Buscar

CRIMINOLOGIA E POLÍTICAS CRIMINAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A PENA DE PRISÃO (EFEITO DAS 
PENAS) 
Durante muito tempo a pena de prisão foi 
considerada como uma solução 
economicamente ineficaz e inevitável para o 
problema do crime, uma vez que, como se 
constatava quase que universalmente, o 
crime aumentou continuamente em quase 
todos os países, mesmo naqueles que 
enviaram milhares de pessoas a prisão a um 
custo extremamente elevado. Tudo parecia 
indicar uma ausência de correlação entre a 
taxa de encarceramento e de criminalidade. 
(...) 
Por um lado, quanto menor a impunidade e 
mais dura as penas, menores serão os 
incentivos para o cometimento de crimes, por 
outro lado, quanto mais tempo permanecerem 
na cadeia, mais incapaz se tornam de cometer 
crimes. 
Para muitas pessoas, a pena aplicada ao 
cidadão que delinqui é muito importante, onde 
muitos acreditam que se ela for mais longa, 
para determinados delitos, maior será a 
resposta, no que concerne à contra motivação 
das pessoas em cometer delitos, pois terão 
medo das penas (prevenção geral) a elas 
aplicadas se forem presas em flagrante, ou 
condenadas pela prática de qualquer delito. 
Para outras pessoas, uma forma eficaz de 
prevenção, é a aplicação de mais e melhores 
meios para aqueles que lidam, diretamente, 
com o delito (sistema legal geral), pois 
defendem seus integrantes que a melhor 
maneira de evitar delitos é o investimento no 
homem, seu recrutamento, e seu treinamento, 
onde mais e melhores Policiais, mais e 
melhores Promotores, mais e melhores juízes, 
mais e melhores prisões. 
Contudo, um outro grupo de pessoas, acredita 
na rapidez da aplicação da pena, e não na sua 
 
 
gravidade, se opondo ao modo clássico, como 
a melhor forma de prevenir, onde a certeza e 
a inabilidade da aplicação da pena (sanção) 
seria um fator potencial na prevenção, onde o 
cometimento de um delito implicaria na pronta 
e implacável aplicação da pena, 
demonstrando ao infrator que a pena é algo 
líquido e certo, e não algo futuro e possível. 
EFEITOS DA PENA DA PRISÃO 
 Efeito intimidatório (repressão) 
 Efeito incapacitado (punitivo) 
 Efeito ressocializadora (voltar a sociedade) 
 
 ÊNFASE DA PENA: a pena aplicada ao 
cidadão que delinqui é muito importante, onde 
muitos acreditam que se ela for mais longa, 
para determinados delitos, maior será a 
resposta, no que concerne à contra motivação 
das pessoas em cometer delitos, logo 
acreditam na importância do Direito Penal 
como forma inibidora. 
 ÊNFASE NOS SISTEMAS: para outras 
pessoas, uma forma eficaz de prevenção, é 
aplicação de mais e melhores meios para 
aqueles que lidam, diretamente, com o delito 
(sistema legal geral), pois defendem seus 
integrantes que a melhor maneira de evitar 
delitos é o investimento no homem, seu 
recrutamento, e seu treinamento. 
VITIMOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
CONCEITO DE VÍTIMA: inicialmente vamos verificar o 
conceito de vítima, que seria aquela pessoa que 
sofre ou recebe a ação danosa de um bem jurídico 
de que é titular. 
 
CONCEITO DE VITIMOLOGIA: “uma disciplina que tem 
por objeto o estudo da vítima, de sua personalidade, 
de suas características, de suas relações com o 
delinquente e do papel que assumiu na gênese do 
delito” (Gulotta, Guglielmo, La Vitima, pg 9), cabendo 
ainda, a esse ramo da criminologia, alertar, proteger 
a vítima e repará-la contra os delitos. 
A vitimologia tem sua origem nos 
ensinamentos de Benjamim Mendelsohn, 
professor de criminologia e advogado em 
Jerusalém (Israel), considerado por muitos 
como o pai desta ciência – alguns estudiosos 
oferecem este “titulo” a Hans Von Hentig - , ao 
proferir sua famosa conferencia na cidade de 
Bucareste em 1947 quando afirmou existir um 
horizonte novo na ciência biopsicossocial: a 
vitimologia. 
Objeto da vitimologia: Lola Aniyar de Castro, 
famosa criminologista venezuelana, em sua 
obra VITIMOLOGIA – tese de Doutorado – 
citando Mendelson, sintetiza o objeto da 
vitimologia nos seguintes itens: 
1. Estudo da personalidade da vítima, tanto 
vítima de delinquente, ou vítima de outros 
fatores, como consequência de suas 
inclinações subconscientes. 
2. O descobrimento dos elementos psíquicos do 
“complexo criminógeno” existente na “dupla 
penal”, que determina a aproximação entre 
vítima e o criminoso, quer dizer: “o potencial 
de receptividade vítimal”. 
3. Análise da personalidade das vítimas sem 
intervenção de um terceiro – estudo que tem 
maior alcance do que o feito pela criminologia, 
pois abrange assuntos tão diferentes como o 
suicídio e os acidentes de trabalho. 
4. Estudo dos meios de identificação dos 
indivíduos com tendências a se tornarem 
vítimas. 
5. A importantíssima busca dos meios de 
tratamento curativo, a fim de prevenir a 
recidiva da vítima. 
A vitimologia preocupa-se também, com a 
vítima, e o trauma sofrido por ela, em razão da 
ocorrência de um delito, com a provável e 
futura intervenção do sistema Estatal (agindo 
sobre o criminoso ou sobre ela, a vítima) e a 
relação da vítima com este sistema 
(vitimização secundária). 
 
 
 
 
 
08/10 
TIPOS DE VITIMA 
Guaracy Moreira Filho cita em sua obra os 
tipos de vítima, segundo classificação de 
Benjamim Mendelson, a saber: vítima 
completamente inocente, vítima menos 
culpada que o delinquente, vítima tão culpada 
quanto o delinquente, vítima mais culpada que 
o delinquente e vítima como única culpada, 
vejamos: 
COMPLETAMENTE INOCENTE: aquela em que a 
vítima não contribui em nenhum momento 
para a consumação do delito (bala perdida); 
MENOS CULPADA QUE O DELINQUENTE: É a 
vítima que de alguma forma contribui para a 
ocorrência do delito, quer expondo objetos de 
valor, tornando-os suscetíveis a serem 
roubados, quer frequentemente locais 
criminógenos: 
TÃO CULPADA QUANTO O DELINQUENTE : é o 
delito que sem a participação da vítima ele 
não teria ocorrido (estelionato). 
MAIS CULPADA QUE O DELINQUENTE: neste 
caso temos a vítima como principal 
ocasionador do delito, é o caso da lesão 
corporal privilegiada, cometido após injusta 
provocação da vítima. 
VITIMA COMO ÚNICA CULPADA : neste caso 
tratamos, como exemplo, de um cidadão 
embriagado que atravessa uma rua 
extremamente movimentada, e vem a ser 
atropelado, temos ainda o exemplo das 
vítimas de roleta russa. 
VITIMAS PURAS: aquelas que não contribuem 
de nenhuma forma para a ocorrência de um 
delito, ao contrário, procuraram evita-lo 
adotando medidas que “in tese”, inibiram a 
prática delitiva. 
VÍTIMAS CONTRIBUTIVAS: seriam aquelas que 
de alguma forma contribuem ou facilitam, 
mesmo que inconscientemente, para a 
eclosão do delito. 
VÍTIMAS CULPADAS: estamos falando agora 
das vítimas sem sua participação decisiva o 
delito não ocorreria. 
Síndrome de Estocolmo 
Síndrome de Estocolmo ou Síndroma de 
Estocolmo é o nome e normalmente dado a 
um estado psicológico particular em que uma 
pessoa, submetida a um tempo prolongado de 
intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo 
amor ou amizade perante o seu agressor. De 
um ponto de vista psicanalítico, pessoas que 
possam ter desenvolvido ao longo de 
experiências na infância com seus familiares 
ou cuidadores, algum traço de caráter sádico 
ou masoquista implícito em sua 
personalidade, podem em certas 
circunstancia de abuso desenvolver 
sentimentos de afeto e apego, dirigidos a 
agressores, sequestradores, ou qualquer 
perfil que se encaixe no quadro geral 
correspondente a síndrome de Estocolmo. Há 
também a possibilidade, amplamente 
considerada, de que para algumas pessoas 
vítimas de assédio semelhante, possam 
desenvolver algum mecanismo inconsciente 
irracional de defesa, na tentativa de projetar 
sentimentos afetivos na figura do 
sequestrador ou abusador que possam 
“amenizar” ou tentar “negociar” algum tipo de 
acordo entre a relação vítima/agressor na 
tentativa de reduzir a tensão entre os entes 
envolvidos.De uma forma geral, estes processos 
psíquicos inconscientes a sua relação entre 
vítima/agressor, podem perfeitamente ser 
entendidos em uma ampla gama de contexto 
onde a situação de agressor e abusado se 
repete, inclusive no caso de mulheres que 
muitas vezes tendo recursos legais e apoio 
familiar para abandonar o agressor, ainda 
persistem em conviver sob a atmosfera de 
medo. 
ORIGEM DA SÍNDROME DE ESTOCOLMO 
Copenhague – o ”drama de Normalmstorg”, 
um assalto a um banco com reféns no centro 
da capital sueca que deu origem à famosa 
“síndrome de Estocolmo”, completou 45 anos, 
o fato aconteceu em 23 de agosto de 1973. O 
assalto aconteceu no Kreditbanken na praça 
de Norrmalmstorg, Estocolmo, Suécia. 
• Os reféns criaram laços afetivos com o 
sequestrador, jogaram baralho durante 
o prazo que estiveram no cativeiro. 
• No dia que ele se entregou, os reféns 
se negaram a sair antes do seu 
sequestrador com medo que ele fosse 
castigado, e ainda, se despedirem com 
abraços. 
Conclui-se que a Vitimologia é uma maneira 
eficiente e eficaz de influenciar nos 
indicadores criminais a partir da evolução da 
consciência coletiva, acerca da importância 
das ações de “Prevenção Vitimária”, em que 
as pessoas, potenciais vítimas, são 
conscientizadas sobre a adoção de 
comportamentos responsáveis e preventivos 
no auxílio ao poder público no enfrentamento 
da criminalidade e da violência, pois, somente 
a prevenção vitimária não resolve o problema, 
contudo ajuda a atenuá-lo. 
Todos os conhecimentos e informações da 
Criminologia sobre o crime, o delinquente, a 
vítima, e o controle social – todos atributos do 
conceito – não podem ser utilizados 
meramente para punir mais e melhor e sim, 
para prevenir as informações criminais. 
PREVENÇÃO CONCEITO CRIMINOLÓGICO 
É algo mais que dificulta seu cometimento ou 
dissuadir o infrator com ameaça do castigo. 
Requer intervenção dinâmica que neutralize 
suas raízes/causas. 
Mobilização de todos os setores comunitários 
– problema social. 
CIFRA NEGRA 
A cifra negra constitui a relação de crimes 
ocorridos, mas não registrados pelos órgãos, 
ou seja, forma a diferença entre o número de 
crimes praticados e o número de crimes 
conhecidos pelas autoridades competentes. 
Logo, a criminalidade real é maior que aquela 
registrada oficialmente. 
Isso se configura porque a vítima acha 
insignificante o fato criminoso porque a vítima 
acha insignificante o fato criminoso, ou 
acredita que a polícia não fará nada, ou 
mesmo porque o infrator é da família, e ela 
opta por não o incriminar. São, pois, variadas 
as causas. 
Assim, é certo que a chamada cifra negra gera 
descrédito para o Estado, impunidade aos 
bandidos e uma sensação de injustiça as 
vítimas. 
Cifra Dourada 
Cifra dourada que concerne aos crimes 
efetuados pelas “classes altas” e que, 
identicamente, não são solucionados. São os 
crimes denominados de “colarinho branco”, 
que se dão contra a ordem tributária, o 
sistema financeiro, etc. Casos corriqueiros no 
país, todos o sabem 
Atualmente, ficou conhecido o seu combate 
no processo denominado de Lava Jato. Com 
a prisão de vários empresários. 
TIPOS DE PREVENÇÃO 
 basicamente é a 
prevenção que é realizada enfatizando-se o 
aspecto social, proporcionando as pessoas 
condições, oportunidades e qualidade de vida 
para seu autodesenvolvimento pessoal e 
social, ou seja, proporcionando as pessoas 
educação, saúde, lazer, trabalho, família, etc. 
Seus reflexos são a médio e longo prazo 
 é aquela 
prevenção que foca os locais onde a 
criminalidade se manifesta e não a sua 
origem. Basicamente é a prevenção que é 
realizada por programas de prevenção 
policial, arquitetônica (Broken Windows), 
bloqueadores mecânicos ou eletrônicos, 
programas comunitários, vídeo monitoração, 
fechamento de bares e prevenção vitimaria. 
Seus reflexos são a curto e médio prazo. 
: é aquela 
prevenção foca no reincidente, ou seja, visa 
minimizar as taxas de reincidência como 
forma de reduzir a criminalidade. Atua no 
sistema prisional e seus reflexos são a médio 
e longo prazo, e ainda, não age na raiz do 
problema 
Controle social 
CONCEITO: “Conjunto de instituições, 
estratégias e sanções sociais que pretende 
promover e garantir o submetimento do 
INDIVÍDUO aos modelos e normas 
comunitárias, cultivando no INDIVÍDUO uma 
verdadeira ‘disciplina social’” (ANTÔNIO 
GARCIA PABLO DE MOLINA e LUIS 
FLÁVIO GOMES) 
AGENTES INFORMAIS DE CONTROLE SOCIAL: 
Família, Educação, Trabalho, Religião, Lazer, 
Saúde. 
AGENTES FORMAIS DE CONTROLE SOCIAL: 
Policias, MP, Judiciário, Sistema 
Penitenciário. 
As sanções impostas pelo Controle Social 
Formal, diferente daquelas impostas pelos 
Agentes Informais, nunca são neutras (sem 
consequência para o “punido”). 
Os Agentes Formais não podem atuar com 
tamanha flexibilidade, senão, conforme as 
leis. 
A classificação mais conhecida é a de Cesar 
Lombroso, que divide os criminosos em: 
natos; loucos; por paixão; e de ocasião, 
contudo a mais aceita pela doutrina é a 
classificação de Enrico Ferri que divide em 
criminosos natos, loucos, por paixão, habitual 
e o de ocasião. 
O professor Newton Fernandes classifica, 
mais modernamente, o criminoso em: 
Biopsicocriminoso patológico, 
Biopsicocriminoso, 
Biopsicosociocriminoso, Criminoso 
Habitual, Criminoso Ocasional, Criminoso 
Passional, Criminoso Situacional. 
Assim sendo, vamos adotar a classificação de 
Enrico Ferri – a mais aceita pela doutrina -, 
porem, com ressalvas, pois, é importante 
lembrar que a maioria dos autores modernos 
discorda da ideia de criminoso nato 
(determinismo biológico). 
Criminoso Nato 
Embora haja, na doutrina moderna, uma 
repulsa ao determinismo biológico (criminoso 
nato), Ferri adota em sua classificação este 
tipo de criminoso que é “marcado” como uma 
pessoa que nasce com predisposição 
genética (teoria atávica de Lombrobroso) para 
o cometimento de crimes. 
Criminoso Louco 
 Portadores de moléstias mentais e os que 
possuem personalidade psicopatia 
(sociopatia). 
EQUÍVOCOS 
• O PRIMEIRO é a crença de que todos os 
psicopatas são violentos; 
• O SEGUNDO mito diz que todos os psicopatas 
sofrem de psicose. Ao contrário dos casos de 
pessoas com transtorno psicóticos, em que é 
frequente a perda de contrato com a 
realidade, os psicopatas são quase sempre 
muito racionais; 
• O TERCEIRO equivoco em relação ao 
conceito de psicopatia está na suposição de 
que é um problema sem tratamento. 
 
CRIMINOSO HABITUAL 
Criminoso provindo de uma estrutura social, 
que tenderia a influenciá-lo á pratica de crime. 
Portanto, é o indivíduo que é submetido às 
pressões sociais desfavoráveis (pobreza, 
desestruturação familiar, desemprego, 
drogas, mendicância etc.) e que acaba por 
iniciar uma “vida delinquencial. 
Nos dizeres de Enrico Ferri, o criminoso 
habitual é “até incorrigível”, portanto, é 
reincidente, fazendo do crime sua verdadeira 
profissão. 
Enrico Ferri fazia uma diferenciação entre o 
criminoso nato do criminoso habitual, ou seja, 
o criminoso habitual costuma praticar, em 
regra, crimes do tipo roubos e furtos; enquanto 
o criminoso nato, normalmente – embora 
possa praticar roubos e furtos -, pratica crimes 
de sangue e de conotação sexual. 
CRIMINOSO OCASIONAL 
Criminoso que embora são sejam portadores 
de doenças mental de quaisquer espécies ou 
de personalidade psicopática, agem, por 
ocasião do delito que praticam, 
independentemente, de qualquer força, 
estimulo ou desencadeamento social, física, 
econômica etc., o fazendo apenas em razão 
de circunstância endógenas individuais ou 
exógenas (oportunidade). 
Nos dizeres de Waldir Troncoso Perez – 
advogado criminalista – “muitas vezes o crime 
é o acaso ocasional da contingência”, 
referindo-se ao criminoso ocasional. 
CRIME POR PAIXÃO 
Criminoso passional (por paixão). 
Beaumaarchaisdizia que “o homem difere dos 
animais no beber sem ter sede e no amar em 
todas as estações”. 
Leon Radzinowicz afirma que, em regra, não 
existe reincidência no crime passional e que 
só se comete crime por paixão uma única vez, 
acrescentando que isso está mundialmente 
provado por estatísticas. 
Portanto, o criminoso passional não deixa de 
ser um “criminoso ocasional”, porém, que 
pratica o delito não em face de uma facilidade 
ou oportunidade e sim, motivado pela relação 
antitética paixão – ódio. 
CRIMINOSO OCASIONAL 
O criminoso ocasional, em regra, são 
indivíduos fracos, tíbios e que por um 
momento cedem à pressão do ambiente. 
É o criminoso que age por mera excitação ou 
impulso dentro de um quadro de normalidade 
psíquica, Alexandre Lacassagne, chama de 
criminalidade normal. 
O estresse da vida urbana moderna 
(irritabilidade), disfunção hormonal, entre 
outros, podem gerar este tipo de criminoso. 
Crime passional 
São sentimentos que envolvem o crime 
passional: ciúmes, medo da perda da coisa 
amada, vergonha, necessidade de limpar a 
honra, vingança, entre outros. 
O crime passional é o crime cometido pelo 
amor, por um sentimento forte, acredita-se 
pela paixão, pelo medo descontrolado da 
perda que cega o (a) agressor (a) a ponto dele 
(a) acreditam ter sua vítima, que em algum 
momento não lhe corresponde a altura 
 
29/10 
DISTÚRBO DE PERSONALIDADE 
Embora haja relevante discordância 
nosográfica (estudou documento que contém 
a descrição a explicação de doença nas 
definições e nas classificações utilizadas 
vamos conhecer agora alguns distúrbios de 
personalidade que podem influenciar na 
formação de um criminoso. 
PARANOIDE: características. 
• Extremamente vigilante; 
• Espera sempre ser enganado; 
• Irascível (se irrita com facilidade); 
• Reluta em ter amizades e fazer confidencias; 
• Introspectivo; 
ESQUIZOIDE: características. 
• Impassível e frio; 
• Não gosta de intimidade; 
• Incapazes de instaurar e manter 
relacionamento significativos; 
• Ausência de laços afetivos até com 
familiares; 
• Raramente retribuem a gestos com sorrisos 
ou acenos; 
• São indiferentes as críticas e aprovações. 
HISTRIÔNICO: características. 
• Carente afetivo; 
• Busca a atenção para si; 
• Gosta de elogios e de aprovação de outros; 
• Preocupa-se com a aparência; 
• Sentem-se incomodados quando não são o 
centro das atenções; 
• Emoções por demais dramatizadas. 
ANTI-SOCIAL: características. 
• Incapaz de lidar com normas sociais 
(grosseiro, impulsivo e agressivo); 
• Incapaz de estabilizar a própria vida; 
• Ocorrem flutuações de humor; 
• Irresponsáveis em todas as áreas da vida 
humana; 
• Não observam regras de segurança. 
BORDERLINE: características. 
• Comportamento tendente ao suicídio; 
• Impulsivo; 
• Mantém relações estáveis e intensas; 
• Revela-se, por vezes, alterado; 
• Humor variável; 
• Mutilação. 
De acordo com o psiquiatra, Guido Palomba, um 
indivíduo com transtorno de personalidade tem 
três defeitos básicos: são altamente egoístas; 
não se arrependem dos atos; tem valores morais 
distorcidos; gostam ou não se incomodam com o 
sofrimento alheio. “Aparentemente, a pessoa é 
normal e lúcida, mas tem uma conduta 
deformada”, disse, “O problema foi descrito pela 
primeira vez em 1835, como insanidade moral, 
(...) Ao longo dos anos, já foi chamado de 
psicopatia, sociopatia, condutopatia e transtorno 
de personalidade”, lembrou Palomba. 
Transtorno emocionalmente instável – 
pessoas impulsivas e imprevisíveis. Além de agir 
de forma descontrolada em determinadas 
situações, o indivíduo também tem perturbações 
que dificultam a definição de preferências 
pessoais e provocam o sentimento de vazio, 
segundo a Classificação Internacional de 
Doenças. 
Transtorno histriônico – “São pessoas 
que tem o comportamento dramático e fazem 
palco para aparecer. O tratamento está 
relacionado à histeria”, explicou Palomba. 
Segundo a CID, os histriônicos são egocêntricos, 
não toleram frustações e tem a necessidade de 
atrair a atenção para eles próprios. Quando algo 
é bom se torna excelente para o histriônico e, 
quando é ruim, vira uma tragédia. 
Transtorno anancástico – de acordo com 
a Classificação Internacional de Doenças, o 
portador tem excessiva preocupação com 
detalhes, é rígido e teimoso. A pessoa tem 
pensamento repetitivos e é perfeccionista. 
Transtorno ansioso – tem sensibilidade 
excessiva a críticas, sentimentos persistentes de 
tensão e apreensão e timidez excessiva por 
insegurança pessoal, descreve a CID. 
Transtorno dependente – pessoas com 
falta de determinação e iniciativa em excesso 
podem ser transtorno dependente. O 
dependente não contraria, não age ou resolve 
qualquer coisa, de acordo com a CID. 
Transtorno abúlico – “são aqueles 
indivíduos que não fazem nada, que estão 
sempre na vagabundagem”, explicou Guido 
Palomba. A pessoa não para em emprego e não 
estuda. Segundo o psiquiatra, se a família do 
abúlico estiver passando fome, ele só vai 
trabalhar para manter o próprio sustento. “E, se 
ele tiver um pão com queijo naquele dia, não vai 
trabalhar porque já arrumou o que comer”, disse 
Palomba. Esse indivíduo costuma se procurar 
refúgio em álcool ou droga. 
Transtorno narcisista – “quem não tem 
vaidade não é normal, afirmou Palomba. No 
entanto, o exagero em querer se sentir superior 
(...) 
Transtorno fanático – Hitler, Mussolini e 
Kadafi foram os exemplos dados por Palomba. 
Segundo ele, o condutopata fanático é movido 
por ideais fixas que podem levá-lo a cometer 
crimes, homicídio e até levar a tirar a própria 
vida. 
 
 
 
 
 
 
 
Desde os mais remotos tempos a organização 
do homem em forma de sociedade prevê e aplica 
penalidades aos seus membros que 
desrespeitam determinada norma a ele imposta. 
A pena sempre caminhou ao lado do Direito 
Penal e este, por sua vez, visa a compreensão e 
combate das práticas criminosas, valendo-se, 
para tal, das criações de teoria que finalizam 
apontar a função das penas, principal 
ferramentas coatora das condutas delituosas. 
O fanatismo em qualquer modalidade 
torna-se muito perigoso quando a 
pessoa põe a paixão acima da razão e 
isto faz com a mesma passa a ter uma 
visão deturpada da vida, considerando 
certo só o que ela gosta. Triste época de 
um sectarismo doentio, chegando a 
ocasionar tragédias em vários lugares. 
(João Bosco Andrade de Araújo) 
Oportuno mostra-se, neste momento, definir o 
que vem a ser a “pena”: 
Em seu sentido filosófico, a pena tem sido 
definida com um castigo a ser suportado pelo 
indivíduo de um mal ao seu próximo ou à 
sociedade. Do ponto de vista jurídico-penal, a 
acepção é a mesma: pena é o castigo, é 
reprimenda ao indivíduo que agiu com culpa, 
violando uma norma de conduta estabelecida 
pelo Estado, representante dos interesses 
coletivos ou de suas classes sociais. 
Podemos defini-la como uma medida de caráter 
repreensivo, consistente na privação de 
determinado bem jurídico, aplicado pelo Estado 
ao autor de uma infração”, 
“Assim, de acordo com nossa legislação penal, 
entendemos que a pena deve reprovar o mal 
produzido pela conduta praticada pelo agente, 
bem como prevenir futuras infrações penais”. 
As penas, em um primeiro instante, possuíam 
natureza meramente vingativa, não intentado 
corrigir o delito, muito menos a reeducação do 
criminoso, sendo marcadas pela extrema 
crueldade com a qual era aplicadas: ”as 
primeiras penas eram manifestações de 
vinganças individuais, extremamente severas e 
absolutamente desproporcionais, arbitrária e 
excessivas. O próprio ofendido ou alguém por 
ele, geralmente seu parente de sangue, exercia 
o direito de punir, impingindo ao agressor do 
interesse a pena que bem entendesse, em 
qualidade e quantidade”. 
Pena puramente vingativa: 
“1- não havia proporcionalidade entre a condutacriminosa e a retorsão desencadeada. Assim, 
uma bofetada poderia ter como revide um 
homicídio, ou a morte de um filho representar a 
morte do chefe de família do agressor, que nada 
teve a ver com a conduta criminosa anterior. 
2- A legitimidade se fazia na razão direta da 
própria reação. 
 
Estudo da vítima 
Vitimologia é uma maneira eficiente e eficaz de 
influenciar nos indicadores criminais a partir da 
evolução da consciência coletiva, acerca da 
importância das ações de “prevenção vitimaria”, 
em que as pessoas, potenciais vítimas, são 
conscientizadas sobre a adoção de 
comportamento responsável e preventivos no 
auxílio ao poder público no enfrentamento da 
criminalidade e da violência, pois, somente a 
prevenção vitimaria não resolve o problema, 
contudo ajuda a atenuá-lo.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes