Empirismo e racionalismo

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Ana Luiza Bittencourt 
FILOSOFIA E ÉTICA 
Empirismo e Racionalismo 
São métodos do conhecimento presentes na época da Filosofia Moderna (XV a XIX) 
- Renascimento = razão (influência iluminista) + antropocentrismo + humanismo; 
- As Grandes Navegações + Reforma Protestante + Revolução Científica; 
Principais autores: René Descartes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Thomas Hobbes, Adam 
Smith, Nicolau Maquiavel, Jean Bodin, Francis Bacon, Galileu Galilei, Immanuel Kant. 
Empirismo 
Posição filosófica que toma a experiência e os fatos (observação da realidade) como guia 
e critério de validade. Uma forma de saber derivado da experiência sensível e de dados 
acumulados por meio da experiência. Para o empirismo deve-se comprovar o conhecimento de 
alguma forma. Totalmente contrário ao racionalismo. 
Principais filósofos: 
Francis Bacon 
- Toda invenção humana provoca impacto na sociedade > uma sociedade que tem acesso a uma 
nova tecnologia nunca mais volta a ser como antes. 
- 3 invenções que mudaram o mundo para ele: arte da impressão + pólvora + bússola > a primeira 
nas letras, a segunda na arte militar e a terceira na navegação. 
- As ideias dele influenciaram na busca do método empírico de se comprovar as coisas e isso 
trouxe o fortalecimento das ciências na busca por novas tecnologias. 
- Método empírico indutivo = observação + organização racional da observação + formulação de 
hipóteses + comprovar por meio da experimentação e repetição 
- Para se alcançar o conhecimento é preciso afastar dos ídolos (empecilhos e ilusões que te 
atrapalham de chegar à verdade: 
1 – ídolos da tribo: o nosso próprio pensamento pode nos enganar. O homem não seria o centro 
do universo; mas sim uma pequena parte do todo. 
2 – ídolos da caverna: o gosto pessoal de cada um pode atrapalhar. Pode ocorrer a parcialidade 
durante a experimentação. 
3 – ídolos do foro: precisa-se usar uma linguagem específica para fazer ciência. 
4 – ídolos do teatro: precisa-se tomar cuidado com os filósofos do passado que tinham ideias 
que não podiam ser comprovadas (Ex.: Platão e o mundo das ideias). 
Pesquisa empírica no Direito 
- Um olhar voltado para o ser; muitas vezes em detrimento do dever ser. 
- Pesquisa relacionada a fatos – estatísticas, entrevistas > a gente entende a realidade do país 
assim. Ex.: > os efeitos da aplicação de uma norma na sociedade 
- JURIMETRIA (dados estatísticos no Direito) 
Montesquieu 
- Ele falava que não existiam leis justas ou injustas, mas leis que cabem ao povo naquele 
momento com aqueles ideais; 
- Foi um filósofo político francês / representante do Iluminismo; 
- A obra dele (Do Espírito das Leis) traz essa ideia: aplicação aos fatos sociais da análise empírica 
> a escrita dele é voltada não para uma sociedade ideal, mas para consertar os problemas da 
época na sociedade em que ele vivia 
- Os sistemas políticos são diferentes em razão das diferenças entre as populações (leis políticas) 
> a economia, a cultura, os costumes, etc. 
3 formas de governo: 
República: governo republicano – o poder soberano é do povo. Princípio da virtude > deve-se 
governar de forma virtuosa para que se atenda ao interesse público 
Monarquia: governo monárquico – somente um individuo no governo com base nas LEIS e não 
de suas vontades > princípio da honra 
Despotismo: governo despótico – somente um indivíduo que governa com base na sua vontade 
e sem leis. Forma corrompida por natureza. Princípio do medo > as pessoas obedecem por medo 
do déspota 
Conceito de Liberdade: 
- Liberdade é fazer tudo que é permitido pelas leis, e não baseado nos seus próprios interesses 
e vontades > as leis não limitam a liberdade, na realidade elas asseguram liberdades para todos 
os indivíduos (precisa ter lei para existir liberdade) 
Separação dos poderes 
- Funções = o poder é um só (do povo) e é exercido por funções; 
- Montesquieu falava que quanto mais centralizado o poder, mais tende a ter abusos; 
- Poder executivo: função administrativa 
- Poder Legislativo: função legislativa 
- Poder Judiciário: função jurisdicional (aplicar direito ao caso concreto = poder do Estado de 
resolver conflitos) 
*Isso é na época de Montesquieu, hoje em dia é um pouco diferente. 
 
 
 
Separação dos poderes 
Poder Função típica Função atípica 
EXECUTIVO Administrar Legislar e julgar 
LEGISLATIVO Legislar e fiscalizar Administrar e julgar 
JUDICIÁRIO Julgar Legislar e administrar 
 
*Função típica: a função para a qual o poder foi criado; 
*Função atípica: quando o poder exerce uma função que não é dele (teoricamente não) > o 
executivo em certas situações pode legislar, assim como julgar > a função atípica está prevista 
na constituição (legítimas e legais pois a constituição autorizou). 
Art. 2 CRFB São Poderes da União (governo federal), independentes (um poder não precisa de 
outro para autorizá-lo a fazer algo + criam seus próprios sistemas) e harmônicos (devem 
conviver em harmonia, no sentido de um poder não é um super poder > controle de um poder 
sobre o outro) entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário 
Art. 60 §4° CRFB Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: III – a 
separação dos Poderes 
Sistemas de freios e contrapesos (Checks and Balances System) 
Possibilidade de controle de um poder sobre o outro > mecanismo de controle abordado 
na constituição para evitar abuso de poder > Art. 102, I, A; Art. 49, V; Art. 101. 
Racionalismo 
 Posição filosófica baseada no uso da razão. Entende que o conhecimento seguro vem da 
razão. A experiência é um momento posterior, pois utiliza-se a razão primeiro para depois 
provar. 
René Descartes 
- “Penso, logo existo (sou).” > Cogito, ergo sum 
- Foi um filósofo e matemático racionalista – através da razão entende-se o mundo (os sentidos 
enganam) > crítica a Aristóteles; 
- Questionou as tradições da época (que tinham grande influência da igreja e da sociedade 
feudalista) e apresentou como uma das principais preocupações a construção de um método – 
método cartesiano 
- Livro: O Discurso sobre o método 
• Deve-se duvidar de tudo, menos da dúvida e de Deus – a dúvida é o primeiro passo rumo 
ao conhecimento; 
• Ele separa as ideias entre: inatas (já nascemos com elas – Deus); adventícias (adquirimos 
através das experiências); imaginativas (ideias geradas através de outras ideias) 
Penso, logo existo = é preciso duvidar de tudo (da existência de tudo), menos da dúvida. A única 
certeza que se tem na vida é a dúvida. Mas para duvidar, é preciso ter um ser que duvide de 
algo. Logo, o fato de alguém estar duvidando significa que essa pessoa existe. 
Método Cartesiano 
- Dúvida hiperbólica – rejeitar qualquer ideia que se possa duvidar para, após, reconstruir as 
ideias > dúvida exagerada > duvidar de tudo, menos da sua existência e da ideia de deus; 
- Raciocínio baseado no método dedutivo = buscar proposições gerais, depois específicas e 
chegar a uma conclusão. 
Solipsismo (significa eu e eu mesmo) 
- Confiar somente na sua experiência, no seu julgamento. A realidade se resume ao sujeito 
pensante e suas experiências (só confio em mim mesmo). Negação de tudo que está fora da 
própria experiência. 
*Um juiz não pode ser solipsista