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AAtteennddiimmeennttoo ooddoonnttoollóóggiiccoo aa ppaacciieenntteess hhiippeerrtteennssooss oouu ddiiaabbééttiiccooss A diabetes é uma síndrome metabólica na qual a produção de insulina é ausente, insuficiente ou há resistência periférica a insulina (não há reconhecimento satisfatório da insulina pelos seus receptores), fazendo com que os pacientes portadores desse distúrbio tenham hiperglicemia periférica (aumento da glicose circulante no sangue). Valores de referência glicemia: Sinais e sintomas Polifagia (aumento do apetite) Poliúria Polidipsia Visão turva Perda de peso Falta de energia Infecções recorrentes Sintomas orais Doença periodontal extensa Múltiplos abscessos Candidíase Infecções persistentes Tipos de diabetes Tipo 1 – destruição autoimune das células beta pancreáticas (produtoras de insulina). Mais comum em crianças e jovens. Tipo II – quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente. Manifesta-se frequentemente em adultos, mas crianças podem apresentar. Parâmetro da glicemia e HbA1C Normal Glicemia em jejum até 100 mg/dL Glicemia pós-prandial até 140mg/dL Pré-diabetes Glicemia em jejum 100-125 mg/dL Glicemia pós-prandial 141-199 mg/dL HbA1C 5,7-6,4% Diabetes Glicemia em jejum 126 mg/dL Glicemia pós-prandial >200 mg/dL HbA1C > 6,5% Atendimento ao paciente diabético O atendimento odontológico a pacientes diabéticos requer alguns cuidados. No caso de procedimentos mais invasivos, devemos solicitar glicemia em jejum e hemoglobina glicada. Também há necessidade de avaliar a o uso ou não de antibiótico em alguns casos. Ao atender esses pacientes, se faz importante realizar orientações sobre alimentação e dieta, além de se certificar que o paciente esteja alimentado e devidamente medicado previamente ao atendimento. Por fim, fazer orientação de dieta pós procedimento cirúrgico para evitar que o paciente tenha descompensação glicêmica no pós- operatório. Parâmetros para atendimento odontológico Glicemia abaixo de 70 mg/dL representa risco de hipoglicemia, nesse caso, o atendimento deve ser cancelado ou o paciente deve se alimentar para que possa ser atendido. Já quando a glicemia estiver acima de 200 mg/dL e não houver necessidade de intervenção urgente, o procedimento eletivo também deve ser cancelado. Diabetes x doença periodontal Existe uma relação direta bidirecional entre a diabetes tipo II e doença periodontal. Pacientes diabéticos descompensados têm maior risco de desenvolver doença periodontal quando comparados àqueles que estão controlados. Pacientes diabéticos descompensados possuem falhas na resposta imune que agravam a severidade da doença periodontal, como alterações funcionais dos neutrófilos, as quais determinam significante diminuição da resistência do periodonto, entre elas, redução de aderência e da fagocitose e comprometimento da função quimiotáxica, aumentando assim a severidade da doença periodontal. Ademais, alterações teciduais podem ocorrer no tecido conjuntivo ou vascular, prejudicando a cicatrização. Nishimura et al. (2003) levantaram a hipótese de que o TNF-α circulante em um processo inflamatório gengival exacerbado pode estar associado diretamente ao mecanismo de resistência à insulina ao influenciar órgãos, como fígado, músculos e tecido adiposo, e, indiretamente, aumentar a liberação de moléculas, como ácidos graxos leves, os quais também produzem resistência à insulina. Além disso, o TNF-α tem sido identificado como um potente bloqueador do receptor de insulina. Diabetes x implantes Ainda não há consenso na literatura, porém acredita-se que em pacientes descompensados a osseointegração é possível embora a perda do implante em longo prazo seja maior. Diabetes x ortodontia De acordo com Arita et AL (2016) pacientes diabéticos descompensados têm redução da movimentação ortodôntica e aumento do risco de reabsorção radicular. Já pacientes com níveis glicêmicos controlados o risco de reabsorção radicular e a movimentação ortodôntica são normais. Diabetes x cirurgia Em casos de pacientes diabéticos descompensados, há maior risco de infecção pós-operatória devido ao retardo no reparo tecidual. Nesses casos, se faz necessário o uso de cobertura antibiótica. Em pacientes com glicemia ate 200 mg/dL pode ser tratado como paciente normossistêmico. Diabetes x endodontia Em diabéticos com baixo controle glicêmico há risco maior de persistência de lesões apicais, fazendo com que haja menores taxas de sucesso no tratamento endodôntico desses pacientes. Hipertensão arterial é o aumento anormal e por longo período da pressão que o sangue faz ao circular pelas artérias do corpo. Cirurgião-dentista x hipertensão Previamente ao atendimento é importante realizar os exames físicos, incluindo verificação da PA. Caso durante o exame ocorra a detecção de PA elevada é importante instruir o paciente a buscar consulta médica, quando necessário. É importante avaliar a adesão do paciente ao tratamento medicamentoso, o orientado. Durante o atendimento clínico devemos reduzir ao máximo o estresse e a ansiedade e, sempre que possível, atendê- los próximo ao horário do uso da medicação. Ademais, devemos sempre estar cientes dos medicamentos que esses pacientes fazem uso, a fim de evitar interações medicamentosas, e conhecer sobre os possíveis afeitos adversos que estas podem causar. Tratamento odontológico Aferição de sinais vitais previamente a todos os procedimentos. Avaliar medicações me uso Avaliar possíveis complicações associadas (doença vascular periférica, diabetes, insuficiência cardíaca etc) Riscos que inviabilizam o tratamento odontológico no âmbito ambulatorial Se o paciente tiver sofrido infarto do miocárdio recente devemos aguardar 6 meses para realizar procedimento invasivo. Caso haja necessidade de urgência, o procedimento deve ser feito em âmbito hospitalar. Se o paciente tiver angina (grave ou instável) ou arritmias significativas, primeiramente deve-se estabilizar o quadro com o médico para posteriormente realizar o tratamento odontológico. Em pacientes com valvulopatias graves o atendimento deve ser feito em âmbito hospitalar. O risco do tratamento odontológico também é aumentado quando a pressão arterial estiver acima de 180x110 mmHg. Nesses casos, o atendimento odontológico deverá ser suspenso e devemos encaminhar o paciente para atendimento médico. Cuidados com pacientes hipertensos Redução do estresse Anestesia de qualidade Evitar uso de fio retrator com vasoconstritor Movimentar a cadeira levemente Evitar espera prolongada Consultas curtas Avaliar grau de tensão do paciente perante o atendimento odontológico Obs: Não há problema em utilizar anestésico com vasoconstritor em pacientes hipertensos, pois não ocorrem efeitos cardiovasculares sistêmicos importantes quando o uso for limitado a dois tubetes. Cuidado com injeção instravascular de anestésico Parâmetros para atendimento odontológico Se a PA for 160/100 mmHg devemos verificar periodicamente durante o atendimento. Se a PA atingir 179/109 mmHg devemos suspender a consulta. Atenção para sinais de alerta de aumento da pressão arterial, como: dor de cabeça, visão turva, mal estar, falta de ar e tontura. Hipertensão x ortodontia Segundo Moura et al (2016) pacientes usuários de Losartana têm movimentação ortodôntica mais lenta. Isso se deve a diminuição da diferenciação osteoclástica e diminuição da remodelação induzida pela ortodontia. Manifestações bucais causadas por anti- hipertensivos Xerostomia Reações liquenóides (tiazídicos, metildopa, propanolol e labertalol) Inibidores de ECA podem causar neutropenia (predispõe infecções pós- operatórias). Fármacos bloqueadores de cálcio podem causar hiperplasia gengival (fenitoína e nifedipina).
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