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A PENA DE PRISÃO (EFEITO DAS PENAS) Durante muito tempo a pena de prisão foi considerada como uma solução economicamente ineficaz e inevitável para o problema do crime, uma vez que, como se constatava quase que universalmente, o crime aumentou continuamente em quase todos os países, mesmo naqueles que enviaram milhares de pessoas a prisão a um custo extremamente elevado. Tudo parecia indicar uma ausência de correlação entre a taxa de encarceramento e de criminalidade. (...) Por um lado, quanto menor a impunidade e mais dura as penas, menores serão os incentivos para o cometimento de crimes, por outro lado, quanto mais tempo permanecerem na cadeia, mais incapaz se tornam de cometer crimes. Para muitas pessoas, a pena aplicada ao cidadão que delinqui é muito importante, onde muitos acreditam que se ela for mais longa, para determinados delitos, maior será a resposta, no que concerne à contra motivação das pessoas em cometer delitos, pois terão medo das penas (prevenção geral) a elas aplicadas se forem presas em flagrante, ou condenadas pela prática de qualquer delito. Para outras pessoas, uma forma eficaz de prevenção, é a aplicação de mais e melhores meios para aqueles que lidam, diretamente, com o delito (sistema legal geral), pois defendem seus integrantes que a melhor maneira de evitar delitos é o investimento no homem, seu recrutamento, e seu treinamento, onde mais e melhores Policiais, mais e melhores Promotores, mais e melhores juízes, mais e melhores prisões. Contudo, um outro grupo de pessoas, acredita na rapidez da aplicação da pena, e não na sua gravidade, se opondo ao modo clássico, como a melhor forma de prevenir, onde a certeza e a inabilidade da aplicação da pena (sanção) seria um fator potencial na prevenção, onde o cometimento de um delito implicaria na pronta e implacável aplicação da pena, demonstrando ao infrator que a pena é algo líquido e certo, e não algo futuro e possível. EFEITOS DA PENA DA PRISÃO Efeito intimidatório (repressão) Efeito incapacitado (punitivo) Efeito ressocializadora (voltar a sociedade) ÊNFASE DA PENA: a pena aplicada ao cidadão que delinqui é muito importante, onde muitos acreditam que se ela for mais longa, para determinados delitos, maior será a resposta, no que concerne à contra motivação das pessoas em cometer delitos, logo acreditam na importância do Direito Penal como forma inibidora. ÊNFASE NOS SISTEMAS: para outras pessoas, uma forma eficaz de prevenção, é aplicação de mais e melhores meios para aqueles que lidam, diretamente, com o delito (sistema legal geral), pois defendem seus integrantes que a melhor maneira de evitar delitos é o investimento no homem, seu recrutamento, e seu treinamento. VITIMOLOGIA CONCEITO DE VÍTIMA: inicialmente vamos verificar o conceito de vítima, que seria aquela pessoa que sofre ou recebe a ação danosa de um bem jurídico de que é titular. CONCEITO DE VITIMOLOGIA: “uma disciplina que tem por objeto o estudo da vítima, de sua personalidade, de suas características, de suas relações com o delinquente e do papel que assumiu na gênese do delito” (Gulotta, Guglielmo, La Vitima, pg 9), cabendo ainda, a esse ramo da criminologia, alertar, proteger a vítima e repará-la contra os delitos. A vitimologia tem sua origem nos ensinamentos de Benjamim Mendelsohn, professor de criminologia e advogado em Jerusalém (Israel), considerado por muitos como o pai desta ciência – alguns estudiosos oferecem este “titulo” a Hans Von Hentig - , ao proferir sua famosa conferencia na cidade de Bucareste em 1947 quando afirmou existir um horizonte novo na ciência biopsicossocial: a vitimologia. Objeto da vitimologia: Lola Aniyar de Castro, famosa criminologista venezuelana, em sua obra VITIMOLOGIA – tese de Doutorado – citando Mendelson, sintetiza o objeto da vitimologia nos seguintes itens: 1. Estudo da personalidade da vítima, tanto vítima de delinquente, ou vítima de outros fatores, como consequência de suas inclinações subconscientes. 2. O descobrimento dos elementos psíquicos do “complexo criminógeno” existente na “dupla penal”, que determina a aproximação entre vítima e o criminoso, quer dizer: “o potencial de receptividade vítimal”. 3. Análise da personalidade das vítimas sem intervenção de um terceiro – estudo que tem maior alcance do que o feito pela criminologia, pois abrange assuntos tão diferentes como o suicídio e os acidentes de trabalho. 4. Estudo dos meios de identificação dos indivíduos com tendências a se tornarem vítimas. 5. A importantíssima busca dos meios de tratamento curativo, a fim de prevenir a recidiva da vítima. A vitimologia preocupa-se também, com a vítima, e o trauma sofrido por ela, em razão da ocorrência de um delito, com a provável e futura intervenção do sistema Estatal (agindo sobre o criminoso ou sobre ela, a vítima) e a relação da vítima com este sistema (vitimização secundária). 08/10 TIPOS DE VITIMA Guaracy Moreira Filho cita em sua obra os tipos de vítima, segundo classificação de Benjamim Mendelson, a saber: vítima completamente inocente, vítima menos culpada que o delinquente, vítima tão culpada quanto o delinquente, vítima mais culpada que o delinquente e vítima como única culpada, vejamos: COMPLETAMENTE INOCENTE: aquela em que a vítima não contribui em nenhum momento para a consumação do delito (bala perdida); MENOS CULPADA QUE O DELINQUENTE: É a vítima que de alguma forma contribui para a ocorrência do delito, quer expondo objetos de valor, tornando-os suscetíveis a serem roubados, quer frequentemente locais criminógenos: TÃO CULPADA QUANTO O DELINQUENTE : é o delito que sem a participação da vítima ele não teria ocorrido (estelionato). MAIS CULPADA QUE O DELINQUENTE: neste caso temos a vítima como principal ocasionador do delito, é o caso da lesão corporal privilegiada, cometido após injusta provocação da vítima. VITIMA COMO ÚNICA CULPADA : neste caso tratamos, como exemplo, de um cidadão embriagado que atravessa uma rua extremamente movimentada, e vem a ser atropelado, temos ainda o exemplo das vítimas de roleta russa. VITIMAS PURAS: aquelas que não contribuem de nenhuma forma para a ocorrência de um delito, ao contrário, procuraram evita-lo adotando medidas que “in tese”, inibiram a prática delitiva. VÍTIMAS CONTRIBUTIVAS: seriam aquelas que de alguma forma contribuem ou facilitam, mesmo que inconscientemente, para a eclosão do delito. VÍTIMAS CULPADAS: estamos falando agora das vítimas sem sua participação decisiva o delito não ocorreria. Síndrome de Estocolmo Síndrome de Estocolmo ou Síndroma de Estocolmo é o nome e normalmente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade perante o seu agressor. De um ponto de vista psicanalítico, pessoas que possam ter desenvolvido ao longo de experiências na infância com seus familiares ou cuidadores, algum traço de caráter sádico ou masoquista implícito em sua personalidade, podem em certas circunstancia de abuso desenvolver sentimentos de afeto e apego, dirigidos a agressores, sequestradores, ou qualquer perfil que se encaixe no quadro geral correspondente a síndrome de Estocolmo. Há também a possibilidade, amplamente considerada, de que para algumas pessoas vítimas de assédio semelhante, possam desenvolver algum mecanismo inconsciente irracional de defesa, na tentativa de projetar sentimentos afetivos na figura do sequestrador ou abusador que possam “amenizar” ou tentar “negociar” algum tipo de acordo entre a relação vítima/agressor na tentativa de reduzir a tensão entre os entes envolvidos.De uma forma geral, estes processos psíquicos inconscientes a sua relação entre vítima/agressor, podem perfeitamente ser entendidos em uma ampla gama de contexto onde a situação de agressor e abusado se repete, inclusive no caso de mulheres que muitas vezes tendo recursos legais e apoio familiar para abandonar o agressor, ainda persistem em conviver sob a atmosfera de medo. ORIGEM DA SÍNDROME DE ESTOCOLMO Copenhague – o ”drama de Normalmstorg”, um assalto a um banco com reféns no centro da capital sueca que deu origem à famosa “síndrome de Estocolmo”, completou 45 anos, o fato aconteceu em 23 de agosto de 1973. O assalto aconteceu no Kreditbanken na praça de Norrmalmstorg, Estocolmo, Suécia. • Os reféns criaram laços afetivos com o sequestrador, jogaram baralho durante o prazo que estiveram no cativeiro. • No dia que ele se entregou, os reféns se negaram a sair antes do seu sequestrador com medo que ele fosse castigado, e ainda, se despedirem com abraços. Conclui-se que a Vitimologia é uma maneira eficiente e eficaz de influenciar nos indicadores criminais a partir da evolução da consciência coletiva, acerca da importância das ações de “Prevenção Vitimária”, em que as pessoas, potenciais vítimas, são conscientizadas sobre a adoção de comportamentos responsáveis e preventivos no auxílio ao poder público no enfrentamento da criminalidade e da violência, pois, somente a prevenção vitimária não resolve o problema, contudo ajuda a atenuá-lo. Todos os conhecimentos e informações da Criminologia sobre o crime, o delinquente, a vítima, e o controle social – todos atributos do conceito – não podem ser utilizados meramente para punir mais e melhor e sim, para prevenir as informações criminais. PREVENÇÃO CONCEITO CRIMINOLÓGICO É algo mais que dificulta seu cometimento ou dissuadir o infrator com ameaça do castigo. Requer intervenção dinâmica que neutralize suas raízes/causas. Mobilização de todos os setores comunitários – problema social. CIFRA NEGRA A cifra negra constitui a relação de crimes ocorridos, mas não registrados pelos órgãos, ou seja, forma a diferença entre o número de crimes praticados e o número de crimes conhecidos pelas autoridades competentes. Logo, a criminalidade real é maior que aquela registrada oficialmente. Isso se configura porque a vítima acha insignificante o fato criminoso porque a vítima acha insignificante o fato criminoso, ou acredita que a polícia não fará nada, ou mesmo porque o infrator é da família, e ela opta por não o incriminar. São, pois, variadas as causas. Assim, é certo que a chamada cifra negra gera descrédito para o Estado, impunidade aos bandidos e uma sensação de injustiça as vítimas. Cifra Dourada Cifra dourada que concerne aos crimes efetuados pelas “classes altas” e que, identicamente, não são solucionados. São os crimes denominados de “colarinho branco”, que se dão contra a ordem tributária, o sistema financeiro, etc. Casos corriqueiros no país, todos o sabem Atualmente, ficou conhecido o seu combate no processo denominado de Lava Jato. Com a prisão de vários empresários. TIPOS DE PREVENÇÃO basicamente é a prevenção que é realizada enfatizando-se o aspecto social, proporcionando as pessoas condições, oportunidades e qualidade de vida para seu autodesenvolvimento pessoal e social, ou seja, proporcionando as pessoas educação, saúde, lazer, trabalho, família, etc. Seus reflexos são a médio e longo prazo é aquela prevenção que foca os locais onde a criminalidade se manifesta e não a sua origem. Basicamente é a prevenção que é realizada por programas de prevenção policial, arquitetônica (Broken Windows), bloqueadores mecânicos ou eletrônicos, programas comunitários, vídeo monitoração, fechamento de bares e prevenção vitimaria. Seus reflexos são a curto e médio prazo. : é aquela prevenção foca no reincidente, ou seja, visa minimizar as taxas de reincidência como forma de reduzir a criminalidade. Atua no sistema prisional e seus reflexos são a médio e longo prazo, e ainda, não age na raiz do problema Controle social CONCEITO: “Conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que pretende promover e garantir o submetimento do INDIVÍDUO aos modelos e normas comunitárias, cultivando no INDIVÍDUO uma verdadeira ‘disciplina social’” (ANTÔNIO GARCIA PABLO DE MOLINA e LUIS FLÁVIO GOMES) AGENTES INFORMAIS DE CONTROLE SOCIAL: Família, Educação, Trabalho, Religião, Lazer, Saúde. AGENTES FORMAIS DE CONTROLE SOCIAL: Policias, MP, Judiciário, Sistema Penitenciário. As sanções impostas pelo Controle Social Formal, diferente daquelas impostas pelos Agentes Informais, nunca são neutras (sem consequência para o “punido”). Os Agentes Formais não podem atuar com tamanha flexibilidade, senão, conforme as leis. A classificação mais conhecida é a de Cesar Lombroso, que divide os criminosos em: natos; loucos; por paixão; e de ocasião, contudo a mais aceita pela doutrina é a classificação de Enrico Ferri que divide em criminosos natos, loucos, por paixão, habitual e o de ocasião. O professor Newton Fernandes classifica, mais modernamente, o criminoso em: Biopsicocriminoso patológico, Biopsicocriminoso, Biopsicosociocriminoso, Criminoso Habitual, Criminoso Ocasional, Criminoso Passional, Criminoso Situacional. Assim sendo, vamos adotar a classificação de Enrico Ferri – a mais aceita pela doutrina -, porem, com ressalvas, pois, é importante lembrar que a maioria dos autores modernos discorda da ideia de criminoso nato (determinismo biológico). Criminoso Nato Embora haja, na doutrina moderna, uma repulsa ao determinismo biológico (criminoso nato), Ferri adota em sua classificação este tipo de criminoso que é “marcado” como uma pessoa que nasce com predisposição genética (teoria atávica de Lombrobroso) para o cometimento de crimes. Criminoso Louco Portadores de moléstias mentais e os que possuem personalidade psicopatia (sociopatia). EQUÍVOCOS • O PRIMEIRO é a crença de que todos os psicopatas são violentos; • O SEGUNDO mito diz que todos os psicopatas sofrem de psicose. Ao contrário dos casos de pessoas com transtorno psicóticos, em que é frequente a perda de contrato com a realidade, os psicopatas são quase sempre muito racionais; • O TERCEIRO equivoco em relação ao conceito de psicopatia está na suposição de que é um problema sem tratamento. CRIMINOSO HABITUAL Criminoso provindo de uma estrutura social, que tenderia a influenciá-lo á pratica de crime. Portanto, é o indivíduo que é submetido às pressões sociais desfavoráveis (pobreza, desestruturação familiar, desemprego, drogas, mendicância etc.) e que acaba por iniciar uma “vida delinquencial. Nos dizeres de Enrico Ferri, o criminoso habitual é “até incorrigível”, portanto, é reincidente, fazendo do crime sua verdadeira profissão. Enrico Ferri fazia uma diferenciação entre o criminoso nato do criminoso habitual, ou seja, o criminoso habitual costuma praticar, em regra, crimes do tipo roubos e furtos; enquanto o criminoso nato, normalmente – embora possa praticar roubos e furtos -, pratica crimes de sangue e de conotação sexual. CRIMINOSO OCASIONAL Criminoso que embora são sejam portadores de doenças mental de quaisquer espécies ou de personalidade psicopática, agem, por ocasião do delito que praticam, independentemente, de qualquer força, estimulo ou desencadeamento social, física, econômica etc., o fazendo apenas em razão de circunstância endógenas individuais ou exógenas (oportunidade). Nos dizeres de Waldir Troncoso Perez – advogado criminalista – “muitas vezes o crime é o acaso ocasional da contingência”, referindo-se ao criminoso ocasional. CRIME POR PAIXÃO Criminoso passional (por paixão). Beaumaarchaisdizia que “o homem difere dos animais no beber sem ter sede e no amar em todas as estações”. Leon Radzinowicz afirma que, em regra, não existe reincidência no crime passional e que só se comete crime por paixão uma única vez, acrescentando que isso está mundialmente provado por estatísticas. Portanto, o criminoso passional não deixa de ser um “criminoso ocasional”, porém, que pratica o delito não em face de uma facilidade ou oportunidade e sim, motivado pela relação antitética paixão – ódio. CRIMINOSO OCASIONAL O criminoso ocasional, em regra, são indivíduos fracos, tíbios e que por um momento cedem à pressão do ambiente. É o criminoso que age por mera excitação ou impulso dentro de um quadro de normalidade psíquica, Alexandre Lacassagne, chama de criminalidade normal. O estresse da vida urbana moderna (irritabilidade), disfunção hormonal, entre outros, podem gerar este tipo de criminoso. Crime passional São sentimentos que envolvem o crime passional: ciúmes, medo da perda da coisa amada, vergonha, necessidade de limpar a honra, vingança, entre outros. O crime passional é o crime cometido pelo amor, por um sentimento forte, acredita-se pela paixão, pelo medo descontrolado da perda que cega o (a) agressor (a) a ponto dele (a) acreditam ter sua vítima, que em algum momento não lhe corresponde a altura 29/10 DISTÚRBO DE PERSONALIDADE Embora haja relevante discordância nosográfica (estudou documento que contém a descrição a explicação de doença nas definições e nas classificações utilizadas vamos conhecer agora alguns distúrbios de personalidade que podem influenciar na formação de um criminoso. PARANOIDE: características. • Extremamente vigilante; • Espera sempre ser enganado; • Irascível (se irrita com facilidade); • Reluta em ter amizades e fazer confidencias; • Introspectivo; ESQUIZOIDE: características. • Impassível e frio; • Não gosta de intimidade; • Incapazes de instaurar e manter relacionamento significativos; • Ausência de laços afetivos até com familiares; • Raramente retribuem a gestos com sorrisos ou acenos; • São indiferentes as críticas e aprovações. HISTRIÔNICO: características. • Carente afetivo; • Busca a atenção para si; • Gosta de elogios e de aprovação de outros; • Preocupa-se com a aparência; • Sentem-se incomodados quando não são o centro das atenções; • Emoções por demais dramatizadas. ANTI-SOCIAL: características. • Incapaz de lidar com normas sociais (grosseiro, impulsivo e agressivo); • Incapaz de estabilizar a própria vida; • Ocorrem flutuações de humor; • Irresponsáveis em todas as áreas da vida humana; • Não observam regras de segurança. BORDERLINE: características. • Comportamento tendente ao suicídio; • Impulsivo; • Mantém relações estáveis e intensas; • Revela-se, por vezes, alterado; • Humor variável; • Mutilação. De acordo com o psiquiatra, Guido Palomba, um indivíduo com transtorno de personalidade tem três defeitos básicos: são altamente egoístas; não se arrependem dos atos; tem valores morais distorcidos; gostam ou não se incomodam com o sofrimento alheio. “Aparentemente, a pessoa é normal e lúcida, mas tem uma conduta deformada”, disse, “O problema foi descrito pela primeira vez em 1835, como insanidade moral, (...) Ao longo dos anos, já foi chamado de psicopatia, sociopatia, condutopatia e transtorno de personalidade”, lembrou Palomba. Transtorno emocionalmente instável – pessoas impulsivas e imprevisíveis. Além de agir de forma descontrolada em determinadas situações, o indivíduo também tem perturbações que dificultam a definição de preferências pessoais e provocam o sentimento de vazio, segundo a Classificação Internacional de Doenças. Transtorno histriônico – “São pessoas que tem o comportamento dramático e fazem palco para aparecer. O tratamento está relacionado à histeria”, explicou Palomba. Segundo a CID, os histriônicos são egocêntricos, não toleram frustações e tem a necessidade de atrair a atenção para eles próprios. Quando algo é bom se torna excelente para o histriônico e, quando é ruim, vira uma tragédia. Transtorno anancástico – de acordo com a Classificação Internacional de Doenças, o portador tem excessiva preocupação com detalhes, é rígido e teimoso. A pessoa tem pensamento repetitivos e é perfeccionista. Transtorno ansioso – tem sensibilidade excessiva a críticas, sentimentos persistentes de tensão e apreensão e timidez excessiva por insegurança pessoal, descreve a CID. Transtorno dependente – pessoas com falta de determinação e iniciativa em excesso podem ser transtorno dependente. O dependente não contraria, não age ou resolve qualquer coisa, de acordo com a CID. Transtorno abúlico – “são aqueles indivíduos que não fazem nada, que estão sempre na vagabundagem”, explicou Guido Palomba. A pessoa não para em emprego e não estuda. Segundo o psiquiatra, se a família do abúlico estiver passando fome, ele só vai trabalhar para manter o próprio sustento. “E, se ele tiver um pão com queijo naquele dia, não vai trabalhar porque já arrumou o que comer”, disse Palomba. Esse indivíduo costuma se procurar refúgio em álcool ou droga. Transtorno narcisista – “quem não tem vaidade não é normal, afirmou Palomba. No entanto, o exagero em querer se sentir superior (...) Transtorno fanático – Hitler, Mussolini e Kadafi foram os exemplos dados por Palomba. Segundo ele, o condutopata fanático é movido por ideais fixas que podem levá-lo a cometer crimes, homicídio e até levar a tirar a própria vida. Desde os mais remotos tempos a organização do homem em forma de sociedade prevê e aplica penalidades aos seus membros que desrespeitam determinada norma a ele imposta. A pena sempre caminhou ao lado do Direito Penal e este, por sua vez, visa a compreensão e combate das práticas criminosas, valendo-se, para tal, das criações de teoria que finalizam apontar a função das penas, principal ferramentas coatora das condutas delituosas. O fanatismo em qualquer modalidade torna-se muito perigoso quando a pessoa põe a paixão acima da razão e isto faz com a mesma passa a ter uma visão deturpada da vida, considerando certo só o que ela gosta. Triste época de um sectarismo doentio, chegando a ocasionar tragédias em vários lugares. (João Bosco Andrade de Araújo) Oportuno mostra-se, neste momento, definir o que vem a ser a “pena”: Em seu sentido filosófico, a pena tem sido definida com um castigo a ser suportado pelo indivíduo de um mal ao seu próximo ou à sociedade. Do ponto de vista jurídico-penal, a acepção é a mesma: pena é o castigo, é reprimenda ao indivíduo que agiu com culpa, violando uma norma de conduta estabelecida pelo Estado, representante dos interesses coletivos ou de suas classes sociais. Podemos defini-la como uma medida de caráter repreensivo, consistente na privação de determinado bem jurídico, aplicado pelo Estado ao autor de uma infração”, “Assim, de acordo com nossa legislação penal, entendemos que a pena deve reprovar o mal produzido pela conduta praticada pelo agente, bem como prevenir futuras infrações penais”. As penas, em um primeiro instante, possuíam natureza meramente vingativa, não intentado corrigir o delito, muito menos a reeducação do criminoso, sendo marcadas pela extrema crueldade com a qual era aplicadas: ”as primeiras penas eram manifestações de vinganças individuais, extremamente severas e absolutamente desproporcionais, arbitrária e excessivas. O próprio ofendido ou alguém por ele, geralmente seu parente de sangue, exercia o direito de punir, impingindo ao agressor do interesse a pena que bem entendesse, em qualidade e quantidade”. Pena puramente vingativa: “1- não havia proporcionalidade entre a condutacriminosa e a retorsão desencadeada. Assim, uma bofetada poderia ter como revide um homicídio, ou a morte de um filho representar a morte do chefe de família do agressor, que nada teve a ver com a conduta criminosa anterior. 2- A legitimidade se fazia na razão direta da própria reação. Estudo da vítima Vitimologia é uma maneira eficiente e eficaz de influenciar nos indicadores criminais a partir da evolução da consciência coletiva, acerca da importância das ações de “prevenção vitimaria”, em que as pessoas, potenciais vítimas, são conscientizadas sobre a adoção de comportamento responsável e preventivos no auxílio ao poder público no enfrentamento da criminalidade e da violência, pois, somente a prevenção vitimaria não resolve o problema, contudo ajuda a atenuá-lo.
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