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ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO

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1. ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO 
 
Administrar é empregar os recursos disponíveis (humanos, físicos e financeiros) em um 
processo deliberado e planejado na intenção de atingir os objetivos de uma organização. 
Conceitos essenciais da administração 
Administração: é um processo que envolve diferentes atividades que são executadas 
por pessoas para que os objetivos de uma organização sejam atingidos de forma eficiente, 
eficaz e efetiva. Tipicamente se dizem que o processo administrativo é composto pelas etapas 
de planejamento, organização, direção e controle. 
Organização: é o conjunto de pessoas e recursos estruturados na busca de um ou mais 
objetivos comuns. Os dirigentes são responsáveis por estabelecer o seu funcionamento e 
direcionamento estratégico, buscando o atingimento dos resultados necessários para satisfazer 
as necessidades dos 
Stakeholders: termo em inglês que representa os detentores de interesses no sucesso da 
organização. É uma palavra moderna cunhada para se sobrepor ao conceito de que os 
acionistas (do inglês: shareholders) deveriam ser as únicas pessoas a ser satisfeitas pela 
organização. Sob esta visão, a organização deve satisfazer as várias partes interessadas, 
como: clientes, fornecedores, acionistas, parceiros, funcionários, sociedade, comunidade e 
governo. 
Diretores: profissionais que ocupam cargos no nível corporativo/estratégico (mais elevado), 
sendo responsáveis por decisões estratégicas para a organização. Normalmente são 
possuidores de elevadas capacidades conceituais. 
Gerentes: profissionais que ocupam cargo de chefia no nível intermediário da organização, em 
seus respectivos departamentos. 
Supervisores: profissionais que ocupam cargo de chefia no nível operacional, coordenando a 
execução direta das tarefas e procedimentos pelos seus funcionários subordinados. 
Chão de fábrica: expressão que significa o nível estrutural mais baixo da organização, onde 
ocorrem as operações. É neste nível que estão os funcionários que realizam as tarefas mais 
básicas da organização. São os operadores de máquinas do processo produtivo em uma 
fábrica, por exemplo. 
 
Habilidades do Administrador 
Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa 
executar eficazmente o processo administrativo: a habilidade técnica, a humana e a 
conceitual. 
Habilidade técnica: Consistem em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos 
necessários para a realização de suas tarefas específicas, através de sua instrução, 
experiência e educação. 
 
Habilidade humana: Consiste na capacidade e no discernimento para trabalhar com pessoas, 
compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz. 
Habilidade conceitual: Consiste na habilidade para compreender as complexidades da 
organização global e o ajustamento do comportamento da pessoa dentro da organização. Esta 
habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total 
e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato. A 
adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na escala 
hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. 
 
Cinco Variáveis Básicas na Teoria Geral da Administração (TGA) 
• Tarefas 
• Estruturas 
• Pessoas 
• Tecnologia 
• Ambiente 
Essas variáveis constituem os principais componentes do estudo da administração nas 
organizações das empresas. O comportamento das variáveis é sistêmico e complexo: cada um 
influi e é influenciado pelos outros. O comportamento de seu conjunto é diferente da soma dos 
comportamentos de cada componente separado. Na realidade, a adequação e integração 
dessas cinco variáveis constituem o desafio da administração. 
1. Ênfase nas tarefas: é o foco das teorias que consideram a administração uma ciência 
aplicada na racionalização e no planejamento das atividades operacionais. 
2. Ênfase nas estruturas: é o foco das teorias que consideram a administração uma ciência 
que cuida da configuração e estruturação das organizações. 
3. Ênfase nas pessoas: é o foco das teorias que consideram a administração uma ciência 
aplicada na sobre as pessoas e suas atividades dentro das organizações. 
4. Ênfase na tecnologia: é o foco das teorias que consideram a administração uma ciência 
que cuida da aplicação bem sucedida da tecnologia na atividade organizacional. 
5. Ênfase no ambiente: é o foco das teorias que consideram a administração uma ciência que 
busca a adequação das organizações às demandas e situações que ocorrem em seu contexto 
externo. 
 
ORGANIZAÇÕES COMO UM SISTEMA ABERTO 
 
Abordagem Sistemica 
Sistemas 
Sistema é um conjunto de elementos interdependentes, que interagemde forma organizada 
para alcançar um objetivo. 
Existem distintas definições, porém, a ideia de Sistema compreende: 
 Um conjunto de entidades chamadas partes, elementos ou componentes. 
 Alguma espécie de relação ou interação das partes. 
 A visão de uma entidade nova e distinta, criada por essa relação, em um nível 
sistêmico de análise – o todo. 
Tipos de Sistemas e de Ambientes 
Há inúmeras definições, porém, os tipos mais comuns de sistemas são: 
 Quanto à constituição: 
1. Físicos ou concretos: coisas reais – equipamentos, objetos, hardware, etc. 
2. Abstratos: só existem no plano das ideias – conceitos, planos, filosofias, etc. 
 Sistemas vivos e organizações: 
 
 
 
 
 Quanto à interação com o ambiente: 
1. Fechados: são herméticos, não trocam energia com o ambiente que os circunda. A rigor 
não existem sistemas fechados na acepção exata do termo. Essa denominação é dada aos 
sistemas cujo comportamento é determinístico e programado, ou rígido, e que operam com 
pequeno intercâmbio de matéria e energia com o ambiente. 
2. Abertos: apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, são adaptativos, trocam 
matéria e energia regularmente, por inúmeras entradas e saídas. Tais ambientes conservam-se 
no mesmo estado (autocontrole, autorregulação) apesar de a matéria e a energia que o 
integram se renovarem constantemente (equilíbrio dinâmico ou homeostase). O sistema e o 
ambiente são inter-relacionados e interdependentes. A viabilidade ou sobrevivência de um 
sistema depende de sua capacidade de adaptação, mudança e resposta às demandas do 
ambiente externo. 
Tipos de ambientes: 
 Estáveis e difusos– pouca competitividade, baixa complexidade e poucas 
mudanças. 
 Estáveis e concentrados– poucas mudanças, mas há mais organizações 
disputando espaço. 
 Instáveis e reativos– muitas mudanças e menor grau de diferenciação das 
organizações. 
 Turbulentos– muitas mudanças e grande complexidade e competição 
Organizações como Sistema Aberto 
As organizações são por definição sistemas abertos, pois não podem ser 
adequadamente compreendidas de forma isolada, mas sim pelo inter-relacionamento entre 
diversas variáveis internas e externas, que afetam seu comportamento. Tal como os 
organismos vivos, as organizações têm seis funções primárias ou principais, que mantêm 
estreita relação entre si, mas que podem ser estudadas individualmente. 
 
Funções primárias das organizações: 
a) Ingestão: as organizações adquirem ou compram materiais para processá-los de 
alguma maneira. Para assistirem outras funções, como os organismos vivos que ingerem 
alimentos para suprirem outras funções e manter a energia. 
 
b) Processamento: no animal, a comida é transformada em energia e suprimento das 
células. Na organização, a produção é equivalente a esse ciclo animal. Os materiais são 
processados havendo certa relação entre entradas e saídas no qual o excesso é o equivalente 
a energia necessária para a sobrevivência da organização (transformação em produtos). 
 
c) Reação ao ambiente: o animal que reage frente a mudanças ambientais para sua 
sobrevivência deve adaptar-se as mudanças. Também nas organizaçõesreage ao seu 
ambiente, mudando seus materiais, consumidores, empregados e recursos financeiros. As 
alterações podem se efetuar nos produtos, no processo ou na estrutura (mudanças face ao 
mercado). 
 
d) Suprimento das partes: os participantes da organização são supridos, não só do 
significado de suas funções, mas também de dados de compras, produção, vendas ou 
contabilidade, e são recompensados principalmente sob a forma de salários e benefícios. 
 
e) Regeneração das partes: as partes do organismo perdem sua eficiência, adoecem 
ou morrem e devem ser regenerados ou recolocados no sentido de sobreviver no conjunto. Os 
membros das organizações também podem adoecer, aposentar-se, desligar-se da firma ou 
então morrer. As máquinas podem tornar-se obsoletas. Ambos os homens e máquinas devem 
ser mantidos ou recolocados – manutenção e substituição. 
 
f) Organização: administração e decisão sobre as funções; 
 
 
Principais caracteristicas das organizações 
 
a) Comportamento probabilístico: as organizações são sempre afetadas pelas 
variáveis externas. O ambiente é potencialmente sem fronteiras e inclui variáveis 
desconhecidas e incontroladas. Por outro lado as conseqüências dos sistemas sociais são 
probabilísticas e não-determinadas. O comportamento humano nunca é totalmente previsível. 
As pessoas são complexas, respondendo a muitas variáveis. Por esta razão a administração 
não pode esperar que os consumidores, fornecedores, tenham um comportamento previsível e 
de acordo com suas expectativas. – sistema social num ambiente sem fronteiras, complexo e 
nem sempre previsível; 
 
b) Parte de uma sociedade maior: as organizações são vistas como sistemas dentro 
de sistemas. Os sistemas são complexos de elementos colocados em interação. Essas 
interações entre os elementos produzem um todo que não pode ser compreendido pela 
simples investigação das várias partes tomadas isoladamente. – ajuste constante entre grupos 
internos e externos, como estudado mais propriamente na Sociologia, Antropologia ou 
Economia (econômico e cultural); 
 
c) Interdependência entre as partes: uma organização não é um sistema mecânico, 
no qual uma das partes pode ser mudada sem um efeito concomitante sobre as outras. Em 
face da diferenciação das partes provocadas pela divisão do trabalho, as partes precisam ser 
coordenadas por meio de integração e de trabalho. As interações internas e externas do 
sistema refletem diferentes escalões de controle e da autonomia. Uma variedade de 
subsistema deve cumprir a função do sistema e as suas atividades devem ser coordenadas. – 
divisão de trabalho, coordenação, integração e controle; 
 
d) Homeostasia versus adaptabilidade: a homeostasia (auto regulação) garante a 
rotina e a permanência do sistema, enquanto a adaptabilidade leva a ruptura, à mudança e à 
inovação. Rotina e ruptura. Estabilidade e mudança. Ambos os processos precisam ser 
levados a cabo pela organização para garantir a sua viabilidade. – tendência a estabilidade e 
equilíbrio X tendência ao atendimento de novos padrões; 
 
e) Fronteiras ou limites: é a linha imaginária que serve para marcar o que está dentro 
e o que está fora do sistema. Nem sempre a fronteira de um sistema existe fisicamente. –
fronteiras permeáveis- sobreposições e intercâmbios com os sistemas do ambiente; 
 
f) Morfogênese – capacidade de se modificar, de determinar o crescimento e as 
formas da organização, de se corrigir e de obter novos e melhores resultados; 
 
g) Resiliência - capacidade de o sistema superar o distúrbio imposto por um fenômeno 
externo. As organizações, como sistemas abertos, apresentam a capacidade de enfrentar e 
superar perturbações externas provocadas pela sociedade sem que desapareça seu potencial 
de auto-organização; 
 
h) Sinergia - esforço simultâneo de vários órgãos que provoca um resultado ampliado. 
A soma das partes é maior do que o todo (2 + 2 = 5 ou mais); 
 
i) Entropia - conseqüência da falta de relacionamento entre as partes de um sistema, o 
que provoca perdas e desperdícios. É um processo inverso a sinergia, a soma das partes é 
menor que o todo (2 + 2 = 3). A entropia leva o sistema à perda de energia, decomposição e 
desintegração. 
 
Organizações são sistemas abertos que afetam e são afetadas pelo ambiente 
externo 
Macroambiente: todas as organizações operam em um macroambiente, que é definido 
pelos elementos mais gerais no ambiente externo que pode potencialmente influenciar 
decisões estratégicas. Embora uma equipe de altos executivos possa ter forças internas e 
ideias únicas sobre seus executivos, deve considerar os fatores externos antes de agir. 
O Macroambiente é composto de forças políticas, econômicas, tecnológicas e sociais, 
e o ambiente Competitivo de forças mais próximas, como concorrentes atuais, ameaças de 
novos entrantes e substitutos, fornecedores e consumidores. A maior diferença entre os dois é 
a quantidade de controle dela sobre cada ambiente. 
Ambiente Competitivo: o ambiente competitivo compreende organizações com as 
quais a organização interage. Administrar significa, além de reagir e adaptar-se aos ambientes, 
modificar ou moldar o ambiente da organização.

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