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33744_servicos_de_turismo_e_viagens_2013

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ServiçoS de
TuriSmo
viagenS&
ServiçoS de
TuriSmo
viagenS&
Elisabeth Wada
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S
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-3618-9
Elizabeth Wada
Serviços de Turismo e Viagens
IESDE BRASIL S/A
Curitiba
2013
2.ª edição
Edição revisada
© 2006-2009 – IESDE BRASIL S/A É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do 
detentor dos direitos autorais.
Capa: IESDE BRASIL S/A
Imagem da capa: Shutterstock
IESDE BRASIL S/A
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ 
________________________________________________________________________________
W12s
2. ed.
 
Wada, Elizabeth Kyoko
 Serviços de turismo e viagens / Elizabeth Wada. - 2. ed., rev. - Curitiba, PR : IESDE 
BRASIL S/A , 2013. 
 194 p. : 28 cm
 
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-387-3618-9
 
 1. Turismo. 2. Viagens. I. Título. 
13-1063. CDD: 338.4791
 CDU: 338.48
19.02.13 21.02.13 042911 
________________________________________________________________________________
Sumário
Viagens de turismo | 9
Introdução | 9
Definições | 10
Formas e categorias de viagens | 11
Breve retrospectiva das viagens e do turismo | 12
Componentes das viagens | 14
Impactos das viagens e do turismo | 15
Padrões e tendências em viagens | 21
Introdução | 21
Crescimento do turismo | 21
Tendências e padrões em turismo regional | 24
Fatores externos que afetam o turismo | 25
Tendências do mercado turístico | 28
Serviços de transporte | 33
Introdução | 33
Breve histórico do transporte de passageiros | 33
Transportes turísticos na atualidade | 35
Serviços de hospedagem | 43
Introdução | 43
Tipologia dos meios de hospedagem | 44
Tipologia dos serviços de alimentação | 48
Quem é o hóspede? | 49
Gestão de meios de hospedagem: alguns gargalos | 49
Sistemas de distribuição de viagens | 55
Introdução | 55
Antecedentes | 55
Sistemas de distribuição | 56
Intermediários turísticos | 57
Tecnologia e distribuição | 59
Serviços e produtos especiais | 65
Introdução | 65
Segmentos especiais com ênfase em lazer | 65
Serviços especiais com ênfase em negócios | 67
Componentes do mercado de eventos | 69
Marketing e promoção do turismo: segmentos e seus aspectos psicológicos | 75
Introdução | 75
Segmentos do mercado turístico e aspectos psicológicos | 75
Viagens de interesse especial | 77
Fatores sociodemográficos e de circunstâncias de vida | 78
Motivação para o turismo | 79
Marketing em turismo | 83
Introdução | 83
Conceitos | 83
Marketing de serviços | 85
Desafios adicionais de marketing em turismo | 86
Segmentação de mercado | 86
Hospitalidade | 95
Introdução | 95
Conceitos básicos | 95
Os tempos ou espaços da hospitalidade | 96
Atividades de hospitalidade | 97
O papel do anfitrião no desenvolvimento do turismo | 100
Pesquisa e projeções em turismo | 107
Introdução | 107
Importância de pesquisas e projeções | 107
Processo de pesquisa em turismo | 108
Organizações que desenvolvem pesquisas | 112
Projeção da demanda turística | 112
Contribuições do turismo para o desenvolvimento econômico | 119
Introdução | 119
Compreendendo os impactos econômicos | 119
Turismo na economia nacional | 120
Mensuração dos impactos | 120
Monitoramento de impactos | 125
Aspectos sociais e culturais do turismo | 131
Introdução | 131
Turismo sustentável | 131
Impactos socioculturais | 132
Estratégias de gerenciamento de impactos socioculturais do turismo | 133
Relacionamento entre cultura e turismo | 135
Turismo sustentável | 136
Turismo sustentável e meio ambiente | 143
Introdução | 143
Desenvolvimento sustentável | 143
Turismo alternativo | 147
Vontade política e desenvolvimento de turismo | 155
Introdução | 155
Papéis do setor público no turismo | 155
Administrações turísticas ou nível de envolvimento governamental | 158
Clusters de turismo | 159
Viagens corporativas e desenvolvimento do turismo | 165
Introdução | 165
Serviços básicos em viagens corporativas | 165
Os principais atores da cadeia produtiva | 167
Quem é o turista de negócios? | 171
Correlação com turismo de lazer | 172
Planejamento turístico e desenvolvimento de destinos | 177
Introdução | 177
Necessidade de planejamento | 177
Referências | 189
Seja bem-vindo ao interessante e diversificado universo de turismo e de 
hospitalidade!
Há 16 aulas preparadas com o objetivo de lhe proporcionar informações 
suficientes para que você tenha uma visão panorâmica das atividades 
que permeiam o dia a dia dos profissionais de turismo e de hospitalidade. 
As aulas apresentadas neste livro são introdutórias, como se fossem de-
gustações do que ainda será detalhado ao longo dessa fantástica aven-
tura que você escolheu ao iniciar sua formação profissional em uma 
área tão rica em oportunidades. Parabéns pela escolha!
Para pavimentar estrada tão fundamental em sua educação, busquei 
ajuda em diversas publicações e escolhi a obra de Chuck Y. Gee e Eduardo 
Fayos-Solá, denominada Turismo Internacional: uma perspectiva glo-
bal, publicada em Porto Alegre, no ano de 2003, pela Editora Bookman, 
como a espinha dorsal para esta disciplina. Trata-se de um livro com a 
chancela da Organização Mundial de Turismo (OMT); guarde bem esse 
nome, já que será referência para sua atuação profissional.
Se entendi bem, você escolheu esse curso para adquirir conhecimentos 
novos e aprimorar os que já possui, com o objetivo de obter um título de 
formação superior. Gostaria de lhe deixar uma tarefa adicional: busque 
sempre visões críticas, reflita sobre cada um dos temas, pois perceberá 
que o turismo traz impactos muito positivos, mas tem sua carga de in-
tervenção nas comunidades que escolhem essa atividade como alterna-
tiva econômica ou de desenvolvimento. 
Para ser um profissional completo, além da formação acadêmica e das 
oportunidades de colocação no mercado, há necessidade de plena 
consciência das transformações que se geram a partir da introdução 
de atividades turísticas, especialmente para a comunidade anfitriã. Seja 
um agente consciente de transformação!
Desejo-lhe muito êxito e plena realização de seus objetivos pessoais 
e profissionais!
Viagens de turismo
Elizabeth Wada*
Introdução
O objetivo desta aula é apresentar o ambiente de Viagens e Turismo pois, para atuar nessa área, 
há necessidade de se compreender os conceitos básicos que norteiam o seu trabalho.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) é um órgão especializado nesse setor, vinculado à 
Organização das Nações Unidas (ONU), e funciona como um fórum mundial para discussões de políti-
cas em Turismo e como catalisador dos conhecimentos nessa área. Tem sede em Madri, na Espanha e, 
em 2007, contava com a representação de 157 países e territórios. Surgiu em 1925, na cidade de Haia, 
na Holanda, durante o Congresso Internacional de Associações Oficiais de Tráfego Turístico. Depois da 
Segunda Guerra Mundial, mudou a denominação para União Internacional de Organizações Oficiais de 
Viagens (Iuoto) e foi transferida para Genebra. A Iuoto era uma ONG (Organização não Governamental) 
que reuniu 109 Organizações Nacionais de Turismo e 88 membros associados dos setores público e pri-
vado. Em 1974, seguindo uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, foi transformada em 
um órgão intergovernamental. Em 2003, tornou-se uma agência especializada das Nações Unidas.1
Segundo a OMT (apud GEE; FAYOS-SOLÁ, 2003, p. 18), o setor de viagens e turismo é o maior e o 
mais diversificado do mundo. Tal pulverização traz a vantagem da possibilidade de inserção de mão de 
obra em diferentes níveis de especialização, mas possui a desvantagem da dificuldade de parametriza-
ção e consolidação de dados.
* Doutora e Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicaçõese Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Especialista 
em Administração Mercadológica pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP/FGV). Graduada em Relações Públicas pela 
ECA/USP e em Turismo pelo Centro Universitário Ibero-Americano (UNIBERO).
1 Disponível em: <www.unwto.org>. Acesso em: 9 jul. 2007.
Muitos países, regiões e municípios dependem do turismo como principal fonte de renda, 
emprego, crescimento no setor privado e aperfeiçoamento de infraestrutura. É especialmente estimu-
lado em países em desenvolvimento como complemento a outras formas de desenvolvimento econô-
mico, tais como a exportação de produtos agrícolas ou manufaturados.
Diversos fatores positivos surgem como respaldo ao crescimento, cada vez mais acentuado, do 
setor de turismo. Alguns deles:
evolução dos meios de transporte::: com o surgimento de companhias aéreas com pro-
postas de massificação e redução do preço por bilhete e a popularização dos cruzeiros 
marítimos;
ampliação da capacidade de meios de hospedagem: :: quer com alternativas como alber-
gues e bed & breakfast2 ou hotéis de diversas categorias;
sistemas de informação e de distribuição facilitados com a tecnologia::: agências de via-
gens e operadoras em constante busca de conhecimento e profissionalização para melhor 
atender ao viajante preparado e informado.
Em países como aqueles que compõem o BRIC3 – Brasil, Rússia, Índia e China – com vasta exten-
são territorial, grande concentração populacional e relativa estabilidade econômica, há demanda laten-
te para o consumo, inclusive do turismo.
Definições
Por que há necessidade de definições, em qualquer área de conhecimento?
Em um setor tão diversificado como o turismo, no qual atuam profissionais tão diferentes – o 
artesão, que faz peças com escamas de pirarucu; o instrutor de esportes radicais; o chef e o executivo 
de hotéis de luxo, formados no exterior; o empreendedor, com agências de viagens de todos os por-
tes, pousadas e restaurantes – é necessário partir de bases comuns. Há que se considerar, também, a 
diversidade do público consumidor (o turista). Alguns dos benefícios da utilização de definições nes-
se setor são:
ponto de partida comum para as discussões do setor, com garantia de pouco ou nenhum es-::
paço para divergências;
planejadores trabalham com dados comparáveis;::
pesquisadores apresentam hipóteses cientificamente mais criteriosas;::
com os três itens anteriores, empresários e gestores têm estudos confiáveis para a correta to-::
mada de decisão.
2 Bed & breakfast ou cama e café é um serviço habitualmente prestado por pessoas em suas próprias residências, que têm a proposta de 
fornecer hospedagem e café da manhã, com a possibilidade de convívio com a família anfitriã.
3 Em estudos realizados em 2004, pela empresa Goldman Sachs, o economista Jim O’Neill criou a sigla para identificar os quatro países 
considerados como fortes candidatos a terem as economias dominantes em 2050.
10 | Viagens de turismo
11| Viagens de turismo
Viagem
No dicionário Michaelis UOL4, o conceito de viagem é definido como “caminho que se percorre 
para chegar a outro lugar afastado”. Para efeito das discussões, nesta aula, adota-se viagem como “o ato 
de uma pessoa sair de sua comunidade por negócio ou prazer, mas não para viajar diariamente indo 
e vindo do trabalho ou da escola” (GEE; MAKENS; CHOY, 1989, p. 12). Tais autores agregam que, caso a 
análise da viagem tenha especificidade econômica, há necessidade de criação de valor econômico re-
sultante da atividade de viajar.
Outras definições da OMT
Há necessidade de atenção na aplicação consistente e correta das presentes definições, já que 
ainda existe confusão. Mesmo dentro do país, estados e municípios utilizam-se outras definições para 
coleta de dados, o que gera distorções em análises comparativas. Outros itens definidos pela OMT são 
(apud GEE; FAYOS-SOLÁ, 2003, p. 18):
turismo:: – as atividades das pessoas que viajam e permanecem em lugares fora de seu ambiente 
habitual por não mais de um ano consecutivo para lazer, negócios ou outros objetivos;
turista (visitante com pernoite):: – o visitante que desfruta de pelo menos um pernoite em 
alojamento coletivo ou particular no lugar visitado;
visitante de um dia (excursionista):: – o visitante que não pernoita em alojamento coletivo ou 
particular no lugar visitado;
visitante:: – toda pessoa que viaja para um lugar diferente de seu ambiente habitual por me-
nos de 12 meses consecutivos e cujo objetivo principal de viagem não é trabalhar remunera-
damente no lugar visitado;
viajante:: – toda pessoa que se desloca entre dois ou mais lugares.
Formas e categorias de viagens
A OMT estabelece as formas e categorias de viagens (GEE; FAYOS-SOLÁ, 2003, p. 19-20), cujos con-
ceitos e denominações devem ser utilizados em todo o mundo, a fim de reunir dados passíveis de com-
paração:
turismo internacional: :: ocorre quando o viajante cruza a fronteira de seu país de origem e sai 
de seu ambiente habitual. Um residente em Foz do Iguaçu/PR (Brasil), por exemplo, que cruze 
a fronteira para trabalhar em Ciudad del Este (Paraguai) não é turista;
turismo doméstico::: aquele realizado dentro do país de residência do viajante, como os jo-
vens paranaenses e paulistas visitando a costa catarinense durante o verão;
4 Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=viagem>. Acesso 
em: 04 jul. 2007.
viagens regionais: :: ocorrem em regiões estabelecidas por posição geográfica, como uma visi-
ta à Europa; área administrativa, como um roteiro por Minas Gerais ou atrativos afins, na Serra 
Gaúcha;
turismo receptivo: :: não residentes que viajam como visitantes em uma área determinada. 
Também designa a atividade no núcleo receptor, composta por serviços que respaldam o vi-
sitante. Muitas agências do Rio de Janeiro dedicam-se a serviços para receber o turista na-
quela cidade;
turismo emissivo: :: residentes que viajam como visitantes em uma área, que não a sua. É a 
denominação utilizada para a prestação de serviços voltada para possibilitar as viagens dos 
moradores de certa localidade. Agências em todo o país oferecem pacotes turísticos e se preo-
cupam em tomar todas as providências para que se realize a viagem sem problemas.
Breve retrospectiva das viagens e do turismo
O início
Seres humanos sempre se deslocaram para buscar alimentos, segurança ou climas mais amenos, e 
cenas de tais ações estão retratadas nas diferentes manifestações, até mesmo pré-históricas, como em pin-
turas rupestres encontradas em cavernas. A evolução natural desses fluxos foi a troca de mercadorias. Em 
contrapartida, elementos como o controle de fogo, armazenamento de água e de víveres fixaram as pes-
soas que passaram a depender e apreciar os mercadores que chegavam com bens inusitados.
Os antigos impérios criaram a infraestrutura para as viagens com a abertura de estradas e ca-
nais de navegação, o que permitiu o desenvolvimento de meios de transporte. As maiores preocupa-
ções dos governos eram a observação das guerras em curso nos territórios cada vez mais extensos e a 
cobrança de tributos das pessoas que viviam em suas terras. Os egípcios construíram alojamentos ao 
longo das estradas e nas cidades para acomodar os viajantes; os assírios melhoraram as estradas, prin-
cipalmente para uso militar; os persas, que derrotaram os assírios, fizeram melhorias adicionais e desen-
volveram carretas de quatro rodas para o transporte.
Os gregos contribuíram de diversas formas, com destaque para a implantação de uma moeda 
que substituiu a necessidade de viajar com mercadorias para trocar ao longo do caminho; a dissemi-
nação do idioma por todo o Mediterrâneo, facilitando a comunicação; o apreço a visitas em outras ci-
dades por mero prazer, especialmente Atenas; a criação de grandes festas religiosas e eventos como os 
Jogos Olímpicos.
A classe dominante – os patrícios – do Império Romano viajava a lazer nos períodosde relativa paz 
e a Grécia era um dos destinos preferidos, além do Egito, para ver a Esfinge e as pirâmides. Alexandria 
dava o ar cosmopolita à elite romana, pela possibilidade de convívio com diferentes nacionalidades. 
Apreciavam compras no exterior e eram taxados em 25% ou mais no retorno a seu local de origem.
Na China e no Japão, as viagens da elite para centros de veraneio ou para segundas residências 
em locais aprazíveis também eram comuns, além dos diversos deslocamentos de tropas.
12 | Viagens de turismo
13| Viagens de turismo
Percebe-se, portanto, que o turismo, tanto de lazer quanto de negócios, não é fenômeno recente, 
como às vezes se possa considerar.
Idade Média
Como em todos os setores analisados na civilização ocidental – artes, literatura e outros – houve um 
período de retração no turismo, dos séculos V ao XIV. As estradas se tornaram ruins e perigosas, as pessoas 
não eram estimuladas a viajar. No final desse período, a Igreja cristã, por intermédio de monges e sacerdo-
tes, encoraja o povo a fazer peregrinações a Jerusalém e a Roma. Surgem os albergues de caridade, aten-
dendo a todas as classes sociais, em um misto de local de descanso, recuperação de saúde e oração.
Na primeira metade do século XIII, Marco Pólo explorou as estradas de terra da Europa até a Ásia e rela-
tou sua viagem em um livro. Foi a principal fonte de informação sobre o Oriente naquele período. A máquina 
de impressão, naquele mesmo século, permitiu a difusão de outras publicações relatando viagens.
No final desse período, houve a oferta de um produto similar aos pacotes turísticos atuais, de 
Veneza à Terra Santa, com passagem, refeições, hospedagem e dinheiro de suborno, caso fosse neces-
sário evitar algumas formalidades alfandegárias. Naquela época, em plena Idade Média, alguns mora-
dores, atentos à passagem dos viajantes, vendiam frutas, vinho, pães e bolos à beira das estradas, como 
acontece até a atualidade em diversas rotas turísticas, ao redor do mundo.
Renascimento
Esse período marcado pela reabertura em várias facetas da cultura teve reflexos também no tu-
rismo. O aumento de conhecimento e a abertura a outras culturas eram motivadores das viagens da eli-
te da época. A Inglaterra, em busca de hegemonia, patrocinava viagens com tais objetivos para futuros 
diplomatas, quer pelo reino ou pelas universidades; havia regras a seguir, como a restrição ao comércio, 
número de cavalos e servos por comitiva, utilização da documentação adequada – uma espécie de pas-
saporte, forma de pagamento estipulada – precursor do cheque de viagem. Os ingleses viajavam geral-
mente à Itália, passando por Paris e Frankfurt.
Os demais membros da elite também buscavam novas experiências e conhecimento. Em mea-
dos de 1600 até as primeiras décadas de 1800, há o grand tour – giro pela Europa, para conhecer ruínas 
e locais históricos, estudar arte, arquitetura e história. No Brasil, tal hábito esteve presente na elite até o 
início do século XX.
Revolução Industrial
Ocorrida entre 1750 e 1850, foi o período com maior influência no turismo, no formato existen-
te na atualidade. Esse período trouxe inúmeras mudanças econômicas e sociais, com trabalhadores 
migrando de áreas rurais para os núcleos urbanos, onde estavam as indústrias. Surge, então, a classe 
média, há avanços tecnológicos com a introdução das máquinas a vapor nas fábricas e a utilização de 
tal conhecimento em meios de transporte, como trens e navios. Após a aprovação de um dia de descan-
so remunerado, ocorre, no final do século XIX, a concessão de férias remuneradas.
Os destinos atraentes à elite passam a fazer parte do imaginário desse novo grupo de consumido-
res. Além disso, as condições adversas de muitos locais de trabalho despertam o interesse por estações 
de águas e regiões litorâneas. Os empresários de turismo perceberam que, se faltava poder aquisitivo 
individual, havia volume nesse segmento que se constitui no turismo de massa dos dias de hoje.
Turismo moderno
A combinação de desejo, mobilidade, acessibilidade e poder aquisitivo tornaram possível o tu-
rismo de massa. O século XX trouxe avanços como o avião, comunicação via satélite culminando com a 
internet, valorização do bem-estar e da qualidade de vida, conectividade que possibilitou associar tra-
balho e lazer, necessidade de troca de informações e redes de relacionamento, aumento significativo de 
encontros empresariais e profissionais, linhas de crédito para produtos turísticos, ou seja, elementos fa-
voráveis ao desenvolvimento da atividade para volumes cada vez maiores de pessoas.
O desenvolvimento do turismo como atividade econômica e consequente profissionalização 
ocorre a partir do momento em que deixa de ser um deleite destinado a poucos e passa a ser almeja-
do como item de consumo de boa parte da população. A valorização da atividade no Brasil tem alguns 
marcos significativos, como a criação da Empresa Brasileira de Turismo – Embratur, em 1966 e a abertu-
ra do primeiro curso superior de Turismo, em 1971, na então Faculdade de Turismo do Morumbi.
Componentes das viagens
São essenciais para a operacionalização do turismo:
transporte e infraestrutura;::
alojamento e serviços de hospedagem;::
sistemas de distribuição;::
setores públicos e privados.::
 Transporte e infraestrutura
Viagens implicam em deslocamento e, consequentemente, em transporte. Exceto em visitas virtu-
ais, atualmente possíveis por intermédio de tecnologia, há necessidade de locomoção para que ocorra o 
turismo. Transporte aéreo, marítimo, fluvial, ferroviário e rodoviário, bem como a estrutura de apoio, cons-
tituem elementos primordiais para que a viagem aconteça. Cada vez que há um fechamento de aeropor-
to, uma greve de trabalhadores em transportes há transtornos em toda a cadeia produtiva do turismo.
Quanto à infraestrutura, não há que se considerar somente aquela diretamente vinculada a trans-
portes, como o caso de rodovias ou terminais de passageiros. Outros itens igualmente importantes são 
o abastecimento de energia, de água, de telecomunicações, coleta e manejo de resíduos e de esgoto, 
escoamento de água pluvial.
14 | Viagens de turismo
15| Viagens de turismo
Alojamento e serviços de hospedagem
Têm a prerrogativa de suprir as necessidades de hospitalidade, conforto e segurança dos via-
jantes, dividindo-se em acomodações, alimentos e bebidas e serviços de apoio. Na atualidade, podem 
constituir um atrativo turístico por si, como no caso dos resorts, que se tornaram destinos com a oferta 
combinada de serviços e ênfase em entretenimento para as viagens de lazer e em facilidades para even-
tos, nas viagens de negócios. Por outro lado, pequenos negócios como postos de gasolina, lanchonetes, 
lojas e restaurantes ao longo das rodovias são importantes serviços de apoio, permitindo que os viajan-
tes façam um intervalo agradável e seguro em sua viagem.
Sistemas de distribuição
Agências de viagens, atacadistas e operadoras de turismo garantem a capilaridade para que os 
produtos e serviços cheguem ao consumidor. Apesar de todos os recursos da internet, há diversos turis-
tas que preferem atenção personalizada, orientação, “dicas” de alguém mais experiente. 
Setores público e privado
As primeiras iniciativas comerciais em turismo surgiram na iniciativa privada; durante muito tem-
po, os governos encaravam tais negócios como elitizados e não demonstraram disposição para investir 
seus parcos recursos no setor. Após constatar, entretanto, que as oportunidades de geração de empre-
go e consequente renda, além do aumento na arrecadação de impostos, eram significativas, passaram 
a considerar o turismo em seu planejamento estratégico. Apesar do senso comum de que o Brasil tenha 
muito potencial em turismo, somente em 2002 houve a criação de um ministério específico. Até então, 
o tema era tratado em conjunto, ora com Indústria e Comércio, ora com Esporte.
Impactos das viagens e do turismo
Desejável seria que os impactos fossem somente positivos, com receitas importantesgeradas 
pelo turismo internacional, proporcionando a entrada de divisas e equilibrando a balança de pagamen-
tos; novos empregos, com melhoria de renda para a população. Houve um período em que o turismo 
foi considerado uma “indústria sem chaminés”, não poluidora, com intensa utilização de mão de obra, 
passível de envolver a comunidade local e preservar sua cultura e valores.
Há, entretanto, o outro lado da moeda. Turismo pode desvirtuar comunidades, ávidas por ga-
nhos rápidos. Polui mesmo sem se dar conta, com turistas que nem sempre estão dispostos a respei-
tar o entorno e, muitas vezes, “importa” mão de obra pela falta de tempo em preparar os locais. Enfim, 
para que o turismo possibilite saldo positivo nos diversos impactos que possa provocar, há necessi-
dade da formação de profissionais conscientes de seu papel transformador, críticos de sua própria 
atividade, a fim de que tomem decisões corretas e minimizem os aspectos negativos provocados por 
suas decisões.
Texto complementar
Turistas viajam menos para o Brasil, diz OMT
Chegadas de visitantes caíram 6,3% em 2006, segundo Organização Mundial do Turismo. No mundo, 
turismo movimentou 842 milhões de pessoas
(G1, 2007)
Em 2006, o número de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil diminuiu. Segundo informa-
ções divulgadas nesta segunda-feira (2) pela Organização Mundial do Turismo (OMT), 5 milhões de 
visitantes entraram no país em 2006, número 6,3% menor em relação a 2005. No último trimestre 
do ano, os dados também são negativos: queda de 4,6% em relação ao mesmo período do ano an-
terior. 
O desempenho do turismo nacional está na contramão do movimento internacional. O turis-
mo movimentou 842 milhões de pessoas no mundo durante o ano de 2006, um crescimento de 
4,5% em relação aos 808 milhões de 2005.
Apesar da redução do número de visitas, os gastos dos turistas que passaram pelo Brasil cres-
ceu 22% e colocou o país na quinta posição nesse quesito, empatado com o Kuwait.
Escalada chinesa
O secretário-geral da OMT, Francesco Frangialli, disse em entrevista coletiva que é “uma fase 
histórica de crescimento contínuo ao longo dos três últimos anos, já que o número de turistas au-
mentou em 150 milhões, e estão ocorrendo crescimentos muito importantes em regiões como a 
África”, algo que o “enche de satisfação”.
Frangialli, que apresentou os dados correspondentes ao fechamento de 2006, destacou o gran-
de progresso da China, e indicou que esse país “ocupou o quarto lugar em número de chegadas, e 
agora está praticamente no terceiro, ao lado dos Estados Unidos”.
Para o secretário-geral, a China é o maior mercado emergente, que “pode tirar a Espanha do se-
gundo lugar em 2010 e a França do primeiro em 2020, pois tem grande capacidade receptora. Além 
disso, se transformou no principal emissor de turistas do mundo, seguido pela Índia”.
A OMT prevê um crescimento de mais ou menos 4% sustentado até 2020. De acordo com o 
último relatório anual da OMT, os números de fechamento de 2006 superam as expectativas, que 
apontavam um crescimento de 4%.
Continentes
Também destaca-se o crescimento de 8,1% dos destinos africanos, seguidos pela região da 
Ásia e Pacífico, com 7,6%. A Europa se manteve um pouco abaixo da média mundial, com 4%, assim 
como o Oriente Médio, e as Américas cresceram apenas 2%.
16 | Viagens de turismo
17| Viagens de turismo
No caso da Ásia e Pacífico, o crescimento foi de 7,6%, pois receberam 167,1 milhões de turis-
tas, frente aos 155,4 milhões de 2005, com um aumento importante no noroeste asiático, acima de 
7,4%, com destaque para Macau (18,5%) e Camboja (19,6%). Por sua vez, a China aumentou 7,4%. 
O continente americano teve um aumento de 2,1%, com 136,3 milhões de turistas. A América 
do Norte ficou abaixo dessa média, com 0,5%, enquanto o Caribe chegou até 3,2%. O maior cresci-
mento foi registrado por destinos na América Central, com 6,1%, e na América do Sul, com 7,2%. 
Na Europa, que cresceu globalmente 4%, com 458 milhões de turistas, destaca-se o aumento 
nas nações do norte, com 6,6%, enquanto o arco mediterrâneo cresceu 4,2%. 
Atividades
1. Trabalho em grupo: quais são as formas de turismo encontradas em seu município?
2. Trabalho em grupo: citem exemplos de empresas que atuem nos vários componentes das via-
gens, em seu local de residência. Como eles interagem? 
3. Trabalho individual: quais foram os principais motivadores de viagens na Idade Média, no 
Renascimento e na Revolução Industrial?
18 | Viagens de turismo
19| Viagens de turismo
Gabarito
1. Liste, após discussão em sala de aula, as atividades locais e o uso da denominação correta. Possíveis 
respostas: turismo internacional, doméstico, viagens regionais, turismo receptivo e emissivo, iso-
ladamente ou combinados.
2. Prepare listas (inventário da oferta de serviços turísticos); entreviste os gestores das empresas 
para saber como interagem no atendimento ao visitante. Possíveis respostas: lista de serviços de 
transportes, alojamento, distribuição e serviços públicos; relação de dependência entre os servi-
ços na atenção ao turista. 
3. Idade Média: peregrinações; Renascimento: aumento de conhecimento e abertura a outras cul-
turas; Revolução Industrial: surge a classe média, há avanços tecnológicos com a introdução das 
máquinas a vapor nas fábricas e utilização de tal conhecimento em meios de transporte, como 
trens e navios; após a aprovação de um dia de descanso remunerado, ocorre, no final do século 
XIX, a concessão de férias remuneradas.
 
20 | Viagens de turismo
Padrões e tendências 
em viagens
Introdução
O objetivo desta aula é compreender os padrões e tendências de viagens domésticas, regionais 
e internacionais. O tecnólogo de Serviços em Turismo e Hospitalidade deve ser capaz de descrever os 
fatores que impactam o desenvolvimento do turismo e examinar as principais tendências para o cres-
cimento do setor.
Conhecer a realidade por intermédio de padrões e identificar tendências são fatores relevantes, 
pois fornecem subsídios para considerar o que poderá ocorrer no futuro e servem como base para o 
planejamento e o marketing dos destinos e dos produtos turísticos. O profissional em formação na 
atualidade deverá estar atento e preparado para atuar por quatro a cinco décadas, portanto, o 
conhecimento de fontes de informação confiáveis, a capacidade de reunir dados e, sobretudo, o desen-
volvimento do raciocínio analítico para compreender o viajante do amanhã são pontos vitais para sua 
atuação, superação e sobrevivência.
Crescimento do turismo
A razão para buscar profissionais com formação específica está diretamente ligada às possibili-
dades de crescimento de determinada atividade. Com turismo não seria diferente. O fortalecimento da 
classe média, usualmente com vínculos empregatícios que garantem férias remuneradas, a populariza-
ção do transporte aéreo, viagens corporativas com gestão específica, eventos culturais transformados 
em atrativos para turismo, eventos empresariais que mudam a rotina dos núcleos emissores são alguns 
dos motivos de aumento do fluxo de viagens no mundo.
Chegadas internacionais
Um dos critérios para a análise de fluxo de turistas é o controle de chegadas de turistas 
internacionais, com dados habitualmente obtidos dos controles de fronteira ou em meios de hospeda-
gem. A OMT1 colhe dados regularmente e os classifica em:
TF:: (International tourist arrivals at frontiers – excluding same-day visitors) ou chegadas de turis-
tas internacionais em fronteiras – excluídos os visitantes por um só dia;
VF:: (International visitor arrivals at frontiers – tourists and same-day visitors) ou chegadas de visi-
tantes em fronteiras – turistas e visitantes por um só dia;
THS:: (International tourist arrivals at hotels and similar establishments) ou chegadas de turistas 
em hotéis e estabelecimentos similares;
TCE:: (International tourist arrivals at collective tourism establishment) ou chegadas de turistas 
em todos os meios de hospedagem, exceto quartosem residências particulares.
No documento anual denominado World Overview and Tourism Topics, na série Tourism Market Trends2, 
encontram-se os seguintes dados para chegadas de turistas internacionais e respectivas receitas geradas, 
com claros reflexos de 11 de setembro de 2001, quando, devido aos atentados nos Estados Unidos, ampla-
mente divulgado pelos meios de comunicação, houve impacto significativo nas viagens internacionais:
Ano Chegadas Receitas (US$ – bilhões)
2000 686 700 000 483.8
2001 686 000 000 472.3
2002 706 400 000 487
2003 693 200 000 533.1
2004 763 900 000 633
É interessante levantar, sempre, dados de número de pessoas e de receitas geradas, para respal-
dar as decisões de investimentos necessários para acompanhar a evolução dos negócios em turismo.
Emissores e receptores de turismo
Um dos critérios que embasam as análises em turismo é o número de turistas estrangeiros que 
visitam um determinado país. Na tabela a seguir, estão os dez maiores núcleos receptores, além de da-
dos do mundo e do Brasil3.
1 Disponível em: <http://miranda.wtoelibrary.org/vl=7987551/cl=18/nw=1/rpsv/journal/publication9789284411139_home.htm>. Acesso 
em: 29 jun. 2007.
2 Disponível em: <http://miranda.wtoelibrary.org/vl=7987551/cl=18/nw=1/rpsv/journal/publication9789284411139_home.htm>. Acesso 
em: 29 jun. 2007.
3 Disponível em: <http://miranda.wtoelibrary.org/vl=7987551/cl=18/nw=1/rpsv/journal/publication9789284411139_home.htm>. Acesso 
em: 29 jun. 2007.
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23|Padrões e tendências em viagens
Tabela 1 – Principais núcleos receptores, em número de turistas estrangeiros*
Ranking Núcleo Receptor N.º de chegadas de turistas (milhões)
Mundo 763,9
1 França 75,1
2 Espanha 52,4
3 Estados Unidos 46,1
4 China 41,8
5 Itália 37,1
6 Reino Unido 27,8
7 México 20,6
8 Alemanha 20,1
9 Rússia 19,9
10 Áustria 19,4
Brasil 4,7
* Dados de 2004.
Na medida em que há importância na receita gerada pelos turistas estrangeiros, especialmente 
na aferição de entrada de divisas, apresenta-se a tabela a seguir:
Tabela 2 – Principais núcleos receptores, em receitas geradas por turistas internacionais*
Ranking Núcleo Receptor Receitas obtidas (US$ bilhões)
Mundo 633
1 Estados Unidos 74.5
2 Espanha 45.2
3 França 40.8
4 Itália 35.7
5 Reino Unido 28.2
6 Alemanha 27.7
7 China 25.7
8 Turquia 15.9
9 Áustria 15.3
10 Austrália 13.6
Brasil 3.2
 * Dados de 2004.
Apesar de a França receber o maior número de turistas, Estados Unidos e Espanha apresentam 
melhor desempenho na geração de receitas pelos visitantes, ou seja, turistas consomem mais quando 
viajam para aqueles países.
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Além de observar o número de visitantes e seus gastos, há outro dado a ser analisado, que per-
mite intensificar ações voltadas ao incremento ou à obtenção de fluxo de países que têm um forte 
mercado emissor.
Tabela 3 – Principais núcleos emissores, em receitas geradas no turismo internacional
Ranking Núcleo emissor Receitas geradas(US$ bilhões) População (milhões)
Gasto por 
habitante/ano (US$)
Mundo 633 6,377 99
1 Alemanha 71 82 861
2 Estados Unidos 65.6 293 224
3 Reino Unido 56.5 60 938
4 Japão 38.2 127 300
5 França 28.6 60 474
6 Itália 20.5 58 354
7 China 19.1 1,299 15
8 Holanda 16.4 16 1.299
9 Canadá 16 33 493
10 Rússia 15.7 144 109
Observa-se, nessa tabela, que o mercado alemão é o que mais consome em volume e apresenta 
gasto por habitante consideravelmente superior ao americano. No caso da Holanda, com população de 
16 milhões de pessoas, há um gasto anual de US$ 1.299 por habitante contrastando com 1 299 milhões 
de chineses que consomem US$ 15 por pessoa, por ano, em turismo.
Comparando os dados das tabelas 2 e 3, há possibilidade de aferir o superávit ou o déficit na conta 
de turismo. Por exemplo: Estados Unidos recebeu US$ 74.5 bilhões dos visitantes e os americanos gasta-
ram US$ 65.6 bilhões em suas viagens ao exterior, em 2005, com o superávit de US$ 8.9. Os alemães, por 
sua vez, gastaram US$ 71 bilhões e receberam US$ 27.7 bilhões, com um déficit de US$ 43.3.
Tendências e padrões em turismo regional
Há um consenso entre os pesquisadores de que o turismo doméstico e o intrarregional são do-
minantes, em relação aos percursos long haul4. A OMT (apud GEE e FAYOS-SOLÁ, 2003, p. 32) estima que 
75% das viagens sejam de curta distância e para um único destino, especialmente países desenvolvidos 
da Europa, América do Norte e Ásia5.
No caso do Brasil ocorre o mesmo fenômeno, especialmente devido à dimensão do território na-
cional e aos diversos atrativos oferecidos dentro do país e naqueles do Mercosul. Há facilidades para os 
viajantes de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile que podem cruzar as fronteiras entre tais paí-
4 Expressão comum para designar viagens de larga distância, principalmente transcontinentais.
5 Consulte a seção “Facts and Figures” no endereço <www.world-tourism.org/>, ao menos a cada dois meses, para verificar dados atualiza-
dos sobre fluxo de turistas.
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24 | Padrões e tendências em viagens
25|Padrões e tendências em viagens
ses com a apresentação da carteira de identidade, sem necessidade de passaporte ou de visto. A partir 
do Aeroporto Internacional de São Paulo, é possível acessar Buenos Aires com maior oferta de voos que 
para a maioria das cidades do Nordeste do país. Há complementaridade de oferta turística entre esses 
países, já que não existem praias com o clima tropical do Brasil nas outras nações e, em compensação, 
não há centros de esqui, cassinos, formações em gelo (icebergs, glaciais) em território brasileiro.
O turismo regional também precisa ser considerado quando da oferta de diferentes destinos a 
mercados novos ou mais distantes. Para os asiáticos, uma das alternativas para chegar ao Brasil é a rota 
do Pacífico, entrando na América do Sul pelo Peru e combinando dois ou mais países na mesma viagem. 
Trabalhos de promoção conjunta e integração de destinos são alternativas bem-vindas e podem trazer 
resultados positivos. Um exemplo de roteiro para ecoturismo é a oferta de Peru (Cuzco e Macchu Pichu), 
Equador (Galápagos) e Brasil (Amazônia).
Fatores externos que afetam o turismo
Há situações que parecem não ter relação direta com o turismo, mas que o afetam positiva ou ne-
gativamente. O profissional de êxito precisa estar sempre atento ao entorno, tanto dos destinos quanto, 
especialmente, dos viajantes reais e potenciais, a fim de antecipar necessidades e oferecer as melhores 
soluções para as viagens de seus clientes.
Mudanças demográficas
O perfil demográfico e consequente estilo de vida passam por mudanças constantes no mun-
do; uma observação simples nas campanhas publicitárias atuais traz exemplos claros, tais como os di-
ferentes apelos das operadoras de telefonia celular ou os produtos alimentícios de preparo cada vez 
mais simples e rápido. Nos últimos cem anos, a concentração em áreas urbanas, a inserção da mulher 
no mercado de trabalho, a necessidade de constante atualização e busca do conhecimento, as faci-
lidades de comunicação e de acesso à informação trouxeram reflexos e alterações nas preferências 
dos viajantes.
A observação dos mais de seis bilhões de habitantes do planeta (GEE; FAYOS-SOLÁ, 2003, p. 35) 
leva a crer que quatro grupos bem definidos estarão presentes nas considerações dos profissionais de 
turismo, nos próximos anos:
há uma parcela da população que apresenta entrada tardia no mercado de trabalho, por ne-::
cessidade de obtenção de educação formal, com consequente retardamento da formação de 
família. Esses jovens adultos (18 a 34 anos, segundo a OMT), constituem o grupo dominante 
de viajantes, saindo ora sozinhos, ora com amigos ou colegas de trabalho; 
outro segmento populacional em crescimento no mercado de viagens são os aposenta-::
dos, em geral com mais de 60 anos. Diferentemente da geração de seus pais, vários tive-
ram poucos ou nenhum filho e se prepararam ao longoda vida produtiva para seguir com 
seus padrões habituais de consumo, sem maiores responsabilidades em manter ancestrais 
ou descendentes;
o mercado familiar também apresenta potencial de crescimento, com duas rendas por domicí-::
lio, menor número de filhos e necessidade de tempo com qualidade de convívio; 
ainda criando contornos próprios, está um grupo originário da sociedade pós-moderna, com ::
famílias não tradicionais, singles por opção, casais sem filhos, todos em busca de satisfação, 
com vidas nas quais ficou difícil separar trabalho do lazer6.
Avanços tecnológicos
Para o avanço do turismo, um dos setores que apresenta maior desenvolvimento desde meados do 
século passado, é o de transportes. Seja no aéreo, já com adiantados testes de aeronaves como o Airbus 
A380 que poderá transportar 555 passageiros em três classes de serviços ou até 800 em classe única, no 
ferroviário, com trens de alta velocidade ou no rodoviário com a popularização do automóvel. 
Em comunicações e sistemas de informação, os CRS (Central Reservations Systems) e os GDS 
(Global Distribution Systems), além de todos os recursos da internet, alteram o cenário de distribuição 
em turismo. No passado, o cliente recorria às agências de viagens que detinham a comunicação com 
boa parte dos prestadores de serviços e conseguiam informar e fazer reservas em meios de transpor-
te, hospedagem e demais serviços por intermédio de seus computadores conectados via GDS aos 
diferentes sistemas de reservas (CRS) dos fornecedores – companhias aéreas, redes hoteleiras, loca-
doras de automóveis7, seguradoras. Na atualidade, há agências online – Expedia, Travelocity, Decolar; 
mecanismos de busca específicos para serviços de viagens – Kayak, Sidestep, redes globais para aten-
der a clientes corporativos – G21, FCm Travel Solutions, Carlson Wagonlit, American Express Travel, BCD, 
Hogg Robinson, sites de companhias aéreas, hotéis, locadoras de automóveis, enfim, a informação 
está à disposição do consumidor. A intermediação passa por radicais mudanças, atrelando tecnolo-
gia a serviços mais consultivos. 
A convergência de meios de comunicação afeta positivamente o turismo com diversas soluções, 
como códigos de confirmação de voos, check-in via web, pagamentos pelo celular, espaços de informa-
ções no Second Life8.
Transformações políticas
Tanto núcleos emissores quanto receptores têm relação direta com transformações políticas que 
podem incentivar ou não o fluxo de visitantes. Com todos os atrativos culturais e religiosos existentes 
no Oriente Médio, há resistência dos viajantes, especialmente com finalidade de lazer, em visitar áreas 
de potencial conflito político. Regiões com muitas restrições a viagens no passado apresentam mudan-
ças radicais com a globalização; países do Leste Europeu e a China avançam rapidamente no setor de 
turismo, com fluxo regional expressivo.
6 Algumas sugestões de leitura sobre sociedade pós-moderna: <www.espacoacademico.com.br/035/35eraylima.htm> e <www.nead.una-
ma.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/168.pdf>.
7 Visite sites como <www.expedia.com>, <www.travelocity.com>, <www.decolar.com>, <www.kayak.com>, <www.sidestep.com> para 
conhecer os serviços oferecidos e para estar atualizado, pois seus clientes também têm acesso aos mesmos.
8 Espaço de realidade virtual que pode ser acessado por <www.secondlife.com>. Há destinos e serviços turísticos à disposição e poderá ser 
poderosa ferramenta de comunicação com os milhões de usuários já cadastrados.
26 | Padrões e tendências em viagens
27|Padrões e tendências em viagens
Turismo sustentável e meio ambiente
Se diversos indicadores são positivos na demonstração do crescimento do setor de viagens, 
com aumento real e potencial do número de deslocamentos, sempre existirá a preocupação de turis-
mo sustentável. 
Em sentido amplo, sustentabilidade pode ser entendida como a sobrevivência independente dos 
negócios de um setor. No caso de turismo, habituado, no passado, a esperar e depender das verbas e 
ações públicas, há necessidade de gestão profissional para assegurar a manutenção e o crescimento das 
empresas existentes. Alianças, parcerias, captação de investimentos, fusões, aquisições são rotinas do 
ambiente empresarial que ocorrem também no turismo.
Associado ao crescimento, também surgem as questões ambientais, com o turismo agindo ora 
como herói, ora como vilão em relações bastante frágeis, de difícil mensuração e tomada de decisão. 
O ecoturismo, por exemplo, pode ser interpretado, em um primeiro momento, como forma de propor-
cionar a preservação de determinados ambientes, mas, caso existam erros no cálculo da capacidade de 
carga de determinado atrativo, haverá degradação ambiental. 
Segurança e saúde
O fluxo cada vez maior de pessoas se deslocando traz preocupações quanto à disseminação de 
epidemias e o receio de que se transformem em pandemias. Questões como a disseminação da aids e 
da gripe aviária por intermédio dos viajantes preocupam os profissionais da saúde. Também a questão 
de produtividade em viagens de negócios ou o pleno aproveitamento das viagens de lazer podem es-
tar relacionadas à boa condição física do viajante e a seu preparo para eventuais imprevistos. Existem 
pesquisas em andamento sobre a saúde do viajante; seguradoras e empresas de diagnóstico oferecem 
produtos para turistas9; há orientações sobre procedimentos para usuários de medicamentos específi-
cos em viagens, enfim, diversos sinais de preocupação quanto à saúde dos viajantes.
Os aspectos de segurança também interferem na definição de fluxo turístico. A cidade de São 
Paulo, entre outras, estabeleceu um serviço de polícia especial para o turista, com atendimento em 
outros idiomas, localizado em regiões mais frequentadas por visitantes estrangeiros. Como muitos 
viajantes levam consigo computadores pessoais, há necessidade de proteção a dados, além da segu-
rança física. 
Quando um destino apresenta enfermidades em larga escala ou episódios que evidenciem falta 
de segurança, pode existir evasão de turistas, notadamente os de lazer.
Desenvolvimento de recursos humanos
Um dos elementos frequentemente encontrados em discursos de políticos e defensores do turis-
mo para alguma localidade é a absorção intensiva de mão de obra. A consequência dessas tomadas de 
posição, a fim de que não se tornem falácias, é a necessidade de formação da comunidade local para 
que atenda aos requisitos dos empregadores do setor de turismo. Na atualidade e em uma projeção 
9 Veja mais informações em <www.fleury.com.br>. Essa empresa oferece diagnósticos específicos para viajantes.
para o futuro, não bastará preparar as pessoas para executarem determinadas tarefas; a prestação de 
serviços se insere em um conjunto de atividades que requerem profissionais engajados na manutenção 
de seu trabalho, de sua comunidade e de seu mundo:
A Humanidade deixou de constituir uma noção apenas biológica e deve ser, ao mesmo tempo, plenamente reconheci-
da em sua inclusão indissociável na biosfera; a Humanidade deixou de constituir uma nação sem raízes: está enraizada 
em uma “Pátria”, a Terra, e a Terra é uma Pátria em perigo. (MORIN, 2002, p. 114)
Tendências do mercado turístico
Além da análise de fatores externos que possam trazer danos ao desenvolvimento do turismo, 
caso não sejam observados e ações não sejam previstas, há tendências que sinalizam alterações no mer-
cado, quer por parte dos consumidores quanto dos concorrentes, que precisam ser constantemente 
acompanhadas. Um bom paralelo é o setor de moda. Uma rede de varejo que não acompanhe as ten-
dências da estação pode ficar com todo seu estoque parado, já que os clientes, fortemente influencia-
dos pela mídia, não encontrarão os produtos que os deixarão com a sensação de estarem atualizados.
Mudanças nas preferências dos consumidores
Com o avanço tecnológico proporcionado por conexão em tempo real, há dificuldade de separar 
claramente tempo de trabalho de tempo de lazer. Os hotéis urbanos retomam árease atividades de la-
zer e os resorts não podem prescindir de excelentes business centers e conexões rápidas à internet10.
As férias pagas, aplicadas em vários países, ainda é pleito em diversas partes do mundo. A redu-
ção das jornadas de trabalho para absorção de mão de obra desempregada é uma realidade em países 
desenvolvidos. 
A população envelhece com mais qualidade de vida que no passado, além de procurar se progra-
mar para garantir a independência financeira.
Há tendência ao aumento da procura por viagens de lazer, ainda que curtas para os jovens que bus-
quem certa evasão do cotidiano pressionado por constante conexão ao trabalho, bem como viagens mais 
longas, com custos moderados, para os aposentados. Na prática, os antigos padrões de back-to-back11 de 
uma semana precisarão passar por revisão de critérios para atender às preferências dos consumidores.
Desenvolvimento de produtos da concorrência
Os modelos tradicionais de negócios, quando têm êxito, levam a posturas de acomodação e de 
descaso com a concorrência. Na atualidade, há oferta diversificada e constantemente em evolução. 
Quantos modelos de celular havia na década de 1990? Quais eram as cores de tênis naquele período? 
Quais eram os destinos turísticos mais populares?
10 Visite o endereço <www.futurefoundation.net/index.php> para conhecer alguns dos estudos realizados, bem como conhecer e antecipar 
tendências dos consumidores.
11 Back-to-back: denominação comum dos programas modulados por semana, com voos fretados que levavam os novos visitantes e traziam 
para o local de domicílio aqueles que estavam em determinado destino.
28 | Padrões e tendências em viagens
29|Padrões e tendências em viagens
Há desenvolvimento turístico no Vietnã, no Camboja, nos países centrais da ex-União 
Soviética, em nações no sul da África, em locais antes considerados quase inóspitos, como Dubai, 
nos Emirados Árabes. 
No Brasil, seguem os roteiros tradicionais, como Serras Gaúchas/RS, Rio Quente/GO, Cataratas do 
Iguaçu/PR, mas, atentos à concorrência, procuram agregar novos serviços, tais como esportes radicais, 
golfe, spas, recreação infantil.
Texto complementar
Discussão: qual será o impacto da gripe aviária no turismo?
Gripe aviária, tire suas dúvidas
(HOSPITAL ALBERT EINSTEIN, 2007)
A gripe aviária, conhecida também como gripe do frango, está batendo às portas de vários 
países. E apesar desse ser um assunto recorrente na imprensa, nos últimos tempos, ainda existem 
muitas dúvidas sobre o que pode ou não acontecer. As pessoas correm riscos se comerem carne de 
frango? Quais as chances reais dessa doença chegar ao Brasil? Viagens ao exterior devem ser evita-
das? As respostas para essas e outras questões são respondidas pelo Dr. Jacyr Pasternak, médico in-
fectologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
O que é e como surgiu a gripe aviária?
A gripe aviária é uma doença provocada pelo vírus influenza H5N1. Surgiu inicialmente em 
Hong Kong, em 1996. Na ocasião, houve um enorme esforço de saúde pública, mas milhares de aves 
morreram devido à doença. O surto parecia ter sido interrompido mas, em 2003, a doença voltou a 
se espalhar, inicialmente pela Ásia. Hoje, apesar de ainda atingir fundamentalmente aves domésti-
cas e selvagens, a doença está presente em 36 países da Ásia, África e Europa. Em todo o mundo há 
cerca de 150 casos de gripe em humanos, com um número bem razoável de mortes.
Como acontece a contaminação nos seres humanos?
Todas as pessoas que contraíram a gripe até agora, estiveram em contato com aves doentes e 
foram contaminadas pelo mesmo vírus causador da gripe nos animais. Ainda não há nenhum caso 
de contágio entre humanos. Em 1999, a OMS (Organização Mundial da Saúde) criou uma escala com 
as diversas fases de evolução do vírus, com o objetivo de avaliar a chegada de uma epidemia mun-
dial, a pandemia. Por essa escala, a gripe aviária está na fase 3, quando o vírus presente em animais 
começa a infectar humanos. Ao todo são seis fases. Na última, a transmissão entre humanos aconte-
ce com muita facilidade, como foi o caso da gripe espanhola.
É possível que a gripe aviária chegue ao Brasil?
O risco de a gripe chegar ao Brasil é muito pequeno. Aves selvagens migram na vertical, do 
norte para o sul, ou seja: as das Américas migram nas Américas e não se misturam com as da Euro-
pa. Ainda assim, é importante estar atento, pois uma ave doente pode ser trazida ao país. Por conta 
disso, o Brasil fechou suas fronteiras para a importação de plumas. Caso seja constatado que a gri-
pe está sendo transmitida de humanos para humanos, aí a precaução deve ser redobrada. Se uma 
pessoa viajar para a África, por exemplo, contaminar-se com o vírus e viajar de avião, no período de 
incubação da gripe que ocorre entre o terceiro e o quinto dia após a contaminação, pode transmitir 
a doença para outras pessoas.
Por que a OMS está tão preocupada com a possibilidade de uma pandemia?
A OMS está de olho no avanço da gripe aviária em outras fronteiras, pois epidemias mundiais 
de gripe, as pandemias, podem provocar altos índices de mortalidade. Em 1918, a gripe espanhola 
matou mais gente que a Primeira Guerra Mundial. O último registro de uma pandemia foi em 1968, 
quando ocorreu a gripe de Hong Kong. Como as pandemias acontecem, geralmente, a cada 40 
anos, é possível que uma nova pandemia esteja próxima. 
Viagens ao exterior devem ser evitadas?
Não. É preciso ficar atento apenas à possibilidade de contato com as aves nos países onde a 
existência da contaminação foi comprovada. Isso sim deve ser evitado. Como ainda não há contami-
nação entre humanos, o risco de contagio é baixo. 
É perigoso comer carne de aves ou ovos?
Não, desde que, tanto a carne de ave e os ovos, estejam cozidos. Temperaturas acima de 70 
graus matam o vírus. É importante evitar comer carne crua. 
Como o Brasil está auxiliando na pesquisa da vacina e na prevenção de uma pandemia?
Laboratórios de saúde pública brasileiros, como o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e a Fiocruz 
(Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, participam de uma vigilância mundial. Temos capaci-
dade plena de detectar o vírus H5N1 se ele aparecer por aqui. Além disso, o Instituto Butantã tem 
condições de fazer a vacina, se for necessário.
30 | Padrões e tendências em viagens
31|Padrões e tendências em viagens
Atividades
1. Trabalho em grupo: quais são os fatores externos que afetam o turismo emissivo em seu local de 
residência?
2. Trabalho em grupo: descrevam três destinos que concorrem com o Brasil, no turismo internacional.
3. Trabalho em grupo: listem cinco ações necessárias para que o Brasil passe a figurar na lista dos 
dez países com maior número de visitantes.
Gabarito
1. Obter uma lista com itens que contemplem mudanças demográficas; avanços tecnológicos; trans-
formações políticas; turismo sustentável e meio ambiente; segurança e saúde e desenvolvimento 
de recursos humanos, no local de residência do grupo.
2. As respostas podem ser várias, tais como países do Caribe, Estados Unidos, Argentina, Portugal, 
Espanha, México.
3. O mais importante será a discussão dos alunos e a reflexão que o exercício provoca. As respostas 
esperadas são ações para:
 a) Desenvolvimento de recursos humanos: educação, treinamento.
 b) Turismo sustentável e meio-ambiente: conscientização turística, controle do número de visi-
tantes.
 c) Segurança e saúde: iniciativas públicas e privadas que melhorem os dois setores no país.
 d) Transformações políticas: maior envolvimento do poder público nas questões do turismo.
 e) Avanços tecnológicos: inclusão digital da população.
 f ) Mudanças demográficas: adequar o país para receber jovens, idosos, famílias tradicionais e 
não tradicionais.
32 | Padrões e tendências em viagens
Serviços de transporte
Introdução
O objetivo desta aula é entender o desenvolvimento dos meios de transporte e seu papel em 
Turismo. O profissional de turismo deve identificar aspectos importantes do transporte aéreo, terrestree marítimo, bem como seus desafios, já que é um dos componentes essenciais para que se realize uma 
viagem.
Se o senso comum indica que viajar é o ato de se deslocar, naturalmente, os serviços de transpor-
te adquirem papel primordial para tal ação. O turismo, de fato, não ocorre sem os meios de transporte. 
Por mais que a tecnologia em comunicações avance, como no caso da internet, e se possa pensar em “e-
turismo” ou turismo virtual, nada substituirá a efetiva ida aos locais escolhidos.
Breve histórico do transporte de passageiros1
O homem se desloca desde os primórdios quando buscava alimentos, segurança ou clima 
mais adequado. Tais situações não constituíam atividades de turismo, mas, certamente, deram iní-
cio ao hábito do deslocamento e a consequente evolução de tecnologia, produtos e serviços atu-
almente existentes.
A utilização de animais como meio de transporte e, posteriormente, como tração, trouxe mais 
mobilidade e a possibilidade de pensar em deslocamentos mais longos. A navegação também contri-
buiu para a conexão entre diferentes destinos, em especial aqueles cujo acesso terrestre fosse dificulta-
do pela presença de desfiladeiros, geleiras, altas montanhas e outras barreiras naturais.
1 Baseado em Gee e Fayos-Solá (2003, p. 43-45).
Os primeiros meios de transporte para o turismo
A evolução do transporte terrestre avançou pouco até o início do século XIX. A utilização de cava-
los e a criação de carruagens e diligências em linhas regulares não reduziram o desconforto para os pas-
sageiros, já que rodavam em estradas sem pavimentação, em veículos sem suspensão.
A urbanização ocorria em locais portuários, e o transporte aquático foi o dominante do século XVI 
até o início do século XIX, tanto para o transporte de tropas e armamentos quanto para os passageiros, 
incluindo os jovens participantes do Grand Tour2.
A Revolução Industrial trouxe a tecnologia das máquinas movidas a vapor, rapidamente adap-
tadas para os navios (vapores) e para as ferrovias. É a primeira etapa de transporte de passageiros em 
maior número de pessoas e com maior conforto. No final do século XIX, os trens dominavam o transpor-
te terrestre de passageiros e possibilitaram a conexão de cidades que não estavam à margem de rios e 
oceanos. O britânico Thomas Cook3 foi o pioneiro na organização de uma viagem turística por trem, le-
vando cerca de 500 pessoas de Leicester para um encontro sobre alcoolismo em Loughborough.
O Orient Express4 conectou Paris a Istambul, em 1883, e Londres a Istambul, em 1913. Nos Estados 
Unidos, de dimensões continentais, as ferrovias passam a ter papel preponderante no transporte de 
passageiros e as estações ferroviárias constituíam referências importantes em várias cidades, cercadas 
de hotéis, restaurantes e outros serviços para os viajantes.
O aperfeiçoamento da utilização do vapor em navios permite, no final do século XIX, que grandes 
navios para uso transatlântico pudessem surgir, cruzando o Atlântico em cerca de quatro dias.
Automóveis e companhias aéreas
No início do século XX, também, Henry Ford desenvolve o automóvel com motor de combustão 
interna. Depois, parte para processos produtivos que permitiram a produção de veículos acessíveis a 
uma parte da população. Ano após ano, o automóvel, meio de transporte que permitia maior liberdade 
de locomoção, sem estar afeto aos horários dos trens, ganha espaço na preferência dos consumidores. 
Em países como Estados Unidos e Alemanha, houve, por parte do poder público, o compromisso do de-
senvolvimento de sistemas rodoviários para permitir a circulação desse novo meio de transporte.
No início do século XX, também ocorrem os primeiros voos, com duas vertentes que geram con-
trovérsia até a atualidade: os Irmãos Wright, nos Estados Unidos, e o brasileiro Alberto Santos Dumont, 
na França. Independentemente das defesas para cada voo, ficou o fato de que eles alteraram definitiva-
mente o cenário dos viajantes. 
Por razões bélicas, já que o mundo viveu duas guerras na primeira metade do século XX, houve o 
rápido desenvolvimento de aviões e sistemas de detecção e comunicação (radares, rádios). Os conhe-
cimentos adquiridos foram aplicados posteriormente nas aeronaves para transporte de passageiros e 
para melhoria do serviço postal. 
2 Viagens realizadas por jovens da nobreza durante o Renascimento.
3 Mais informações sobre esse empreendedor do Turismo em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Cook> e em <www.thomascook.com/
content/about-us/thomas-cook-history/thomas-cook-history1841-2001.asp>.
4 Orient Express existe como companhia de produtos diferenciados e seu endereço é <www.orient-express.com/web/luxury/luxury_travel.jsp>.
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Transportes turísticos na atualidade
Serviços ferroviários
A popularização do automóvel e a evolução do transporte aéreo trouxeram a redução da parti-
cipação de ferrovias como meio de locomoção de turistas. Esse é um meio de transporte que depen-
de da existência e da manutenção das linhas com trilhos que variam de tamanho, o que não permite 
a integração de diferentes companhias e encarece sua conservação. Há aspectos como clima, solo e 
erosão que dificultam ainda mais os processos de reparos. Ainda assim, há regiões no mundo, como 
Europa e Ásia, onde os trens são parte integrante das alternativas para o viajante. A melhoria de insta-
lações, com carros-leito, restaurantes, bares, procura manter o atrativo desse tipo de viagem. Muitos 
turistas, quando vão à Europa, adquirem o Eurail Pass5, cujo slogan é “O melhor jeito de conhecer a 
Europa” e cobre 25 países.
Viagens de automóvel e transporte em terra
Especialmente em países como o Brasil, com a presença de diversas montadoras, os automóveis 
têm um papel preponderante no turismo:
qualidade dos veículos:: : cada vez mais, os automóveis trazem tecnologia e itens de segurança, 
além de diversas propostas como maior espaço para bagagem, entretenimento para crianças, 
mapas por GPS;
custo acessível:: : o crédito para a aquisição de veículos de passageiros é fácil de ser obtido e 
apresenta taxas de juros atraentes;
conveniência:: : permite decidir viagens de última hora, sem maior planejamento ou reserva 
antecipada;
flexibilidade:: : caso os viajantes prefiram alterar o itinerário da viagem, podem tomar ações 
sem que interfiram na experiência de outras pessoas, o que não ocorreria se estivessem em al-
gum meio de transporte coletivo.
A locação de automóveis, bastante popular nos Estados Unidos e na Europa, com ofertas 
combinadas como o Fly and Drive6, ainda é incipiente no Brasil, com grande potencial, portanto, de 
crescimento. Certamente, o avanço dessa modalidade depende de fatores culturais, de infraestrutura – 
estradas, segurança, sinalização – e de custo. Há países onde tais serviços são tão populares que o alu-
guel do veículo por um dia custa menos que o táxi do aeroporto até a área urbana.
Os ônibus, micro-ônibus e vans são alternativas para o transporte terrestre, especialmente quan-
do ocorrem viagens em grupo. Segurança e conforto são itens constantemente aprimorados para asse-
gurar que tais veículos sigam existindo. O espaço para bagagem, a dimensão das poltronas e a distância 
entre as mesmas, além de correto funcionamento de sistemas de áudio e vídeo, sanitários (quando exis-
tam) e mão de obra qualificada são algumas das preocupações.
5 Informações adicionais no endereço <www.eurail.com/?gclid=CK7e_ae3mI0CFQIpFQodTWYA5w>.
6 Fly and drive: produto que combina passagem aérea e locação de automóvel para utilização no destino.
Apesar de pouco utilizados no Brasil, os trailers são uma boa opção para que se combinem trans-
porte e hospedagem. Funcionam bem em locais com boa malha rodoviária e estrutura de apoio. Nos 
países onde tal alternativa é popular, há serviços especiais de locação do equipamento, com sugestões 
de roteiros, mapas com a localização de serviços como campings, postos de abastecimento e limpeza e 
normas de preservação ambiental.Transporte marítimo e fluvial
Os navios perderam a prerrogativa de transporte e assumiram a posição de atrativo turístico, ofe-
recendo produtos denominados Cruzeiros. O deslocamento é apenas parte dos serviços oferecidos; 
apesar de parar em diversos portos, dando a oportunidade de que os passageiros desembarquem e co-
nheçam lugares diferentes, as opções a bordo são muito importantes.
Nos modernos navios de cruzeiro, as cabines, apesar de pequenas, oferecem toda a segurança e 
o conforto dos melhores hotéis; restaurantes e bares constituem atrações por si, com variedade e fartu-
ra; entretenimento com cassinos, shows, atividades de recreação, cursos rápidos, áreas para práticas es-
portivas diversas; business centers e conexão segura e rápida à internet, enfim, um leque de serviços para 
atender a grupos bastante heterogêneos de viajantes.
As grandes companhias de cruzeiros procuram operar no Mediterrâneo durante a primavera e o 
verão; no Hemisfério Norte e em outras regiões, como o Caribe e a América do Sul, no outono e no in-
verno. Com isso, proporcionam alternativas para todo o ano.
Em mercados emergentes, como o caso do Brasil, a popularização dos cruzeiros pode ser inter-
pretada, num primeiro momento, como uma ameaça a outros negócios, como os resorts. Com o ama-
durecimento do mercado, haverá a compatibilização de oferta. Em outras regiões do mundo, como o 
Caribe, há complementaridade de cruzeiros e resorts, com interessantes combinações de produtos.
Com pequena participação, há o transporte fluvial. No Brasil, programas de visita à Amazônia ou 
ao Pantanal não seriam possíveis sem as embarcações menores que os navios de cruzeiro, que con-
seguem chegar a locais de natureza preservada ou, caso seja um roteiro de pesca, que tenha a mobi-
lidade para entrar por canais mais estreitos. Na região do Pantanal, há barco-hotéis que transportam, 
hospedam e dão os serviços de apoio para grupos de pesca, ecoturistas, observadores de pássaros 
em visita à região. Também em casos como a Festa do Boi, em Parintins, servem como complemento à 
oferta hoteleira, insuficiente para atender a todos os visitantes. Nessas embarcações, há botes peque-
nos, para até quatro pessoas, movidos a motor de popa, que permitem o acesso a igarapés, grutas e 
pequenos cursos d’água.
Transporte aéreo
Para o turismo internacional, o transporte aéreo é a conexão mais importante entre os turis-
tas e os destinos. Os assentos em voos regulares são reservados para destinos de menor demanda ou 
na baixa temporada. Os voos charter – locação de aeronaves e compra antecipada de certa quantida-
de de lugares – são os que realmente possibilitam a massificação de destinos e a orientação de fluxo. 
Habitualmente, um atacadista de turismo loca aeronaves para certas datas, com destino predefinido; a 
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partir da disponibilidade do meio de transporte, canalizam esforços para a venda de lugares para os ro-
teiros cobertos pelos voos que programaram, utilizando publicidade, merchandising e outras técnicas 
de comunicação.
Nas décadas de 1960 e 1970, houve o crescimento das chamadas companhias aéreas tradicionais. 
Cada grande nação do mundo possuía uma “companhia de bandeira”, muitas vezes subvencionada pelo 
Estado. As constantes variações do mercado de petróleo tiveram reflexos nesse modelo de negócios. 
Entre os anos 1980 e 1990, as companhias foram privatizadas e precisaram passar por mudanças para 
viver em mercados de livre concorrência. Várias tiveram problemas, faliram, desapareceram.
Surge o espaço para outro modelo de negócios: as LCC (low cost carriers), com casos de sucesso, 
como JetBlue, Gol e Easy Jet. Decidiram operar com frotas de aviões novos, iguais, com serviços automati-
zados, controle estrito de gastos e foco em transporte, com consequente redução do preço por pessoa.
“A atitude dos consumidores empresariais e turistas quanto à maneira de viajar, e os custos que 
aceitam pagar, é cada dia mais surpreendente e desconhecida pelas grandes companhias tradicionais 
(BENI, 2003, p. 35).”
As companhias tradicionais tentam adaptar seus modelos para concorrer nesse cenário, mas suas 
estruturas, na base, não partem dos princípios de racionalização de gastos das LCC. Houve decisões tais 
como, eliminação da primeira classe e melhoria da classe executiva; alianças estratégicas, como One 
World, Star Alliance e Skyteam; mudanças nos programas de fidelidade.
Os acontecimentos de 11 de setembro de 2001, com atentados envolvendo aviões comerciais, e 
outros episódios terroristas em Londres e Madri, trouxeram novo conjunto de mudanças. As questões 
de segurança, tanto em aeroportos quanto nas aeronaves, requereram maior controle, regulamentação 
complementar e inúmeras restrições aos consumidores.
O crescimento do número de passageiros, o tempo maior para as verificações de segurança, 
maior número de companhias aéreas atuando com mais voos provocam superlotação nos aeroportos 
em todo o mundo. Decisões aparentemente simples como proibir isqueiros em voos para os Estados 
Unidos ou recipientes com mais de 30ml na bagagem de mão provocam o aumento do tempo de verifi-
cação por passageiro. Qualquer atraso, seja por questões meteorológicas, por falta de pessoal, por deci-
sões administrativas, provoca caos nos aeroportos, irritação nos passageiros e sensação de impotência 
nos funcionários das companhias aéreas, além do aumento de custos de viagem por cobertura de des-
pesas não previstas, tais como alimentação, hospedagem, transporte local.
Regulamentação, desregulamentação e desafios no setor de transportes
O tráfego aéreo sempre foi altamente regulamentado, quer por questões políticas de protecio-
nismo, conexão entre países e o fato de voar sobre os mesmos, quer pelos altos custos envolvidos e os 
aspectos de segurança. Até o início dos anos 1980, os preços dos bilhetes eram padronizados, os voos 
só aconteciam após inúmeras aprovações e com reciprocidade. Os sistemas de reservas – GDS (Global 
Distribution Systems) – eram ferramentas indispensáveis até o final dos anos 1990.
Há inúmeras pressões para a desregulamentação, ocasionadas pela consciência da importância 
do turismo e os danos provocados por políticas protecionistas; a crescente privatização das companhias 
aéreas; as fusões e alianças entre empresas; aceitação de propriedade estrangeira; abrangência de co-
municação depois da internet. 
Alguns desafios para todo o setor de transportes são:
planejamento de frotas::: racionalização com escolha de equipamentos similares; maior utili-
zação da capacidade instalada;
congestionamento: :: estradas, terminais de passageiros, sistemas de concessão de vistos, va-
cinas e alfândega;
segurança e proteção: :: aumento de segurança nem sempre leva a ações prazerosas, como as 
revistas minuciosas na bagagem tanto despachada quanto na de mão, para embarque nos ae-
roportos;
impactos ambientais: :: controle e redução por utilização de combustíveis não fósseis, educa-
ção dos usuários, reposição de oxigênio devido à produção de CO2 (Gás Carbônico), utilização 
de capacidade máxima de cada meio de transporte.
Como se pode observar, há diversas oportunidades de encaminhamento de soluções nes-
se setor vital para a existência do turismo e se espera que cada profissional, em seu cotidiano, leve 
em conta seu papel como agente de transformação, preocupando-se com os impactos que provo-
ca com sua atuação. 
Texto complementar
Discussão: que impactos uma aeronave como o Airbus A380 pode provocar no turismo?
Airbus A380 chega à Nova Iorque após primeiro voo transatlântico
(FOLHA ONLINE, 2007)
O Airbus A380 aterrissou nesta segunda-feira, por volta das 13h10 (em Brasília), no Aeroporto 
Internacional JFK, em Nova Iorque, após um voo de oito horas a partir do Aeroporto Internacional 
de Frankfurt, na Alemanha.
Dois aviões saíram de Frankfurt: o que chegou a Nova Iorque com 483 pessoas a bordo – entre 
funcionários da Airbus e da Lufthansa e jornalistas – ;o outro avião seguiu para o Aeroporto Interna-
cional de Los Angeles, também conhecido como LAX, mas sem passageiros.
O voo para o LAX foi realizado a fim de efetuar testes de compatibilidade do novo avião com o 
aeroporto em parceria com autoridades do controle aéreo americano e representantes da compa-
nhia australiana Qantas Airways.
Com 80 metros de envergadura (distância entre a ponta de uma asa até a ponta da outra), 73 
metros de comprimento, 24 metros de altura, 560 toneladas de peso e autonomia de 14 800km de 
voo, o novo avião foi projetado para transportar 555 passageiros – mas, com mudanças em seu in-
terior, pode receber mais de 800 passageiros.
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O avião que pousou hoje em Nova Iorque deve seguir amanhã para o aeroporto O’Hare, em 
Chicago e de volta para o JFK, antes de seguir viagem de volta para Frankfurt, na quarta-feira (21).
No próximo dia 24, o avião que chegou a Nova Iorque deverá fazer um voo para Hong Kong e, 
no dia 25, irá novamente para os EUA, para pousar no Aeroporto Internacional de Washington.
Segundo a Airbus, o objetivo dos testes é ajustar os controles internos do avião em condições 
reais de voo em uma série de escalas. O A380 deve entrar em operação no fim deste ano.
“Depois de levar o A380 para muitos aeroportos na Europa, no Oriente Médio, na Ásia, Austrá-
lia e África, estamos prontos a apresentar o avião aos americanos”, disse em um comunicado o vice-
-presidente-executivo do programa A380, Mario Heinen.
A primeira entrega do novo Airbus deverá acontecer em outubro deste ano, para a Singapore 
Airlines. Os certificados da EASA (Agência Européia de Segurança Aérea, na sigla em inglês) e da 
americana FAA (Administração Federal de Aviação, na sigla em inglês) foram emitidos em dezembro 
do ano passado.
A Airbus registrou uma série de cancelamentos de pedidos do novo Airbus no ano passado, de-
vido aos atrasos na produção – o programa A380 está com um atraso de dois anos. Segundo a em-
presa, agora há 15 clientes para o novo avião, com 166 pedidos firmes.
Em setembro do ano passado, a Airbus realizou o primeiro voo-teste com o A380 com passa-
geiros – 474 empregados da empresa – para realizar os testes do ambiente na cabine dos pilotos e 
dos sistemas do avião com os passageiros a bordo.
Entre novembro e dezembro o novo avião da Airbus realizou uma série de voos pela Ásia em 
sua nova fase de testes, tendo pousado em aeroportos em Cingapura, Coréia do Sul, Japão e China. 
O avião ainda fez um voo-teste de Toulouse, na França, a Johannesburgo (África do Sul), e de lá para 
Sydney (Austrália).
Atividades
1. Trabalho individual: vá a um terminal de passageiros em sua localidade – pode ser aeroporto, ro-
doviária, estação de trem, porto – e fale com três pessoas que estejam chegando e não residam 
na cidade. Procure saber como foi o deslocamento no meio de transporte utilizado. Anote tudo e 
prepare uma síntese de cada conversa.
2. Trabalho em grupo: quais são os desafios do setor de transportes em sua localidade?
3. Trabalho em grupo: qual é o meio de transporte mais importante para o fluxo de turismo (emissi-
vo e receptivo) em sua localidade? Por quê?
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Gabarito
1. Esperam-se manifestações positivas (ou não) a respeito do meio de transporte em si e dos servi-
ços durante o percurso. É importante que o aluno faça três abordagens para conhecer manifesta-
ções e percepções diferentes, afinal, assim serão seus clientes, ao lidar com turismo.
2. Devem explorar, para os meios de transportes escolhidos: planejamento de frotas; congestiona-
mento; segurança e proteção; impactos ambientais.
3. Devem escolher um meio de transporte e analisar sua importância para o fluxo turístico local, seja 
emissivo ou receptivo.
 
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Serviços de hospedagem
Introdução
O objetivo desta aula é conhecer os principais meios de hospedagem e sua importância para o 
Turismo.
De resorts a bed & breakfast, os meios de hospedagem são parte integrante do imaginário das via-
gens, além de constituírem parcela importante da estrutura de gastos, sendo fator relevante na tomada 
de decisão por determinada viagem.
Se a OMT (apud GEE e FAYOS-SOLÁ, 2003, p. 18) considera que turista é o visitante que desfruta 
de pelo menos um pernoite em alojamento coletivo ou particular no lugar visitado, os serviços de hos-
pedagem ganham importância primordial da rotina do viajante. Também o setor de alimentação, mui-
tas vezes complementar ao alojamento, será motivo de reflexão.
Segundo Gee e Fayos-Solá (2003, p. 57-58), ao longo da história, os viajantes buscam descan-
so e um local para recuperar energias em casas e albergues abertos ao público. No auge do Império 
Romano, as estalagens se localizavam ao longo das principais estradas, atendendo funcionários do go-
verno e outras autoridades. No Oriente Médio e na Ásia, havia pequenos albergues nas rotas das carava-
nas e os peregrinos buscavam casas religiosas para descansar e recuperar-se em seu caminho. O termo 
hospitalidade é derivado de hospice, uma “casa medieval de descanso para viajantes”. Os serviços de ali-
mentação aos visitantes, oferecendo alimentos e vinho, fazem-se presente em diversos momentos da 
história, sem cunho necessariamente comercial.
Meios de hospedagem comerciais surgem no século XV, na Europa. No século XVI, algumas estala-
gens e tavernas da Inglaterra começam a servir refeições, com preços determinados e horários específi-
cos de funcionamento. Naquela época, tais negócios se atrelavam à crescente circulação de carruagens 
com transporte em linhas regulares. No final do século XVIII surgem as primeiras versões dos hotéis qua-
se no formato dos atuais, em Londres e em Nova Iorque; nessa mesma época, surgem os estabelecimen-
tos dedicados à alimentação, com a denominação “restaurante”.
Em 1898, César Ritz1 inaugura o Hotel Ritz, na Place Vendôme, em Paris. Suíço e com visão para ser-
viços com sofisticação, já havia aberto um restaurante em 1888, com o chef francês Auguste Escoffier2. 
Posteriormente, abriu os Hotéis Ritz em Londres e em Madri. Foi considerado o rei dos hoteleiros e o ho-
teleiro dos reis.
A evolução de meios de transporte como trens e navios trouxe a necessidade de aprimoramen-
to de serviços de hospedagem, com cabines e locais de refeições nos dois casos, ainda que restritos às 
classes que tivessem direito à utilização dos mesmos.
Durante o século XX, há evolução dos meios de hospedagem em todo o mundo, com diversi-
ficação de produtos para atender à demanda produzida pela crescente classe média e pelo turismo 
de massa.
Tipologia dos meios de hospedagem
Apesar de diversas tentativas de classificação de meios de hospedagem, nos diferentes países do 
mundo, não há uma tipologia que consiga definir, com precisão os diversos empreendimentos que têm 
como finalidade acolher o turista.
Na França, há o Guide Michelin, que classifica-os com casas; nos Estados Unidos, o American 
Automobile Association – AAA, com diamantes; no Reino Unido, com coroas; na Espanha, com estre-
las. No Brasil, havia a classificação mandatária por estrelas que passou para voluntária e a publicação do 
Guia Quatro Rodas traz, anualmente, os hotéis avaliados com casas. Também há iniciativas para grupos 
específicos de hotéis, como o caso dos membros do Roteiros de Charme, os quais respeitam regras pró-
prias que incluem um critério de avaliação e de classificação.
Com a internet, as avaliações diretas dos consumidores ganham mais espaço e credibilidade, pois 
são manifestações espontâneas, sem finalidade comercial3.
Para efeitos deste estudo, utilizar-se-á como base a tipologia apresentada por Walker (2002), no 
livro Introdução à Hospitalidade.
Hotéis urbanos
Um de seus diferenciais é a localização conveniente em relação aos atrativos locais, tanto para o 
turismo de negócios quanto de lazer. Devido ao atendimento desses dois segmentos, preocupa-se em 
oferecer facilidades

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