Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESENHA CARVALHO, José Mauricio de. A teoria tridimensional do Direito de Miguel Reale. São João del-Rei, 2015. A teoria tridimensional do direito de Miguel Reale, revela uma nova visão do fenômeno jurídico, na qual ele reconhece que o direito é sempre composto por três aspectos epistemológicos que se relacionam: o fato, o valor e a norma. Apesar disso, Reale apresenta a teoria tridimensional em contra proposta a concepção jurídica de forte presença na realidade luso-brasileira e responsável por muitos de nossos problemas: os positivistas e idealistas de caráter ético- normativo de forte presença da nossa tradição jurídica. O positivismo tratando a dialética norma e fato como relação de ajuste e desajuste, e o idealismo gerando leis descontextualizadas que postas em pratica, não funcionam como previstas. Na tridimensionalidade genérica a correlação entre os aspectos encontra- se separada ou abstrata, correspondendo a diferentes ramos sem qualquer tipo de integração jurídica. Contudo, Miguel Reale incorpora ao normativíssimo, o sociologismo e o moralismo jurídico, demonstrando que o fato, o valor e a norma se encontram em unidade, pois o direito decorre de um fato social, recebendo uma carga valorativa antes de se tornar norma, e devem ser considerados como fatores essenciais da experiencia jurídica, indo contra a generalidade e assim criando a tridimensionalidade especifica. Para o jurista, o Direito deve ser estudado dialeticamente e interdisciplinarmente, visto que o direito é o objeto histórico- cultural e dinâmico. Dessa forma, a teoria se destaca por contemplar a tridimensionalidade como condição primordial do direito e por solidificar a história do processo jurídico. Refere-se ao tridimensionalismo concreto e dinâmico. O filosofo também considera que no fenômeno jurídico existe um fato subjacente, no qual a relevância, que averigua determinado significado a este fato, definindo o ato dos homens afim de atingir um objetivo, e por fim uma regra ou norma, que tem a como proposito incorporar um elemento ao outro. Assim, sempre que aparecer uma norma jurídica, ela verifica o fato e o valora. Fato, valor e norma se relacionam de forma recíproca, que gera como resultado um convívio dinâmico e dialético, que Reale denomina de dialética de complementariedade, em que, o fato e a norma tende a serem irredutíveis e distintos, mas exigindo-se mutuamente, resultando no início da estrutura normativa, conforme a realização do direito. Na dialética, os elementos como opostos, e de forma mútua, se confrontam e se acrescentam, conciliando-se de maneira á não reduzir um ao outro. O Direito é a norma social na maneira que lhe dá uma norma, de acordo com uma ordem de fator-valor. A respeito do tridimensionalismo abstrato Reale, se refere como o que trata os problemas da Filosofia do Direito, da Sociologia Jurídica e da Teoria Geral do Direito, sem considerar a estrutura da experiencia jurídica; “que não chega ao nível da concreticidade da experiência jurídica integrando o valor e o fato.” Em uma sociedade, o instrumento utilizado como ordenamento para a população deve levar em conta a cultura, costumes e hábitos e se moldar a partir da observação desses elementos. “A teoria jurídica construída por Miguel Reale mostra que não se pode ficar no enunciado das leis, sem considerar que fato e valor fazem parte do processo de constituição da norma no espaço da cultura”
Compartilhar