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Aula 11 30926655-controle-da-administracao-publica

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DIREITO ADMINISTRATIVO
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DIREITO ADMINISTRATIVO 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Livro Eletrônico
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
Prof.ª Lisiane Brito
Exame de Ordem - Controle da Administração ................................................4
Apresentação da Aula..................................................................................4
Introdução ................................................................................................5
1. Conceito ................................................................................................6
2.Natureza Jurídica .....................................................................................6
3. Classificação do controle ..........................................................................7
3.1. Quanto ao órgão ..................................................................................7
3.2. Quanto à extensão .............................................................................23
3.3. Quanto à natureza do controle .............................................................24
3.4. Quanto ao Âmbito de Atuação do Controle .............................................24
3.5. Quanto ao Momento ...........................................................................25
A Lei Anticorrupção (Lei n. 12.846/2013) .....................................................26
Controles Internos ....................................................................................28
Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira .........................28
Responsabilização Administrativa ................................................................30
O Processo Administrativo de Responsabilização - Competência para Instaurar 
e Julgar o Processo ...................................................................................33
A Comissão Processante ............................................................................34
Prazo de Conclusão do Processo Administrativo ............................................34
Defesa ....................................................................................................35
O Acordo de Leniência ...............................................................................36
Responsabilização Judicial ..........................................................................38
Penalidades .............................................................................................38
Prescrição................................................................................................39
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
Prof.ª Lisiane Brito
Lei de Responsabilidade das Estatais (Lei 13.303/2016) .................................40
Abrangência e Aplicabilidade da Lei .............................................................41
Conceitos Legais.......................................................................................42
Requisitos para Escolha dos Administradores ................................................43
Regime de Licitações e Contratações das estatais .........................................43
Fiscalização e Controle das Estatais .............................................................45
Exercícios ................................................................................................49
Gabarito ..................................................................................................55
Gabarito Comentado .................................................................................56
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
Prof.ª Lisiane Brito
EXAME DE ORDEM - CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
Apresentação da Aula
Caro(a) aluno(a),
Na aula de hoje, estudaremos o Controle da Administração.
É um ponto do programa bastante atual e muito interessante, na medida em 
que nos dá uma visão clara e ampla de todas as vias de controle: administrativo; 
legislativo; controle externo, a cargo do Tribunal de Contas e controle judiciário.
Além disso, estudaremos normas legais recentes, editadas para tornar o con-
trole mais efetivo e eficaz.
Espero que aproveite a aula!
Lisiane Brito
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
Prof.ª Lisiane Brito
Introdução
Com o surgimento dos estados de direito, surgiu também a necessidade de con-
trole das atividades estatais.
Montesquieu1 já falava da importância e da necessidade de controle. Sua teoria 
da separação de poderes, na verdade, se baseia na ideia de que nenhum dos Po-
deres do Estado deve ter atribuições que não possam ser controladas pelos outros.
A evolução da função executiva do Estado, que acontece em resposta às novas 
e crescentes demandas da sociedade, torna necessário o surgimento de novos mé-
todos, mais efetivos e eficazes.
Diante disso, o moderno Estado de direito impõe várias formas de controle: 
político, judicial e administrativo. Dentre os quais, há o controle de legalidade, de 
mérito e também o controle de resultados. Todos esses devem ser aplicados.
A consequência lógica dessa evolução é que o tema “Controle da Administração” 
ganha maior importância e passa a ser considerado um dos principais temas do 
Direito Administrativo.
A administração pública, em sentido funcional ou objetivo, é o conjunto de 
atividades que se desenvolvem em várias etapas, envolvendo planejamento, exe-
cução, controle e avaliação dos resultados.
A fim de tornar efetivas as garantias básicas do cidadão, a Constituição Federal 
de 1988 estabeleceu vários mecanismos. Dentre os quais, os controles administra-
tivo, judicial e legislativo, este último com o auxílio do Tribunal de Contas.
1 Do Espírito das Leis (em francês: De l’espirit de Lois), publicado em 1748, é o livro no qual Montesquieu 
elabora conceitos sobre formas de governo e exercício da autoridade política que se tornaram pontos dou-
trinários básicos da ciência política.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
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A consequência do controle é a melhoria dos serviços prestados pelo Estado, na 
medida em que a sujeição de todos os agentes públicos a seus diferentes mecanis-
mos contribui para a melhoria das tarefas por eles executadas.
Assim, garantir proteção aos cidadãos, permitir o efetivo equilíbrio entre os Po-
deres do Estado e contribuir para a melhoria dos serviços são umas das principais 
de haver controlesobre a atividade administrativa.
1. Conceito
É o conjunto de instrumentos jurídicos de fiscalização que incidem sobre a 
atuação de entidades públicas, seus órgãos e agentes.
Controle da administração pública é a possiblidade de verificação e correção dos 
atos ou atividades administrativas.
Por meio de um controle amplo e efetivo é possível verificar a legitimidade das 
atividades realizadas pela Administração Pública, a adequação da conduta de seus 
agentes, a defesa dos direitos e interesses dos administrados e o atendimento aos 
fins de interesse público.
2.Natureza Jurídica
Conforme dispõe o Decreto-Lei n. 200/1967, as atividades da administração pú-
blica devem obedecer a princípios fundamentais de planejamento, coordenação, 
descentralização, delegação de competência e controle.
Diante disso, não resta dúvidas de que o controle é um princípio fundamen-
tal da administração, previsto explicitamente no Decreto-Lei n. 200/1967.
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Controle da Administração Pública
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3. Classificação do controle
Cada doutrinador dá à classificação uma conotação pessoal, um detalhe de 
sua autoria. Vamos utilizar a mais adotada em provas, pois esse é o nosso foco.
3.1. Quanto ao órgão
Essa classificação leva em consideração o órgão que exerce o controle. Sob esse 
ponto de vista, teremos controle administrativo, legislativo ou judicial.
3.1.1. Controle Judicial ou Judiciário
Mediante provocação, os órgãos do Poder Judiciário atuam no exercício da 
atividade jurisdicional, controlando a atividade administrativa.
Um exemplo desse controle é o que ocorre quando são impetrados manda-
dos de segurança ou ações civis públicas. É importante lembrar que o controle 
judicial só acontece se houver provocação da parte interessada. Poderá ser 
exercido a priori ou a posteriori, ou seja, antes ou depois da atividade contro-
lada.
O ordenamento jurídico brasileiro adota o modelo inglês de jurisdição una, 
não se aplicando no Brasil o modelo francês de contencioso administrativo. Então, 
de acordo com o sistema de jurisdição una, todas as causas podem vir a ser revis-
tas pelo Poder Judiciário, mesmo aquelas referentes a interesses da administração.
De acordo com a doutrina, os únicos limites ao controle judicial das atividades 
administrativas se referem a atos políticos e atos interna corporis. Cabe aqui 
um esclarecimento. No passado, não era admitido qualquer controle judiciário so-
bre atos politicos (ou atos de governo). Pelo entendimento tradicional, atos de 
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Controle da Administração Pública
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governo são imunes ao controle judicial. Realmente, há alguns atos praticados pelo 
chefe do Poder Executivo não se sujeitam a esse controle. Por exemplo: veto, apre-
sentação de projeto de lei ou edição de medida provisória.
Lucas Rocha Furtado2 esclarece bem esse ponto:
Alguns atos específicos, praticados pelo Presidente da República são normalmente apre-
sentados como exemplos de atos de governo em função do elevado nível de interferên-
cia política em sua formação e de serem regulados diretamente por normas constitu-
cionais. (…).
As dificuldades para o seu enquadramento em qualquer das três categorias de atos pra-
ticados pelo Estado (administrativo, legislativo ou judicial) resultam na indevida criação 
dessa categoria especial de ato.
Entre nós, em razão princípio constitucional da inafastabilidade da apreciação judical, 
a existência dessa categoria de ato, além de ser desprovida de fundamentação teórica, 
torna-se totalmente desprovida de sentido prático.
Vê-se, portanto, que todo e qualquer ato praticado pelo Estado deve sujeitar-se 
ao controle judicial.
O controle a ser realizado pelo Poder Judiciário é controle de legalidade, ou de legitimi-
dade. Isso importa em que o exame a ser empreendido pelo Poder Judiciário deve-se 
ater à verificação da conformidade do ato com o ordenamento jurídico.
No que se refere às questões interna corporis das casas legislativas, a jurispru-
dência do STF avançou muito quanto aos limites impostos ao controle judicial sobre 
o processo legislativo. O STF sempre teve uma postura muito respeitosa em relação 
à liberdade das casas legislativas.
Atualmente, entretanto, a jurisprudência dessa Corte vem avançando, no sen-
tido de que poderá sempre ser exigida a absoluta observância da Constituição Fe-
deral.
Consequentemente, não mais se admite que, sob o pretexto de ser de natureza 
“interna corporis” determinada decisão produzida pelo Legislativo, o Judiciário fique 
impedido de verificar se a Constituição está sendo plenamente observada.
2 FURTADO, Lucas Rocha, Curso de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Forum. 2007
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Apenas no caso de questões que envolvam conveniência das casas legislati-
vas, como ocorre com o mérito administrativo, fica afastado o controle judicial, 
a menos que tais decisões contrariarem a Constituição Federal ou importem, de 
alguma maneira, violação a direito público subjetivo de alguém.
O controle judicial, como sabemos, só atua para a verificação da legalidade 
e legitimidade dos atos administrativos. Por isso, do controle judicial, só poderá 
resultar a anulação do ato.
Não há, portanto, possibilidade jurídica de o Judiciário, ao exercer o con-
trole, penetrar em aspectos exclusivamente de mérito. Realmente, não teria 
cabimento um juiz substituir o administrador, na análise do que seria mais con-
veniente para a própria administração pública.
Embora o Judiciário não possa apreciar aspectos de mérito dos atos administrati-
vos, não significa dizer que atos discricionários estejam imunes ao controle judicial, 
pois esses também podem conter vícios de ilicitude ou legitimidade!
Veja bem: o ato administrativo depende, para sua validade, da presença de 
cinco elementos essenciais, que são a competência do sujeito, a finalidade 
pública, a forma prescrita na lei, a existência de motivos válidos para sua 
prática e o objeto lícito e possível.
Pode ocorrer uma situação na qual um ato (seja ele discricionário ou vincu-
lado) seja produzido com um vício insanável, que pode tanto ser a ausência de 
um ou mais de seus requisitos essenciais quanto a violação aos princípios.
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Então, memorize isso: no exercício do controle jurisdicional, o Poder Judici-
ário poderá sempre declarar a nulidade de um ato, seja esse atodiscricionário 
ou vinculado.
Instrumentos Jurídicos Adequados à Provocação Do Controle Judicial
O nosso ordenamento jurídico traz vários instrumentos, pelos quais se pede que 
o Judiciário exerça o controle sobre a legitimidade dos atos praticados pela Admi-
nistração Pública.
Veja:
Mandado de segurança
Está previsto na Constituição Federal de 1988, em dois momentos do art. 5º: 
o inciso LXIX, que trata do mandado de segurança individual e o inciso LXX, que 
prevê o mandado de segurança coletivo.
O MS individual se destina a assegurar direito líquido e certo, não amparado 
por habeas Corpus nem habeas data, quando o responsável pelo abuso de po-
der ou ilegalidade for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica investido 
no exercício de atribuições do poder público.
A legitimidade ativa para propor um MS é conferida a qualquer pessoa, física 
ou jurídica, que sofra violação de um direito subjetivo próprio.
A jurisprudência do STF3 admite a possibilidade de alguns órgãos públicos 
(independente ou autônomos) impetrarem mandado de segurança na defesa 
de suas prerrogativas ou atribuições.
3 RDA15/46
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A legitimidade para figurar no polo passivo (réu) é, segundo a Constituição 
de 1988, da “autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do poder público”.
No caso de pessoas jurídicas de direito privado, só caberá MS se a entida-
de estiver no exercício de prerrogativa pública. Sendo atendido esse requisito, 
a jurisprudência tem reconhecido o cabimento desse remédio constitucional 
contra ato praticado, por exemplo, por empresa concessionária de serviços pú-
blicos, por instituição financeira, por entidade privada de ensino.
O entendimento pacificado na jurisprudência é de que, em relação ao sujei-
to passivo do MS, podem ser enquadrados como “autoridade coatora” tanto 
agentes quanto órgãos ou entidades públicas. Sendo assim, seria possível um 
MS contra ato do Tribunal de Contas da União (órgão), ou do advogado-geral 
da União (agente) ou da União (entidade).
Por outro lado, a jurisprudência não admite a impetração de mandado de 
segurança nos seguintes casos:
• se for cabível recurso administrativo com efeito suspensivo, independente-
mente de caução;
• contra ato judicial contra o qual caiba recurso judicial próprio;
• contra lei em tese;
• contra decisão judicial transitada em julgado;
• para a cobrança de crédito;
• para impugnar ato ilegal que não importe em violação de direito subjetivo;
• para assegurar o direito de locomoção, o conhecimento de informações relati-
vas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados das 
entidades governamentais, nem para a retificação de dados.
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Mandado de Injunção
Previsto no art. 5º, inciso LXXI da Constituição Federal, é um remédio constitucio-
nal cabível quando a falta de norma regulamentadora tornar inviável o exercício 
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali-
dade, à soberania e à cidadania. Sendo julgado procedente, o mandado de injunção 
ordenará a edição da lei regulamentadora ou de qualquer outro ato administrativo 
indispensável para viabilizar o exercício dos direitos e garantias constitucionais.
Habeas Data
Criado pela CF/88, está previsto no art. 5º, inciso LXXII. É o remédio consti-
tucional adequado a assegurar o conhecimento, retificação ou contestação de in-
formações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de 
dados de entidades governamentais ou de caráter público.
O habeas data foi criado para assegurar o acesso a informações que sejam do 
interesse particular do autor da ação, constantes dos registros de dados das enti-
dades governamentais.
O bem jurídico tutelado é o direito à informação, também protegido pelo ar-
tigo 5º, inciso XXXIII, da CF/88:
XXXIII – todos terão direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interes-
se particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu-
rança da sociedade e do Estado.
O processo de habeas data é gratuito. A Lei n. 9.507/1997 regulamenta a ação 
de habeas data, definindo o procedimento a ser observado. A tramitação de habeas 
data terá prioridade sobre todos os demais processos.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
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O sujeito ativo do habeas data é qualquer pessoa, física ou jurídica, enquanto o 
sujeito passivo pode ser qualquer entidade ou órgão estatal, de qualquer dos Pode-
res da República, ou, ainda, entidade privada responsável pela guarda de registros 
ou banco de dados de caráter público.
Ação Popular
Prevista na Constituição Federal de 1988 no Art. 5º, inciso LXXIII, a ação 
popular busca a anulação de atos administrativos e tem como sujeito ativo o 
cidadão.
Vejamos o que diz a Constituição:
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Os bens jurídicos tutelados pela ação popular são o patrimônio público, seja 
ele material (econômico) ou imaterial (moralidade administrativa); o patrimô-
nio de entidade de que o Estado participe; o meio ambiente e o patrimônio 
histórico e cultural.
�bs..:� �bs.:
 � Embora o controle judicial só atue mediante a provocação dos interessados, 
pode haver situações em que os legitimados não são interessados diretos!
 � É o que ocorre, por exemplo, na ação popular, onde o autor não tem, neces-
sariamente, interesse direto em relação ao bem ou direito violado.
No polo passivo da ação popular, podem figurar:
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
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• Pessoas jurídicas públicas e privadas e as entidades mencionadas no 
Art. 1º da Lei de Ação Popular (Lei n. 4.717/1965);
• Autoridades, agentes públicos ou administradores que autorizarem, apro-
varem, ratificarem ou praticarem o ato impugnado ou que, por omissão, 
tiverem dado oportunidade à lesão aos bens jurídicos protegidos.
• Os beneficiários do ato impugnado. O pedido na ação popular é aanula-
ção do ato administrativo lesivo ao patrimônio público ou de entidade de 
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e 
ao patrimônio histórico e cultural.
Além da anulação do ato, o art. 11 da Lei de Ação Popular cita a possibili-
dade de haver condenação dos responsáveis pelo ato e dos beneficiários, por 
perdas e danos.
A sentença da ação popular tem eficácia erga omnes (geral), exceto se for 
julgada improcedente por falta de provas. Caso isso ocorra, qualquer cidadão 
poderá reajuizar outra, com o mesmo fundamento, apresentando novas provas.
O Ministério Público pode ajuizar ação popular?
A resposta é: não. Caso ocorra de o Ministério Público desejar questionar a 
legitimidade de um ato passível de ser impugnado por um cidadão, deverá se 
utilizar da ação civil pública. 
Mas, embora não possa ser o autor da ação popular, o Ministério Público 
deverá ser intimado para acompanhar o processo, podendo se manifestar pelo 
deferimento ou não do pedido.
Cabe lembrar que o prazo de prescrição da ação popular é de cinco anos.
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Controle da Administração Pública
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Ação Civil Pública
Lucas Rocha Furtado4 informa que
Diferentemente do Mandado de Segurança, Ação Popular, Habeas Corpus, Habeas 
Data e Mandado de Injunção, que são disciplinadas pelo texto constitucional dentro 
dos direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal faz referência à Ação 
Civil Pública quando trata das atribuições do Ministério Público. O Art. 129, III, do 
texto constitucional afirma que é uma das funções institucionais do Ministério Públi-
co: “promover o inquérito civil e a Ação Civil Pública, para a proteção do patrimônio 
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
O objetivo da ação civil pública é promover a defesa dos interesses difusos 
e coletivos, conforme esclarece o art. 1º da Lei n. 7.347/1985.
Embora o Ministério Público não seja o único titular da ação civil pública, se 
ele não for o autor, deverá atuar no processo como “fiscal da ordem jurídica”. 
Poderá até assumir o polo ativo, no curso do processo, se o autor desistir ou 
abandonar a ação, para evitar a extinção do processo por abandono do autor.
A ação civil pública visa à proteção do patrimônio público e social, do meio 
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
O réu dessa ação poderá ser qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou 
privada, que viole qualquer dos direitos difusos mencionados.
Por fim, resta saber o que se pede numa ação civil pública, ou seja, qual o 
objeto da ação.
O pedido será “a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação 
de fazer ou não fazer”.
Ação de Improbidade Administrativa
Prevista no art. 37, § 4º, da CF/88 e regulamentada pela Lei n. 8.429/1992, 
essa ação tem a natureza jurídica cível.
4 Op. Cit.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle da Administração Pública
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A própria Lei n. 8.429/1992, em seu artigo 17, §3º, determina a aplicação 
das regras pertinentes à ação civil pública às ações de improbidade.
O réu da Ação de Improbidade é o agente público, servidor ou não, que co-
meteu ato de improbidade no exercício da função pública. Também será punido 
na forma da lei aquele que, não sendo agente público, participe ou se beneficie 
de ato de improbidade. A prescrição de ações de improbidade ocorre em cin-
co anos.
Além de todas as ações mencionadas anteriormente, há diversas outras que 
também se destinam a provocar o controle judicial da atividade administrativa.
Ex..:
Se um ato administrativo normativo violar a Constituição Federal, esse ato poderá 
ser atacado perante o STF por meio de ação direta de inconstitucionalidade.
Por outro lado, ações ordinárias de natureza declaratória ou ordenatória 
podem igualmente ser utilizadas para provocar o controle judicial da adminis-
tração pública.
Avançando em nosso estudo, passaremos agora à análise do controle que o 
Poder Legislativo exerce sobre a atividade da administração pública.
3.1.2. Controle Legislativo
Quando o Poder Legislativo exerce o controle sobre atos administrativos 
dos demais Poderes, estamos diante do controle externo. Por outro lado, se 
o controle for exercido sobre atos do próprio Legislativo, trata-se de controle 
interno, que nada mais é do que o controle administrativo no âmbito do Poder 
Legislativo.
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A partir de agora, então, analisaremos o controle Legislativo em sentido es-
trito, ou seja, aquele que o Poder Legislativo exerce sobre os outros Poderes.
Incumbe à própria Constituição Federal indicar as hipóteses desse controle, 
que deverá ser exercido nos estritos limites nela previstos.
Leis orgânicas de entidades federativas não são instrumentos hábeis a criar 
ou ampliar hipóteses de controle legislativo e, se o fizerem, incorrerão em in-
constitucionalidade.
O controle legislativo pode ser:
• a)Político (ver, por exemplo, artigo 52, incisos III e V, ambos da Consti-
tuição Federal)
• b) Fiscalização política, financeira e orçamentária, com ou auxílio do Tri-
bunal de Contas (ver CF/88, Art. 70 e 71)
O controle político ocorre em vários momentos.
Podemos citar como exemplo a possibilidade de o Congresso Nacional sus-
tar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar. 
Outro exemplo é a possibilidade de o Senado Federal aprovar ou não a escolha 
dos chefes de missões diplomáticas, ou a incumbência do Congresso Nacional 
de aprovar inciativas do Executivo relativas a atividades nucleares. Nesses ca-
sos, não há dúvidas de que a aprovação ou rejeição da questão dependerá da 
vontade política dos parlamentares.
Se verificarmos o art. 49 da Constituição Federal, nos incisos I, II, III, IV, 
V, VI, IX, X, XII, XIII, XIV, XVI, XVII; art. 50, caput; Art. 58, § 3º, encontrare-
mos exemplos de controle legislativo de natureza política. Mas não são só esses. 
O art. 52 da Constituição confere ao Senado Federal vários instrumentos de con-
trole político.
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Veja, por exemplo, o que estabelece o art. 52, incisos III, IV, V, VI, VII, VIII, 
IIIIIX, XI, XII, da Constituição Federal.
Há, ainda, o controle financeiro, previsto no art. 70, da CF/88:
Art. 70 a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da 
União e das entidades da Administração direta e indireta, quantoà legalidade, legitimi-
dade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida 
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno 
de cada Poder.
O titular do controle externo sobre a atividade financeira do Estado é o Congres-
so Nacional.
A Constituição traz expressamente essa previsão (art. 70 e art. 49, inciso X), 
determinando que é da competência do Congresso fiscalizar e controlar, direta-
mente, ou por qualquer de suas casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da 
administração indireta.
Embora a Constituição defina, no art. 70, que o titular do controle externo é o 
Congresso Nacional, ela mesma atribui ao TCU instrumentos necessários ao exer-
cício desse controle.
Sendo assim, o Congresso Nacional não tem, por exemplo, competência para 
realizar auditorias, registrar ou negar registro a aposentadorias, ou julgar contas 
dos servidores públicos (tem competência para julgar as contas apenas do presi-
dente da República).
O texto da Constituição não deixa dúvidas. Embora o Congresso Nacional seja 
o titular do controle externo, os instrumentos para o exercício desse controle são 
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atribuídos ao TCU. Lembre-se de que não há qualquer subordinação do TCU ao 
Congresso Nacional. O STF já afastou, definitivamente, qualquer dúvida que pu-
desse haver em relação a existência de subordinação hierárquica entre TCU e CN.
Então, a melhor interpretação que se deve dar à expressão “com o auxílio do 
Tribunal de Contas da União”, constante do art. 71 da CF/88, é que, somente por 
intermédio do TCU, o Congresso Nacional poderá exercer as atribuições incluídas 
naquele artigo.
Vejam o que Lucas Rocha Furtado5 nos informa:
A vinculação entre o TCU e o Poder Legislativo se estabelece tão-somente em razão de 
ser conferida ao Congresso Nacional a competência para indicar seis dos nove membros 
do TCU (CF, art. 49, XIII).
A relação entre o TCU e o Congresso Nacional pode ser comparada à existente entre 
o Ministério Público e o Poder Executivo. A rigor, dado que os dirigentes do Ministério 
Público se sujeitam a mandato cuja indicação é feita pelos Chefes do Executivo, e os Mi-
nistros do TCU ocupam cargos vitalícios, poder-se-ia inclusive afirmar que a autonomia 
do TCU é ainda mais ampla do que a reconhecida ao Ministério Público.
3.1.3. Controle administrativo
Aqui, temos o controle exercido pela administração sobre seus próprios atos.
Vale a pena passar a você algumas informações sobre a evolução do reco-
nhecimento da legitimidade do controle administrativo no ordenamento jurídico 
brasileiro.
Em 1957, foi julgado pelo STF um mandado de segurança, no qual se dis-
cutia a possibilidade de o presidente da República anular a nomeação de um 
candidato aprovado em concurso para professor da Universidade do Brasil.
A tese vencedora, naquele julgamento, reconheceu a prerrogativa da Admi-
nistração Pública de rever e anular seus próprios atos ilegais. Essa tese acabou 
se transformando na Súmula 346 do STF, que determina o seguinte:
5 Op. Cit.
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Súmula 346- A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus pró-
prios atos.
Entretanto, o ordenamento jurídico brasileiro, até o início da década de 60, 
reconhecia apenas o direito da administração de anular seus próprios atos por 
razões de ilegalidade. Não havia o direito de desfazer um ato por motivo de 
conveniência ou oportunidade, ou seja, revogar atos.
A possibilidade de a própria administração revogar seus atos administrativos 
passou a existir com a Súmula 473, do STF, que dispõe o seguinte:
Súmula 473 -A administração pode anular seus próprios atos, quando eiva-
dos de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou 
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direi-
tos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Aqui, temos um exemplo de jurisprudência atuando como fonte do Direito Ad-
ministrativo.
A prerrogativa da administração de revogar e anular seus próprios atos foi re-
conhecida pelo STF sem que houvesse qualquer lei dispondo sobre isso. Pelo con-
trário, no ano de 1999, a redação da Súmula 473 inspirou a redação do art. 53, da 
Lei n. 9784/1999.
Veja:
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de 
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos.
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A conclusão a que se chega é que, na verdade, a lei não produziu praticamente 
nenhuma inovação no ordenamento jurídico brasileiro em relação à jurisprudência 
que já estava solidificada.
A prerrogativa da Administração de anular ou revogar seus próprios atos não 
decorre da lei, mas da supremacia que o regime jurídico administrativo confere à 
Administração em relação aos particulares.
Temos, então, um controle interno, que se fundamenta no princípio da 
autotutela, que pode ser de mérito ou de legalidade.
O controle administrativo típico é exercido pelo Poder Executivo sobre os 
atos de seus órgãos e agentes.
Quando os Poderes Legislativo e Judiciário, exercendo de forma atípica a 
função administrativa, exercem controle sobre os atos de seus próprios agen-
tes, trata-se de controle administrativo.
Poderá haver controle administrativo de oficio, ou mediante provocação. 
Nesse caso, a provocação é feita por meio de representações, reclamações, 
impugnações, recursos ou requerimentos.
O controle administrativo pode ser hierárquico, exercido entre órgãos da 
administração direta, ou no âmbito da própria entidade, escalonados vertical-
mente.
Além disso, há controle administrativo não-hierárquico, que acontece em 
situações em que não há escalonamento hierárquico entre órgão controlador e 
órgão controlado. É o que ocorre, por exemplo, quando um ministério exerce o 
controle sobre uma entidade da administração indireta, ou mesmo entre órgãos 
que não se posicionam em escalonamento hierárquico.
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Instrumentos adequados à provocação do controle administrativo
Representação
Através de um documento, qualquer pessoa que tenha conhecimento da 
prática de ilegalidade, irregularidade ou abuso praticado pela administra-
ção comunicao fato e requer o controle.
Reclamação
Difere-se da representação, pois, no caso da reclamação, o autor é o titular 
do direito ou interesse afetado ou ameaçado por ação ou omissão de agentes 
da administração pública.
Recursos Administrativos
A Lei do Processo Administrativo (Lei n. 9.784/1999) dispõe que cabe recurso 
contra decisões administrativas em razão do mérito ou da legalidade da decisão.
O recurso deve ser dirigido à própria autoridade que proferiu a decisão. Caso 
não reconsidere no prazo de cinco dias, encaminhará o recurso à autoridade hie-
rarquicamente superior.
Lembre-se de que o prazo para a interposição de recursos administrativos é de 
dez dias, se não houver outro prazo fixado em leis específicas (Art. 59 da Lei n. 
9.784/1999)
A regra é que os recursos administrativos não terão efeito suspensivo (Art. 61 
da Lei n. 9.784/1999), mas a autoridade poderá, em decisão motivada, conferir 
esse efeito aos recursos caso exista risco de que da decisão resultem prejuízos ir-
reparáveis ou de difícil reparação.
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Revisão do Processo
A revisão do processo é, na verdade, outro processo (revisional) que será 
instaurado de ofício pela própria administração ou a requerimento do interes-
sado ( em caso de falecido, ausente ou incapaz, poderá ser por intermédio da 
família ou curador), a qualquer tempo.
A revisão só é cabível no caso de processos que tenham resultado em san-
ções administrativas.
Os pressupostos para a revisão são o surgimento de fatos novos, não conhe-
cidos no processo principal, ou circunstâncias que justifiquem a inadequação da 
penalidade. A simples alegação da injustiça da sanção não é pressuposto para 
revisão.
Lembre-se de que, da revisão, não pode resultar agravamento da sanção.
3.2. Quanto à extensão
3.2.1. controle interno
É exercido no âmbito de um mesmo Poder. Assim, cada um dos três Poderes 
tem o seu próprio sistema de controle interno.
Ex.: os órgãos públicos superiores exercem o controle sobre a atividade de seus 
órgãos subalternos. Outro exemplo seria o julgamento de um recurso hierárquico 
próprio, que tramita em até três instâncias administrativas.
3.2.2. controle externo
Será exercido por um Poder diverso daquele responsável pela prática do ato. 
É o que ocorre, por exemplo, quando o Tribunal de Contas exerce controle so-
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bre atos do Poder Executivo, ou quando o Judiciário exerce controle jurisdicio-
nal sobre atos da administração ou ainda quando o Senado Federal julga crime 
de responsabilidade do presidente da República
3.3. Quanto à natureza do controle
3.3.1.controle de legalidade
Esse controle verifica se os atos administrativos estão de acordo com a lei 
e o direito.
O ato não pode violar princípios do direito administrativo, não pode conter 
abusos de poder e deve ter presentes todos os seus requisitos de validade.
O controle de legalidade pode levar à anulação do ato, sua sustação, pelo 
Legislativo ou Tribunal de Contas, ou, ainda, à convalidação pela Administração 
no caso de vício sanável.
3.3.2. controle de mérito
Verifica aspectos de conveniência e oportunidade para a prática ou manu-
tenção do ato.
O controle de mérito será exercido pela própria administração e pode resul-
tar na revogação do ato.
3.4. Quanto ao Âmbito de Atuação do Controle
3.4.1. Controle por Subordinação
A autoridade que exerce o controle deve ser hierarquicamente superior à 
controlada.
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Lembre-se de que entidades da administração indireta não se submetem a 
controle por subordinação por parte da administração direta. Exemplo de con-
trole por subordinação é a anulação, por ministro de Estado, de ato praticado 
por secretário executivo.
3.4.2. controle por vinculação
Também denominado controle finalístico e no âmbito federal, supervisão mi-
nisterial é aquele exercido por órgãos autônomos da administração direta sobre 
as entidades da administração indireta.
Ex.: O Ministério da Educação exercendo controle finalístico ou de resultados sobre 
a Fundação Universidade de Brasília (FUB) que, embora não seja subordinada ao 
Ministério, está a ele vinculada e sujeita a controle.
3.5. Quanto ao Momento
3.5.1. Controle Prévio
É frequentemente chamado de controle a priori. Este controle ocorre antes 
mesmo de a atividade administrativa ser realizada e, por essa razão, é também 
denominado controle preventivo.
Ex.: mandado de segurança preventivo para impedir a prática de ato ilegal.
3.5.2. Controle Concomitante
Realizado durante a execução da atividade. Exemplo clássico é a fiscalização 
da execução dos contratos administrativos.
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3.5.3. Controle Posterior
Realizado após a prática do ato controlado, é também denominado controle 
a posteriori. Esse controle ocorre para corrigir algum vício do ato administra-
tivo, ou mesmo para extinguir atos inconvenientes ou inoportunos, através de 
revogação.
Ex.: ação popular ajuizada para anular ato lesivo ao patrimônio público.
A Lei Anticorrupção (Lei n. 12.846/2013)
Sabemos que a corrupção é um problema que atinge a sociedade brasileira 
há longa data. A imprensa tem divulgado inúmeros casos de investigações e con-
denações de grandes empresários e executivos em razão da prática de atos de 
corrupção, o que faz com que a população fique cada vez mais indignada.
No ano de 2013, foi promulgada a Lei n. 12.864/2013, aplicável à União, 
aos estados membros, aos municípios e ao Distrito Federal. Sua abrangência atin-
ge, inclusive, as empresas brasileiras que atuem no exterior.
Veja o que define o art. 1º da Lei Anticorrupção:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pes-
soas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estran-
geira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às socie-
dades simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou 
modelo societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida-
des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação 
no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente. 
(grifei)
A Lei Anticorrupção inovou ao prever a responsabilizaçãoobjetiva de pessoas 
jurídicas de direito privado que praticam atos lesivos à administração pública nacio-
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nal ou estrangeira, mediante apuração da responsabilidade administrativa por meio 
de processo administrativo de responsabilização (PAR).
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos admi-
nistrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou 
benefício, exclusivo ou não.
O art. 3º da referida lei estabelece que a responsabilização da pessoa jurídica 
não exclui a responsabilidade dos dirigentes e administradores, que responderão 
individualmente se forem autores, coautores ou partícipes do ato ilícito. 
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual 
de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora 
ou partícipe do ato ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização 
individual das pessoas naturais referidas no caput.
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos 
na medida da sua culpabilidade.
Outro ponto importante é que a responsabilidade da pessoa jurídica subsistirá 
no caso de alteração contratual, fusão, incorporação ou transformação da empresa, 
conforme prevê o art. 4º.
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contra-
tual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.
Se houver fusão ou incorporação, a empresa sucessora será responsável pelo 
pagamento da multa ou pela reparação do dano até o limite do patrimônio 
transferido.
Os atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação não serão de 
responsabilidade da empresa sucessora, salvo se ficar comprovada a simulação ou 
fraude.
É o que determina o § 1º do art. 4º:
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Art. 4º
(...)
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será res-
trita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o 
limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas 
nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, 
exceto no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.
Em caso de consórcios de empresas, todas as sociedades que participam do 
contrato serão solidariamente responsáveis pelo pagamento da multa e do ressar-
cimento integral do dano causado, conforme estabelece o §2º do art. 4º.
Art. 4º
(...)
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respecti-
vo contrato, as consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos 
previstos nesta Lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de 
multa e reparação integral do dano causado.
Controles Internos
Incumbe às empresas adotar sistemas de controle e políticas internas anticor-
rupção, além de mecanismos de treinamento das respectivas equipes em relação à 
Lei Anticorrupção.
Muitas empresas de origem estrangeira que mantêm filiais no Brasil já adota-
vam essas práticas antes mesmo da promulgação da Lei, inspirando-se nos códigos 
de conduta de seus países de origem (nos Estados Unidos, Alemanha e Reino Uni-
do, por exemplo, essas regras são bem avançadas).
Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira
O art. 5º da Lei n. 12.846/2013 traz um rol de atos considerados lesivos à Ad-
ministração Pública:
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Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para 
os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no pará-
grafo único do art. 1º, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, 
contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais 
assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I – prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente pú-
blico, ou a terceira pessoa a ele relacionada;
II – comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar 
a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III – comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou 
dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV – no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o ca-
ráter competitivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório 
público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vanta-
gem de qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação 
pública ou celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou pror-
rogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, 
no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com 
a administração pública;
V – dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes 
públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e 
dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.
O §1º do art. 5º traz a definição de Administração Pública estrangeira para fins 
de aplicação da lei, enquanto o §2º esclarece que os organismos internacionais se 
equiparam à Administração Pública estrangeira, para os mesmos fins.
Art. 5º 
(...)
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou 
representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de gover-
no, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder 
público de país estrangeiro.
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§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as or-
ganizações públicas internacionais.
O §3º do art. 5º traz o conceitode agente público estrangeiro para fins de 
aplicação das normas previstas na Lei Anticorrupção:
Art. 5º
(...)
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em ór-
gãos, entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim 
como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de 
país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.
Responsabilização Administrativa
O art. 6º da Lei Anticorrupção estabelece as sanções a serem aplicadas na 
esfera administrativa.
A Lei determina, explicitamente, que a aplicação das penalidades não exclui o 
dever de reparar o dano.
A competência para a aplicação das penalidades é da autoridade máxima do 
Poder ou da entidade que sofreu a lesão e, no caso de ser constatado suborno 
transnacional, pela Controladoria Geral da União.
A primeira sanção prevista na lei é a multa, que pode variar de 0,1% (um dé-
cimo por cento) até 20% ( vinte por cento) do faturamento bruto da empresa, 
ou até R$60.000.000,00 (Sessenta Milhões de Reais), quando não for possível cal-
cular o faturamento bruto.
É o que estabelece o art. 6º, I e §4º.
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas res-
ponsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
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I – multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do fatura-
mento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, 
excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for pos-
sível sua estimação; e
(...)
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível utilizar o critério do valor 
do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a 
R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
A segunda sanção administrativa é a publicação extraordinária da decisão con-
denatória.
Essa publicação será feita em meios de comunicação de grande circulação, na 
área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou através da publica-
ção em imprensa de circulação nacional.
A lei também determina que será divulgado edital, mediante afixação no pró-
prio estabelecimento onde a atividade empresarial é exercida, pelo prazo mínimo 
de 30 (trinta) dias.
Por fim, a publicação extraordinária da decisão condenatória inclui a divulga-
ção via na internet, no site da empresa.
É o que estabelece o art. 6º, inciso II e § 5º.
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas res-
ponsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
(...)
II – publicação extraordinária da decisão condenatória.
(...)
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de extrato 
de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande cir-
culação na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, 
em publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo 
prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício 
da atividade, de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de com-
putadores.
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A aplicação dessas penalidades administrativas deverá ser precedida da mani-
festação do órgão de assistência jurídica da entidade pública afetada pelo ato ilícito.
É obrigatória a motivação do ato que impõe a multa e/ou a publicação extra-
ordinária, podendo as penas ser aplicadas isolada ou cumulativamente, conforme a 
gravidade da infração e peculiaridades da situação.
Art. 6º.
(...)
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de 
acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza das infra-
ções.
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hipótese, 
a obrigação da reparação integral do dano causado.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida da manifestação 
jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equi-
valente, do ente público.
O art. 7º da lei estabelece os critérios de gradação da penalidade administra-
tiva.
Deverão ser levados em consideração na aplicação da multa, por exemplo: a 
gravidade da infração; a vantagem ilícita auferida ou pretendida pelo infrator; a 
consumação ou não da infração; a situação econômica do infrator; a cooperação da 
pessoa jurídica para a apuração das infrações (acordo de leniência); a existência de 
programas de compliance6, com mecanismos e procedimentos internos; a auditoria 
e o incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética 
e de conduta no âmbito da pessoa jurídica.
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:
I – a gravidade da infração;
II – a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
6 O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, 
uma instrução interna, um comando. Assim, estar em “compliance” significa estar em conformidade com 
leis e regulamentos externos e internos.
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III – a consumação ou não da infração;
IV – o grau de lesão ou perigo de lesão;
V – o efeito negativo produzido pela infração;
VI – a situação econômica do infrator;
VII – a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
VIII – a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria 
e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de 
conduta no âmbito da pessoa jurídica;
IX – o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pú-
blica lesados; e
X – (VETADO).
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos previstos 
no inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.
O Processo Administrativo de Responsabilização - Competência 
para Instaurar e Julgar o Processo
Compete à autoridade máxima de cada Poder a instauração e o julgamento 
de processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica 
(PAR). Essa competência poderá ser delegada, sendo vedada a subdelegação.
No âmbito do Poder Executivo, a competência fica assim definida, de acordo 
com o órgão ou entidade que sofreu o dano:
• Administração direta - ministro de Estado.
• Administração indireta - autoridade máxima da entidade.
A CGU tem competência concorrentepara instaurar e julgar o processo adminis-
trativo e competência exclusiva para avocar processos já instaurados, examinar a 
regularidade dos procedimentos e corrigir o andamento do processo, se necessário.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da 
responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou en-
tidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante 
provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.
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§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de 
apuração de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subde-
legação.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá 
competência concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização 
de pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento nesta 
Lei, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apuração, o processo e o jul-
gamento dos atos ilícitos previstos nesta Lei, praticados contra a administração pública 
estrangeira, observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Cor-
rupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, 
promulgada pelo Decreto no 3.678, de 30 de novembro de 2000.
A Comissão Processante
O art. 10 da Lei n. 12.846/2013 estabelece que o processo administrativo de 
apuração da responsabilidade da pessoa jurídica será conduzido por comissão, que 
deve ser composta por dois ou mais servidores estáveis.
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídi-
ca será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 
2 (dois) ou mais servidores estáveis.
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, 
a pedido da comissão a que se refere o caput, poderá requerer as medidas judiciais 
necessárias para a investigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e 
apreensão.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda 
os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.
Prazo de Conclusão do Processo Administrativo
O prazo para a conclusão do PAR é de 180 (cento e oitenta) dias, contados a 
partir da publicação do ato que instaurou o processo. Esse prazo é prorrogável, 
mediante ato motivado. A lei não estabelece o prazo de prorrogação.
Art. 10
(...) 
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§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 (cento e oitenta) dias con-
tados da data da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre 
os fatos apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma 
motivada as sanções a serem aplicadas.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante ato fundamentado da 
autoridade instauradora.
Defesa
Ao ser intimada, a pessoa jurídica terá 30 (trinta) dias de prazo para apresentar 
sua defesa.
Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido 
à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.
Concluída a fase de instrução, a comissão deverá elaborar um relatório, que 
será encaminhado juntamente com os autos do processo à autoridade competente 
para o julgamento.
Além disso, a comissão deverá, após a conclusão do procedimento administra-
tivo, notificar o Ministério Público, que adotará as medidas que julgar necessárias.
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à auto-
ridade instauradora, na forma do art. 10, para julgamento.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, 
após a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Pú-
blico de sua existência, para apuração de eventuais delitos.
Concluído o processo e aplicada a pena, se a empresa não pagar a multa, o va-
lor será inscrito na dívida ativa da fazenda pública.
Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do 
dano não prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado 
será inscrito em dívida ativa da fazenda pública.
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O art. 14 da Lei Anticorrupção prevê a desconsideração da personalidade ju-
rídica se for constatado que os sócios a utilizaram para encobrir a prática de atos 
ilícitos ou provocar confusão patrimonial. Se isso ocorrer, todos os efeitos das san-
ções serão estendidos aos administradores e sócios com poderes de administração, 
devendo ser assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com 
abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos 
nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das 
sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de 
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
O Acordo de Leniência
A Lei Anticorrupção prevê a possibilidade de redução da pena se a empresa 
celebrar acordo de leniência, colaborando com as investigações do processo ad-
ministrativo. Contudo, é necessário que a colaboração resulte na identificação dos 
demais envolvidos ou a obtenção de informações e documentos que comprovem, 
mais rapidamente, o ilícito.
A lei estabelece alguns requisitos que devem estar presentes, cumulativamente, 
para a celebração do acordo de leniência:
• 1º requisito.: que a pessoa jurídica investigada manifeste seu interesse em 
cooperar;
• 2º requisito: que, a partir da data da propositura do acordo, a pessoa jurí-
dica investigada cesse totalmente seu envolvimento na infração investigada;
• 3º requisito: que a pessoa jurídica investigada admita sua participação 
no ilícito e coopere totalmente com as investigações, devendo comparecer, 
às suas custas, a todos os atos processuais, sempre que for solicitada.
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A celebração do acordo de leniência pode reduzir em até 2/3 (dois terços) o 
valor da multa aplicada.
• Por outro lado, se for descumprido o acordo, a pessoa jurídica não poderá 
celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos a partir da data em que a 
Administração Pública tomou conhecimento do descumprimento.
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar 
acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos pre-
vistos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o processo admi-
nistrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II – a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apu-
ração.
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, 
cumulativamente, os seguintes requisitos.:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar 
para a apuração do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a 
partir da data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanen-
temente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas 
expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas 
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) 
o valor da multa aplicável.
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar inte-
gralmente o dano causado.
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias para assegurar a efetivi-
dade da colaboração e o resultado útil do processo.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que inte-
gram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em 
conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas.
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efeti-
vação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo 
administrativo.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta 
de acordo de leniência rejeitada.
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§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica fica-
rá impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do 
conhecimento pela administração pública do referido descumprimento.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilíci-
tos previstos nesta Lei.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão competente para celebrar os 
acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de atos 
lesivos praticados contra a administração pública estrangeira.
Responsabilização Judicial
Além da responsabilização administrativa, apurada através do procedimento 
administrativo que vimos há pouco, a pessoa jurídica poderá ser responsabilizada 
na esfera judicial, conforme estabelece o art. 18 da Lei Anticorrupção.
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a 
possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial.
A legitimidade ativa para a propositura da ação judicial é dos entes federativos, 
estes afetados pelo ato ilícito, por meio das respectivas advocacias públicas ou ór-
gãos de representação judicial.
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou ór-
gãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar 
ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: (…)
Penalidades
Entre outras penalidades, poderá ser decretado, por sentença, o perdimento dos 
bens ou valores obtidos com o cometimento da infração; a suspensão ou interdição do 
funcionamento da empresa; proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, 
doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras 
públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máxi-
mo de 5 (cinco) anos e até a dissolução compulsória da pessoa jurídica.
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Essa última penalidade só será cabível quando ficar comprovado que a perso-
nalidade jurídica da empresa foi utilizada para facilitar ou promover atos ilícitos, ou 
que a pessoa jurídica tenha sido criada para ocultar a identidade dos beneficiários 
dos atos ilícitos.
A lei resguarda os terceiros de boa-fé, que não sofrerão as sanções previstas 
no art. 19.
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Esta-
dos, o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas 
ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão 
ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas 
infratoras:
I – perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito di-
reta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro 
de boa-fé;
II – suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III – dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV – proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos 
de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas 
pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado:
I – ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promo-
ver a prática de atos ilícitos; ou
II – ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos 
beneficiários dos atos praticados.
§ 2º (VETADO).
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou 
equivalente, do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou 
valores necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano 
causado, conforme previsto no art. 7º, ressalvado o direito do terceiro de boa-fé.
Prescrição
A lei prevê o prazo prescricional de 5 (cinco) anos, contados da data da ciência, 
pela administração, do cometimento do ilícito. No caso de infração permanente ou 
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continuada, o prazo de prescrição só se iniciará

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