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Psicopatologia e as grandes síndromes e transtornos psicopatológicos

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Psicopatologia e as grandes síndromes e transtornos psicopatológicos
Psicólogo Especialista RAFAEL PRADO
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1
Síndromes
Síndromes são conjuntos de sintomas recorrentes observados na prática clínica que trata a psiquê humana. Podendo se manifestar de forma persistente, crônica e até mesmo episódica, estes conjuntos de sinais vem sendo estudados ao longo da história da Psicopatologia, desde a maneira com que podem se manifestar até que tipo de tratamento pode ser aplicado para melhorar a qualidade de vida do paciente, de acordo com o diagnóstico dado.
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2
Síndromes Psicopatológicas
Componentes da Etiologia das Síndromes Psicopatológicas• Vulnerabilidade Constitucional: fatores hereditários, genéticos, gestacionais e perinatais que precedem a vida de relações de um sujeito• Fatores Predisponentes: são aqueles que ocorrem no início da vida (nos primeiros 5 anos de vida, sobretudo, além de todo o período escolar) que sensibilizam o indivíduo para as diversas situações que a vida lhe colocará• Fatores Precipitantes: eventos que ocorrem em proximidade temporal ao surgimento propriamente dos sintomas psicopatológicos e no contexto da história de vida e do projeto de vida de um indivíduo
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3
Modelo das Séries Complementares na Psicopatologia
Modelo das Séries Complementares na Psicopatologia, segundo Freud Adoecimento Mental Desencadeamento da Psicopatologia Fator Endógeno Fator Exógeno Elementos constitucionais e históricos Traumatismo e frustração atuais que predispõem à doença mental desencadeantes e precipitadores da e dão sua forma e estrutura doença mentalConstituição Hereditária Vivência Infantil Fatores predisponentes decorrentes Fatores constitucionais das experiências constituintes da de origem genética personalidade na infância
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4
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5
Fatores Envolvidos na Manifestação das Síndromes Psicopatológicas• Patogenético: está relacionado à manifestação dos sintomas diretamente produzidos pelo transtorno mental de base• Patoplástico: inclui as manifestações relacionadas à personalidade pré-mórbida do doente, à história de vida específica do sujeito que adoece e aos padrões de comportamento relacionados à cultura, ou seja, são fatores externos e prévios ao processo patológico• Psicoplástico: relaciona-se aos eventos e às reações do indivíduo e do meio psicossocial posteriores ao adoecer que contribuirão para a manifestação específica do transtorno mental, ou seja, são fatores externos e posteriores ao processo patológico
Evolução Temporal dos Transtornos Mentais Crônicos Agudos/subagudos• processo • crise (ou ataque),• desenvolvimento • reação vivencial, • fase • surto
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6
Curso Crônico• Processo: refere-se a uma transformação lenta e insidiosa da personalidade, decorrente de alterações psicologicamente incompreensíveis, de natureza endógena, configurando um processo irreversível que rompe com a continuidade do sentido normal do desenvolvimento histórico de vida de uma pessoa• Desenvolvimento: refere-se à evolução psicologicamente compreensível de uma personalidade. Essa evolução pode ser normal, configurando os distintos traços de caráter do indivíduo, ou anormal, determinando os transtornos de personalidade e as neuroses
Curso Agudo• Quanto ao Aspecto Temporal: o Crise ou ataque: caracteriza-se pelo surgimento e término abruptos, durando de alguns minutos até poucas horas. o Episódio: tem a duração de alguns dias até semanas. Também utilizado quando não há precisão quanto ao fenômeno mórbido envolvido.• .
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7
Como exemplo de síndromes, podemos citar a Síndrome de Down, a Síndrome de Turner, a Síndrome de Klinefelter, a Síndrome de Guillain-Barré, a Síndrome de Sjögren e a Síndrome de Reye.
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8
a crise é entendida como ponto culminante de uma doença e aposta propícia em transformações decisivas na existência. Essa concepção opõe períodos críticos a períodos orgânicos em que as partes de um todo (organismo) funcionam em harmonia (Berlinck, 2008c).
Episódio ou surto psicótico é um estado de desorganização da representação da realidade, desencadeado diante de uma vivência não significável a partir dos recursos representativos possuídos pelo indivíduo, desenvolvidos em um momento crítico da neurogênese na primeira infância.
Curso Agudo• Quanto ao Aspecto Temporal: o Crise ou ataque: caracteriza-se pelo surgimento e término abruptos, durando de alguns minutos até poucas horas. o Episódio: tem a duração de alguns dias até semanas. Também utilizado quando não há precisão quanto ao fenômeno mórbido envolvido
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9
Sinonímia: estado residual esquizofrênico. esquizofrenia simples (F20. 6) - Transtorno no qual há um desenvolvimento insidioso, porém progressivo de condutas estranhas, uma incapacidade em atender às demandas da sociedade e um declínio no desempenho como um todo.
Os signos de maior interesse para a psicopatologia são os sinais comportamentais objetivos, verificáveis pela observação direta do paciente, e os sintomas, isto é, as vivências subjetivas relatadas pelos pacientes, suas queixas e narrativas, aquilo que o sujeito experimenta e, de alguma forma, comunica a alguém. 
Todo signo é constituído por dois elementos: o significante que é o suporte material, o veículo do signo; e o significado, que é a aquilo que é designado e está ausente, o conteúdo do veículo
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10
Sintoma – a mais pequena unidade descritível em psicopatologia. Psicopatologia – os sintomas são modos do vivenciar e do comportamento que se destacam do habitual num determinado contexto sócio-cultural.
Sintoma – a mais pequena unidade descritível em psicopatologia. Psicopatologia – os sintomas são modos do vivenciar e do comportamento que se destacam do habitual num determinado contexto sócio-cultural.
Sintoma
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11
Transfundos das vivências: espécie de palco, de amplo cenário, de contexto geral, nos quais os sintomas podem emergir. O transfundo repercute sobre o sentido, a direção e a qualidade do sintoma emergente; Fuga. Kandinsky, 1914. Sintomas emergentes: são os sintomas específicos vivenciados pelo paciente.
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12
Os principais transtornos denominados como Neuróticos podem se classificar por síndromes fóbicas, obsessivo-compulsivas, histéricas, hipocondríacas e neurastênicas (atualmente encaixadas nas síndromes de fadiga crônica).
Os transtornos
Os transtornos são condições de ordem psicológica e/ou mental que geram comprometimento na vida normal de uma pessoa. Essas alterações mentais são tratadas, geralmente, por psicólogos e psiquiatras e têm aumentado na atualidade devido a situações do dia a dia, como o estresse. Como exemplo de transtornos, podemos citar o Transtorno Bipolar, Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade, Transtorno Obsessivo Compulsivo e Transtorno de Personalidade.
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Doença (do latim: dolentia = padecimento), por sua vez, significa um distúrbio das funções de um determinado órgão, da psique ou do organismo como um todo, que está relacionado a causas e sintomas específicos. 
As doenças se diferenciam das síndromes em que têm (1) etiologia conhecida; (2) uma fisiopatologia específica; (3) um conjunto característico de sinais e sintomas; (4) alterações anatômicas e/ou funcionais consistentes e (5) tratamento específico.
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Em geral, a razão de ser de uma síndrome não é conhecida. Por outro lado, a síndrome define as manifestações clínicas semelhantes de uma ou várias doenças, independentemente das suas causas. 
Também se chama de síndrome certas situações em que a doença ainda não está bem esclarecida com todos os seus sintomas e sinais. 
Exemplo: uma síndrome febril, em que há aumento da temperatura corporal,aumento dos batimentos cardíacos, taquipneia (ritmo respiratório acelerado), sudorese, secura na boca, etc. de causa não determinada.
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SÍNDROMES MANÍACAS
Indivíduos que se incluem neste tipo de síndrome normalmente apresentam em maior ou menor grau, de acordo com o subtipo e gravidade da síndrome, os seguintes sintomas:
aumento da auto-estima;
elação; insônia;
loquacidade; logorréia;
pressão para falar; distraibilidade;
agitação psicomotora; 
irritabilidade; arrogância;
heteroagressividade; desibinição social e sexual;
tendência exagerada a comprar ou doar seus pertences; ideias de grandeza poder e importância social, podendo se caracterizar como delírios ou até mesmo alucinações.
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SÍNDROMES NEURÓTICAS
Semiologia dos Transtornos Mentais (Paulo Dalgalarrondo, 2008, 2ª edição) refere-se às Síndromes Neuróticas como aquelas que apresentam como sintoma comportamentos:
Ansiosos;
Fóbicos;
Obsessivos;
Histriônicos;
Hipocondríacos;
Angústia Frequente
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Dificuldade em lidar com o Recalque;
Luta com pensamentos internos;
Frustração e insatisfação com o afeto que recebe de relacionamentos;
Rigidez social.
“Assim, o constructo neurose fornece essa moldura conceitual e classificatória que abarca a grande sobreposição e o intercâmbio de sintomas da série da ansiedade, da fobia, da obsessão, da frustração, da dissociação e da somatização.” (DALGALARRONDO, Paulo)
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SÍNDROMES PSICÓTICAS
Estas síndromes são caracterizadas por sintomas que tendem ao delírio, e incluem transtornos dentro do espectro da Esquizofrenia. Entre os seus sintomas estão:
Alucinações e delírios de leves a graves, desde auditivos à sensoriais;
Pensamento desorganizado;
Mania de Perseguição;
Perda de contato com a realidade;
Pensamento e comportamento desorganizados;
Insight prejudicado (precária ou nenhuma consciência do transtorno).
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Esquizofrenia
O principal transtorno conhecido, principalmente pela sua importância clínica, tem como Sintomas de Primeira Ordem, ou seja, aqueles que mostram a distorção entre o eu e o mundo, quase como uma crise de identidade, em que não há diferença entre o paciente e o mundo externo. 
Dentro da Esquizofrenia existem os seus subtipos, que se definem por características específicas de cada um
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São eles:
Percepção delirante: significação delirante de fatos absolutamente normais, que ocorre de maneira repentina como uma “revelação” maior ao paciente;
Alucinações auditivas características: vozes que mandam o paciente fazer alguma coisa ou que comentam sobre o paciente, muitas vezes de maneira pejorativa e ofensiva;
Eco ou sonorização dos pensamentos: o paciente ouve seus pensamentos, como uma voz falando em seu ouvido;
Roubo do pensamento: experiências em que o paciente sente como se seu pensamento fosse extraído de sua cabeça, quase como um roubo;
Vivências de influência corporal ou ideativa:
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Os sintomas tidos como de segunda ordem são considerados de “menor importância” no diagnóstico, não sendo necessários em todos os casos para o diagnóstico. São eles:
Perplexidade,
Alterações sensoriais e de percepção (incluídas também nos sintomas de Primeira Ordem);
Vivência de influência ou empobrecimento no campo afetivo do paciente;
Intuição delirante
Alterações do ânimo de colorido depressivo ou maniatiforme
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SÍNDROMES RELACIONADAS À SEXUALIDAE
“Ela compreende três dimensões básicas: uma biológica, uma psicológica e outra cultural (Basson, 2006)”, estando estas três intimamente ligadas e quase inseparáveis, já que muitos dirão que não há prazer físico sem prazer mental, 
Exemplo, e o que é prazer sexual pode mudar muito de acordo com o local e a cultura que estamos inseridos. Por conta de tanta pressão que este assunto acaba significando na vida de cada indivíduo, muitos transtornos sexuais surgiram ao longo do tempo, sempre relacionadas à uma das três dimensões citadas anteriormente ou à um momento da relação sexual, como o ápice da relação, por exemplo. 
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Estes transtornos são:
O Desejo Sexual Inibido: caracteriza-se pela inibição de qualquer desejo sexual, fantasias ou até mesmo interesse que o paciente possa ter pelo assunto, deve ser considerada um transtorno sempre que for para o paciente uma questão que atrapalhe sua qualidade de vida, direta ou indiretamente (como quando envolve um parceiro, por exemplo);
Excitação e Orgasmo Feminino Inibidos: conhecido popularmente como frigidez, este termo acabou se tornando pejorativo com o tempo. Caracteriza-se pela impossibilidade da mulher de atingir o orgasmo durante relações sexuais, está ligado às condições psíquicas da mulher durante o ato;
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Ejaculação Precoce: caracteriza-se pelo ápice do prazer masculino sendo atingido de maneira muito precoce durante o ato sexual, muitas vezes impedindo o paciente de desfrutar do prazer psicológico do ato, é causado por fatores biológicos e psíquicos
Disfunção Erétil (Impotência): caracteriza-se pela dificuldade ou impossibilidade do homem de manter uma ereção até o final da relação sexual, também tem causas biológicas e intrapsíquicas;
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Transtorno da Identidade de Gênero: caracteriza-se pela incapacidade de identificar-se com o corpo e gênero em que o indivíduo nasceu, como se o paciente fosse uma “mulher presa em um corpo de homem”, ou o oposto;
Parafilias: também conhecidas como “perversões sexuais”, são termos que acabaram caindo em desuso ao longo do tempo, caracterizam-se por indivíduos que precisam vivenciar certas situações ou fantasias para poder chegar ao ápice ou até mesmo começar uma relação sexual, considera-se transtorno quando atrapalha a qualidade de vida do paciente, direta ou indiretamente;
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Problemas relacionados ao ato sexual: abusos ou estupros acontecem por distorções de realidade ou pensamento por parte dos abusadores, causando graves danos intrapsíquicos às vítimas.
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TRANSTORNOS LIGADOS À CULTURA
Entende-se por cultura uma significação dada à um conjunto de símbolos, valores, “pensamentos”, modos de sentir e agir, dentre outros, de acordo com o local em que o sujeito cresce, mora, se socializa e cria laços de relacionamento
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Transtornos psicológicos como a Depressão, Hipocondria, Somatização, Fobia Social, entre outros, se desenvolvem de maneira e com números diferentes de acordo com a divisão de “estilos de sociedades” feita pelos pesquisadores:
Transtornos psicológicos como a Depressão, Hipocondria, Somatização, Fobia Social, entre outros, se desenvolvem de maneira e com números diferentes de acordo com a divisão de “estilos de sociedades” feita pelos pesquisadores:
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Sociedades Industrializadas: sociedades tidas como “modernas”, como por exemplo potências ocidentais como os EUA, ou Europeias, como a Inglaterra, tem suas próprias características, como a menos influência da religião e uma organização familiar diferente, menos tradicional ou ortodoxa. Apresentam maior nível de escolarização, simetria entre direito e deveres de homens e mulheres, e o claro domínio entre a divisão e vida particular e pública
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Sociedades Tradicionais ou “Rurais”: sociedades tidas como “imersas em tradições”, como por exemplo alguns países da Oceania como a Nova Zelândia, nas quais predominam o modelo tradicional de família, a religião é um grande influenciador e a escolarização tende a ser influenciada pela mesma, além de ser mais baixa comparada com a das sociedades “modernas”. A diferenciação entre homens e mulheres é maior, existe a interpenetração entre a vida de domínio público e a particular.Psicólogo Especialista RAFAEL PRADO
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De acordo com cada sociedade, a manifestação de sintomas de cada transtorno varia. Por exemplo, se formos comparar a manifestação de Síndromes Ansiosas, por exemplo, as Sociedades Industrializadas tendem a manifestar sintomas psíquicos, ligados à pânico ou stress, por exemplo, enquanto as Sociedades Rurais tendem a manifestar sintomas somáticos, como dores de cabeça crônicas.
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Em se tratando de Síndromes Sexuais, por exemplo, o grande fluxo de informação faz com que as Sociedades Industrializadas apresentem mais sintomas ligados à ideologia, como por exemplo o Transtorno da Identidade de Gênero; enquanto nas Sociedades Rurais, os indivíduos tendem a apresentar sintomas ligados à comportamento, como por exemplo os abusos ou estupros.
as Sociedades Modernas apresentam em maior incidência sintomas intrapsíquicos, pois suas vivências são diferentes. Essa incidência de sintomas pode ser percebida em todas as Síndromes Psiquiátricas
27. Do sintoma à síndrome
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TRANSFUNDO OU ANCORAGEM DAS VIVÊNCIAS PSICOPATOLÓGICAS E SINTOMAS EMERGENTES
Desenvolvendo o modelo sugerido inicialmente por Karl Jaspers e Kurt Schneider, o psicopatólogo alemão Hans Jörg Weitbrecht (1909-1975) propõe ordenar as vivências psicopatológicas em duas perspectivas fundamentais. 
De um lado, têm-se os transfundos ou ancoragens das vivências psicopatológicas, espécie de palco, de contexto mais geral. 
Nesses transfundos surgem, por outro lado, os chamados sintomas específicos ou emergentes, aqueles que ocorrem e se desenvolvem de forma perceptível e delimitável (Weitbrecht, 1978).
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Nesse modelo, discriminam-se dois tipos básicos de transfundos: os estáveis e duradouros (personalidade e inteligência) e os mutáveis e momentâneos (nível de consciência e atenção; humor e estado afetivo de fundo):
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Os transfundos estáveis, pouco mutáveis, são representados basicamente
pela personalidade e a inteligência. Qualquer experiência (alucinação,
delírio, afeto, entre outras) ganha conotação diferente a partir da
personalidade específica do indivíduo que a vivencia. Pacientes passivos,
dependentes, “sem energia” e “astênicos” tendem a vivenciar os sintomas de
modo também passivo; já indivíduos hipersensíveis, explosivos, muito
reativos a diferentes estímulos, tendem a responder aos sintomas de forma
mais viva e ampla, e assim por diante. A inteligência é o outro transfundo
estável. Ela determina essencialmente os contornos, a diferenciação, a
profundidade e a riqueza de todos os sintomas psicopatológicos.
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Pacientes muito inteligentes produzem, por exemplo, delírios ricos e complexos, interpretam constantemente suas vivências e desenvolvem as dimensões conceituais dessas experiências de forma mais acabada. Sujeitos com inteligência reduzida criam quadros psicopatológicos indiscriminados, com menos detalhes, superficiais e, às vezes, pueris.
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Os transfundos mutáveis e momentâneos são representados pelo nível de consciência e atenção e pelo humor e estado afetivo de fundo. Eles atuam decisivamente na determinação da qualidade e no sentido do conjunto das vivências psicopatológicas. O nível de consciência e a atenção estabelecem a clareza, a precisão e a nitidez dos sintomas emergentes. Sob o estado de turvação da consciência, alucinações auditivas ou visuais, recordações,
sentimentos, são experimentados em uma atmosfera nebulosa, menos clara e até confusa.
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O humor e o estado afetivo de fundo, momentâneos e passageiros, influem decisivamente não apenas no desencadeamento de sintomas (os chamados sintomas catatímicos), mas também no colorido e no brilho
específico do sintoma. Uma lembrança, uma alucinação, um delírio, em um contexto ansioso ou irritado intenso, pode ganhar dimensões muito próprias.
Em um estado depressivo grave, quaisquer dificuldade cognitiva, lembrança ou pensamento recorrente passam a ter uma importância enorme para o
sujeito.
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Os chamados sintomas emergentes ou específicos são, portanto, todas as vivências psicopatológicas mais destacadas, individualizáveis, que o paciente experimenta, vivências de todos os capítulos da psicopatologia geral. Incluem as esferas que, diferentemente dos transfundos e das ancoragens, são elementos precisos, mais circunscritos, como uma alucinação (sensopercepção), um sentimento determinado (afetividade), um delírio (juízo), um pensamento obsessivo (pensamento), uma paramnésia (memória), uma alteração da linguagem ou da vontade.
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COMPONENTES DO SURGIMENTO, CONSTITUIÇÃO E MANIFESTAÇÃO DOS SINTOMAS E DOS TRANSTORNOS MENTAIS
Cabe lembrar ainda que fatores precipitantes, associados à vulnerabilidade constitucional e a fatores predisponentes, ocorrem sempre em um sujeito com uma história de vida específica (Lebensgeschichte). Tal história é absolutamente única, só ocorre uma vez, em um contexto socioeconômico,
político e cultural determinado, em certo período histórico. A história de vida de um sujeito relaciona-se a um projeto de vida (Lebensentwurf), como descrito por Janzarik (1996), com toda a densidade existencial e a complexidade que as noções de sujeito, projeto existencial e história de vida implicam.
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Manifestação dos transtornos mentais: patogenia, patoplastia e psicoplastia
Nessa linha, o psicopatólogo alemão Karl Birnbaum (1878-
1950) propôs que se discriminem três fatores envolvidos nas manifestações das
doenças mentais (Birnbaum,1923):
1- O fator patogenético (patogênese) propriamente dito está mais relacionado
à manifestação dos sintomas diretamente produzidos pelo transtorno
mental de base; assim, há o humor triste, o desânimo e a inapetência
relacionados à depressão, ou as alucinações auditivas e a percepção delirante
relacionadas à esquizofrenia.
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2- O fator patoplástico (patoplastia) inclui as manifestações relacionadas à personalidade pré-mórbida do paciente, à história de vida específica do sujeito e aos padrões de sentir e se comportar relacionados à cultura de origem do indivíduo, seu meio familiar, religioso, de classe social, profissional, que lhe eram particulares desde antes de adoecer. São fatores
externos e prévios ao processo patológico de base, mas, nem por isso, menos importantes, pois intervêm de forma marcante na constituição e na conformação dos sintomas e na exteriorização do quadro clínico.
Psicólogo Especialista RAFAEL PRADO
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3- O fator psicoplástico (psicoplastia) relaciona-se aos eventos e às reações do indivíduo e do meio psicossocial posteriores ao adoecer. São as reações aos conflitos familiares, à desmoralização, às perdas sociais e ocupacionais associadas aos episódios e ao curso da síndrome ou do transtorno. Essas reações do meio, o padrão de interação do indivíduo adoentado e seu meio sociofamiliar contribuem para determinar o quadro clínico resultante
Pode-se, assim, exemplificar esses três fatores: um homem de 50 anos é
acometido de um episódio depressivo grave (fator patogenético); ele sempre
teve personalidade extrovertida, ativa e enérgica; e é filho de italianos
napolitanos (fatores patoplásticos).
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Por sua vez, os fenômenos agudos ou subagudos classificam-se em: 1)
crises ou ataques, 2) reações vivenciais, 3) fases e 4) surtos.
1- A crise, ou ataque, caracteriza-se, em geral, por surgimento e término abruptos, com duração de segundos ou minutos, raramente horas. Utilizamse os termos “crise” ou “ataque” para fenômenos como crises epilépticas, crises ou ataques de pânico, crises dissociativas, crises de agitação psicomotora, entre outros.
2- A reação vivencial anormal caracteriza-se como um fenômeno psicologicamente compreensível, desencadeadopor eventos vitais significativos para o indivíduo que os experimenta. É designada reação
anormal por causa da intensidade muito marcante e duração prolongada dos sintomas. Ocorre geralmente em personalidades vulneráveis, predispostas a reagir de forma anormal a certas ocorrências da vida.
A EVOLUÇÃO TEMPORAL DOS TRANSTORNOS MENTAIS
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3- Já a fase refere-se particularmente aos períodos de depressão e de mania dos
transtornos afetivos (transtorno bipolar e transtorno depressivo recorrente).
Passada a fase, o indivíduo retorna ao que era antes dela, sem alterações duradouras na personalidade, ou seja, não há sequelas na personalidade. A
fase é, em sua gênese, incompreensível psicologicamente e tem um caráter
endógeno. Uma fase pode durar semanas ou meses, menos frequentemente
anos, e há sempre (ou quase sempre) restitutio ad integrum (ou seja,
recuperação total). Fala-se, então, em fase depressiva, fase maníaca e período
interfásico assintomático, eutímico.
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4- O surto, segundo a noção da patologia geral (mas assumida pela
psicopatologia), é uma ocorrência aguda, que se instala de forma mais ou
menos repentina, fazendo eclodir uma doença de base endógena, não
compreensível psicologicamente. A característica do surto é que ele produz
sequelas irreversíveis, danos à personalidade e/ou à esfera cognitiva e/ou
afetiva do indivíduo.
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Remissão (remission). É o retorno ao estado normal tão logo acaba o episódio agudo. Fala-se em remissão espontânea quando o paciente se recupera sem o auxílio de intervenção terapêutica.
Recuperação (recovery). É o retorno e a manutenção do estado normal, já tendo passado um bom período de tempo (geralmente se considera um ano) sem que o paciente apresente recaída do quadro.
Recaída ou recidiva (relapse). É o retorno dos sintomas logo após haver ocorrido melhora parcial do quadro clínico ou quando o estado assintomático é ainda recente (não tendo passado um ano do episódio agudo).
Recorrência (recurrence). É o surgimento de um novo episódio, depois de o indivíduo apresentar-se assintomático por um bom período (pelo menos por cerca de um ano). Pode-se dizer que a recorrência é um novo episódio da
doença.
A literatura psiquiátrica, principalmente a de língua inglesa, utiliza os
seguintes termos em relação ao curso dos episódios de transtornos mentais
(Frank et al., 1991):
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A personalidade pré-mórbida e os sinais pré-mórbidos são aqueles
elementos identificados em períodos da vida do paciente claramente anteriores
ao surgimento da síndrome ou transtorno propriamente dito, em geral na
infância. Já pertencendo ao início do transtorno, fala-se em sinais e sintomas
prodrômicos, que representam de fato a fase precoce, inicial, do adoecimento.
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Dessa forma, certos sintomas são tidos como intimamente dependentes de alterações neuronais, como os sintomas neurológicos primários (paralisias, anestesias, perdas sensoriais) ou os sintomas neuropsicológicos (afasias, agnosias, apraxias, algumas formas de amnésias).
Em outro extremo, há sintomas mais “independentes” de determinações e fatores neurobiológicos e mais associados a processos e mecanismos psicológicos, subjetivos e simbólicos (mediados pela cultura). Tal esquema visa auxiliar o estudante em relação à contextualização e à origem dos variados fenômenos observados na psicopatologia.
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INDICADOR DE ESTUDO:
- O que vc entende por transfundos das vivências psicopatológicas?
- Quais os tipos básicos de transfundos?
- Descreva o que são patogênese, patoplastia, e psicoplastia.
- Descreva as diferenças entre crise/ ataque, episódio, fase, surto e estado residual.

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