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PROBLEMA 5 LEUCEMIAS ❖ As leucemias são classificadas em quatro tipos → leucemias agudas e crônicas → linfoides ou mieloides; ❖ Leucemias agudas são geralmente agressivas, nas quais a transformação maligna ocorre em células-tronco da hematopoese ou em progenitores primitivos; ❖ Acredita-se que o dano genético envolva vários passos bioquímicos básicos, resultando em (i) aumento da velocidade de produção, (ii) diminuição da apoptose e (iii) bloqueio na diferenciação celular; - Juntos, esses eventos causam um acúmulo de células hematopoéticas primitivas, chamadas de células blásticas, (blastos). ❖ O aspecto clínico dominante da leucemia aguda é a insuficiência da medula óssea, causada pelo acúmulo de blastos, embora também costume ocorrer infiltração tecidual. Se não forem tratadas, as leucemias agudas são, via de regra, rapidamente fatais, porém, com o tratamento moderno, a maioria dos pacientes jovens consegue a cura da doença. ❖ As leucemias crônicas são distintas das leucemias agudas por terem progressão mais lenta. LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA (LMA) EPIDEMIOLOGIA ❖ Representa cerca de 80% das leucemias agudas do adulto; ❖ É rara na infância; ❖ Tem incidência de 3,4 por 100.000 habitantes, oscilando entre 1 e mais de 20 casos por 100.000, dependendo da idade, sendo mais frequente nos idosos acima dos 70 anos. FISIOPATOLOGIA ❖ Em geral, as leucemias agudas caracterizam-se pela proliferação rápida de um clone que também perde sua capacidade de diferenciação, com consequente acúmulo de células de aspecto citológico imaturo ou blastos no sangue periférico e na medula óssea; ❖ Proliferação exagerada do clone → inibição da hematopoese normal → anemia, plaquetopenia e neutropenia e nos sintomas secundários a tais citopenias,como cansaço, fraqueza,s índrome purpúrica e febre. ❖ A biologia da doença depende da idade; - Nos idosos, a doença é mais freqüentemente associada a síndromes mielodisplásicas ,mieloproliferativas, cariótipos de mau prognóstico e à expressão de fenótipos de resistência a múltiplas drogas. ❖ Fisiopatologia → grande quantidade de alterações moleculares que alteram os processos de regulação de proliferação, diferenciação, apoptose e reparo do DNA, entre outros; - O genoma de LMA contém uma média de 10 mutações dentro dos genes codificadores de proteína; - É possível encontrar mutações dos genes FLT-3, Rãs, CKit, P53, fusão dos genes PML-RARalpha, CBFbetaMYH11 e expressão exagerada de Bcl2, entre muitos outros; - Estas alterações se traduzem na proliferação descontrolada de um clone de células de linhagem mielóide → infiltração da medula óssea → falência. ❖ Algmas mutações, como em ASXL1, são frequentes em mielodisplasia e, quando encontradas em LMA, sugerem que se trate de caso secundário, originado de mielodisplasia; ❖ As mutações ocorrem em apenas um dos dois alelos para o gene e podem ser de “perda de função” ou de “ganho de função”. CLASSIFICAÇÃO ❖ A LMA é classificada de acordo com o esquema da Organização Mundial da Saúde (2008); ❖ Cerca de 60% dos tumores exibem anormalidades cariotípicas à análise citogenética e muitos casos com cariótipo normal têm mutações em genes, como nucleofosmina FLT3, (NPM1), CEBPA, DNMT3A, que têm significação prognóstica, mas que só são detectadas por métodos moleculares; ❖ São reconhecidos seis grupos principais de LMA: 1. LMA com anormalidades genéticas recorrentes: reúne subtipos com translocações cromossômicas ou mutações genéticas específicas. Em geral, esses distúrbios têm melhor prognóstico. 2. LMA com alterações relacionadas a mielodisplasias: Neste grupo, há sinais de mielodisplasia à microscopia em mais de 50% das células, ao menos em duas linhagens. O prognóstico desses pacientes é pior do que os do subgrupo anterior. 3. Neoplasias mieloides relacionadas a tratamento (t-LMA): surgem em pacientes que foram anteriormente tratados com fármacos, como etoposido ou agentes alquilantes. A resposta ao tratamento, em geral, é pobre. 4. LMA não especificada separadamente: Este grupo é definido pela ausência de anormalidades citogenéticas e constitui cerca de 30% de todos os casos. As mutações nos genes NPM1 e FLT3 são mais frequentes nos que têm citogenética normal. 5. Sarcoma mieloide: É uma doença rara que se assemelha a um tumor sólido, mas que é composta por blastos mieloides. 6. Proliferações mieloides relacionadas à síndrome de Down: Crianças com síndrome de Down têm um risco de leucemia consideravelmente aumentado. São 2 reconhecidas duas variantes: (i) mielopoese anormal transitória, na qual há uma leucocitose leucemoide autolimi- tada; e (ii) LMA. QUADRO CLÍNICO É decorrente de: ❖ Insuficiência hematopoética global → causado pelo acúmulo de células malignas na medula óssea; ❖ Falência medular → cansaço, fraqueza e palidez cutânea e de mucosas, decorrentes da anemia; - Quadro purpúrico caracterizado por petéquias, sangramento gengival e metrorragias; - Equimoses cutâneas secundárias a plaquetopenia; e processos infecciosos secundários a neutropenia; ❖ Infiltração de órgãos e tecidos pelo clone leucêmico, como discreta hepatoesplenomegalia, infiltração de gengivas com consequente hipertrofia gengival e, mais raramente,infiltração cutânea; ❖ Massa tumoral formada por mieloblastos acometendo coluna espinhal e órbita (evento raro); ❖ Leucostase → síndrome caracterizada por isquemia de múltiplos órgãos e por disfunção respiratória e do SNC. Associada a número elevado de blastos circulantes,habitualmente acima de 100.000/mm3. DIAGNÓSTICO ❖ O diagnóstico é feito pelo estudo do hemograma e do mielograma; - Hemograma → anemia, plaquetopenia e habitualmente leucocitose às custas de blastos, ou número normal ou diminuído de leucócitos normais com a presença de blastos; - Mielograma → medula inteiramente substituída por blastos. Na LMA, os blastos têm uma relação núcleo- citoplasma mais baixa, com cromatina frouxa, presença de vários nucléolos e citoplasma granular, com a presença de bastonete de Auer. ❖ É importante a demonstração da origem mielóide do blasto, já que isso define o prognóstico e o tratamento a ser feito; - Realizar imunofenotipagem dos blastos por meio de citometria de fluxo, na presença de certos marcadores ou antígenos de membrana, como CD13, CD14, CD33, que permitem definir a origem mielóide do blasto; - Na ausência de citometria de fluxo,deve ser feita a citoquímica dos blastos, pois a presença de grãos peroxidase positivos ou sudan black positivos ou uma reação de ANAE positiva permitem definir se o blasto é mielóide ou não,e ainda se há componente monocítico. ❖ Ao diagnóstico,também é necessário o mielograma para fazer cariótipo, já que,dependendo das anomalias cromossômicas encontradas, é possível classificar as leucemias mielóides agudas em três grupos prognósticos, assim como é necessária a pesquisa do gene BCR/ABL por PCR para, junto com o resultado do cariótipo, fazer o adequado planejamento terapêutico. FATORES PROGNÓSTICOS ❖ Os principais fatores prognósticos na leucemia mielóide aguda são: ❖ Idade: os pacientes com 60 anos ou mais têm pior prognóstico que os pacientes mais jovens; ❖ Quadro de mielodisplasia prévia ao diagnóstico ou tratamento quimioterápico anterior,especialmente com drogas alquilantes; ❖ Cariótipo; ❖ Ao diagnóstico, a presença de mutações no receptor de tirosina-quinase FLT3 confere pior prognóstico; ❖ Resposta à terapia de indução de remissão: os pacientes que entram em remissão completa têm sobrevida francamente melhor que os que não entram. Leucemia aguda de fenótipo misto Esses raros casos expressam marcadores tantode diferenciação mieloide como linfoide, ou nos mesmos blastos ou em duas diferentes populações. Em geral, há mau prognóstico. 3 TRATAMENTO TTO DE SUPORTE ❖ Inclui a inserção de um cateter venoso central, suporte hemoterápico e prevenção da síndrome de lise tumoral. ❖ Verificar se existe acesso venoso adequado; ❖ É bastante recomendável o uso de bombas de infusão; ❖ Paciente neutropênico febril → antes de começar a quimioterapia, é necessário iniciar antibióticos de amplo espectro; ❖ Para preservar a função renal → Hidratação adequada 3.000 mL de soro/m2 em 24 horas EV e usar alopurinol 600 mg/dia VO; ❖ Para evitar náuseas e vômitos → ondansentrom na dose de 8 mg antes da quimioterapia e a cada 12 horas após o término desta; ❖ Concentrados de plaquetas em forma profilática se o nível destas cair abaixo de 10.000/mm3 no sangue periférico; - A contagem de plaquetas deve ser mantida acima de 10 × 103/mL, e a hemoglobina, acima de 8 g/dL. ❖ No caso de pacientes com infecções fúngicas e em pacientes neutropênicos que permanecem febris apesar do uso de antibióticos de amplo espectro → fatores de crescimento,como G-CSF ou GM-CSF, está indicado. TERAPIA DE INDUÇÃO DE REMISSÃO COMPLETA ❖ Objetivo: diminuir a massa tumoral e restituir a hematopoese normal; ❖ Há várias décadas,a terapia-padrão para indução de todos os tipos de LMA (exceto a LMA M3) consiste no uso de: - Daunorrubicina (45 a 60 mg/m2/dia durante 3 dias, EV, em 60 minutos) e; - Citarabina (100 a 200 mg/m2/dia EV,de forma contínua durante 7 dias). ❖ Este ciclo pode ser repetido 14 a 28 dias após o início, se não for obtida uma remissão completa caracterizada por ausência de blastos, número normal de neutrófilos e plaquetas acima de 100.000/mm3 no sangue periférico,e presença de menos de 5% de blastos na medula óssea; ❖ A porcentagem de remissão completa obtida depende do cariótipo; ❖ Para a LMA M3,a adição de ácido all-transretinóico (ATRA) ao tratamento quimioterápico é mandatória, já que melhora a porcentagem de remissão completa obtida e diminui as complicações hemorrágicas. Segundo o INCA... Nas leucemias agudas, mesmo antes da confirmação diagnóstica é muito importante fornecer suporte clínico com hidratação venosa; antibióticos de amplo espectro com cobertura para pseudômonas aeruginosa nos casos de neutropenia febril; transfusões de hemocomponentes de acordo com as manifestações clínicas (hemácias em caso de anemia sintomática, plaquetas em caso de hemorragias e plasma fresco congelado em caso de alteração da coagulação e hemorragias) e uso de alopurinol para diminuir o risco de nefropatia aguda pelo ácido úrico. 4 TERAPIA PÓS-REMISSÃO ❖ Objetivo: após ter alcançado a remissão completa, evitar a recidiva da doença; ❖ Para os portadores de anomalias cariotípicas de bom prognóstico → 3 ou mais ciclos mensais de quimioterapia com citarabina em doses elevadas (3 g/m2 a cada 12 horas nos dias 1,3 e 5 do ciclo) é tratamento preconizado; ❖ Para os portadores de anomalias cariotípicas de prognóstico intermediário ou adverso, o tratamento de escolha nos menores de 60 anos de idade → um transplante alogênico com doador HLA-compatível na família ou; - Segunda opção → um doador HLA-compatível não- relacionado. ❖ Nos maiores de 60 anos ,a melhor opção, independentemente do cariótipo → citarabina em doses intermediárias (1,5 mg/m2 a cada 12 horas nos dias 1,3 e 5 do ciclo) por mais de um ciclo,conforme tolerância; - Nestes pacientes,é aconselhável fazer uso de GCSF ou GM-CSF após a quimioterapia para diminuir o número de dias em que o paciente fica neutropênico. ❖ Nos pacientes portadores de LMA M3, deve-se fazer uso de ATRA junto com a quimioterapia pelo menos durante 15 dias a cada 3 meses. TERAPIA DOS PACIENTES COM LMA E PRESENÇA DA TRANSLOCAÇÃO BCR/ABL ❖ Mesilato de imatinibe, na dose mínima de 600 mg/dia VO, durante pelo menos 30 dias, é capaz de induzir remissão completa em número apreciável de doentes que, após remissão hematológica, podem fazer, em melhores condições, um transplante de medula óssea alogênico ou quimioterapia, para consolidar a remissão e diminuir a chance de recidiva. LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA (LLA) EPIDEMIOLOGIA ❖ É a neoplasia mais frequente na infância; - Principalmente crianças entre 2 e 10 anos; - A incidência é máxima entre 3 e 7 anos, com 75% dos casos ocorrendo antes dos 6 anos. ❖ No adulto, sua incidência é menor, aumentando após os 40 anos de idade; ❖ É mais comum no sexo masculino; ❖ Nos USA, são diagnosticados mil casos novos por ano; ❖ Se não tratada, o paciente evolui para óbito rapidamente. FISIOPATOLOGIA ❖ A LLA se caracteriza pela proliferação clonal e pelo acúmulo na medula óssea e no sangue periférico de células imaturas denominadas linfoblastos; ❖ Essas células proliferam e ocupam a medula óssea inibindo o crescimento e a maturação normal dos precursores hematopoéticos da série vermelha,granulocítica e megacariocítica; ❖ A patogênese é variada; ❖ Uma proporção de casos de LLA da primeira infância inicia- se de mutações genéticas ocorridas durante o desenvolvimento in utero; - Estudos em gêmeos idênticos mostram que ambos podem nascer com a mesma anormalidade cromossômica (p. ex., t(12;21) translocação ETV6-RUNX1); - Presume-se que a anormalidade teria surgido espontaneamente em uma célula progenitora, que passou de um gêmeo a outro pela circulação placentária compartilhada. ❖ As crianças com alto nível de atividade social, principalmente as que vão precocemente para creches, têm uma incidência reduzida de LLA; ❖ Nas LLAs da infância, estão presentes, em média, 11 variações estruturais somaticamente adquiridas. ❖ Etiologia: 1) Contato com agentes químicos (benzeno, agrotóxicos,tintas, solventes); 2) Exposição a radiações ionizantes ou tratamento com quimioterapia por neoplasias prévias; 3) Vírus (EBV, HIV, HTLV1) podem estar presentes na etiologia das leucemias agudas; Leucemia promielocítica aguda é uma variante da LMA que apresenta a translocação cromossômica t(15;17). Costuma apresentar manifestações hemorrágicas iniciais e é tratada com ácido retinoico (ATRA) e arsênico ou quimioterapia. Transplante de células-tronco (TCT) alogênica: reduz a frequência de recidiva da LMA e é oferecido em primeira remissão em casos selecionados de risco intermediário e de alto risco. O TCT implica significativo risco de morbidade e mortalidade, de modo que não é indicado em casos de risco favorável, a menos que tenha havido recidiva. O transplante autólogo não confere benefício superior ao da quimioterapia pós-remissão. Recidiva: além de nova quimioterapia, em geral é feito TCT (pode até ser curativo), com condicionamento padrão ou reduzido, em pacientes que possam tolerar o procedimento e que tenham um doador apropriado. O trióxido de arsênio é útil no tratamento de recidiva da variante promielocítica. 5 4) Alterações cromossômicas, como a observada em crianças com síndrome de Down (+21), oferecem 20 vezes mais risco de o indivíduo desenvolver leucemia aguda em relação a outras crianças (4:1). ❖ A associação de um ou mais fatores induzem a uma desregulação do ciclo celular; ❖ Os protooncogenes podem sofrer mutações transformando-se em oncogenes devido a falhas nos sinais de transdução a partir do DNA; ❖ A translocação t(9;22) que surge da fusão dos oncogenes BCR e ABL e a t(4;11), em que o oncogene acometido é o MLL do cromossomo 11, conferem mau prognóstico; - A translocação t(8;14) observada na LLA tipo Burkitt está associada à desregulação do oncogene c-myc. CLASSIFICAÇÃO ❖ A leucemia linfoblástica aguda, de células B ou T, é subclassificada pela OrganizaçãoMundial da Saúde (2008) de acordo com os defeitos genéticos subjacentes; ❖ Na classificação da LLA-B há vários subtipos geneticamente caracterizados, como os casos com as translocações t(9;22) ou t(12;21), rearranjos no gene MLL ou alterações no número de cromossomos (aneuploidia); ❖ O subtipo é um guia importante para a escolha do melhor protocolo de tratamento e para o prognóstico; ❖ Na LLA-T, um cariótipo anormal é encontrado em 50 a 70% dos casos, e a via sinalizadora NOTCH está ativada na maioria dos casos. QUADRO CLÍNICO ❖ Palidez cutâneo-mucosa, fadiga, cansaço, palpitações, dispnéia relacionadas com o grau de anemia; ❖ Febre e quadros infecciosos (do trato urinário, trato respiratório) devido à diminuição do número absoluto de neutrófilos,variando de gravidade quanto menor o número (< 500/mm3 ou < 100/mm3); ❖ Aparecimento de petéquias, equimoses espontâneas, gengivorragia e epistaxe por causa da diminuição do número de plaquetas (< 30.000/mm3); ❖ Ao exame físico → adenomegalias, hepatomegalia e esplenomegalia; ❖ Infiltração do SNC pode ser observada ao diagnóstico ou em razão da iatrogenia após acidente de punção liquórica em pacientes com leucocitoses acentuadas ao diagnóstico. - Nesse caso, os pacientes podem apresentar cefaléia,parestesias ou paralisia dos pares cranianos (VII, III, VI) e sintomas de hipertensão intracraniana. ❖ Também pode ser vista infiltração testicular → menos comum; ❖ A infiltração do SNC e testicular (santuários), confere pior prognóstico à doença, sendo locais de recidiva frequente, uma vez que a quimioterapia sistêmica não os atinge adequadamente; ❖ Pacientes com LLA-T podem apresentar sintomas relacionados à massa mediastinal volumosa, como tosse seca, dispnéia e sintomas de compressão de veia cava superior → menos comum; ❖ Sintomas de leucostase: tonturas, visão turva, zumbidos nos ouvidos, cefaléia podem ser relatados pelos pacientes, se houver leucocitose > 100.000/mm3. ❖ A infiltração maciça da medula óssea pode provocar dores ósseas intensas espontâneas e à compressão do esterno (sinal de Kraver); ❖ Em crianças, é frequente a presença de dores articulares com sinais flogísticos (artrite), podendo erroneamente ser diagnosticados como portadores de febre reumática, devido à infiltração óssea das epífises, próximo à cartilagem de crescimento; ❖ O exame do fundo de olho pode mostrar edema de papila e, algumas vezes, hemorragia. DIAGNÓSTICO ❖ Hemograma completo → geralmente, se observa anemia normocítica normocrômica, mais frequentemente leucocitose, com presença de blastos circulantes, neutropenia e plaquetopenia; - Mas...contagem de leucócitos pode estar diminuída, normal ou aumentada, devido ao número de blastos, e pode atingir até 200 × 103/mL ou mais; - A bioquímica do sangue costuma mostrar aumento de ácido úrico, de desidrogenase láctica e, às vezes, hipercalcemia. Se houver predomínio de massas sólidas linfonodais ou extranodais com < 20% de blastos na medula óssea, a doença é denominada linfoma linfoblástico, mas tratada como LLA. 6 ❖ Mielograma → geralmente, hipercelular em razão dos blastos (≥ 30%), com hipocelularidade em maior ou menor grau que as outras séries; ❖ Imunofenotipagem dos blastos da medula óssea e/ou sangue periférico; ❖ Liquor cefalorraquidiano (presença de linfoblastos no SNC); - Não é mais feita rotineiramente, pois foi constatado que pode causar transferência de células leucêmicas para o SNC; - A avaliação inicial do LCR deve ser combinada com a administração simultânea de quimioterapia intratecal. ❖ A microscopia de distensão sanguínea costuma mostrar blastos em número variável ❖ Os blastos são caracterizados pela morfologia, por exames imunológicos e por análise citogenética; - A identificação de rearranjo dos genes de imunoglobulina ou do receptor de células T (TCR), do imunofenótipo (aberrante) e da genética molecular das células leucêmicas é importante para a escolha do tratamento e para a detecção, na evolução ulterior, de doença residual mínima (DRM). ❖ São feitas provas de funções hepática e renal antes do início do tratamento para comparação posterior; ❖ Exames radiológicos → lesões ósseas líticas e massa mediastinal causada por aumento do timo e/ou de linfonodos mediastinais, característica da LLA-T. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ❖ LMA; ❖ Anemia aplástica (a LLA às vezes é precedida de curto período de aplasia); ❖ Infiltração da medula óssea por outras células malignas (p. ex., rabdomiossarcoma, neuroblastoma e sarcoma de Ewing); ❖ Infecções, como mononucleose infecciosa e coqueluche; ❖ Artrite reumatoide infantil e púrpura trombocitopênica imunológica. TRATAMENTO TTO DE SUPORTE ❖ A quimioterapia deve ser precedida de hidratação adequada (3 L/24 h),de preferência por cateter central, tipo Hickman, para evitar a síndrome de lise tumoral; ❖ Consistir de administração de alopurinol → prevenir a produção excessiva de ácido úrico (hiperuricemia). ❖ Bicarbonato de sódio a 8,4% endovenoso(podendo também ser indicada leucoférese em pacientes com leucócitos > 100.000/mm3 ) → o paciente apresenta hiperleucocitose, é necessário alcalinizar a urina, deixando o pH urinário > 7. ❖ Tratar as infecções bacterianas, fúngicas e, eventualmente, virais com antibióticos de amplo espectro, com cobertura para infecções por germes Gram- negativos, Gram-positivos e germes anaeróbicos; - Usa-se anfotericina B ou lipossomal para as infeções fúngicas e eventualmente Aciclovir para as infecções virais. ❖ Terapia de suporte com hemoderivados, para manter níveis de hemoglobina com os quais o paciente se sinta confortável (Hb > 8 g/dL); e número de plaquetas > 20.000/mm3; - Os hemoderivados devem ser irradiados e leucodepletados; - As plaquetas devem ser obtidas,de preferência,por aférese. TTO ESPECÍFICO Geralmente,dividido em 4 ou 5: 7 a) Indução da remissão: dura 28 dias, é feita com 3 ou 4 drogas, como vincristina (VCR), antracíclicos, geralmente daunorrubicina (DRM), asparaginase (LASP) e prednisona (PRD). b) Consolidação: é realizada habitualmente com altas doses de metotrexato (MTX) ou citarabina (ARA-C). Mais recentemente esquemas de consolidação utilizam altas doses de MTX, associado a L-asparaginase peguilada. c) Manutenção: dura, em geral, 2 a 3 anos, faz-se com metotrexato (MTX) e 6-mercaptopurina (6-MP). Não se deve associar alopurinol a 6-MP por potencializar mielossupressão. d) Profilaxia da infiltração do SNC: frequentemente, os pacientes com LLA apresentam recidiva no SNC. Uma minoria apresenta infiltração ao diagnóstico. A profilaxia é feita com MTX e/ou ARA-C associada à dexametasona (Dx). Alguns protocolos de tratamento incluem radioterapia de crânio com 1.800 a 2.400 cGy, principalmente em crianças. ❖ O transplante de medula óssea (TMO) alogênico com doador compatível é indicado nos pacientes com fatores prognósticos adversos e alto risco para recidiva. ❖ Se ocorrer recaída durante a quimioterapia, o prognóstico é reservado, mas, se a recaída for tardia – anos após cessação do tratamento –, o prognóstico é melhor; - Há indicação de nova quimioterapia e o transplante de células-tronco alogênico deve ser considerado. LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA EPIDEMIOLOGIA ❖ A doença é responsável por cerca de 15% das leucemias e pode ocorrer em qualquer idade; ❖ Incidência de um a 2 casos em cada 100 mil indivíduos; ❖ Apresenta maior frequência em adultos, com faixa etária entre 40 e 60 anos, principalmente do sexo masculino; - Entretanto, pode acometer indivíduos de todas as faixas etárias, com menos de 10% dos casos de pacientes com até 20 anos. FISIOPATOLOGIA ❖ A leucemiamielóide crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa clonal, caracterizada pela presença do cromossomo Philadelphia (Ph) em células primordiais e suas descendentes; ❖ Ele resulta de uma translocação recíproca e equilibrada entre os braços longos dos cromossomos 9 e 22; - Nesta translocação, há a associação do gene c-ABL no cromossomo 9 com uma porção do gene BCR do cromossomo 22, t(9;22)(q34;q11); ❖ A consequência molecular dessa translocação é a geração de uma proteína híbrida BCR-ABL de 210-Kd, com atividade tirosina-quinase aumentada, presente nos casos de LMC; - A hiperatividade da proteína BCR-ABL é necessária e suficiente para a oncogênese inicial da LMC, favorecendo a liberação de efetores de proliferação celular e inibidores de apoptose da célula progenitora hematopoiética. ❖ A translocação Ph também é observada em uma minoria de casos de LLA; ❖ Etiologia → O principal fator de risco para o desenvolvimento da LMC é a exposição à radioatividade; - No entanto, mesmo com essa provável relação entre LMC e radiação ionizante, na maioria dos casos não há fator predisponente conhecido. FASES CRÔNICA ❖ Duração mediana entre 3-5 anos; ❖ Manifestações clínicas incluem sintomas constitucionais como fadiga, perda de peso, sudorese e febrícula e os achados ao exame clínico de palidez e esplenomegalia; ❖ A intensidade das manifestações clínicas depende do volume da doença existente, traduzido pela leucocitose e organomegalia; - A esplenomegalia está presente em mais de 80% dos casos e, dependendo de seu volume, causa desconforto abdominal, dor e efeitos compressivos nas vísceras ocas → plenitude pós-prandial e outros distúrbios digestivos; - Pode ocorrer infarto esplênico, que se tem localização subcapsular desperta dor devido à periesplenite; - Hepatomegalia discreta a moderada pode ser encontrada. ❖ Manifestações de hiperviscosidade, como priapismo, zumbido e alterações visuais, são observadas raramente e ocorrem nos pacientes com acentuada leucocitose; ❖ Sangue periférico é característica a leucocitose, comumente acima de 25.000/µL, raras vezes atingindo níveis superiores a 400.000/µL; ❖ Na contagem diferencial encontram-se granulócitos em todas as fases de maturação, predominando os mielócitos e as formas maduras, enquanto os mieloblastos e promielócitos representam menos de 10%; ❖ Basofilia é um achado comum e eosinofilia pode estar presente; ❖ Anemia normocrômica e normocítica discreta é comum; ❖ Contagem de plaquetas é normal ou aumentada; ❖ MO → intensa hiperplasia granulocítica, com morfologia geralmente normal; - O número de blastos é inferior a 10% e pode ser encontrada monocitose absoluta; - É comum ocorrer a hiperplasia megacariocítica; - A biópsia de medula óssea é útil para ratificar a hiperplasia e detectar presença de fibrose; ❖ Fosfatase alcalina dos leucócitos é sempre baixa; 8 ❖ ↑ Concentrações séricas de desidrogenase láctica e do ácido úrico; - Gota ou insuficiência renal causadas pela hiperuricemia do catabolismo excessivo de purina. ACELERADA ❖ Duração de alguns meses; ❖ Caracteriza-se por resistência à terapêutica citorredutora; ❖ ↑ da esplenomegalia, da basofilia e do número de células blásticas, trombocitose ou trombocitopenia, mielofibrose e evolução clonal citogenética; ❖ Os pacientes podem estar assintomáticos ou mais frequentemente apresentar febre, sudorese noturna, perda de peso e dores ósseas. CRISE BLÁSTICA ❖ Considera-se que a LMC está em crise blástica quando o número de células blásticas é superior a 20% (OMS) na medula óssea ou no sangue periférico; - Essas células imaturas são mieloblastos em 50% dos casos, linfoblastos em 25% e no restante são células indiferenciadas ou bifenotípicas. ❖ É comum a presença de febre, sudorese noturna, anorexia, perda de peso e dores ósseas; ❖ A esplenomegalia aumenta e a infiltração extramedular pode estar presente, particularmente nos linfonodos, pele, ossos e SNC; ❖ Pode-se citar ainda a ocorrência de sangramentos, falência de múltiplos órgão e infecções; ❖ Excepcionalmente, a crise blástica isolada em sítios extramedulares precede a infiltração da medula óssea; ❖ A crise blástica como manifestação inicial da LMC é incomum e deve-se procurar diferenciá-la das leucemias mieloides e linfoides agudas, pois as estratégias terapêuticas são diferentes. ❖ Alguns pacientes, quando tratados, podem voltar para a fase crônica da doença, porém essa é de curta duração; ❖ A expectativa de sobrevida sem tratamento é de três a seis meses após o início da crise blástica. DIAGNÓSTICO ❖ 20 a 30% dos casos o diagnóstico é feito em indivíduos assintomáticos após exames laboratoriais de rotina; ❖ Leucocitose é o principal aspecto, e pode atingir cifras superiores a 200 × 103/mL; - Um espectro completo de células mieloides é visto no sangue periférico; - Os níveis de neutrófilos e mielócitos excedem aos de blastos e promielócitos. ❖ ↑ basófilos no hemograma é característico; ❖ Anemia normocítica normocrômica é comum; ❖ Contagem de plaquetas aumentada (mais frequente), normal ou diminuída; ❖ Medula óssea hipercelular com predominância granulocitopoética; ❖ Presença do gene de fusão BCR-ABL1 por análise RT-PCR e, em 98% dos casos, cromossomo Ph na análise citogenética; ❖ ↑ Ácido úrico sérico geralmente. Durante a fase crônica ocorre uma expansão clonal maciça de células mielóides,a qual mantém a capacidade de diferenciação e é bem controlada com terapias citorredutoras, como a hidroxiuréia (HU); Entretanto,com o passar do tempo, esse clone leucêmico perde essa capacidade, e a doença progride inexoravelmente para uma leucemia aguda denominada de crise blástica, resistente a terapia quimioterápica mais agressiva. 9 TRATAMENTO ❖ Com o tratamento atual, o prognóstico melhorou consideravelmente, com expectativa de controle da doença a longo prazo em cerca de 90% dos pacientes. ❖ Terapia celular → transplante de células-tronco hemato- poiéticas; - A terapêutica curativa para pacientes com LMC é o alotransplante de células progenitoras hematopoiéticas; - Não é considerado como terapêutica de primeira linha, sendo mais indicado para pacientes jovens e nos casos em que ocorre resposta insatisfatória ou resistência aos inibidores da tirosina-quinase. Também utilizado como recurso contra doença avançada. ❖ Tratamento medicamentoso → utilização de bussulfan, hidroxiureia, interferon alfa ou inibidores da tirosina- quinase; ❖ O mesilato de imatinibe (inibidor da tirosina-quinase) é considerado tratamento de primeira linha para estes pacientes; - O imatinibe age como inibidor específico da proteína BCR-ABL; -As células leucêmicas podem adquirir resistência aos inibidores, através de mutações na região do sítio catalítico da proteína no gene BCR-ABL, e o tratamento deve ser ajustado apropriadamente; - Os inibidores da tirosina-quinase de segunda geração, como o dasatinibe, o nilotinibe e o bosutinibe, que demonstram eficácia na maioria dos pacientes resistentes ou intolerantes ao imatinibe; - É bem tolerado pelos pacientes → principal preocupação é o desenvolvimento, a longo prazo, de uma segunda neoplasia, que pode ser observada também com o uso de outros fármacos utilizados no tratamento da LMC. ❖ Com o sucesso cada vez maior dos inibidores da tirosina- quinase, o número de casos de evolução da fase crônica para a fase acelerada vem diminuindo de forma expressiva; - Mesmo com o uso de imatinibe, a sobrevida dos pacientes na fase acelerada pode ser estimada em um a dois anos. ❖ Na avaliação do sucesso terapêutico, a resposta hematológica completa é definida pelos seguintes critérios: plaquetas 450 mil, leucócitos 10.000, com diferencial normal,basófilos menor que 5% e ausência de esplenomegalia; ❖ O hemograma deve ser repetido a cada duas semanas até que a resposta hematológica completa seja obtida. LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA (LLC) EPIDEMIOLOGIA ❖ É a mais comum das leucemias,constituindo 30% de todos os casos, e representa cerca de 7% das neoplasias crônicas de células da linhagem B, T e NK; - A Leucemia Linfocítica Crônica-B (LLC-B) é a mais comum das doenças linfoproliferativas crônicas. ❖ Raramente ocorre antes dos 4 anos, e a incidência aumenta com a idade; - A mediana de idade ao diagnóstico é de 65 anos. ❖ É mais frequente no sexo masculino,com uma razão de 2:1; ❖ A LLC ocorre principalmente nos países ocidentais. FISIOPATOLOGIA ❖ As doenças linfoproliferativas crônicas constituem um grupo heterogêneo de neoplasias, que têm em comum a origem a partir de células linfoides maduras (periféricas); ❖ Caracterizada por proliferação clonal de células B CD5 positivas maduras no sangue, baço, nódulos linfáticos e MO; ❖ Há algumas alterações genéticas características da doença, como a deleção do cromossomo 13q, trissomia do 22, deleção do cromossomo 11q e deleção do 17p; ❖ Existe, também, forte associação com o vírus da hepatite C. ❖ Etiologia → Não existem fatores etiológicos claros na LLC; ❖ não foi identificada associação dessa patologia com exposição à radiação ionizante e substâncias químicas, sendo a única forma de leucemia não associada à explosão da bomba atômica; - Um dos mais importantes fatores de riscos associados com LLC é a história familiar; - Aproximadamente 20% dos pacientes com a doença têm familiares em primeiro grau com LLC e apresentam um risco três vezes maior de desenvolver LLC ou outra doença linfoproliferativa que a população geral. CLASSIFICAÇÃO QUADRO CLÍNICO ❖ ↑ simétrico de linfonodos cervicais, axilares ou inguinais é o sinal clínico mais frequente; - Os linfonodos, em geral, não se fundem e são insensíveis. 10 ❖ Podem estar presentes sinais e sintomas de anemia, e os pacientes com trombocitopenia podem ter manifestações purpúricas. ❖ Esplenomegalia e, menos vezes, hepatomegalia são comuns em estágios tardios; ❖ Imunossupressão é um problema significativo que resulta de hipogamaglobulinemia e disfunção da imunidade celular; - No início da doença predominam infecções bacterianas, como sinusite e infecções pulmonares; - Na doença avançada, predominam infecções fúngicas e virais, sobretudo herpes-zóster; - Os pacientes devem receber vacina pneumocócica conjugada; - Os pacientes com LLC apresentam um risco aumentado para desenvolverem uma segunda neoplasia relacionada às alterações imunológicas e como consequência da terapia administrada, sendo a pele,o trato respiratório e o gastrintestinal os sítios mais acometidos. ❖ Astenia, sudorese noturna, febre de origem indeterminada e sangramentos nos casos mais avançados são os sintomas mais encontrados; ❖ Raramente ocorre infiltração pulmonar e de SNC. DIAGNÓSTICO ❖ Linfocitose → contagem absoluta de linfócitos clonais B, por definição, é > 5 × 103/mL, mas pode ultrapassar 300 × 103/mL; ❖ De 70 a 99% dos leucócitos do sangue têm aspecto de pequenos linfócitos; ❖ As células esmagadas na distensão (células em cesto ou restos nucleares) também costumam estar presentes; ❖ A imunofenotipagem dos linfócitos mostra que são células B (CD19 de superfície) com níveis baixos de imunoglobulina de superfície e expressão de apenas uma cadeia leve (o que se designa “restrição de cadeia leve”); - De modo característico, as células também são CD5, CD23 e CD20. ❖ Duas proteínas de superfície detectáveis por citometria em fluxo, com significação prognóstica, são CD38 e ZAP70; ❖ Anemia normocítica e normocrômica está presente nas fases tardias como resultado de infiltração medular ou de hiperesplenismo; - Hemólise autoimune pode ser uma complicação → É comum o desenvolvimento de autoimunidade contra células do sistema hematopoético → Anemia hemolítica autoimune é a mais frequente, porém trombocitopenia, neutropenia e aplasia eritroblástica pura também podem ocorrer. ❖ Trombocitopenia ocorre em muitos pacientes e também pode ter patogênese autoimune; ❖ Aspiração da medula óssea mostra infiltração linfocítica que pode chegar à substituição de 95% dos componentes mieloides normais; ❖ Biópsia de medula óssea mostra uma infiltração linfocítica que pode ser nodular, difusa ou intersticial; ❖ ↓ Concentração de imunoglobulinas séricas, mais intensa na doença avançada. ESTADIAMENTO 11 ❖ É útil estadiar os pacientes por ocasião do diagnóstico, tanto para a estimativa prognóstica como para a escolha do tratamento; ❖ Os dois sistemas mais utilizados na prática clínica até hoje são o sistema de estádio clínico (EC) de Raí e o de Binet. TRATAMENTO ❖ Os pacientes em estádio clínico inicial e sem manifestações clínicas da doença não devem ser tratados; ❖ Em geral, os pacientes no estágio C de Binet necessitarão de tratamento, assim como alguns no estágio B; ❖ O tratamento da LLC em estágios avançados, por sua vez, consiste de quimioterapia; ❖ Novas combinações terapêuticas que utilizam quimioterápicos em associação com anticorpos monoclonais anti-CD20 estão em avaliação e sugerem a obtenção de altas taxas de remissões completas. OUTRAS MODALIDADES ❖ Esplenectomia: nas citopenias refratárias; ❖ Irradiação esplênica: nos pacientes não-candidatos a esplenectomia; ❖ Metilprednisolona em doses altas: nos pacientes com LLC refratária e sem outras opções terapêuticas pode ser utilizada na dose de 1 g/m2/dia durante cinco dias, mensalmente. LINFOMAS Os linfomas são um grupo de neoplasias causadas por linfócitos malignos que se acumulam nos linfonodos e produzem o quadro clínico característico de linfonodopatias; Às vezes, eles podem invadir o sangue (“fase leucêmica”) ou infiltrar órgãos fora do tecido linfoide; Os linfomas são subdivididos em linfoma de Hodgkin e linfomas não Hodgkin, com base na presença histológica de células de Reed-Sternberg (RS) no linfoma de Hodgkin. LINFOMA DE HODKING EPIDEMIOLOGIA ❖ O linfoma de Hodgkin possui dois picos de maior incidência: - O primeiro ocorrendo entre 20-30 anos, e o segundo entre 50-60 anos de idade. 12 ❖ A doença distribui-se com um leve predomínio do sexo masculino; - Mas o seu principal tipo histológico (esclerose nodular) tem preferência por mulheres jovens. FISIOPATOLOGIA ❖ O linfoma de Hodgkin resulta da transformação clonal das células de origem da célula B, dando origem às células de Reed-Sternberg binucleadas patognomônicas; ❖ A célula de Reed-Sternberg (RS) é: - Grande, de citoplasma abundante e com um núcleo bilobulado, e proeminentes nucléolos eosinofílicos. ❖ As células RS características e as células mononucleares anormais associadas são neoplásicas, ao passo que as células inflamatórias infiltrantes são reacionais; - Especialmente os linfócitos T, mas também eosinófilos, plasmócitos, histiócitos, neutrófilos, compondo uma espécie de “pano de fundo”. ❖ A doença de Hodgkin é uma das poucas neoplasias em que a célula tumoral representa a minoria da população celular (1-5%). ❖ Estudos do rearranjo do gene de imunoglobulina sugerem que a célula de RS é de linhagem linfoide B e derivada de uma célula B com um gene de imunoglobulina “aleijado”; - Ocasionado pela aquisição de mutações que impedem a síntese de uma imunoglobulina completa. ❖ As células do tumor costumam perder a expressão de HLA classe I, e mutações do gene de β2-microglobulina são frequentes. ❖ Etiologia → desconhecida, mas a suscetibilidade genética eas associações ambientais (trabalho em madeira; história de tratamento com fenitoína, rádio ou quimioterapia; infecção pelo vírus Epstein-Barr, Mycobacterium tuberculosis, herpes-vírus 6, HIV) estão relacionadas; O genoma do vírus de Epstein-Barr (EBV) é detectado em mais de 50% dos casos no tecido Hodgkin, porém seu papel na patogênese é incerto. - O risco é discretamente → imunossupressão (p. ex., pacientes transplantados em uso de imunossupressores); nas pessoas com imunodeficiências congênitas (síndrome de Klinefelter, ) e nas pessoas com algumas doenças autoimunes (artrite reumatoide, doença célica, síndrome de Sjögren, LES). ❖ Defeito progressivo lento na imunidade mediada por célula (função da célula T) que, na doença avançada, contribui para infecções bacterianas comuns e fúngicas, virais e protozoárias incomuns; - A imunidade humoral (produção de anticorpo) diminui na doença avançada; - A morte normalmente é causada por infecção. QUADRO CLÍNICO ❖ ↑ assimétrico de linfonodos superficiais; - São firmes, indolores e separados; - Linfonodos cervicais → 60 a 70% dos casos; - Linfonodos axilares → 10 a 15%; - Linfonodos inguinais → 6 a 12%. ❖ Em alguns casos, o tamanho dos linfonodos diminui e aumenta de modo espontâneo; - Os gânglios podem fundir-se. ❖ Os linfonodos retroperitoneais, com frequência também estão envolvidos → diagnosticados apenas por TC; ❖ Discreta esplenomegalia durante a evolução da doença em 50% dos casos; ❖ Pode haver envolvimento hepático com hepatomegalia; ❖ Envolvimento mediastinal inicial em até 10% dos casos; - Característica do tipo esclerose nodular → mulheres jovens. ❖ Pode haver derrame pleural e obstrução da VCS; ❖ Linfoma de Hodgkin cutâneo → complicação tardia em cerca de 10% dos casos. ❖ Os sintomas sistêmicos são proeminentes em pacientes com doença disseminada. Os seguintes podem ser observados: - febre, contínua ou cíclica; - prurido, quase sempre intenso; - em alguns pacientes, a ingestão de álcool induz dor nas regiões acometidas pela doença; - outros sintomas sistêmicos incluem perda de peso, sudorese profusa (principalmente à noite), fraqueza, fadiga, anorexia e caquexia. DIAGNÓSTICO ❖ O diagnóstico é feito por exame histológico de linfonodo exciso → biópsia excisional; ❖ A célula de RS é fundamental para o diagnóstico dos quatro tipos clássicos e as células mononucleares de Hodgkin também são parte do clone maligno; ❖ A classificação histológica divide o linfoma de Hodgkin em quatro tipos clássicos (95% dos casos) e um tipo de predominância linfocítica nodular (5% dos casos); - Não há diferença no prognóstico ou no tratamento dos quatro subtipos clássicos. 13 ❖ Exames de imagem → determinar a extensão da doença, ou seja, a definição do estadiamento inicial; - Atualmente, o exame de FDG-PET CT é o teste de escolha para estadiamento inicial e, posteriormente, avaliação de resposta ao tratamento; - Tórax, abdome e pelve; - Entretanto, ele não está disponível na maioria dos centros de saúde do Brasil; - Na indisponibilidade do exame de PET-CT, a TC (com contraste) pode ser utilizada. ❖ A radiografia de tórax pode ser utilizada para detectar a presença de acometimento mediastinal. ❖ A biópsia de medula óssea deverá ser realizada apenas nos casos em que não foi possível a avaliação inicial com o exame de PET- CT nos pacientes com estádios IB-IIB, III e IV; - Não é necessário realizar BMO nos estádios IA ou IIA. ESTADIAMENTO ANN ARBOR ❖ A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a maneira mais precisa para o diagnóstico de LH como a biópsia de tecido, com avaliação anatomopatológica associada à imuno-histoquímica; ❖ O estadiamento deve ser de acordo com os critérios de Ann Arbor, modificados no encontro de Costwolds, que definem doença limitada (estádio inicial) e doença avançada; ❖ Estádio I: envolvimento de uma cadeia linfonodal ou estrutura linfoide (baço, timo, anel de Waldeyer) ou sítio extralinfático (IE); ❖ Estádio II: envolvimento de duas ou mais cadeias linfonodais localizadas do mesmo lado do diafragma, que pode ter contiguidade com um local extralinfático (IIE); ❖ Estádio III: envolvimento de cadeias linfonodais em ambos os lados do diafragma, que pode estar associado a um local extralinfático (IIIE) ou envolvimento do baço (IIIS), ou ambos (IIIES); ❖ Estádio IV: envolvimento disseminado de um ou mais órgãos extralinfáticos, ou ainda envolvimento de um local extralinfático com envolvimento linfonodal a distância. ❖ Subclassificação: - A: Ausência de sintomas sistêmicos. - B: Presença de sintomas sistêmicos (febre, sudorese noturna, perda de peso) ❖ Quando a massa que é > 10 cm no seu maior diâmetro ou massa mediastinal que ultrapasse 1/3 do diâmetro transverso transtorácico → Doença de Bulky. ACHADOS LABORATORIAIS E BIOQUÍMICOS ❖ Anemia normocítica e normocrômica é comum; - Infiltração da MO é incomum na doença incipiente. ❖ 1/3 pacientes tem neutrofilia; ❖ Eosinofilia é frequente; ❖ Na doença avançada há linfopenia e perda da imunidade celular. ❖ Contagem de plaquetas: - Normal ou aumentada → fase inicial; - Diminuída → fases tardias. ❖ Velocidade de sedimentação globular (VSG) e a proteína C reativa → estão aumentadas; - A VSG é útil na monitoração do progresso da doença. ❖ A DHL é alta inicialmente em 30 a 40% dos casos. ❖ Deve ser feita pesquisa de anti-HIV ao diagnóstico. TRATAMENTO ❖ O tratamento é feito apenas com quimioterapia ou pela combinação de quimioterapia com radioterapia; ❖ A curabilidade global é de cerca de 85%; ❖ O armazenamento de sêmen, se apropriado, deve ser feito antes do começo do tratamento; - Para mulheres é recomendável que haja aconselhamento por especialista em fertilidade. ❖ Se houver necessidade de transfusão de componentes sanguíneos, é preciso irradiá-los; - Para evitar doença enxerto versus hospedeiro devida à transfusão de linfócitos vivos, que podem se enxertar devido à diminuição da imunidade celular; ❖ A escolha depende primariamente do estágio, da divisão clínica em A e B e dos fatores prognósticos; ❖ A doença nos estádios IA, IIA, IB ou IIB, em geral: - Tratada com regime de quimioterapia breve com doxorrubicina (Adriamicina), bleomicina, vimblastina e dacarbazina (ABVD) mais a radioterapia ou somente quimioterapia por tempo maior; - Esse tratamento cura cerca de 80% dos pacientes. 14 ❖ Em pacientes com doença mediastinal volumosa, a quimioterapia pode ter duração maior ou um tipo diferente, e radioterapia é tipicamente usada. ❖ Doença nos estádios IIIA e IIIB costuma ser tratada somente com a combinação de quimioterapia ABVD; - Há outros medicamentos eficazes, como a nitrosureia. ❖ Doenças nos estádios IVA e IVB, a combinação da quimioterapia ABVD tornou-se o regime padrão; ❖ Aproximadamente 25% dos pacientes sofrem recaída da doença ou são refratários ao tratamento inicial; - Sao geralmente tratados com quimioterapia combinada alternativa à usada antes e, se necessário, com radioterapia sobre os sítios de doença volumosa. ❖ Se a doença permanecer sensível à quimioterapia, uma quimioterapia em alta dose, seguida de transplante de células-tronco autólogas, melhora a perspectiva de cura em alguns casos; - O procedimento é recomendado para a maioria dos pacientes com idade inferior a 65 anos. ❖ O transplante alogênico também pode ser curativo na minoria de pacientes em que falham os demais métodos de tratamento. EFEITOS TARDIOS DO LINFOMA E DO TTP ❖ Tumores malignos secundários: - Câncer de pulmão e de mama → radioterapia; ❖ Mielodisplasia e leucemia mieloide aguda → uso de agentes alquilantes; ❖ Outroslinfomas e diversos tumores também ocorrem com maior frequência. ❖ Complicações não malignas incluem: - Esterilidade; - Problemas intestinais; - Doença arterial coronária e outras complicações cardíacas e pulmonares da radiação mediastinal e da quimioterapia com bleomicina. ❖ Vimblastina pode causar neuropatia permanente. LINFOMAS NÃO HODKING ❖ Este é um grande grupo de tumores linfoides clonais, cerca de 85% originados de células B e 15% de células T ou NK (natural killer). ❖ Durante muitos anos, os clínicos subdividiram os linfomas em doenças de “baixo grau” e de “alto grau”; ❖ Essa abordagem é apropriada, pois, em termos gerais: - Linfomas de baixo grau: são indolentes, respondem bem à quimioterapia, porém são muito difíceis de curar; - Linfomas de alto grau: são agressivos e necessitam de tratamento imediato, mas muitas vezes são potencialmente curáveis. EPIDEMIOLOGIA ❖ A sua frequência tem aumentado de forma acentuada nos últimos 50 anos; - Dois importantes fatores contribuíram para essa tendência: a pandemia de Aids e o avanço nas técnicas de transplantes de órgãos sólidos. ❖ Possuem um pico de incidência entre 50-65 anos; - Mas podem aparecer em qualquer faixa etária, inclusive crianças, quando só perdem em frequência para a LLA e para as neoplasias neurais. ❖ A frequência aumenta em progressão geométrica com a idade; ❖ Os LNH têm uma ligeira preferência pelo sexo masculino e pela raça branca; ❖ Incidência de cerca de 17 por 100 mil casos/ano; ❖ Ele representam a 5ª neoplasia mais comum em vários países desenvolvidos; - Predominando em países da Europa, nos EUA e na Austrália. FISIOPATOLOGIA ❖ Anormalidades citogenéticas são frequentes, muitas vezes envolvendo os genes de imunoglobulina nas neoplasias de origem B; - As translocações de oncogenes para esses loci nos cromossomos 2, 14 e 22 podem resultar em superexpressão do gene, ocasionando alteração no ciclo celular, falha na apoptose ou expressão aberrante; - Vias específicas de sinalização podem ser afetadas; - Há mutações pontuais em genes envolvidos, por exemplo, em modelação da cromatina, na via NSkappa B ou na ativação e emenda de células B. ❖ Até 80 mutações somáticas podem estar presentes em linfomas ao diagnóstico e novas mutações podem surgir com a evolução da doença. ❖ Etiologia → desconhecida na maioria dos casos de linfoma; - Embora agentes infecciosos sejam importantes como causa de alguns subtipos; Brentuximabe e os inibidores de checkpoint nivolumabe e pembrolizumabe são os novos tratamentos que estão mudando rapidamente o panorama terapêutico do linfoma de Hodgkin. São usados no tratamento de resgate da recidiva do linfoma de Hodgkin 15 - A infecção pelo HIV aumenta o risco de LNH em mais de 100 vezes, um fenômeno relacionado exclusivamente à imunodepressão na fase Aids. ❖ O transplante de órgãos sólidos coloca o indivíduo em risco para o desenvolvimento de LNH; - O risco aumenta cerca de 30-60 vezes em relação à população normal; - Isso se deve principalmente ao emprego de terapias imunossupressoras prolongadas; - Predomínio nos transplantados cardíacos e de coração- pulmão, sendo mais raros após o transplante renal; - O transplante de medula óssea, por exigir um esquema breve de imunossupressão (inferior a seis meses), aumenta muito pouco o risco de LNH; - Tal como na Aids, predominam os linfomas B, de alto ou médio grau de malignidade, quase sempre associados ao vírus Epstein-Barr. QUADRO CLÍNICO ❖ Linfadenomegalia periférica; - ↑ assimétrico e indolor de linfonodos em uma ou mais regiões de linfonodos periféricos; - LNH indolentes, a linfadenopatia pode ser insidiosa, com períodos de regressão espontânea e crescimento dos gânglios; - LNH agressivos, o paciente apresenta com massas linfonodais de crescimento rápido → Algumas vezes, um linfoma agressivo surge em um paciente portador prévio de um linfoma indolente, geralmente por uma “transformação neoplásica”. - Predomina nas cadeias cervicais, supraclaviculares ou inguinais, porém, qualquer cadeia pode ser acometida. ❖ Sintomas sistêmicos: são menos frequentes do que no linfoma de Hodgkin. ❖ Envolvimento orofaríngeo: 5 a 10% dos pacientes há envolvimento das estruturas linfoides da orofaringe (anel de Waldeyer), o que pode causar queixas: - Dor de garganta ou de respiração ruidosa ou obstruída. ❖ Manifestações das citopenias; - Sinais e sintomas de anemia, infecções devidas a neutropenia ou púrpura com trombocitopenia podem estar presentes à apresentação em pacientes com acometimento difuso da MO; - As citopenias também podem ser autoimunes ou decorrentes de sequestração esplênica. ❖ Doença abdominal: hepatomegalia, esplenomegalia, e o envolvimento de linfonodos retroperitoneais e mesentéricos é comum; ❖ O TGI é o sítio extranodal mais envolvido depois da medula óssea, e os pacientes podem apresentar-se com sintomas abdominais agudos. ❖ Pode haver acometimento da pele, do cérebro, dos testículos e da tireoide; - A pele está primariamente envolvida em dois linfomas de células T com relação estreita: micose fungoide e síndrome de Sézary. DIAGNÓSTICO ❖ Exame histopatológico de biópsia excisional ou trucut de linfonodo ou de outro tecido afetado (p. ex., medula óssea ou tecido extranodal) é a investigação definitiva; ❖ Aspiração com agulha fina de linfonodo ou de tecido envolvido; ❖ - Insuficiente para estabelecer um diagnóstico definitivo de linfoma, o método não é seguro, e a biópsia é indispensável. ❖ O exame morfológico é complementado por análise imunofenotípica; ❖ O sistema de estadiamento é o mesmo descrito para o lin- foma de Hodgkin; - Porém não se relaciona tão claramente com o prognóstico. ❖ Alguns testes que servem tanto para definir a origem celular, como também para estimar o prognóstico do paciente. Estes testes incluem: - Imunohistoquímica: anticorpos são utilizados para distinguir entre tipos de células cancerosas; - Estudos de Citogenética: determinam alterações genéticas nas células dos linfomas; Na síndrome de Sézary ocorre dermatite, eritroderma, linfo- nodopatias generalizadas e células linfomatosas T circulantes. É importante termos em mente que devemos indicar biópsia para qualquer linfonodo que apresente uma das características a seguir: 1- Tamanho superior a 2 cm; 2- Localização supraclavicular ou escalênica; 3- Crescimento progressivo; 4- Consistência endurecida, aderido aos planos profundos. 16 - Citometria de Fluxo; - Estudos de Genética Molecular: testes altamente sensíveis com DNA e RNA para determinar alterações genéticas específicas. ACHADOS LABORATORIAIS ❖ Na doença avançada → envolvimento da medula óssea → anemia, neutropenia ou trombocitopenia; ❖ Células linfomatosas (p. ex., células da zona do manto, de “linfoma folicular clivado” ou “blastos”) → sangue periférico de alguns pacientes; ❖ Biópsia da MO é valiosa; ❖ ↑ LDH sérica → doença extensa e de proliferação rápida e é usada como marcador prognóstico; ❖ Pode haver hiperuricemia; ❖ Proteinograma sérico → pode mostrar pico de paraproteína; ❖ Pesquisar anticorpos anti-HIV. TRATAMENTO ❖ Em geral, o tto começa com um programa de quimioterapia combinada com um anticorpo monoclonal dirigido contra a célula tumoral; ❖ Os anticorpos monoclonais anti-CD20 comprovaram-se de grande valor no tratamento dos linfomas de células B; - O rituximabe foi o primeiro desses agentes e pode ser usado por via intravenosa ou subcutânea; - Melhoram significativamente o prognóstico.
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