÓRIA A REFORMA PROTESTANTE: UMA NOVA DIVISÃO NA CRISTANDADE TEMA 3 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 A Igreja Anglicana • Na Inglaterra, a ruptura religiosa teve caráter essencialmente político. • Motivação: conflito de interesses entre a monarquia inglesa e o clero católico, além da insatisfação dos ingleses com a cobrança do dízimo pela Igreja. O rei inglês Henrique VIII se casou com Catarina de Aragão, porém a união não produziu herdeiros. Henrique VIII solicitou ao papa Clemente VII a anulação do casamento, mas teve seu pedido negado. Henrique VIII se separou de Catarina e casou- -se com Ana Bolena, desobedecendo ao papa. Após ser excomungado, o rei decretou em 1534 o Ato de Supremacia, tornando-se chefe da nova Igreja Anglicana. O anglicanismo tornou-se a religião oficial da Inglaterra. O Estado inglês confiscou terras da Igreja Católica. HISTÓRIA A REFORMA PROTESTANTE: UMA NOVA DIVISÃO NA CRISTANDADE TEMA 3 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 Principais pontos das doutrinas protestantes Defendeu a salvação pela fé. • Rejeitaram a hierarquia eclesiástica. Instituíram: • o batismo e a eucaristia; • a livre interpretação da Bíblia; • o fim do culto a santos e imagens; • a substituição do latim pela língua nacional; • a abolição do celibato. • Pregou uma disciplina moral rígida e o modo de vida simples. • Manteve os ritos católicos e a hierarquia eclesiástica. • Tornou o rei a autoridade máxima da Igreja. • Sintetizou princípios católicos e calvinistas. • Defenderam a salvação pela predestinação. Luteranismo Calvinismo Anglicanismo HISTÓRIA A REFORMA PROTESTANTE: UMA NOVA DIVISÃO NA CRISTANDADE TEMA 3 RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 TE M A 4 A REFORMA CATÓLICA E SEUS IMPACTOS NA EUROPA E NO MUNDO UN IDA DE 2 HISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 A REFORMA CATÓLICA E SEUS IMPACTOS NA EUROPA E NO MUNDO TEMA 4 A reação da Igreja: a Contrarreforma Reforma Protestante • Expansão de novas igrejas pela Europa. • Perda de fiéis por parte da Igreja Católica. Contrarreforma (Reforma Católica) Movimento de renovação da Igreja iniciado no Concílio de Trento, convocado por Paulo III em 1545. Reafirmação dos dogmas e ritos católicos e condenação da venda de indulgências e cargos eclesiásticos. Determinação da criação de seminários para a formação do clero e da elaboração do catecismo para a evangelização dos fiéis. Reorganização do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição para julgar e punir os casos de heresia. O Tribunal também elaborou o Índice de Livros Proibidos (Index). HISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 A REFORMA CATÓLICA E SEUS IMPACTOS NA EUROPA E NO MUNDO TEMA 4 A perseguição aos protestantes • A Igreja Católica contou com alianças com algumas monarquias europeias para combater o protestantismo. • Na década de 1540, o rei Francisco I instituiu a pena de morte aos huguenotes, calvinistas que se expandiam nos principais centros comerciais da França. • Noite de São Bartolomeu (1572): por ordem da família real, tropas francesas executaram centenas de huguenotes, desencadeando uma onda de violência pela França que resultou em mais de 10 mil protestantes mortos. • Edito de Nantes (1598): estabelecimento da liberdade de culto e fim dos conflitos na França. Massacre de São Bartolomeu, pintura de François Dubois, c. 1572-1584. D E A G O ST IN I/G ET TY IM A G ES - M U SE U C A N TO N A L B EL A S A R TE S, L A U SA N N E HISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 A REFORMA CATÓLICA E SEUS IMPACTOS NA EUROPA E NO MUNDO TEMA 4 A Companhia de Jesus Pintura representando uma igreja jesuíta no Japão, no final do século XVI. A Companhia de Jesus Criada em 1534 pelo espanhol Inácio de Loyola como medida da Igreja Católica para combater a expansão protestante. Tinha a missão de reafirmar a fé católica, criar escolas religiosas e, principalmente, conquistar novos fiéis. Atuou nos domínios coloniais ibéricos, onde os jesuítas catequizavam os nativos adaptando o catolicismo às culturas locais. Na América, os jesuítas foram acusados de escravizar os nativos e, no Japão, passaram a ser hostilizados após a proibição do cristianismo, em 1587. G R A N G ER /R EX / SH U TT ER ST O C K - C O LE Ç Ã O P A R TI C U LA R HISTÓRIA RENASCIMENTO E REFORMAS RELIGIOSASUNIDADE 2 A REFORMA CATÓLICA E SEUS IMPACTOS NA EUROPA E NO MUNDO TEMA 4 TE M A 1 AS MOTIVAÇÕES PARA A EXPANSÃOMARÍTIMA EUROPEIA UN IDA DE 3 HISTÓRIA AS MOTIVAÇÕES PARA A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA TEMA 1 AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 Com o aumento das trocas comerciais entre as cidades europeias, os burgueses se enriqueceram e ganharam prestígio. Os burgueses passaram a comprar títulos de nobreza, antes exclusivos dos nobres, tradicionais proprietários de terras. Os reis tomaram medidas para consolidar seu poder e exercer autoridade sobre vastas regiões. • Criação de impostos e moedas de circulação nacional. • Burocracia administrativa representante da Coroa em todo o reino. • Definição das fronteiras territoriais. • Formação de exércitos profissionais, submetidos ao rei. O fortalecimento do poder real • A partir do século XII, várias regiões da Europa passaram por transformações econômicas, sociais e políticas que levaram à formação dos Estados modernos. HISTÓRIA AS MOTIVAÇÕES PARA A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA TEMA 1 AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 O mercantilismo • Sustentar os funcionários do reino, equipar as tropas que protegiam o território e manter o luxo da corte eram tarefas custosas. • Para enriquecer o reino, muitas monarquias adotaram um conjunto de práticas econômicas chamadas mercantilistas. Metalismo: riqueza de um reino medida de acordo com a quantidade de metais nobres que ele possuía. Daí a importância do acúmulo de prata e ouro. Estímulo à produção de bens manufaturados, que abasteciam o mercado interno e podiam ser exportados, rendendo mais moedas para a Coroa. Mercantilismo Balança comercial favorável: criação de medidas protecionistas para reduzir as importações no reino e aumentar as exportações, mantendo a balança comercial positiva. Busca por riquezas como especiarias e metais preciosos levou à formação de rotas comerciais marítimas controladas pela burguesia, aliada dos reis. HISTÓRIA AS MOTIVAÇÕES PARA A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA TEMA 1 AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 O comércio com o Oriente • Os contatos comerciais entre a Europa e o Oriente, reduzidos durante a Idade Média, foram revigorados a partir do século XI. • Do Oriente provinham especiarias usadas para conservar e dar sabor aos alimentos e para fabricar remédios, além de tapetes, tintas para tecidos, seda bruta e açúcar. • Os principais mercadores do Mediterrâneo vinham das cidades italianas de Gênova e Veneza e revendiam produtos trazidos da Ásia por comerciantes muçulmanos. • A escassez de ouro e prata para realizar as trocas comerciais fez com que reis e burgueses passassem a buscar novas fontes para esses metais. HISTÓRIA AS MOTIVAÇÕES PARA A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA TEMA 1 AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 O COMÉRCIO EUROPEU NO SÉCULO XIV MAR CÁSPIO MAR NEGRO MAR DO NORTE OCEANO ATLÂNTICO M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H 0° 40° N Bayonne Toulouse Montpellier La Rochelle Barcelona Marselha Lyon Lisboa Paris Bristol Colônia Bremen Novgorod Iaroslav Kazan Smolensk Estocolmo Riga Kiev Budapeste Teodósia Odessa Astracã Trebizonda Gdansk Lubeck Schonan Ratisbona Reims Gand Amiens Frankfurt Breslau Estrasburgo Viena Hamburgo Reval Bergen Bruges Calais Londres Milão Gênova Pisa Veneza Florença Bologna Roma Nápoles Creta Modon Barletta Cairo Alexandria DamascoTiro Jerusalém São João d’Acre Constantinopla Ragusa Antioquia Esmirna Alepo Trípoli Trípoli Bagdá Palermo Messina Cádiz Ceuta Saló Granada Toledo Túnis Bugia MAR M EDITERRÂNEO Rota de caravanas de Meca e Iêmen Rota de caravanas de Timbuctu Rota de caravanas da Índia e da China Rota de caravanas da Ásia Central e da China Importantes cidades comerciais Feiras Principais centros do comércio mediterrâneo Principais rotas marítimas Principais rotas terrestres Outras rotas terrestres Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 17. FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 260 km HISTÓRIA AS MOTIVAÇÕES PARA A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA TEMA 1 AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 O ideal cruzadista Início da Idade Moderna (1453) Turcos otomanos vindos da Ásia Central invadiram Constantinopla e derrubaram o Império Bizantino. Os muçulmanos assumiram o controle das rotas marítimas do Mediterrâneo e bloquearam o acesso terrestre dos cristãos ao Oriente, o que inclui a cidade santa de Jerusalém. A Igreja, os reis, setores da nobreza e os burgueses passaram a ter objetivos comuns: expandir a fé cristã, conquistar terras e metais preciosos e adquirir as especiarias no Oriente. A expansão marítima era um projeto que atendia a todos esses interesses. Ela também foi incentivada pelo ideal humanista do domínio da natureza por meio do conhecimento científico. Inovações náuticas que propiciaram as grandes navegações • Bússola: instrumento de orientação que utiliza o norte como referência. • Astrolábio: instrumento de orientação cuja referência são as estrelas. • Caravelas: embarcações capazes de fazer viagens mais longas e rápidas. HISTÓRIA AS MOTIVAÇÕES PARA A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA TEMA 1 AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TE M A 2 AS VIAGENS MARÍTIMAS PORTUGUESAS UN IDA DE 3 HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 2 AS VIAGENS MARÍTIMAS PORTUGUESAS Portugal conquista os mares Intercâmbio cultural • O contato entre cristãos e árabes na Europa propiciou as trocas de conhecimentos e costumes. • Obras de estudiosos e viajantes muçulmanos contribuíram para as inovações náuticas ibéricas e para obter conhecimento sobre o mar. Fatores do pioneirismo português Revolução de Avis (1383-1385) D. João foi proclamado rei e aliou- -se à burguesia mercantil com o plano de conquistar novas áreas de comércio, expandir o território português e consolidar seu reinado. Posição geográfica • Voltados ao oceano Atlântico, os portos portugueses tornaram-se importantes centros comerciais. • O comércio rendeu lucros à Coroa, que, por conta disso, passou a dar especial atenção às frotas mercantes. HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 2 AS VIAGENS MARÍTIMAS PORTUGUESAS As conquistas coloniais portuguesas • Em 1415, os portugueses tomaram Ceuta, um entreposto comercial muçulmano que recebia mercadorias da África, da Índia e da Pérsia. Dali, continuaram a contornar o litoral africano e a explorar o Atlântico. • Os lusos colonizaram novas terras e nelas instalaram feitorias, entrepostos fortificados onde se estocavam mercadorias. • Viagem de Bartolomeu Dias (1487-1488): expedição em direção às Índias que contornou o Cabo das Tormentas, no extremo sul da África. • Viagem de Vasco da Gama (1497-1498): obteve acesso a Calicute, na Índia, tornando Portugal o maior centro europeu do comércio de especiarias do século XVI. HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 2 AS VIAGENS MARÍTIMAS PORTUGUESAS AS CONQUISTAS PORTUGUESAS NA ÁSIA E NA ÁFRICA (SÉCULOS XV-XVI) Arguim 1443 Cabo Verde (Dacar) 1444 Serra Leoa 1460 Castelo de São Jorge da Mina 1482 Acra Ilha do Príncipe 1472(?) Ilhas de Cabo Verde 1460(?) Ilha de São Tomé 1471(?) Ascensão 1502 S. Helena 1503 Cabo da Boa Esperança 1488 Baía de São Brás 1488 Sofala 1505 Moçambique 1507 Melinde 1498 Ilha de Socotorá 1503 Áden ARÁBIA 1503 ÍNDIA CHINA 1513 Damão Diu Goa 1510 Calicute 1498 Cochim 1501 Ceilão 1506 Sumatra 1509 Sião 1511 Malaca 1511 Macau Ormuz 1507/1515 Mombaça 1498 Ilha de São Lourenço (Madagáscar) 1500(?) Luanda 1575 Rio Senegal 1444 Rio Gâmbia 1448 Cabo Bojador 1434 Madeira 1420 Açores 1427 Lagos Lisboa Ceuta 1415 EUROPA ÁFRICA ÁSIA EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER OCEANO ÍNDICO Golfo Pérsico M A R VERM ELH O MEDITERRÂNEO OCEANO ATLÂNTICO 0° 0° MAR Fonte: HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala deaula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 46. FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 780 km HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 2 AS VIAGENS MARÍTIMAS PORTUGUESAS A chegada ao Brasil A expedição de Pedro Álvares Cabral foi organizada pela Coroa para estabelecer entrepostos comerciais em Calicute, garantir o comércio de especiarias e expandir o cristianismo. A frota desviou de sua rota original e ancorou no sul da Bahia, em 22 de abril de 1500. As terras foram chamadas de Ilha de Vera Cruz e, depois, Terra de Santa Cruz. Naquele momento, a Coroa teve pouco interesse em investir na ocupação do Brasil, pois sua preocupação estava voltada aos lucros do comércio com o Oriente. Detalhe de Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500, pintura de Oscar Pereira da Silva, 1922.AC ER VO D O M U SE U PA U LI ST A D A U N IV ER SI D A D E D E SÃ O P A U LO HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 2 AS VIAGENS MARÍTIMAS PORTUGUESAS TE M A 3 AS VIAGENS MARÍTIMAS ESPANHOLAS UN IDA DE 3 HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 3 AS VIAGENS MARÍTIMAS ESPANHOLAS Os espanhóis chegam à América Investimentos da Coroa espanhola Os reis Isabel e Fernando financiaram a expedição do explorador Cristóvão Colombo, que acreditava poder chegar às Índias navegando em direção ao oeste. Chegada ao Caribe Em 1492, Colombo chegou à ilha de Guanaani, que nomeou de San Salvador. Passou por Cuba e pela ilha de São Domingos (Hispaniola), acreditando estar nas Índias. Uma nova descoberta Após a morte de Colombo, Américo Vespúcio fez novas viagens até as terras encontradas e apresentou a hipótese de que elas formavam um novo continente. Navegador ambicioso e estudioso, Colombo partiu do entendimento de que a Terra era redonda, tornando possível um trajeto direto para o Oriente. Colombo passou o resto de sua vida com a crença de que havia chegado às Índias. Por esse motivo, nomeou os nativos que conheceu de índios. Por conta da descoberta de Américo Vespúcio, o novo continente recebeu o nome de América. HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 3 AS VIAGENS MARÍTIMAS ESPANHOLAS O Tratado de Tordesilhas As expedições espanholas passaram a rivalizar com as portuguesas, levando as duas Coroas a reivindicar a posse das terras ultramarinas. O papa Alexandre VI apresentou a Bula Intercoetera, porém o rei português não concordou com a divisão de terras proposta no documento. Para evitar o conflito, representantes de Portugal e Espanha se reuniram e chegaram a um acordo territorial, o Tratado de Tordesilhas, em julho de 1494. Definiu-se que as terras situadas a oeste da linha traçada ficavam com a Espanha e as localizadas a leste pertenciam a Portugal. DIVISÃO DAS TERRAS ULTRAMARINAS ENTRE PORTUGAL E ESPANHA (1493-1494) M ER ID IA N O D E G R EE N W IC HEQUADOR TRÓPICO DE CÂNCER TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO 0º 0º CÍRCULO POLAR ÁRTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO Ilhas Açores Cabo Bojador Cabo da Boa Esperança Ilhas dos Açores PORTUGAL ESPANHA Cabo Bojador Cabo Verde Estreito de Magalhães Bula Intercoetera Tratado de Tordesilhas Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 239. FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 1.710 km HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 3 AS VIAGENS MARÍTIMAS ESPANHOLAS As rotas das expedições ibéricas GRANDES NAVEGAÇÕES PORTUGUESAS E ESPANHOLAS (SÉCULOS XV E XVI) M ER ID IA N O D E TO RD ES IL H A S EQUADOR OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOOCEANO ATLÂNTICO ÁFRICA TERRA NOVA ÁSIAEUROPA OCEANIA AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA DO SUL CUBA 1500 ANGOLA ARÁBIA 1503 ÍNDIA 1498 HISPANIOLA CHINA 1513 JAPÃO 1543 Lisboa Palos Cádiz Cabo da Boa Esperança Estreito de Magalhães Porto Seguro Calicute Macau ILHAS FILIPINAS MOLUCAS Goa MADAGASCAR GROENLÂNDIA Constantinopla 1487 Viagem de Bartolomeu Dias (1487-1488) Viagem de Pedro Álvares Cabral (1500) Terras de Portugal Terras da Espanha Viagem de Vasco da Gama (1497-1498) Cristóvão Colombo (primeira viagem 1492-1493) Fernão de Magalhães (1519-1521) Américo Vespúcio (1499-1502) 004-m-AH7-U03-ANOTACOES-M1.pdf 1 8/8/18 5:07 PM Fontes: Atlas histórico. São Paulo: Britannica, 1997. p. 88; HALE, John R. Idade das explorações. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981. p. 54. FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 1.870 km HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 3 AS VIAGENS MARÍTIMAS ESPANHOLAS A vida em alto-mar As expedições marítimas Em geral, eram compostas de um comandante e alguns oficiais auxiliares, soldados, religiosos, marinheiros, artesãos e um médico. Diversas doenças atingiam os tripulantes, como tifo, coqueluche, sarampo e escorbuto, esta provocada pela falta de vitamina C. O tamanho da tripulação variava de acordo com o objetivo da expedição, o prestígio do comandante e os recursos disponíveis. Uma das regiões mais temidas foi o Cabo das Tormentas, no sul da África, devido às fortes tempestades e ao risco de naufrágio. Por ter a finalidade militar de conquistar as Índias, a expedição de Cabral foi a maior organizada até então, com cerca de 1.500 homens. As calmarias também representavam um perigo, pois nas embarcações à deriva podiam se esgotar a água e os alimentos. HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 3 AS VIAGENS MARÍTIMAS ESPANHOLAS TE M A 4 OUTRAS VIAGENS MARÍTIMAS: FRANCESES, INGLESES E CORSÁRIOS UN IDA DE 3 HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 4 OUTRAS VIAGENS MARÍTIMAS: FRANCESES, INGLESES E CORSÁRIOS Piratas em nome da Coroa Os navegadores ingleses e franceses encontraram as terras do Novo Mundo já divididas entre Portugal e Espanha, conforme o Tratado de Tordesilhas. Com o fim da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), Inglaterra e França também passaram a se dedicar à expansão marítima. Ingleses e franceses recorreram à pirataria para tirar proveito das riquezas da América e dos entrepostos comerciais ibéricos na Ásia e na África. A Coroa e grandes comerciantes investiram nas expedições e passaram a oficializá-las com uma carta de corso. Por isso, esses piratas eram chamados de corsários. Os corsários roubavam prata, esmeraldas, pérolas e outros produtos lucrativos vindos da América. Os bens eram divididos entre eles e seus investidores. HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 4 OUTRAS VIAGENS MARÍTIMAS: FRANCESES, INGLESES E CORSÁRIOS Incursões francesas na América • Desejando ter direitos à partilha das novas terras descobertas, a França investiu na colonização do Novo Mundo. Nome Local Data Expedição França Antártica Baía da Guanabara, no atual Rio de Janeiro 1555- -1567 O forte construído na Baía da Guanabara não deteve os portugueses, que expulsaram os franceses em 1567. França Equinocial Atual cidade de São Luís do Maranhão 1612- -1615 Os franceses fundaram o povoado de Saint Louis, mas acabaram sendo expulsos por tropas luso-brasileiras. Nova França América do Norte A partir do início do século XVII Os franceses chegaram ao norte da costa atlântica e avançaram para o interior. Criaram a Louisiana, em homenagem ao rei Luís XIV, e o povoado de Nova Orleans. FRANCESES NA AMÉRICA DO NORTE (SÉCULO XVIII) TERRITÓRIO ESPANHOL 40°N 80° O OCEANO ATLÂNTICO Grandes Lagos Golfo do S. Lourenço LOUISIANA ILLINOIS TERRITÓRIO INGLÊS TERRITÓRIO ESPANHOL Quebec AC ÁD IA Ri o M iss iss ípi NOVA FRANÇA Saint Louis Forte de Nova Orleans Detroit Ottawa Ri o Sã o Lo ur en ço Ri o Tenn esse e R io M is si ss íp i Rio O hi o Território francês Fonte: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 60-61. FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 410 km HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 4 OUTRAS VIAGENS MARÍTIMAS: FRANCESES, INGLESES E CORSÁRIOS As navegações inglesas • Giovanni Caboto: tentando encontrar uma passagem para o Oriente navegando a noroeste, o genovês chegou à Terra Nova. • William Hawkins: um dos principais exploradores britânicos das terras do Atlântico sul, comercializou produtos africanos e pau-brasil brasileiro. • Francis Drake: o corsário saqueou toneladas de ouro e prata de navios e da América hispânica. Em 1585, tomou Santo Domingo e Cartagena das Índias, na América, que lhe rendeu um fabuloso butim em ouro e prata. HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 4 OUTRAS VIAGENS MARÍTIMAS: FRANCESES, INGLESES E CORSÁRIOS AS VIAGENS MARÍTIMAS INGLESAS Fonte: Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo/The Times, 1995. p. 153. OCEANO ÍNDICO OCEANO ÍNDICO EQUADOR OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO ÍNDIA Á S I A AUSTRÁLIA ALASCA GROENLÂNDIA ISLÂNDIA FRANÇA E U R O P A INGLATERRA A M É R I C A C E N T R A L O C E A N I A A M É R I C A D O S U L A M É R I C A D O N O R T E Á F R I C A Callao Cartagena JAVA Londres Moscou Lima Rio de Janeiro Santo Domingo Cabo da Boa Esperança Estreito de Magalhães MAR MEDITER RÂNEO Ilha Vancouver Terra Nova Ilhas do Havaí NOVA GUINÉ NOVA ZELÂNDIA Baía de Hudson Grandes Lagos Baía de Baffin Is. Nova Zembla Terra de Baffin G. Caboto (1497) Os principais exploradores W. Burrough (1556) H. Willoughby e Chancellor (1553) Francis Drake (1577) H. Hudson (1610; viajou pela Holanda e pela Inglaterra) James Cook Primeira viagem (1769-1771) Segunda viagem (1772-1775) Terceira viagem (1772-1779) FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 1.870 km HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 4 OUTRAS VIAGENS MARÍTIMAS: FRANCESES, INGLESES E CORSÁRIOS A formação das treze colônias inglesas A colonização inglesa na América do Norte teve início a partir de acordos entre a Coroa e as companhias comerciais, que foram autorizadas a conquistar terras na América e a ter o monopólio do comércio entre estas e a Europa. Muitos trabalhadores ingleses migraram para a América na condição de servos temporários. Após cumprir suas dívidas, ficavam livres para trabalhar em seu próprio negócio no Novo Mundo. Em 1620, 102 ingleses chegaram à América no navio Mayflower. Após esses primeiros colonos, chamados de “pais peregrinos”, chegaram holandeses, franceses, irlandeses e alemães. Formação das treze colônias inglesas na América do Norte HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 4 OUTRAS VIAGENS MARÍTIMAS: FRANCESES, INGLESES E CORSÁRIOS Colônias do norte, do centro e do sul • As colônias do norte e do centro desenvolveram uma agricultura voltada ao mercado interno, em pequenas propriedades, geralmente com uso de mão de obra livre. • Já no sul, o cultivo ocorreu em grandes propriedades, com uso de mão de obra predominantemente escrava, e a produção destinada ao mercado europeu. • Conforme os ingleses invadiram os territórios indígenas, as relações entre colonos e os nativos se tornaram conflituosas. Com isso, entre os séculos XVI e XVIII, a população indígena diminuiu de 10 milhões para apenas 600 mil indivíduos. • O caráter comercial da colonização da Coroa inglesa não incentivou a integração do ameríndio à nova sociedade, e os protestantes também não procuraram evangelizá-los. • O resultado desse modelo colonial foi a formação de uma sociedade de matriz europeia com pouca mestiçagem e a dizimação da população indígena.Fonte: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 62. AS TREZE COLÔNIAS INGLESAS FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A 40° N 80° O Rio Sã o Lo ur en ço R io M is si ss íp i A P A L A C H E S OCEANO ATLÂNTICO HAMPSHIRE Colônias do norte (Nova Inglaterra) Colônias do centro Colônias do sul NE LO SE S N NO SO 250 km HISTÓRIA AS VIAGENS MARÍTIMAS EUROPEIASUNIDADE 3 TEMA 4 OUTRAS VIAGENS MARÍTIMAS: FRANCESES, INGLESES E CORSÁRIOS TE M A 1 SABERES DOS POVOS PRÉ-COLOMBIANOS UN IDA DE 4 HISTÓRIA SABERES DOS POVOS PRÉ-COLOMBIANOS TEMA 1 A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 Conhecimentos arquitetônicos e urbanísticos • As cidades andinas (llactas) estavam divididas em setores administrativos, religiosos e agrícolas. Eram centros de poder, de onde elites do Império Inca controlavam a população e os territórios. • Em Cuzco, os incas construíram um sistema de esgoto e abastecimento de água, conduzido por canais de pedra que melhoraram as condições de vida na cidade. • Os camponeses incas construíam casas, pirâmides e fortalezas usando grandes blocos de pedra ou o adobe. • Os povos dessa região acumularam conhecimentos de arquitetura e desenvolveram uma tradição urbanística que foi mais tarde aproveitada pelos astecas. • Em Tenochtitlán, os astecas construíram pirâmides, templos e palácios monumentais. Aquedutos conduziam a água das fontes até a cidade, onde havia diques, barragens e canteiros flutuantes (chinampas). • Tlaxcala foi uma grande cidade rival dos astecas. Dividida em bairros, contava com autoridades locais que cuidavam da alimentação e da segurança de todos. Arquitetura pré-colombiana Andes CentraisMesoamérica HISTÓRIA SABERES DOS POVOS PRÉ-COLOMBIANOS TEMA 1 A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 Escrita e formas de registro Tradição mesoamericana, combinava desenhos e símbolos. Provavelmente desenvolvida pelos olmecas por volta de 1000 a.C., passou a ser utilizada por diferentes povos a partir da era cristã. Livros mesoamericanos que possuíam desenhos, relatos sobre a origem do mundo, a história das cidades, os diferentes calendários e dados sobre o sistema de cobrança de tributos. Os incas usavam esse sistema para registrar dados importantes sobre seu império relativos à produção de alimentos, ao número de habitantes e aos tributos arrecadados. Escrita pictoglífica Códices Quipus O conquistador espanhol Hernán Cortés, sua intérprete Malinche e alguns astecas, ilustrados no Códice Tlaxcala, em cópia de 1632. Os códices foram utilizados pelos espanhóis para compreender o modo de vida e as relações dos povos locais mesoamericanos. G IA N N I D A G LI O R TI /R EX /S H U TT ER ST O C K - B IB LI O TE C A D A U N IV ER SI D A D E D O E ST A D O D E W A SH IN G TO N HISTÓRIA SABERES DOS POVOS PRÉ-COLOMBIANOS TEMA 1 A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 A criação de calendários Observação dos fenômenos naturais e do movimento do Sol, das estrelas e da Lua A partir disso, tanto mesoamericanos como andinos descobriram as melhores épocas para plantar e colher. Criação de diferentes calendários Os maias criaram três calendários: o agrícola e social; o ritual; e o histórico. Já os incas criaram um calendário com um ano solar de 365 dias, dividido em doze meses lunares, que estava ligado ao poder do Sapa Inca. Desenvolvimento da matemática e da astronomia pelos ameríndios Com a criação de um sistema de numeração vigesimal, os mesoamericanos aprimoraram seus cálculos astronômicos. Registro das atividades agrícolas, dos ritos religiosos e das celebrações históricas A marcação das datas serviu para organizar a vida cotidiana e planejar os rituais e cerimônias sagradas. HISTÓRIA SABERES DOS POVOS PRÉ-COLOMBIANOS TEMA 1 A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 Técnicas e produtos agrícolas • Produtos como milho, feijão, cacau, tomate, abacate, batata emandioca foram domesticados na América pelos povos pré-colombianos. A partir da colonização, foram levados para outros continentes pelos europeus. • Chinampas: canteiros flutuantes para aproveitar a água das chuvas e lagos. • Pousio: período de repouso do solo para recuperar sua fertilidade. • Construção de plataformas artificiais que permitiam a drenagem de solos pantanosos. • Camellones: agricultura com canais de irrigação como as chinampas. • Construção de poços, cisternas e lagos em regiões secas. • Cultivo em terraços (degraus) que evitavam a erosão do solo e permitiam a distribuição da água das geleiras. Técnicas de cultivo Mesoamérica Andes Centrais HISTÓRIA SABERES DOS POVOS PRÉ-COLOMBIANOS TEMA 1 A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TE M A 2 OS ESPANHÓIS NA AMÉRICA UN IDA DE 4 HISTÓRIA A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TEMA 2 OS ESPANHÓIS NA AMÉRICA A conquista do Caribe • Assim que souberam das grandes jazidas minerais existentes na América, os espanhóis voltaram sua política mercantilista ao novo continente. Chegada dos espanhóis ao Caribe (1492) Dominação espanhola e extermínio da população indígena Os espanhóis se aliam aos povos tainos, que desejavam conter a expansão dos rivais caraíbas. A aliança teve fim após a iniciativa espanhola de conquistar as terras indígenas e impor o trabalho compulsório. A vinda dos colonizadores provocou surtos de doenças, como sarampo, varíola e gripe. Sem imunidade às doenças, os nativos sofreram um processo brutal de declínio demográfico. HISTÓRIA A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TEMA 2 OS ESPANHÓIS NA AMÉRICA A destruição do Império Asteca • O conquistador Hernán Cortés partiu de Cuba em direção a Tenochtitlán em 1519. Na capital asteca, os espanhóis foram recebidos pacificamente pelo imperador Montezuma. O Império Asteca se sustentava sobre uma rede de alianças que envolvia as cidades de Texcoco, Tlacopan e Tenochtitlán (sua capital). Queda do Império Asteca (1521) Após meses de cerco a Tenochtitlán, combates e derrotas de ambos os lados, a capital asteca foi tomada pelos espanhóis. A aliança impunha domínio político e tributário sobre centenas de grupos étnico- -territoriais (altepetl), gerando descontentamento e revolta. Os espanhóis notaram a divisão entre os nativos e se aliaram aos rivais dos astecas da cidade de Tlaxcala e a outros altepetl. Com a derrota dos inimigos astecas, os povos nativos que se aliaram aos espanhóis foram submetidos ao domínio colonial europeu. HISTÓRIA A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TEMA 2 OS ESPANHÓIS NA AMÉRICA A destruição do Império Inca Os espanhóis chegaram à região sob o comando de Francisco Pizarro, em 1532. Naquele momento, os irmãos Huáscar e Atahualpa disputavam o poder e a sucessão do império. Queda do Império Inca (1533-1535) Após ter executado Atahualpa e tomado as cidades de Cuzco e Quito, Pizarro fundou a cidade de Lima em 1535, estabelecendo o futuro centro administrativo espanhol na região dos Andes. Os espanhóis se aproveitaram da rivalidade entre os irmãos e capturaram Atahualpa, exigindo um alto resgate. Ainda assim, em 1533, executaram-no após tê-lo condenado pela morte de Huáscar. Contando com o apoio de povos indígenas rebelados contra a dominação inca, os espanhóis tomaram as cidades de Cuzco e de Quito. HISTÓRIA A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TEMA 2 OS ESPANHÓIS NA AMÉRICA A resistência indígena • Atitudes como a entrega ao alcoolismo, o silêncio, a indolência e a recusa em aceitar ideias, objetos e crenças dos conquistadores frustraram as expectativas dos espanhóis de impor seu domínio. • No norte do Peru, espalhou-se o movimento Taqui Ongo, cujos adeptos pregaram que era preciso dançar constantemente para despertar as divindades andinas (huacas), derrotar o Deus cristão e restabelecer o Império Inca. Mesmo pacífico, o movimento foi fortemente reprimido. Formas de resistência PacíficasArmadas • Em 1537, após ter cercado a cidade de Cuzco por um ano, o líder inca Manco Capac refugiou-se em Vilcabamba, que se tornou o centro da resistência ao domínio espanhol na região dos Andes. • Tupac Amaru deu continuidade à luta, porém foi capturado durante uma expedição espanhola contra a cidade e acabou sendo decapitado pelos colonizadores. • Os indígenas mapuche, no Chile, foram vitoriosos na resistência aos conquistadores. A partir do final do século XVII, predominaram entre eles acordos comerciais e negociações de fronteira. HISTÓRIA A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TEMA 2 OS ESPANHÓIS NA AMÉRICA TE M A 3 A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA UN IDA DE 4 HISTÓRIA A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TEMA 3 A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA A administração colonial • O objetivo essencial da colonização na era mercantilista foi a exploração das terras colonizadas para a obtenção de riquezas, canalizadas para o reino e suas elites econômicas. Medidas tomadas pela Coroa espanhola Criação da Casa de Contratação (1503) Regulamentava a administração colonial, nomeava os funcionários e fiscalizava a cobrança do quinto, imposto sobre a mineração e as transações comerciais da colônia. Estabelecimento do exclusivo metropolitano Instituição do monopólio da metrópole sobre o comércio das colônias. Criação do Conselho das Índias (1524) Órgão encarregado de tomar as decisões oficiais relativas às colônias. O rei fazia indicações para os principais cargos do conselho. HISTÓRIA A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TEMA 3 A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA A criação dos vice-reinos • Com a queda dos impérios indígenas, a Coroa enviou à América representantes da administração colonial. • A América espanhola foi dividida em vice-reinos. Os primeiros a serem criados foram o Vice-Reino da Nova Espanha (1535) e o Vice- -Reino do Peru (1543). • Os vice-reis eram nobres ou burgueses espanhóis. Na América, eram as mais altas autoridades coloniais e cuidavam dos assuntos administrativos, militares, religiosos e judiciais. • Cabildos: conselhos municipais que tratavam de vários assuntos, como segurança, abastecimento e uso dos espaços públicos. A AMÉRICA ESPANHOLA NO SÉCULO XVIII 60º O TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO VICE-REINO DO RIO DO PRATA CAPITANIA GERAL DO CHILE VICE-REINO DO PERU CAPITANIA GERAL DA VENEZUELA VICE-REINO DA NOVA GRANADA FLÓRIDA VICE-REINO DA NOVA ESPANHA CAPITANIA GERAL DE CUBA Golfo do México CAPITANIA GERAL DA GUATEMALA MAR DAS ANTILHAS Buenos Aires Santiago Cuzco Lima México Santo Domingo Veracruz Guatemala Havana Quito Bogotá Caracas Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 239. FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 820 km HISTÓRIA A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TEMA 3 A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA 80º O EQUADOR 0° VICE-REINO DA NOVA ESPANHA CUBA HISPANIOLA VICE-REINO DO PERU CartagenaPorto Belo Lima Potosí Havana Veracruz Zacatecas Panamá Buenos Aires Santo Domingo OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO Áreas efetivamente dominadas pela Espanha no início do século XVII Ouro Prata Cana-de-açúcar Tabaco Anil Algodão Cacau Alpacas Lhamas Gado As principais atividades econômicas ATIVIDADES ECONÔMICAS NA AMÉRICA ESPANHOLA Fonte: FRANCO JÚNIOR, Hilário; ANDRADE FILHO, Ruy de. Atlas: história geral. São Paulo: Scipione, 1997. p. 39. FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A • A atividade mais lucrativa foi a mineração da prata, iniciada em 1540, que estimulou também a extração de carvão e a criaçãode mulas para transporte. • Das minas de Potosí, localizadas no Vice-Reino do Peru, saía a prata de boa parte das moedas que circulavam pelo mundo. • Na agropecuária, os espanhóis aplicaram técnicas agrícolas europeias e aproveitaram conhecimentos indígenas, além de trazer animais de outros continentes, como bois, ovelhas e cavalos. • O comércio da seda foi lucrativo e enriqueceu membros das elites comerciais através do contrabando, até ser proibido em 1631. • O principal centro produtor de cana-de-açúcar foi o Caribe, onde a mão de obra escrava africana produzia melaço e rum para a exportação. NE LO SE S N NO SO 1.220 km HISTÓRIA A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TEMA 3 A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA TE M A 4 TRABALHO E DIVISÕES SOCIAIS NAS COLÔNIAS ESPANHOLAS UN IDA DE 4 HISTÓRIA TRABALHO E DIVISÕES SOCIAIS NAS COLÔNIAS ESPANHOLAS TEMA 4 A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 A mão de obra colonial • Em países como México, Peru e Bolívia, os africanos escravizados eram mão de obra minoritária; trabalhavam como capatazes nas minas ou como ajudantes dos espanhóis. • No Caribe, principalmente nas Antilhas e nos litorais da Venezuela e da Colômbia, os escravizados eram a maioria da mão de obra; trabalhavam na produção de açúcar. A mão de obra na América espanhola AfricanaIndígena • Mão de obra predominante; podia exercer trabalho livre ou compulsório. • Encomienda: instituição jurídica que autorizava os encomenderos a cobrar tributos de indígenas, que os pagavam com trabalho na agricultura e na mineração. • Mita: instituição de origem inca por meio da qual os chefes indígenas selecionavam trabalhadores para as minas espanholas; em troca, os trabalhadores recebiam pagamento. HISTÓRIA TRABALHO E DIVISÕES SOCIAIS NAS COLÔNIAS ESPANHOLAS TEMA 4 A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 Espanhóis (chapetones) A sociedade colonial Ocupavam os postos públicos de destaque no vice-reino, na Igreja e no exército e tinham grandes negócios. Descendentes de espanhóis nascidos na América, possuíam grandes propriedades e atuavam no comércio ou nos cabildos. Em geral, não tinham propriedades e trabalhavam na agricultura, nas minas e na construção e reparo de obras públicas. Filhos de espanhóis com indígenas, dedicavam-se ao pequeno comércio, ao serviço doméstico e ao trabalho no campo. A partir da segunda metade do século XVII, atuaram principalmente no Vice-Reino de Nova Granada e nas ilhas do Caribe. Criollos Indígenas Mestiços Escravos De espanhol e mestiça: castiça, pintura de Miguel Cabrera, século XVIII. As chamadas pinturas de castas retratavam a existência de famílias multiétnicas na América. M U SE U D A A M ER IC A , M A D R I HISTÓRIA TRABALHO E DIVISÕES SOCIAIS NAS COLÔNIAS ESPANHOLAS TEMA 4 A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 Relações entre diferentes culturas Por considerar os indígenas inferiores, a Coroa e as elites espanholas preferiam que os colonizadores e os nativos não se misturassem. Apesar disso, conquistadores e colonos tiveram filhos com indígenas e com africanos, gerando um ambiente social bastante heterogêneo. • A maioria dos indígenas incorporou o cristianismo à sua identidade étnica e cultural. • Apesar disso, continuaram a se considerar indígenas, pois mantiveram sua língua, visão de mundo, festas, trajes e tradições culinárias, artísticas e religiosas. • Os africanos vieram de grupos étnicos distintos e ganharam novas identidades socioculturais na América, que uniram suas culturas originais à do colonizador, como a língua e a religião cristã. • Surgiram, assim, novas religiões, que ainda hoje são praticadas, como o vodu haitiano ou a santería cubana. HISTÓRIA TRABALHO E DIVISÕES SOCIAIS NAS COLÔNIAS ESPANHOLAS TEMA 4 A CONQUISTA E A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICAUNIDADE 4 TE M A 1 OS POVOS QUE OS PORTUGUESES ENCONTRARAM UN IDA DE 5 HISTÓRIA OS POVOS QUE OS PORTUGUESES ENCONTRARAM TEMA 1 PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 OS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL EM 1500 Os povos de Pindorama • Na época da chegada dos portugueses, entre 3 e 5 milhões de nativos habitavam o território brasileiro, distribuídos em mais de mil povos, que falavam aproximadamente 1.300 línguas. • Cada um desses povos possuía seus rituais, crenças, mitos, formas de trabalho e organização social. • As línguas mais faladas por eles podem ser agrupadas em dois troncos linguísticos: Tupi e Macro-Jê. Além deles, há outras famílias linguísticas, como Aruaque e Caraíba. • Os Tupi foram os que tiveram mais contato com os portugueses, por estarem distribuídos ao longo da costa brasileira. R io Negro Rio Ama zo nas Rio T ap aj ó s Ri o Ma de ira Ri o X in g u R io P ar ag ua i Ri o Pa ra ná Rio Tie tê R io S ão F ra nci sco R io A ra g ua ia TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO EQUADOR 0º 50º O OCEANO ATLÂNTICO Tupi Macro-Jê Aruaque Caraíba Cariri Pano Tucano Charrua Fronteiras atuais do Brasil Outros grupos Fonte: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 12. FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 360 km HISTÓRIA OS POVOS QUE OS PORTUGUESES ENCONTRARAM TEMA 1 PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 O modo de vida dos povos Tupi Viviam em aldeias, que podiam guerrear ou estabelecer relações de solidariedade entre si. Não havia um poder centralizado, mas líderes (principais) que se reuniam em um conselho para decidir o destino da aldeia. Praticavam o ritual da antropofagia, quando o inimigo capturado em guerra era morto e devorado em uma festa. Acreditavam que, com isso, adquiriam sua força, coragem e espírito, e que esse fim era digno para o guerreiro. Cada povo indígena possuía crenças e rituais religiosos próprios, ensinados e transmitidos pelo pajé. Todos eles, porém, acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos de seus antepassados. Mulheres faziam a colheita, fabricavam farinhas, teciam e cuidavam das crianças. Os homens pescavam e caçavam, construíam moradias e faziam canoas e armas. Os idosos educavam e passavam sua cultura para as crianças. Praticavam a agricultura de subsistência, coletavam frutos, caçavam e pescavam. Também confeccionavam artigos como canoas, arcos e flechas, redes, cestos, vasos e urnas funerárias. Povos Tupi HISTÓRIA OS POVOS QUE OS PORTUGUESES ENCONTRARAM TEMA 1 PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TE M A 2 A CONQUISTA E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO UN IDA DE 5 HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 2 A CONQUISTA E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO O valioso pau-brasil Descoberta do pau-brasil Árvore da Mata Atlântica, da qual se extraía um pigmento usado na tintura de tecidos e na pintura de manuscritos; sua madeira era utilizada na construção civil e em embarcações. Troca de mercadorias e serviços: indígenas cortavam e carregavam a madeira até os navios portugueses em troca de itens como tecidos, contas coloridas, canivetes, facas e espelhos. A exploração se tornou exclusividade da Coroa. Para extrair e comercializar a madeira, os portugueses deveriam obter uma autorização régia e pagar tributos. Hoje, a árvore está restrita a poucas áreas de preservação no litoral de alguns estados brasileiros. Instituição do monopólio real Exploração por meio do escambo Devastação da espécie Detalhe do mapa Terra Brasilis, atribuído a Lopo Homem, Pedro e Jorge Reinel, 1519. M A PO TE C A D O M IN IS TÉ R IO D A S R EL A Ç Õ ES E XT ER IO R ES , R IO D E JA N EI R O HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 2 A CONQUISTA E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (SÉCULO XVI)A colonização de fato • Para garantir a defesa da colônia da presença de conquistadores de outros países, a Coroa portuguesa investiu na fixação de pessoas no território e na exploração de atividades econômicas. • Cultivo de cana-de-açúcar: condições favoráveis na colônia e conhecimento técnico vindo da Ilha da Madeira e de Cabo Verde. • Fundação da vila de São Vicente: em 1532, Martim Afonso de Souza introduziu o cultivo de cana, efetivando a colonização. • Capitanias hereditárias: divisão do território em quinze faixas de terra, doadas a membros da pequena nobreza e a militares de alta patente, chamados capitães donatários. • A carta de foral estabelecia seus direitos e deveres: doar sesmarias, nomear autoridades, arrecadar impostos, escravizar indígenas etc. Fonte: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 16. São Vicente SANTANA SÃO VICENTE SÃO VICENTE SÃO TOMÉ ESPÍRITO SANTO PORTO SEGURO ILHÉUS BAÍA DE TODOS-OS-SANTOS PERNAMBUCO ITAMARACÁ RIO GRANDE CEARÁ MARANHÃO MARANHÃO SANTO AMARO Porto Seguro Olinda OCEANO ATLÂNTICO LI N H A D E TO R D ES IL H A S FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 270 km HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 2 A CONQUISTA E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO O governo-geral Criação do governo-geral (1548) Fracasso do sistema de capitanias hereditárias Instituição das câmaras municipais Centro político para administrar todo o Brasil, sediado em Salvador. O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que chegou ao Brasil em 1549 com a responsabilidade de defender a colônia e fazê-la prosperar. Organizavam o cotidiano das vilas e cidades, providenciando a construção de obras públicas, a limpeza das ruas, a cobrança de impostos, o registro dos profissionais, a fixação de pesos e medidas e o envio de pedidos da população ao rei. Altos custos do empreendimento, isolamento das capitanias, doenças tropicais e hostilidade de grupos indígenas, entre outras dificuldades, fizeram com que o sistema fracassasse. HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 2 A CONQUISTA E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO TE M A 3 ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA INDÍGENA UN IDA DE 5 HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 3 ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA INDÍGENA Alianças, guerras e escravidão Alteração da relação dos indígenas com a guerraRelações pacíficas, formação de alianças e troca de conhecimentos Incentivo a guerras entre povos para comprar e escravizar os prisioneiros Utilização do princípio de guerra justa para legitimar a escravidão Ao invés de guerrear para vingar parentes ou pela antropofagia, os Tupi passaram a agir interessados nas vantagens oferecidas pelos colonizadores. Apesar da proibição da escravidão indígena pela Coroa (1570), os portugueses justificavam escravizar os “índios bravos”, ou seja, os que resistissem à colonização ou que se aliassem aos seus inimigos. Portugueses aprenderam a se orientar nas matas, incorporaram alimentos locais à sua dieta e construíram vilas e engenhos. Como justificativa, os portugueses alegavam que os prisioneiros estavam sendo salvos do ritual de antropofagia (prática do resgate). HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 3 ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA INDÍGENA Os aldeamentos jesuítas Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 com o primeiro governador-geral, Tomé de Sousa. Os padres organizaram missões jesuíticas em várias partes da colônia. Catequizavam os indígenas para que adotassem o modo de vida cristão e abandonassem suas crenças e práticas autônomas. Administravam a mão de obra indígena, fornecendo trabalhadores a fazendeiros da região por um período determinado. Recrutavam os indígenas, que iam aos aldeamentos acreditando estarem protegidos de povos inimigos e do trabalho escravo. Os indígenas eram convencidos a viver nas missões de maneira pacífica (descimento). Caso se rebelassem, podiam ser escravizados de acordo com o princípio de guerra justa. HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 3 ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA INDÍGENA Formas de resistência contra a escravidão Contato com os portugueses Formas de resistência à escravização Estabelecimento de alianças Os povos aliados possuíam maior liberdade e espaço para negociar, por ajudarem a defender o território conquistado pelos portugueses em tempos de guerra. Alianças entre diferentes povos para enfrentar as tropas coloniais. Fuga para o interior da colônia. União entre indígenas, africanos e brancos pobres nos quilombos e mocambos. Recurso a um tribunal português em caso de captura ilegal. HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 3 ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA INDÍGENA TE M A 4 O NORDESTE AÇUCAREIRO UN IDA DE 5 HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 4 O NORDESTE AÇUCAREIRO A produção açucareira • Nos primeiros séculos de colonização, o açúcar foi o principal produto para os comerciantes e para a Coroa portuguesa. • Os melhores resultados vieram das capitanias de Pernambuco e Bahia, favorecidas pela proximidade da metrópole, pelas terras aráveis e pelos rios navegáveis, que facilitavam o transporte do açúcar. • A atividade açucareira foi financiada por europeus, principalmente flamengos e holandeses, que forneciam recursos para maquinário, escravos, aumento da área de cultivo e refino do açúcar. A PRODUÇÃO DE AÇÚCAR (SÉCULOS XVI-XVII) Fonte: Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE. 1991. p. 20 e 28. Lavoura canavieira Instalações da cana-de- -açúcar Moradias de proprietários e trabalhadores Capela Engenho colonial TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO EQUADOR 0º São Luís Natal Paraíba Olinda Recife Salvador Ilhéus Porto Seguro Espírito Santo Vitória Campos dos Goytacazes Rio de Janeiro Santos São VicenteItanhaém M ER ID IA N O D E TO R D ES IL H A S OCEANO ATLÂNTICO Século XVI Século XVII Limites do Brasil atual FE R N A N D O J O SÉ F ER R EI R A NE LO SE S N NO SO 320 km HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 4 O NORDESTE AÇUCAREIRO A sociedade do engenho Senhores de engenho Grandes proprietários de terras e de escravos que administravam as atividades do engenho e moravam na casa-grande. Podiam também residir nas cidades, onde tinham negócios e atividades sociais. Produtores de açúcar que não possuíam engenho próprio. Os arrendatários usavam as terras e o engenho alheios, enquanto os proprietários cultivavam a cana em suas próprias terras e a moíam no engenho de outro. Trabalhavam nas plantações, nos engenhos, em tarefas domésticas ou em atividades manuais. Suas condições de moradia e alimentação nas senzalas eram precárias, e sofriam com castigos físicos, má alimentação e desagregação familiar. Realizavam tarefas especializadas, como o feitor, que escolhia as terras, o tipo de cana e o momento ideal para o cultivo e colheita, e o mestre de açúcar, que garantia a qualidade do produto final. Havia ainda o purgador e o caixeiro. Lavradores de cana Africanos escravizados Trabalhadores livres HISTÓRIA PORTUGUESES NA AMÉRICA: CONQUISTA E COLONIZAÇÃOUNIDADE 5 TEMA 4 O NORDESTE AÇUCAREIRO TE M A 1 TRABALHO ESCRAVO E TRABALHO SERVIL UN IDA DE 6 HISTÓRIA AS TERRAS DO ATLÂNTICO INTERLIGADAS PELA ESCRAVIDÃOUNIDADE 6 TEMA 1 TRABALHO ESCRAVO E TRABALHO SERVIL Em praticamente todo o mundo antigo, uma pessoa não era escravizada por sua cor ou etnia. A escravidão era imposta aos estrangeiros capturados em guerras e às pessoas empobrecidas que não quitavam suas dívidas. Na Antiguidade, os hilotas eram servos conquistados e obrigados a trabalhar para os espartanos
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