Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Acidentes por animais peçonhentos Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais para injeta-la em presas. - Podem ser causados por: serpentes, escorpiões, aranhas, lepidópteros (mariposas e suas larvas), himenópteros (abelhas, formigas e vespas), quilópodes (lacraias), coleópteros (besouros), peixes ou cnidários (águas-vivas e caravelas) Acidentes ofídicos É o quadro de envenenamento decorrente da picada de serpentes. Podem ser de quatro tipos. - Botrópico Causados por jararaca, urutu, caiçara, comboia. • Veneno com ação proteolítica, coagulante e hemorrágicas • Leve: edema discreto ou ausente, manifestações hemorrágicas leves ou ausentes. • Moderado: edema evidente e manifestações hemorrágicas discretas (gengivorragia, epistaxe) • Grave: edema intenso, com muitas manifestações sistêmicas como hemorragia franca, choque ou anuria. Pode ter síndrome compartimental - Crotálico Causado por serpente cascavel • Leva a letalidade por insuficiência renal aguda • O veneno possui ação neuro tóxica (pela fração de crotoxina que gera paralisias musculares), miotoxica (produzindo lesões nas fibras musculares) e coagulante (ação do tipo trombina) • Não há dor no local da picada e se há pode ser de baixa intensidade. Pode haver parestesia local ou regional, pode estar acompanhada de edema • Manifestações sistêmicas: mal- estar, prostração, náuseas, vômitos, sonolência ou inquietação, secura na boca • Manifestações neurológicas: flacidez de face, alterações do diâmetro pupilar, incapacidade de movimentação do globo ocular (oftalmoplegia), diplopia, dificuldade de deglutição, diminuição do reflexo de vomito. • Manifestações musculares: dores musculares generalizadas, mioglobinuria (urina da cor de coca cola) • Pode haver aumento do tempo de coagulação ou incoagulabilidade • Manifestações clínicas: insuficiência respiratória, paralisia de grupos musculares. • O envenenamento pode ser classificado em: - Leve: presença de sinais e sintomas neurotoxicos discretos, de aparecimento tardio, sem mialgia ou alteração da cor da urina - Moderado: presença de sinais de sintomas neurotoxicos discretos, de instalação precoce, Acidentes por animais peçonhentos mialgia precoce e urina de cor alterada - Grave: sinais e sintomas de neuro toxidade intensos, mialgia intensa, urina escura, anuria ou oliguria. • Complicações: insuficiência renal aguda (por necrose tubular) • Exames complementares: CK (devido ao aumento), LDH, AST, ALT. Elevação da ureia, fosforo, creatina, acido úrico, presença de proteinúria na urina • Tratamento: soro anticrotálico IV, de acordo com sinais e sintomas de gravidade ou o soro polivalente. • Tratamento geral: hidratação, controle da diurese (1 a 2 ml/kg/h em crianças até 12 anos e adultos 30 a 40 ml/h), controle do PH da urina (usando bicarbonato de tiver muito acida), em casos de oliguria administrar diuréticos (caso não haja insuficiência renal) Leve – 5 ampolas Moderado – 10 ampolas Grave – 20 ampolas *** cada ampola possui 10 ml que deve ser colocada junto ao soro IV - Laquéticos Causados por surucucu ou pico-de- jaca • Veneno com ação proteolítica, coagulante, hemorrágica e neurotoxica • Quadro clinico: predomina dor e edema, pode progredir em membros, podem surgir vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero-hemorragico, e a ações hemorrágicas do local da picada • Manifestações sistêmicas: hipotensão, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais e diarreia (síndrome vagal) • Os acidentes podem ser classificados como moderados e graves. A gravidade é avaliada seguindo os sinais locais e pela intensidade das manifestações sistêmicas • Complicações: síndrome compartimental, necrose, infecção secundária, abcesso, déficit funcional • Exames complementares: tempo de coagulação, dosagem de ureia, creatina eletrólitos e hemograma • Diagnostico diferencial: a síndrome vagal pode auxiliar na distinção entre laquético e botropico. • Tratamento: soro antilaquético ou anti-botropicolaquético (polivalente) Acidentes por animais peçonhentos ** 10 a 20 ampolas - Elapídico Causada pela cobra coral verdadeira ( a que possui o anel preto completo) • Os quadros podem evoluir para insuficiência respiratória aguda, e até óbitos • Os constituintes do veneno são denominados neurotoxinas • Os sintomas podem surgir em menos de uma hora após a picada. • Recomenda-se observar o acidentado por 24h após a picada, pois há relatos de aparecimentos de sintomas tardios. • Manifestações locais: dor local acompanhado de parestesia com progressão proximal • Manifestações sistêmicas: vômitos inicialmente, quadro de fraqueza muscular progressiva, ptose palpebral, fáceis miastenica. Além disso pode surgir, dificuldade para ficar ereto, mialgia localizada ou generalizada, dificuldade para deglutir, paralisia flácida da musculatura respiratória que compromete a ventilação • Tratamento: soro antielapidico, na dose de 10 ampolas, IV. • Tratamento geral: manter o paciente ventilado (seja por mascara ou AMBU, intubação traqueal e até mesmo ventilação mecânica) • Neostigmina -> usada como teste para resposta respiratória. Ela causa bradicardia e para isso é usada a atropina associada.
Compartilhar