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(
Parasitologia - Nicole Mancen Freire - P2
) (
2
)
LARVA MIGRANS
Os animais domésticos e silvestres possuem uma série
de parasitos, cujas larvas infectantes só são capazes de
completar o ciclo quando alcançam seu hospedeiro próprio. As larvas desses parasitos quando infectam um hospedeiro anormal (acidental), inclusive os humanos, podem não ser capazes de evoluir nesse hospedeiro, podendo então realizar migrações através do tecido subcutâneo ou visceral e produzir as síndromes conhecidas como larva migrans cutânea, larva migram visceral e larva migram ocular.
Deve-se ressaltar que as manifestações patológicas do
tipo larva migram são causadas por formas jovens de espécies capazes de sobreviver, durante algum tempo, no hospedeiro acidental, mas que, no entanto, mostram-se incapazes de completar seu ciclo evolutivo.
Larva Migrans Cutânea (LMC)
Também denominada dermatite serpiginosa ou dermatite Pruriginosa.
Agente etiológico: Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninurn, parasitos do intestino delgado de cães e gatos. 
Os cães e gatos podem ser infectados pela via oral, cutânea ou transplascentária. Ao defecarem, os animais infectados eliminam em suas fezes ovos ainda não embrionados. Ao entrarem em contato com o solo, os ovos passam por um processo de embriogenese, formando uma larve L1 em seu interior, posteriormente há transformação em L2 e por fim L3, a forma de larva infectante.
As L3 desses ancilostomídeos penetram ativamente na
pele do ser humano e migram através do tecido subcutâneo durante semanas ou meses e então morrem (são auto-limitadas). À medida que as L3 progridem, deixam um rastro sinuoso conhecido popularmente como "bicho geográfico" ou "bicho das praias''. 
As partes do corpo atingidas com mais frequência são
aquelas que entram em maior contato com o solo: pés, pernas, nádegas, mãos e antebraços .Algumas vezes, as lesões são múltiplas, podendo ocorrer em várias partes do corpo.
O momento da penetração pode passar despercebido ou ser acompanhado de eritema e prurido. Em sua migração, as larvas produzem um rastro saliente e pruriginoso, que por vezes, pode estar acompanhado de infecções secundárias decorrentes do ato de se
coçar, que leva a escoriações na pele.
OBS: Em alguns casos, há comprometimento pulmonar apresentando sintomas alérgicos (síndrome de Loefler). Nos casos de reinfecção, o quadro de hipersensibilidade agrava-se devido a reação do hospedeiro frente a ação antigênica das larvas, sendo frequente o aparecimento de eosinofilia.
OBS: Pomadas a base de tiabendazol podem ser eficazes 
Larva Migrans Visceral (LMV)
Agente etiológico: Toxocara canis ou menos frequentemente, Ancylostoma canium, parasitos do intestino delgado de cães e gatos.
(L3 de A. canium podem ser ingeridas e ao atingirem o intestino podem migrar através das vísceras, provocando a síndrome de larva migrans visceral (LMV). 
Da mesma maneira, o ciclo inicia-se pela eliminação de L3 nas fezes dos animais que podem ser infectados pela via oral, transplacentária ou cutânea. Em geral, o homem (hospedeiro acidental) se infecta ingerindo água ou alimentos contaminados com ovos contendo L3 e, menos frequentemente, ingerindo carne ou vísceras do hospedeiro. Quando ingere o ovo contendo a L3, no intestino delgado ocorre a eclosão e as L3 penetram na parede intestinal, atingem a circulação, distribuindo-se por todo o organismo.
Nesses órgãos, realizam migrações, e a maioria é destruída formando uma lesão típica, denominada granuloma alérgico, no qual o parasito morto encontra-se cercado por infiltrados ricos em eosinófilos e monócitos. Algumas larvas podem se encistar, mantendo-se viáveis por vários anos.
O quadro clássico de LMV caracteriza-se por leucocitose, hipereosinofilia sanguínea, hepatomegalia e linfadenite. Em alguns casos, podem-se observar infiltrados pulmonares acompanhados de tosse, dispnéia, anorexia e desconforto abdominal.
Larva Migrans Ocular (LMO)
Agente etiológico: Toxocara canis ou menos frequentemente, Ancylostoma canium, parasitos do intestino delgado de cães e gatos.
Quando as larvas desses parasitos migram para o globo ocular, tem-se a síndrome denominada larva migrans ocular.
Alguns autores acreditam que a forma ocular ocorre
quando o número de ovos ingeridos é reduzido (menos de 100). No caso de infecções maiores, o aumento de eosinófilos sanguíneos e teciduais, assim como a ação de anticorpos e de elementos do sistema fagocitário mononuclear reteriam as larvas no nível do fígado e dos pulmões.
A maioria das infecções oculares é unilateral, e são vários os aspectos clínicos que podem assumir, como hemorragias retinianas e catarata ocular. A fotocoagulação é um exemplo de tratamento que pode ser usado.

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