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O Indivíduo e a Liberdade - Simmel (Resenha)

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Obra: “O Indivíduo e a Liberdade”
Autor: Georg Simmel
O autor, envolto em questionamentos sobre a liberdade e igualdade social, produz a
obra “O Indivíduo e a Liberdade”, na qual apresenta dois tipos de individualismo dissertando
sobre sua inserção na sociedade em quais cenários ela se faz. Simmel transcorre em sua
análise por entre os séculos XVIII e XIX, ilustrando os principais acontecimentos que
moldaram sua perspectiva em relação ao tema que aborda. Por fim, o sociólogo expressa sua
esperança na sociedade encontrar um modo de vida harmônico.
A Renascença foi responsável por criar a individualidade, antes suprimida pela Idade
Média através das instituições, principalmente a Igreja. Simmel diz que foi nesse processo que
surge o “individualismo da distinção”, onde o mais importante era o destaque por meio da
unicidade de expressão. Esse individualismo acaba por afastar da sociedade as características
comuns aos seres humanos, e na busca por essa total diferenciação, torna-se impossível viver a
vida livremente, estando sempre pressionado a mostrar-se único e não sendo quem o indivíduo
realmente é. Simmel acaba por chamar essa individualidade de “quantitativa”.
No entanto, esse desejo de se expressar unicamente tende a desaparecer. Do século
XVIII ao século XIX, outro tipo de individualismo surge para apaziguar os sofrimentos antes
causados pela intensa busca do “eu único”: o individualismo qualitativo. Neste, a liberdade era
valorizada por se crer que ao alcançá-la, o indivíduo se encontraria, e assim prezaria pela
preservação geral. Sendo assim, ao se ter liberdade a sociedade passaria a se auto regular.
Desse modo, Simmel acreditava que a auto regulação da sociedade não era só possível,
como já existia e estava impedida de se realizar por conta da opressão sofrida pelas
instituições controladoras. Portanto, ele pontua que para a supressão das desigualdades ocorra,
deve haver a razão natural, pois acreditava que existia uma “igualdade natural dos
indivíduos”. Cessando o controle que vem de fora do ser, seria atingido o ideal de “homem
perfeito”, e não haveria mais desigualdade.
Simmel reconhece que o conceito de igualdade perante a liberdade é falho e imperfeito.
Ele ainda afirma que, na verdade, ao invés de alcançar a igualdade, o homem parte em busca
de novas opressões. Assim ele apresenta o outro lado da liberdade: a que traz a desigualdade.
Além disso, ele explicita que após romper com as amarras sociais, históricas e de status, o
próximo passo do homem é buscar a distinção. Por fim, Simmel faz um apelo: “[...] a
esperança é que o imprevisível trabalho da humanidade produza sempre mais, e sempre mais
variadas
formas de afirmação da personalidade e do valor de existência. E que, quando em períodos
felizes, essas variedades consigam chegar a formar conjunções harmônicas, suas contradições
e lutas não sejam vistas apenas como obstáculo, mas sim como potenciais para o
desenvolvimento de novas forças e criações.” (p. 115)
No contexto histórico social do século XXI, dificilmente seremos contemplados com o
individualismo quantitativo de Simmel, visto que, em face do capitalismo, há uma forte
tendência a seguir padrões ditados pelo mesmo. Estes, difusos pela mídia, funcionam como um
mecanismo regulador da sociedade, que produz cada vez mais indivíduos semelhantes em
aparência e jeito de ser. O fenômeno da globalização, também, é responsável por impulsionar
essa padronização, tendo em vista que há constantemente a troca de informações por todo o
planeta. Além disso, a liberdade defendida por Simmel jamais seria possível de ser aplicada
nos dias atuais. No entanto, o autor mesmo se dá conta do impacto que essa liberdade total
causaria na sociedade: ainda mais desigualdade e, com isso, opressão. Porém, há de se
concordar que a união dos dois tipos de individualidade seria benéfica para a sociedade: a
personalidade singular e livre. Singular para que se possa expressar o verdadeiro eu acima de
tudo, e livre para que se veja solto das amarras sociais e possa utilizar-se da razão natural.
Georg Simmel (1858-1918), nascido em Berlim, foi um importante sociólogo alemão.
O teórico, com doutorado em Filosofia, tornou-se, em 1885, professor não remunerado na
Universidade de Berlim, onde obteve sua graduação. Suas palestras chamavam a atenção da
elite cultural de Berlim, mostrando sua popularidade. Apesar disso, sua carreira acadêmica não
recebia o mesmo prestígio. No entanto, Simmel foi responsável por escrever incontáveis
artigos e diversas obras importantes, tais como: “On Social Differentiation” (1890); “The
Problems of the Philosophy of History” (1892-93); “Introduction to the Science of Ethics”
(1892-93); “The Philosophy of Money” (1900); “Sociology: Investigations on the Forms of
Sociation” (1908); “Fundamental Questions of Sociology” (1917); “Lebensanschauung”
(1918).
REFERÊNCIAS
GESER, Prof. Hans. Georg Simmel: biographic information. Biographic Information.
Disponível em: https://www.socio.ch/sim/biographie/index.htm. Acesso em: 27 out. 2020.

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