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Farmacocinética: Absorção e Distribuição

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1 Carolina Gondim- 2019.2 
FARMACOCINÉTICA 
INTRODUÇÃO 
• É como o organismo processa o fármaco. Se trata de caminhos que o organismo vai facilitar ou reduzir seus efeitos. É um 
movimento. 
• Na farmacodinâmica é a ação do fármaco no indivíduo e o princípio de como ele age é a via da droga com o receptor. O 
receptor é responsável pela seletividade do fármaco. 
• Existem 4 fatores na farmacocinética: 
o Absorção 
o Distribuição 
o Biotransformação/Metabolização 
o Excreção 
• Cada um desses fatores é influenciado por outros fatores. 
ABSORÇÃO 
• É a passagem do fármaco de onde ele está para o sangue. (Ex: do músculo para o sangue) 
OBS: Em uma administração intravenosa não existe absorção. 
• Fatores que podem influenciar (favorecer ou dificultar) o processo de absorção: 
o Membrana plasmática (lipossolubilidade) – o fármaco precisa atravessar essa membrana constituída de 
composto lipídico, sendo assim, ele vai atravessar mais facilmente. Coeficiente de partição óleo/água: 
𝐶𝑜𝑒𝑓. 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖çã𝑜 = ó𝑙𝑒𝑜/ á𝑔𝑢𝑎 
▪ Quanto maior for a hidrossolubilidade do fármaco, menor é o coeficiente e, portanto, mais difícil o 
processo de absorção. Então quanto mais lipossolúvel (ou menor hidrossolúvel) for o fármaco, maior o 
coeficiente e, portanto, mais absorvido ele será, mais facilmente vai sair de onde ele está e vai para o 
sangue. 
o Transporte - Se eu tenho uma concentração muito grande não é mais fácil passar de um meio mais concentrado 
para um meio menos concentrado? E normalmente esses fenômenos podem acontecer ou com gasto de energia 
– transporte ativo – ou sem gasto de energia – transporte passivo –. E isso é regulado por quem? Normalmente 
os transportes ativos são regulados por proteínas. Então um outro fator que influencia na absorção é justamente 
o transporte mesmo. Transporte ativo e transporte passivo 
o pH – Fármaco de caráter ácido é melhor absorvido em meio ácido porque nele, esse fármaco vai estar na sua 
forma molecular, não ionizada. 
▪ O fármaco para ser absorvido – desconsiderando outros fatores que sabemos que existem – precisa 
estar como? Se ele tiver carregado ele passa bem pela membrana? Se ele tiver neutro? Passa, né. A 
membrana não é lipídio? Caráter apolar, né? Então eu preciso fazer com o que esse fármaco mantenha 
minha forma molecular, ou seja, apolar né e assim de forma neutra ele vai conseguir passar mais 
facilmente pela membrana. E quem pode regular isso? O pH. Ai vocês perguntam: onde entra o pH? 
Entra no seguinte, gente: entrando na físico-química imagine que nós temos um fármaco de caráter 
ácido, como por exemplo a aspirina (ácido acetilsalicílico). Na físico-química os fármacos, as moléculas 
de caráter ácido elas procuram sempre estar no estado de equilíbrio. Então ele fica com 50% da sua 
forma no estado molecular, neutro. E os outros 50% da sua forma ele fica ionizada, carga negativa. 
Então o que a gente pode imaginar agora nessa questão. Vamos colocar o fármaco aqui com a 
característica ácida. Eu administrei esse fármaco de forma oral, beleza? E esse fármaco caiu no 
estômago. Então ele vai cair no meio que é ácido. E ácido é o que? Tudo aquilo que libera um próton, 
H+. Então o que é que acontece quando esse fármaco de caráter ácido caiu nesse meio ácido? Há então, 
por equilíbrio químico, o deslocamento da reação no sentido de formar mais a fórmula molecular, 
mantendo assim a proporção de 50% - 50%. 
 
2 introduçãoCarolina Gondim- 2019.2 
▪ Indivíduos que tem diabetes descompensada tem característica de ter acidose metabólica. Então 
significa que se o indivíduo é diabético e apresenta acidose metabólica e toma um fármaco de caráter 
ácido ele vai ser mais ou menos absorvido? Mais absorvido. Então ele vai ser mais absorvido e vai ter 
mais possibilidade de desenvolver um efeito mais tóxico, né. Porque vai ter um aumento no processo 
de absorção desse fármaco. Nós vamos agora falar de uma outra característica, a característica da 
distribuição, que também vai influenciar nessa questão do diabetes 
 
 
 
 
 
 
 
o Área – Todos os fármacos que for administrado via oral, serão bem absorvidos no intestino, independente se 
for ácido ou básico. O intestino tem maior área, as microvilosidades que aumenta a superfície de contato e ajuda 
no processo de absorção. 
DISTRIBUIÇÃO 
• É a passagem do sangue para o tecido. Sofrem os mesmos efeitos da absorção (MP, difusão, pH e área). O que faz com 
que o fármaco chegue ao tecido alvo ou não é a quantidade de proteína, podendo ter mais ou menos efeito. 
o A distribuição do fármaco será na forma livre, ou seja, quem tem o efeito de fármaco é o fármaco na forma livre, 
na sua forma que não está ligada a proteína. Condições patologias alteram a quantidade de proteína. 
▪ Ex: O indivíduo que tem diabetes apresenta o que na urina? Albumina. Proteinúria. Então está 
diminuindo proteína do sangue. Se diminui proteína do sangue o que é que acontece com a quantidade 
de fármacos livres no sangue? Aumenta. Aumentando o que? O seu efeito, pois ele tá saindo do sangue 
e vai para o tecido-alvo. o Portanto o diabetes pode ter um processo de intoxicação não apenas por 
absorver mais o fármaco de caráter ácido por ele ter uma acidose metabólica. No caso da menor 
quantidade de proteínas circulantes no sangue em um paciente com diabetes descompensado, você 
vai aumentar a concentração de fármacos no sangue, você vai aumentar a biodisponibilidade do 
fármaco no sangue, aumentando assim a sua capacidade de passar do sangue para o tecido-alvo 
• Todos os fármacos têm um percentual de ligação: 
o 80% na forma ligada 
o 20% na forma livre 
• Se alterar a quantidade de proteína, ao ponto de reduzir a forma ligada e aumentar a forma livre, tem mais possibilidade 
de intoxicação. 
o Ou seja: a resposta do fármaco depende da quantidade de fármaco livre que vai chegar no tecido alvo, isso 
significa que indivíduos que tem aumento e redução de proteína sérica, sofrem interferência direta no processo 
de distribuição; 
• Varfarina (um potente anticoagulante) X Cetoconazol: A mesma proteína que se liga a varfarina também se liga ao 
cetoconazol. Existe a AFINIDADE → algumas proteínas têm mais afinidade por determinados fármacos, nesse caso, a 
proteína terá mais afinidade ao cetoconazol, se ligando mais a ele e aumentando a forma livre a varfarina, levando o 
indivíduo a sangrar constantemente. 
• Há duas proteínas, a albumina e a alfa-1 glicoproteína ácida. Na distribuição as proteínas que tem caráter básico terão 
mais afinidade com fármaco de caráter ácido e as de caráter ácido terá mais afinidade pelos fármacos que tem caráter 
básico. 
• Fármacos que tem tamanhos maiores tem mais dificuldade na absorção, diferente dos que tem tamanho menor, que 
será mais facilmente absorvido. 
GRÁFICO PH X ÍONS LIVRES 
Se aumento o pH (deixo o meio mais alcalino) e o meu composto passa a ter mais íons 
livres é porque esse meu composto tem um pH contrário ao do meio, ou seja, ele é ácido. 
 Você sempre vai ver o seguinte: o pH do meio e se tem íons livres ou se tem a forma 
molecular. Se eu tenho um pH alcalino no meio e tenho muitos íons livres é porque esse 
composto tem caráter contrário ao que é alcalino, então esse composto é ácido. 
 
3 introduçãoCarolina Gondim- 2019.2 
BIODISPONIBILIDADE 
• A biodisponibilidade refere-se à extensão e à velocidade em que a porção ativa (fármaco ou metabólito) adentra a 
circulação sistêmica, alcançando, assim, o local de ação; 
o Exemplo ilustrativo: 
▪ Imagine que exista um riacho e existem alguns sítios que são próximos a esse riacho. E outros sítios que 
são distantes a esse riacho. Isso significa que a água desse riacho chega nesses sítios mais próximos de 
uma maneira muito mais rápida do que nos sítios que são mais distantes. Da mesma forma, essa água 
que tá aqui e que enche mais rapidamente esse sítio mais próximo pode ser devolvida novamentepara 
o riacho de maneira muito mais rápida do que esses sítios mais distantes. Essa brincadeirinha foi apenas 
para mostrar pra vocês o seguinte: se eu considerar o riacho como um vaso sanguíneo e esses sítios 
mais próximos que são órgãos mais perfundidos, o que significa? Que os ouros órgãos próximos ou 
mais perfundidos pelo sangue vai receber mais rapidamente o que? O fármaco. E os órgãos que são 
pouco perfundidos vai demorar mais tempo pra receber o que? Esse fármaco. Vai demorar mais tempo 
Vai demorar mais tempo para o fármaco chegar lá porque é pouco perfundido. Esses tecidos pouco 
perfundidos são, por exemplo, o osso e os adipócitos. Por que eu estou falando isso? Porque esses 
tecidos poucos perfundidos demoram de fato do fármaco chegar, mas também vai demorar de 
promover uma excreção desse fármaco desses tecidos. Portanto esses tecidos vão funcionar como uma 
reserva. São considerados, portanto os tecidos aqui de reservatórios teciduais, é uma reserva 
• Exemplos reais: 
o Tetraciclina: se acumula no osso (tecido de reserva) e pode gerar uma intoxicação por 
medicamento em um indivíduo caso este sofra uma fratura exporta. Isso ocorre 
porque, devido a fratura exposta, o medicamento que estava acumulado no osso 
pode cair na corrente sanguínea, acarretando em uma intoxicação. Mulheres grávidas 
não podem usar (mulheres gravidas já tem a tendência a ter osteoporose) 
o Indivíduos que apresentam sobrepeso também podem sofrer algum processo de 
intoxicação caso emagreçam, visto que o tecido adiposo também é um reservatório 
tecidual 
• Fixando: A quantidade de fármaco, ou seja, concentração que está no sangue tanto livre quanto ligada, é chamada, 
portanto, de biodisponibilidade. É por ela que se verifica se a resposta é toxica ou subterapêutica; 
o Isso é muito importante para um indivíduo com uma micose de difícil tratamento e faz uso de flucanozol (forma 
genérica- fármaco sem a marca), porém, não é encontrado na farmácia, só encontra o zotec que é o mesmo só 
que feito pela mec, e seu efeito é correto no paciente. Isso ocorre pois percebe-se que a biodisponibilidade do 
zotec é idêntica à do flucanozol, e, portanto, esses dois fármacos são bioequivalente; 
o O contrário também pode ocorrer, por exemplo, um indivíduo faz uso da leovotiroxina que é o hormônio T4 
para o tratamento de hipotireoidismo, porém, acabou o medicamento, então ele compra o puran T4, que é a da 
mesma marca e, em teoria, é uma tiroxina, mas nesse caso não existe bioequivalência, pois ao se tratar de 
hormônio, as formulações são feitas de formas diferentes e assim, a absorção de uma é diferente da outra, o 
que muda a biodisponibilidade. Isso quer dizer que se ele utiliza um remédio, ele não pode utilizar o outro, pois 
não tem o mesmo resultado. Por serem diferentes, muda a quantidade e o princípio ativo por espaço, como 
também algumas características diretas da formula que interfere na absorção; 
• A biodisponibilidade é uma grandeza que depende diretamente da absorção e da distribuição. Ela altera quando for uma 
administração oral ou parenteral, então a forma de administração altera de acordo com a biodisponibilidade 
• Atenção: a biodisponibilidade é diretamente influenciada pra absorção, distribuição e pela excreção. Quando diminui a 
excreção a biodisponibilidade aumenta. Se aumenta a absorção, aumenta também a biodisponibilidade. 
• Então a forma de administração altera de acordo com a biodisponibilidade 
• Fatores que regulam a biodisponibilidade: 
o Via de administração 
o Absorção e solubilidade 
o Efeito de 1° passagem 
o Instabilidade química 
• Administração intravenosa tem-se um efeito mais rápido. 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: 
 
4 introduçãoCarolina Gondim- 2019.2 
• Via oral: 
o Absorção intestinal 
o Absorção sublingual 
• Via parental 
o Via intradérmica 
o Via subcutânea 
o Via intramuscular 
o Via endovenosa 
▪ A única via, das mencionadas que não tem absorção → o fármaco vai direto para o sangue 
• Vantagens e desvantagens: 
o ORAL: 
▪ Vantagem: 
• Econômico, seguro e conveniente; 
▪ Desvantagem: 
• Irritação da mucosa do trato GI, Absorção limitada em função de suas características, 
destruição de fármacos pelas enzimas digestivas, menos biodisponibilidade devido ao 
metabolismo de 1ª passagem. 
o PARENTAL: 
▪ Vantagens: 
• Liberação do fármaco em forma ativa 
o Infliximabe 
▪ Toda vez que um fármaco termina como “mabe” são fármacos baseados em 
anticorpos monoclonais 
• Anticorpo monoclonal → Em geral o que acontece é o seguinte: 
quando a gente tem uma resposta imune diante a um patógeno 
quem produz esses anticorpos é o linfócito B. Os linfócitos B 
produzem vários anticorpos porque você tem várias populações de 
linfócitos B, então como são vários clones de linfócitos B, a gente 
diz que esses anticorpos são policlonais. Já o anticorpo monoclonal 
a gente pega um desses clones da célula B, funde com uma célula 
dendritica, forma um hibridoma, coloca esse hibridoma num animal 
o qual começa a produzir apenas os anticorpos daquele clone de 
células de B, a gente tira esses anticorpos e assim se obtém os 
anticorpos monoclonais. São, portanto, anticorpos oriundos de um 
único clone de linfócitos B. 
• Dose eficaz administrada com maior precisão 
• Absorção mais rápida e completa 
• Obtenção de resultados mais seguros; 
▪ Desvantagens: 
• Assepsia intensa 
• Administração dolorosa 
• Difícil a automedicação quando necessário 
 
 
5 introduçãoCarolina Gondim- 2019.2 
• Vias de administração e interpretação do gráfico: 
o Intravenosa 
▪ Quando temos uma droga que no tempo zero começa em 100% concentração, essa administração é 
intravenosa 
▪ A concentração do fármaco cai rapidamente, pois ele é facilmente excretado 
▪ Entretanto é necessário saber que existem dois tempos de eliminação, um que é dos tecidos que são 
mais perfundidos e outro dos tecidos que são menos perfundidos. Isso é importante para saber, 
também, em relação ao IMC para realizar o cálculo de posologia 
o Intramuscular 
▪ Ele é mais rapidamente absorvido e é excretado de maneira mais devagar 
▪ Existe uma área maior 
▪ O músculo também tem bastante estruturas lipídicas também e por isso que a excreção nessa via passa 
a ser mais um pouco devagar quando comparado com a intravenosa 
o Subcutânea 
▪ Demora mais tempo para atingir a concentração máxima e demora muito mais tempo para ser 
eliminado 
• Ex: quem faz uso de insulina 
o Oral 
▪ A via oral tem a absorção menor e mais demorada do que as três mencionadas (devido ao metabolismo 
de primeira passagem) e uma excreção mais proporcional, mais equilibrada; 
METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM 
• Ilustrando: 
o Vamos supor que o indivíduo toma um fármaco de forma oral. Vamos pegar novamente aquele exemplo de um 
indivíduo tomando um comprimido. Ai o que acontece. Tem o estômago, tem o intestino, tem a veia porta e o 
fígado. Vamos supor então que o indivíduo toma um fármaco de forma oral e ai quando ele toma um fármaco 
ele tá tomando 100% daquela droga. Vai ser essa 100% que vai ser absorvido? Não. Então vamos supor que foi 
absorvido 20%. Aí sobra 80% que vai para o intestino. Aí ocorre no intestino a absorção de mais 20% do fármaco. 
Sobra quanto? 60%. Ai esse fármaco restante, esses 60%, antes de cair, antes de ir para a circulação sistêmica 
ele passa a veia porta e chega ao fígado. No fígado parte desse fármaco ele é metabolizado e 30% é absorvido, 
sai do fígado e vai para o sangue. Os outros 30%, por exemplo, é excretado na forma de fezes. Portanto, de 100% 
que o indivíduo tomou via oral 70%, nesse exemplo, foi absorvido e 30% foi excretado diretamente, isto é, nem 
absorvido foi, nem chegou na circulação sistêmica, beleza? Nesse exemplo hipotético o que é que tá 
acontecendo aqui, de 100% do fármaco 70% foi absorvido. 30% foi simplesmente eliminado. Só que a excreção 
desses 30% ocorreu antesmesmo desse fármaco cair na circulação sistêmica, beleza? O que isso significa: esse 
metabolismo que acontece e que elimina parte do fármaco antes desse fármaco cair na circulação sistêmica nós 
chamamos isso de metabolismo de primeira passagem, portanto, o que é que acontece: todas as vias de 
administração, TODAS as vias de administração, que tem absorção – logo a via endovenosa está FORA; a exceção 
da via endovenosa – todas as outras vias de administração possuem metabolismo de primeira passagem. De 
todas as vias de administração a via oral é a que mais sofre metabolismo de primeira passagem. O metabolismo 
de primeira passagem diminui a biodisponibilidade, isto é, deixa a quantidade de fármaco menor no sangue. 
Isso só acontece no fígado? Não! Outros tecidos como pulmão e rim podem fazer. Por isso o metabolismo de 
primeira passagem ocorre em todos as vias de administração que tem absorção 
• Conceito: É a parte do fármaco que é excretado antes de cair na circulação sistêmica é chamado de metabolismo de 
primeira passagem 
• Nesse metabolismo o que é que acontece nesse exemplo dado: na administração oral de um composto sólido que passa, 
por exemplo, no fígado e é metabolizado antes desse fármaco cair na corrente sanguínea / circulação sistêmica é 
considerado metabolismo de primeira passagem. É quando o fármaco é metabolizado, mas antes dele cair na circulação 
sistêmica ele é excretado. 
• O fármaco passa no fígado, ele é metabolizado antes no fígado, mas ele é excretado. Ele não cai na circulação sistêmica. 
O que acontece: o que é absorvido e cai na circulação sistêmica depois passa novamente pelo fígado e ai sofre outra 
metabolização, mas ai já não é metabolismo de primeira passagem, é de primeira passagem antes de cair na circulação 
sistêmica 
 
6 introduçãoCarolina Gondim- 2019.2 
• É o primeiro fenômeno que acontece, antes mesmo de ser absorvido o fármaco já é eliminado. 
• O metabolismo de primeira passagem envolve principalmente o fígado, mas outras regiões podem também fazer esse 
metabolismo de primeira passagem, mas em quantidade menor. 
• Então o que é que acontece. Nessas vias de administração que tem o processo de absorção e, portanto, tem esse 
metabolismo de primeira passagem vai interferir diretamente na biodisponibilidade 
o Aquela via de administração que tem mais metabolismo de primeira passagem vai ter menos fármaco disponível 
no sangue 
• Biodisponibilidade vai ser menor a partir do momento em que o metabolismo de primeira passagem é maior 
• Como o metabolismo de primeira passagem depende mais ou menos da via de administração isso significa que a via de 
administração influencia na biodisponibilidade. 
 
BIOTRASNFORMAÇÃO/ METABOLIZAÇÃO 
• A Biotransformação é um fenômeno que acontece para promover a excreção de um fármaco/xenobióticos A 
Biotransformação é um fenômeno que permite/que promove/que favorece a excreção desse fármaco/xenobióticos. 
o Como ela faz isso? Ela converte o fármaco lipossolúvel em hidrossolúvel e a partir daí é possível excretar na 
urina. 
• Três situações: 
o Primeira situação: Um indivíduo ingere um fármaco X. Esse fármaco tem efeito imediato, ou seja caiu na 
circulação sanguínea. A partir disso, ele é encaminhado para o sistema porta-hepático é e cai no fígado. No 
fígado esse fármaco sofre a ação de uma enzima. E ao passar por essa enzima, esse fármaco X é convertido em 
um outro composto, em um metabólito. E esse metabólito já não tem mais o efeito, então ele se torna inativo. 
Quando o metabólito se torna inativo é necessário elimina-lo. Então ele sofre uma outra reação na qual esse 
composto inativo – sem efeito – passa a ser conjugado, ou seja, passa a ser adicionado a um outro composto 
pra poder ser excretado. O composto X, nesse exemplo, é um fármaco que sofre, portanto, uma detoxificação. 
Que sofre, portanto, uma detoxificação. 
▪ Exemplo: o uso da aspirina (AAS) 
o Segunda situação: Um indivíduo ingere um composto X, só que esse fármaco NÃO tem efeito, ele é sem efeito 
– inativo –. Só que quando esse composto passa na circulação sanguínea e chega no fígado, ele sofre a ação de 
uma enzima. E quando ele sofre a ação dessa enzima, é convertido em um metabólito. E esse metabólito passa 
a ser agora o que? Ativo, ele passa a ter efeito. É um metabólico com efeito, ativo. Depois ele cai novamente na 
circulação sanguínea, passa novamente no fígado e é, por sua vez, convertido em um outro composto que é 
agora inativo. Esse composto agora inativo sofre a conjugação desse composto para poder ser excretado. 
Chamamos esse composto X de pró-fármaco. 
▪ O pro-fármaco não tem efeito, quem tem efeito é o metabólito do pró-fármaco. 
▪ Esse processo no qual é ativado um pró-fármaco, ou seja, esse processo que confere um efeito a um 
composto que não tinha até então efeito é chamado de bioativação. 
• Essa bioativação ocorre no fígado. 
▪ Exemplo de pró-fármaco: Enalapril 
▪ O pró-fármaco, normalmente, possui meia vida maior 
 
7 introduçãoCarolina Gondim- 2019.2 
 
▪ Captopril X Enalapril: o captopril tem uma meia-vida relativamente muito curta, então o indivíduo 
precisa tomar mais de um comprimido por dia e, portanto, não ocorre uma adesão farmacológica muito 
boa. Ai o que é que é feito: é feito um pró-fármaco como o enalapril. O enalapril não tem esse fenômeno 
de inibição de ECA, ele vai na verdade passar pelo o fígado, ser convertido em um sal chamado de 
enalaprilato de sódio. E é esse sal que tem a ação de inibição de ECA. 
o Terceira situação: um indivíduo ingere um composto X que tem efeito, portanto é ativo. Em seguida na circulação 
sanguínea, vai para o fígado e sofre a ação de uma enzima. É convertido em um outro composto, por exemplo 
um composto A, que tem o mesmo efeito do X, então também possui efeito. Portanto, ele continua sendo um 
composto ativo. Cai no sangue, na circulação e volta para o fígado. Sofre novamente a ação de uma outra enzima 
– enzima II – que, a partir daí passa a ser convertido em um composto inativo. Esse composto inativo sofre a 
associação com um composto para poder ser excretado. 
▪ Exemplo: benzodiazepínicos → o metabolismo deles formam um metabólito que tem o mesmo efeito 
do fármaco anterior, então ocorre uma potencialização da ação daquele anterior. É o caso do diazepam. 
Você dá o diazepam, ele sofre a ação da enzima, é convertido em flurazepam, depois tem o oxazepam. 
Todos eles – flurazepam e o oxazepam – tem o mesmo efeito do diazepam. Então o que é que acontece: 
o diazepam tem um efeito de 48hrs, é convertido em flurazepam que tem um efeito de mais 48hrs, o 
flurazepam é convertido em oxazepam que tem o mesmo efeito e fica por mais 24hrs. No total, quando 
observamos a meia-vida do diazepam, é de até 5 dias. 
• Esse efeito do processo no qual o fármaco gera um metabólito com o mesmo efeito dele e 
esse metabólito gera um outro metabólito de mesmo efeito que os anteriores é chamado de 
Sinergia, efeito sinérgico → É um processo que potencializa o efeito do fármaco 
• Fases da metabolização: 
o FASE I – REAÇÃO DE FUNCIONALIZAÇÃO 
▪ Tem como função a exposição de um grupo mais hidrossolúvel 
▪ Grupos hidrofílicos serão adicionados ao composto 
• Geralmente grupo OH 
▪ Nem sempre a exposição ao OH / adição de OH vai gerar um metabólito inativo, ele também pode ser 
ativo. Gera um metabólito que pode ser: 
Um pouco de fisiologia renal + mecanismo de ação dos inibidores de ECA (captopril e enalapril) 
• Fisiologia renal: Na alça ascendente da alça de Henle existe um conjunto de células chamadas de mácula densa, na 
qual funcionam como um sensor de sódio, isto é, na medida que o sódio vai passando na macula densa, se tem 
muito desse íon passando no túbulo e pouco no sangue. Esse evento manda um sinal para das células justapostas, 
por exemplo, a liberar a renina no sangue. A renina quando cai no sangue se encontra com uma proteína inativa, o 
angiotensinogênio.O angiotensinogênio, por sua vez, na presença da renina é clivado, formando a angiotensina do 
tipo I. Essa angiotensina do tipo I, que está no sangue, vai até o pulmão. No alvéolo pulmonar, ela encontra uma 
enzima chamada de Enzima Conversora de Angiotensina (ECA). A ECA cliva a angiotensina I e forma a angiotensina 
do tipo II. A angiotensina II vai atuar, por exemplo, nos vasos promovendo uma vasoconstricção. Essa 
vasoconstricção, por sua vez, estimula a suprarrenal do rim a liberar a aldosterona. Essa aldosterona, por sua vez, 
atua no túbulo contorcido distal abrindo canais de sódio. O sódio sai do túbulo renal e vai para o sangue. A ida de 
sódio para o sangue promove a ida de água também. Então ocorre o aumento do volume sanguíneo. Portanto, 
ocorreu a diminuição do calibre do vaso, para aumentar o volume do sangue e para, por fim, aumentar a PA. Ao 
mesmo tempo essa angiotensina II vai interferir diretamente no coração, aumentando, por exemplo, a frequência 
cardíaca, que aumenta o débito cardíaco e a PA. Aliado a isso, a angiotensina do tipo II vai ter uma ação, 
principalmente, na neuro-hipófise fazendo com o que essa glandula libere vasopressina que atuará no ducto coletor 
abrindo canais de água. Portanto, temos um eixo chamado de Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA) que 
promove o aumento da PA. 
• O captopril e o Enalapril fazem parte de uma classe de fármacos chamada de inibidores de ECA que vão promover 
a inibição da ECA. Ao inibir a ECA, não tem angiotensina II. Sem angiotensina II você não tem nenhum desses 
processos, então ocorre a redução da pressão. 
 
8 introduçãoCarolina Gondim- 2019.2 
• Inativo : já é pra ser excretado 
o 1° situação 
▪ Ex: Metabolismo da AAS. 
• Ativo: não vai logo para a reação de fase II, vai para a corrente sanguínea 
o 2° situação 
▪ Ex: Metabolismo do enalapril 
▪ Podem ser reações de: Hidrólise, oxidação ou redução 
o FASE II – REAÇÃO DE CONJUGAÇÃO 
▪ Só ocorre quando o fármaco estiver INATIVO 
▪ Adição de um substrato endógeno como ácido glicorônico, ácido acético ou aminoácido para a 
formação de compostos polares 
▪ É uma reação que vai associar ao composto inativo a outro composto bastante hidrossolúvel 
▪ Aumenta a hidrossolubilidade → Metabólito inativo é excretado 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA MONOOXIGENASES – CITOCROMO P450 
• Conjunto de enzimas que realizam a metabolização (principalmente a fase 1) das drogas no fígado 
• Todas essas enzimas apresentam um citocromo P450 
• Nessas enzimas existem um grupo orgânico, coenzima, e um grupo metálico, grupo heme. 
• A CYP são enzimas microssomas que estão presentes no retículo endoplasmático rugoso dessas células (hepatócitos, 
intestino, pulmão) responsável pela detoxificação daquele composto 
• Existem várias isoformas do citocromo P450. É uma grande família de enzimas, destacando as seguintes: 
o CYP2D6 
▪ É responsável por metabolizar 30% de todos os fármacos 
o CYP3A4 
▪ É responsável por metabolizar 60% de todos os fármacos que são metabolizados no fígado → Grande 
maioria dos fármacos 
o CYP2E1 
▪ Responsável pela metabolização de alguns compostos, dentre eles o etanol 
▪ O paracetamol é metabolizado pela CYP3A4 e pela CYP2E1. 
• Alguns compostos podem induzir ou inibir essas enzimas de maneira que a interação medicamentosa pode favorecer o 
processo de toxicidade dos compostos que estão interagindo. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS QUE INTERFEREM NA BIOTRANSFORMAÇÃO 
• O QUE ACONTECE DE MANEIRA NORMAL: 
o Existe um coquetel que normalmente os soros positivos tomam que é um conjunto de vários retrovirais, que 
inibem proteases, que são inibidores de transcriptase reversa, etc. Então, esse é um conjunto de vários fármacos 
que são colocados pra evitar o processo de replicação viral. Dentre esses conjuntos, existe os chamados 
METABOLISMO DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) – ASPIRINA 
O AAS quando ingerido na forma oral passa pela fase I, que é uma fase de hidrolise. Em sua 
estrutura temos o acido carboxílico (COOH-) e o grupo acetil, por isso que chamamos de 
ácido acetilsalicílico. Quando o AAS sofre uma hidrólise, ele perde o grupo acetil e deixa 
exposto um grupo OH, transformando-se em ácido salicílico. Esse composto é inativo, e por 
estar inativo conjuga-se com um outro composto, geralmente o ácido glicurônico 
(extremamente hidrossolúvel). Resumindo: na reação de fase I, ocorre uma adição de um 
grupo hidrossolúvel, e na fase II, que é a reação de conjugação, ocorre uma resposta de 
muita hidrossolubilidade. 
 
 
9 introduçãoCarolina Gondim- 2019.2 
inibidores de proteases que são metabolizadas pela CYP3A4 e concertem os inibidores em metabólitos inativos. 
Resumindo: um fármaco passa aqui por um processo de metabolização e é inativado. 
• CETACONAZOL E OS INIBIDORES DE PROTEASES: 
o Vamos supor que o indivíduo que faz uso desse coquetel teve uma infecção fúngica e resolveu por conta própria 
tomar cetaconazol. O cetaconazol costuma inibir essas CYP3A4, portanto o cetaconazol é um inibidor 
enzimático. Quando há a inibição da CYP3A4 pelo cetaconazol não há a conversão dos inibidores de proteases 
em metabólitos inativos (o inibidor é inibido). Assim, a quantidade dos inibidores de proteases aumenta, 
gerando alguns efeitos tóxicos. 
• BARBITÚRICOS E OS INIBIDORES DE PROTEASES: 
o Da mesma forma, vamos supor que um indivíduo que faz uso desses inibidores de proteases teve um ataque 
convulsivo. A partir disso ele precisa usar uma classe de fármacos, que são os barbitúricos. Entretanto, os 
barbitúricos induzem a CYP3A4. Ao induzir a CYP3A4, ocorre uma redução dos inibidores de proteases, ou seja, 
os efeitos dos inibidores de proteases podem ser cortados pelo uso de barbitúricos. 
• PARACETAMOL ACIMA DA DOSE + BARBITÚRICO 
o O paracetamol é um fármaco que tem uma relação direta com a hepatotoxicidade. Se o indivíduo toma acima 
de 3g diárias de paracetamol, é possível que ocorra uma hepatotoxicidade, gerarando uma cirrose 
medicamentosa. Isso se dá porque o paracetamol é metabolizado pela CYP3A4 e pela CYP2E1. A partir disso, 
esse paracetamol ao ser metabolizado por essas enzimas na reação de fase I gera um composto que a gente 
chama de n-acetil-benzoquinonaimina – NAPQI –. Esse composto NAPQI é altamente hepatotóxico, é ele que 
vai promover a hepatotoxicidade intensa por conta de uma reação de peroxidação lipídica que geram espécies 
radicalares que atacam os lipídios das membranas, gerando um efeito em cascata. Então, o que acontece: esse 
NAPQI vai precisar ser conjugado ao aminoácido glutationa pra poder ser excretado. Contudo, se há uma dose 
muito elevada de paracetamol – excedendo as 3g – não há glutationa suficiente para poder ser conjugada ao 
NAPQI, e, assim, o NAPQI não é excretado, causando hepatotoxicidade. Dessa forma, se um indivíduo toma 
bastante paracetamol e passar a usar fenobarbital ou um barbitúrico porque tem convulsões, o barbitúrico 
induz CYP3A4, ocorrendo o aumento CYP e, assim, o paracetamol vai ser mais ainda metabolizado em NAPQI, 
causando um maior efeito hepatotóxico. Ou seja, o barbitúrico vai potencializar a ação hepatotóxica do 
paracetamol porque está induzindo o processo enzimático de converter o paracetamol em NAPQI. Esse processo 
se chama de sinergia ou efeito sinérgico, porque há uma potencialização. 
MONOOXIGENASE CONTENDO FLAVINA – FMO 
• Assim como as enzimas do Citocromo P450 são sistemas enzimáticos que fazem a metabolização de compostos e 
possuem várias Isoformas 
• Metabolização de fármacos sem ser facilmente induzível ou inibida por outros compostos 
o Isso é relevante para a parte clínica na farmacocinética porque há menos interações medicamentosas – menos 
preocupação na questão de interação medicamentosas de metabolização 
o Não aumenta o efeito facilmente 
o Não diminui o efeito facilmente 
• Fármacos metabolizados pelas FMOs 
o Antagonistas de receptores H2 de histamina– anti-histamínicos 
o Cimetidina 
o Ranitidina 
• Antipsicóticos 
o Clozapina 
• Antiemético 
o Itoprida 
EXCREÇÃO 
• É a eliminação dos fármacos 
• A excreção farmacológica acontece principalmente no rim, mas não é só o rim que faz a excreção 
o Excreção pulmonar 
▪ Bombinhas de asma 
 
10 farmacocinética clínicaCarolina Gondim- 2019.2 
o Excreção fecal 
▪ Via biliar 
o Excreção pelo suor 
• Fisiologia: A princípio nós temos basicamente – de forma bem simplificada – três forças que agem no néfron: uma força 
que vem por conta da própria pressão hidrostática que permite essa filtração glomerular e que vai colocar praticamente 
todo o soluto pra dentro; temos uma outra força e essa força ela é exercida pelo vaso – porque se você passa a ter muita 
passagem de solvente – o que é que acontece, o que tá no túbulo renal pode sair do túbulo renal e ser reabsorvido. O 
que é reabsorção? É o retorno para o sangue, portanto reabsorção é uma absorção repetida. Isso é pelo seguinte: aquela 
lei farmacocinética que diz que fármaco de caráter ácido, é melhor absorvido em meios ácidos, se o túbulo renal aqui 
tiver ácido, por exemplo, e eu tiver um fármaco aqui de caráter ácido ele vai ser menos excretado, pois ele vai ser mais 
(re)absorvido. {Da mesma forma fármacos de caráter básico são melhores absorvidos em meios básicos, assim se o túbulo 
renal tiver mais alcalino e eu tenho um fármaco de caráter básico, esse fármaco vai ser menos excretado porque sua 
(re)absorção é maior}.Da mesma forma a gente tem uma terceira força aqui que é a força que permite a secreção tubular, 
é quando o sangue libera esse fármaco novamente para o túbulo, isto é, tira lá do sangue e “devolve” para o túbulo pra 
poder ser excretado. Obviamente esse fármaco de caráter ácido se vai, por exemplo, para o sangue, volta aqui, retorna, 
se a gente tiver uma concentração muito grande desse fármaco isso pode gerar inclusive aqui, em algumas situações um 
processo aqui de acidose metabólica. 
o Isso é importante saber porque podemos ter dois compostos → Se temos um fármaco de caráter ácido e um 
fármaco de caráter básico, se o meio tiver ácido esse fármaco de caráter ácido é (re)absorvido, pouco excretado 
e o fármaco de caráter básico é muito excretado. Ai a urina – a urina não o meio – vai tá básica por conta do 
comporto que foi excretado. 
▪ Nesse caso faremos a pergunta com dois gráficos: um gráfico referente a concentração dos dois 
fármacos no túbulo renal e outro gráfico dos dois fármacos no sangue, no plasma e comparamos para 
ver quem é quem 
IMPLICÂNCIA CLÍNICA DA EXCREÇÃO 
• Vamos supor que um indivíduo tenha uma insuficiência renal – rim trabalha menos – só que, esse indivíduo, teve uma 
infecção bacteriana e vai precisar tomar um antibiótico e, pior, vai ter que tomar um aminoglicosídico, que é 
nefrotóxico.O que poderia ser feito para medicar esse paciente sem intoxicar e sem promover uma maior lesão renal? 
o Substituir por um fármaco que seja eliminado por outra via 
▪ Não seria usando o mesmo fármaco, outro fármaco 
o Reduzir a dose do aminoglicosídico por um mesmo tempo 
▪ Tem relação com a absorção 
▪ Ao diminuir a dose, o indivíduo absorve menos, tendo uma menor biodisponibilidade 
▪ Como a pessoa tem uma deficiência na excreção, isso significa que mais fármaco vai ficar circulando 
por mais tempo na corrente sanguínea, mesmo aquela dose pequena 
o Mantém a mesma concentração e espaça o tempo 
▪ É a mais utilizada 
▪ A meia-vida desse fármaco vai tá bem maior porque a excreção dele – do paciente – tá bem menor, 
então é possível, já que a meia-vida do fármaco tá maior, espaçar esse tempo. 
• A meia-vida é quanto tempo o fármaco demora a ser excretado, assim se um indivíduo tem 
problemas para excretar, há um aumento dessa meia-vida do fármaco 
o Dar tempo para que esse rim consiga excretar o fármaco 
• Vocês devem pensar: se eu tenho um rim que não tá funcionando e é o rim que é o principal órgão de excreção de 
fármacos, o fármaco está se acumulando no sangue, ou seja, não está sendo eliminado. Isso vai interferir diretamente 
no efeito dos medicamentos. 
• Atenção: → o maior risco de intoxicação é pelo rim por se configurar como a principal via de excreção, entretanto, 
dependerá da natureza do medicamento 
FARMACOCINÉTICA CLÍNICA 
• Gráficos: 
o Efeito do fármaco: 
 
11 farmacocinética clínicaCarolina Gondim- 2019.2 
 
 Ponto rosa: tempo no qual se inicia o efeito do fármaco 
 Ponto azul: tempo no qual o efeito do fármaco chega ao máximo 
 Ponto roxo: momento no qual o fármaco começa a ser eliminado a ponto de desaparecer os efeitos 
 Traço laranja: duração da ação do fármaco 
o Atenção: o fato de não existir mais efeito do fármaco, não significa que não tenha mais fármaco. É nesse 
momento que se dá outro fármaco caso a dor, por exemplo, não tenha passado. 
• Janela terapêutica = Índice terapêutico 
 
o Nesse índice terapêutico temos uma resposta do fármaco que tem um efeito X; 
▪ Nessa dose (em amarelo) ele tem o efeito de hipnose. Já na dose de 400, o fármaco já passa a ter o 
efeito de morte, 50% da amostra morre. Então, é isso que o índice terapêutico mede 
o Índice terapêutico avalia / mede a segurança do fármaco 
o Quanto maior o índice terapêutico mais seguro é o fármaco. É calculado pela seguinte fórmula: 
o IT= DL50/ DE50 
▪ DL = DOSE LETAL 
• Quantidade de composto que mata 50% das pessoas de um teste de um composto 
• Ex: Estou testando um composto em 1.000 ratinhos dos quais 500 morreram com aquela 
quantidade 
▪ DE = DOSE EFETIVA 
• Se eu precisar de uma pequena dose que já me dá uma resposta muito boa 
 
12 farmacocinética clínicaCarolina Gondim- 2019.2 
• É a dose que você tem a cura / efeito 
o Quanto maior a minha dose letal, ou seja, quanto maior a quantidade que eu preciso do composto pra matar 
alguém, mais seguro é o fármaco 
▪ Maior é meu índice terapêutico 
▪ Se gente tem 1g de um composto que mata essa pessoa OU se a gente tem 1.000g de um composto 
pra matar essa pessoa, o que é mais seguro eu tomar o de 1g ou de 1000g? 1.000g 
▪ Portanto quanto maior a massa, maior a dose, mais seguro é o fármaco. 
▪ Ex: Pegue por exemplo o paracetamol: 3g. E agora compare com a digoxina – supondo que ela mata se 
você tomar 250mg -. O paracetamol mata se você tomar 4g. O que é mais seguro? O paracetamol, pois 
a digoxina tem um DL muito mais baixo, de 0,25g. 
• Meia vida de eliminação 
 
o É o tempo necessário para que a concentração plasmática de determinado fármaco seja reduzida pela metade 
o É o tempo que o fármaco tem para ser excretado do sangue total 
o É o tempo que ele é eliminado pela metade

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