Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 1 Habilidades Médicas V | Larissa Gomes de Oliveira. Acesso Venoso Central Os acessos vasculares são muitos, de vários tipos e com vários objetivos. RELEMBRANDO QUE: Há o acesso venoso periférico (que é o mais utilizado no dia a dia, para colher exames, fazer infusão de medicações simples). Há o acesso intraósseo, que pode ser utilizado em uma emergência, quando não consegue pegar nenhuma veia, pode ser feito acesso intraósseo, que pode ser na tíbia, nos ossos longos e que funciona bem para a infusão de volume e de medicações também Há também a dissecção venosa, em que esta técnica é utilizada quando uma veia periférica ou uma veia central não podem ser alcançadas através de uma venóclise. As veias mais frequentemente utilizadas na dissecção venosa são a basílica ao nível da prega do cotovelo, a braquial no sulco biceptal e a veia safena ao nível do maléolo interno. Pode ser feito também na emergência quando acesso está difícil, dissecando essas veias, em que é passado um cateter, abrindo um pouco ela, colocando um jelco la dentro e fazendo a infusão diretamente na veia. Um outro tipo é a PICC, que é um acesso central, através de uma punção periférica (o cateter é colocado em uma via periférica e é levado ate uma veia mais calibrosa), geralmente é feito quando se quer um acesso com longa data, porém, nem sempre é tão utilizado. Uma outra possibilidade é o Portocath (que é um acesso venoso central), dentro da pele. É muito utilizado na quimioterapia (O port-a-cath é um dispositivo que fica acoplado abaixo da pele e consiste em um reservatório com membrana perfurável e um cateter de silicone. Cateter totalmente implantado. A parte metálica fica embaixo da pele, a parte plástica fica dentro da veia profunda). É como se fosse uma bolinha que fica dentro da pele e quando quiser ter acesso a ele, fura a pele para que seja feia a infusão. Ele tem a vantagem de ser de longa duração e não infecta por estar todo coberto dentro da pele. 2 2 Habilidades Médicas V | Larissa Gomes de Oliveira. E há o acesso venoso central, que utilizamos para aplicar medicações especiais, além de outras condições... ACESSO VENOSO CENTRAL Há mais de um tipo de cateter venoso central (como cateteres para medicação e cateter para hemodiálise) e existe algumas indicações para o uso desse tipo de acesso. A primeira indicação para uso, é o cateter de hemodiálise. Uma outra indicação é quando vai ser colocado um marcapasso no paciente, então é feito uma punção venosa central para que esse marcapasso seja instalado. Uma outra possibilidade, é de colocar um cateter de artéria pulmonar, para filtro de veia cava, e a maior indicação, onde mais faz esse acesso venoso central, é quando o profissional quer passar um cateter venoso central. AS INDICAÇÕES PARA QUE SEJA COLOCADO O CATETER VENOSO CENTRAL É: → Quando há falha de acesso periférico (quando não se encontra veias para acesso periférico) → Quando ele precisa de medicações venosas, como antibiótico → Uma outra indicação, são em medicações especiais (quando é colocado uma droga vasoativa, uma noradrenalina, uma nutrição paraenteral total... medicações com alta osmolaridade, que se colocados em veias periféricas, pode causar irritação da veia e perda com facilidade dessa veia). → Monitorização também é uma indicação, quando por exemplo, se quer medir a pressão venosa central, quando se quer medir a saturação venosa central... tudo isso pode ser feito através de um cateter simples venoso central OBS: se o profissional quiser fazer uma expansão volêmica agressiva, o acesso venoso central não serve para isso, é preferível os cateteres periféricos, ou dissecção venosa ou cateter intraósseo, porque se é pra fazer uma infusão rápida, deve ser em um cateter curto e grosso, e o cateter central é ao contrario disso (ele é longo e fino). CONTRAINDICAÇÕES DO CATETER VENOSO CENTRAL: Não há nenhuma contraindicação absoluta, pois se o profissional precisar fazer, ele vai fazer esse acesso. O que existe são contraindicações relativas: se o paciente tem Coagulopatia, se ele tem plaquetas baixas ou se o RNI estiver abaixo de 1,5 é preciso ter cuidado. OBS: RNI é um exame que deve ser realizado para verificar o efeito da varfarina no sangue. * Se o resultado do RNI estiver baixo, o sangue está “grosso” e pode formar coágulos. * Se o resultado do RNI estiver alto, o sangue está “ralo” e você pode ter sangramentos. Uma outra contraindicação relativa são as lesões de pele, então se o paciente estiver com alguma lesão, queimadura, o ideal é não fazer nesse local, porém, se estiver com o corpo todo queimado, com os sítios todos queimados, aí deve fazer do mesmo jeito. 3 3 Habilidades Médicas V | Larissa Gomes de Oliveira. SITIOS DE PUNÇÃO Existem 3 veias que podem ser puncionadas no acesso central, que são as veias jugular interna (uma de cada lado), veia subclávia (uma de cada lado) e veia femoral (uma de cada lado). A veia jugular interna, é uma das mais utilizadas para a punção. Ela é de fácil acesso, conseguimos auxiliar ela com ultrassom para manusear ela e ela é facilmente compressível. (ela é o padrão e não tem nenhuma grande desvantagem). A veia subclávia, possui algumas vantagens, ela possui um melhor cuidadi, uma menor infecção (pois é mais fácil de o cabelo por exemplo não ficar próximo a essa parte), além disso, ela tem pouca variação anatômica. E uma desvantagem é que ela não é compressível, não consegue comprimir evitando sangramento arterial. Além disso, as complicações pulmonares são mais comuns nessa veia (como ocorre no pneumotórax - é a presença de ar entre as duas camadas da pleura (membrana fina, transparente, de duas camadas que reveste os pulmões e o interior da parede torácica) e no hemotórax – que é o derrame e presença de sangue na cavidade pleural, resultando em colapso parcial ou total do pulmão). A veia femoral que é a que tem mais risco de infecção, de contaminação, mas é a que da menos complicações imediatas. Além disso, ela é compressível, é rápida de ser acessada e não tem nenhum risco de fazer complicações pulmonares (pneumotórax e hemotórax). COMO IDENTIFICAR ANATOMICAMENTE AS VEIAS QUE SERÃO FEITAS A PUNÇÃO: SUBCLÁVIA Classicamente infraclavicular; No terço médio entre o distal e o médio; Agulha em direção o manúbrio com a fúrcula esternal. JUGULAR INTERNA Entre trígono das 2 cabeças do esternocleidomastóideo; No ápice do triângulo em direção ao mamilo ipsilateral; 4 4 Habilidades Médicas V | Larissa Gomes de Oliveira. FEMORAL Abaixo do ligamento inguinal; Punção 1 a 3 cm abaixo do ligamento inguinal; Paralela 45 graus do pulso arterial femoral; COMPLICAÇÕES QUE O ACESSO VENOSO CENTRAL PODE TRAZER As complicações imediatas são: ➔ Punção arterial (ou seja, foi punçar a veia e punçou a artéria. Para saber isso, basta ver a cor do sangue, o venoso é bem mais escuro do que o arterial. Além disso, o arterial sai em jato, o sangue é jorrado porque a pressão é mais alta). ➔ Hematoma (hematomas cervicais bilaterais, podem acabar comprimindo a via aérea, por exemplo. Então se foi feito um hematoma na jugular direita, não se deve ir para a esquerda e sim ir para a subclávia no mesmo lado que foi feito o hematoma). ➔ Pneumotórax (deve ser conduzido como o hematoma, nunca fazer do outro lado do pneumotórax, para evitar um pneumotórax bilateral). ➔ Hemo/quilo/hidrotórax – se pega rum vaso pode acontecer hemo. Se pegar um vaso linfático é um quilotórax. ➔ Arritmias – em que pode ta passando o cateter e ele toca no coração levando a uma arritmia. ➔ Embolia – se um coagulo ou ar migrou. As complicações tardias são: ➔ Trombose ➔ Infecção PREPARAÇÕES GERAIS PARA O PROCEDIMENTO. Primeiro, deve ter o consentimento,deve sempre ser informado ao paciente tudo que vai ser feito e isso ajuda a melhorar até mesmo a percepção de dor, então é importante explicar o procedimento ao paciente. Posicionar o paciente e palpar a região do paciente, também é importante para que ele fique bem posicionado. Os materiais de uso são os materiais padrões, como: KIT ACESSO CENTRAL: 5 5 Habilidades Médicas V | Larissa Gomes de Oliveira. ▪ Agulha ▪ Seringa ▪ Fio guia ▪ Dilatador ▪ Cateter Além de: ▪ Seringa ▪ Gaze ▪ Soro ▪ Kit sutura + fio nylon Depois deve ser feito também a assepsia, além disso, deve lembrar de usar os EPI´s, Além de fazer uma anestesia local, no local da punção. TÉCNICA DE SELDINGER O cateterismo venoso central é realizado utilizando a Técnica de Seldinger, que consiste em puncionar a veia central com uma agulha longa, de pequeno calibre, por dentro da qual avança-se um fio-guia. Consiste em puncionar a veia central com uma agulha longa, de pequeno calibre, por dentro da qual avança-se um fio-guia. Depois é retirada a agulha, de punção e é colocado o cateter por cima do fio guia. REALIZANDO UM ACESSO CENTRAL EM JUGULAR INTERNA PARA COLOCAÇÃO DO CATÉTER DE SHILLEY 1º: deve ser feita a Antissepsia (que pode ser feita com a escovinha própria para isso também) e depois deve observar o local de punção para isolar o campo. 2º deve ser feito a anestesia no local da punção (que pode ser com lidocaína). 3º deve fazer a punção: 6 6 Habilidades Médicas V | Larissa Gomes de Oliveira. 4º depois disso, deve retitar a seringa, segurar a ponda da agulha e começar a passar o fio guia dentro da agulha. 5º depois de passar o fio guia, deve retirar a agulha e a “capa” do fio guia, sempre segurando a ponta do fio para que ele não se perca no corpo!! 6º depois disso deve introduzir o dilatador e depois tirar, para que abra passagem para o cateter Depois disso, deve escovar o cateter que é por soro dentro para retirar o ar, ou pode deixar um pouco de sangue refluir pelo cateter, retirando o ar. 7º deve ser passado o cateter (que é introduzido com a ajuda do cateter e ao introduzir o cateter deve ir retirando o fio guia, sempre com muito cuidado com a ponta do fio que fica para fora, para evitar que esse fio entre todo no corpo, pois isso não deve nunca acontecer!!) E por último, deve ser feito a fixação (com pontos) e curativo do cateter.
Compartilhar