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SCHISTOSOMA MANSONI

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(
Parasitologia - Nicole Mancen Freire - P2
) (
4
)
SCHISTOSOMA MANSONI
Classe: Trematoda
Família: Schistomatidae 
Subfamília: Schistosomatinae
Espécie: (1) Schistosoma Haematobium - presente na África, sendo o agente da esquistossomose vesical, tendo como hospedeiro intermediário o molusco.
(2) Schistosoma Japonicum Katsurada - agente da esquistossomose japônica ou moléstia de Katayama
(3) Schistosoma Mekongi Voge, Brickner e Bruce - presente no Camboja
(4) Schistosoma Intercalatum Fischer - agente da esquistossomose intestinal, presente no interior da África Central
(5) Schistoma Mansoni - agente estiológico da esquistossomose intestinal ou moléstia de Pirajá da Silva, presente na África, nas Antilhas e América do Sul 
- Morfologia -
A classe trematoda apresenta como característica o corpo não segmentado coberto por cutículas, o que garante maior superfície de contato para absorção de alimentos. 
(schisto = fenda; soma = corpo)
É um parasito dióico, com significativo dimorfismo sexual. Apresenta como formas evolutivas: adulto (macho e fêmea), ovo, miracídio, esporocisto e cercaria.
· Adulto - macho
Apresenta o corpo dividido em duas porções: anterior, na qual encontramos a ventosa oral e ventosa ventral (acetábulo), e porção posterior (que se inicia logo após a ventosa ventral), onde encontramos o canal ginecóforo. O canal ginecóforo nada mais é do que dobras das partes laterais do corpo no sentido longitudinal, que tem como função albergar a fêmea e ali fecundá-la por meio do lançamento de espermatozóides no canal ginecóforo. 
· Adulto - fêmea
É meio centímetro maior do que o macho. Em sua porção anterior também apresenta ventosa oral e ventosa ventral (acetábulo) e em sua porção posterior apresenta vulva, útero, ovário e ceco. Os adultos, macho e fêmea, localizam-se no sistema porta-hepático, principalmente na veia mesentérica inferior.
· Ovo
O ovo maduro geralmente é encontrado nas fezes do hospedeiro e é caracterizado pela presença de um miracídio em seu interior. Presença de esporão lateral.
· Miracídio
É a forma infectante do parasito para o hospedeiro intermediário (caramujo), apresentam células epidérmicas, onde se implantam os cílios, que permitem o movimento no meio aquático. 
· Cercária
É a forma infectante do parasito para o hospedeiro definitivo (homem). Cauda bifurcada e duas ventosas estão presentes. A ventosa oral apresenta as glândulas de penetração e a ventosa ventral, ou acetábulo, é maior e possui musculatura mais desenvolvida. É por meio da ventosa ventral que a cercaria fixa-se na pele do hospedeiro, no processo de penetração.
- Ciclo Biológico -
Trata-se de um ciclo heteroxênico, tendo como hospedeiro intermediário o caramujo e hospedeiro definitivo o homem.
· No hospedeiro intermediário
O caramujo é na verdade um molusco planobídeo, do filo molusca, gênero biomphalária e espécie glambrata/ tenagophila/straminea. A forma infectante para ele é o miracídio. 
 O miracídio é libertado do ovo maduro, e por meio de uma substancia miraxome (havendo quimiotaxia) ele é atraído para o molusco fixando-se em suas partes moles, principalmente na base de suas antenas. Quando se fixa, ele libera substancias proteolíticas que permitem sua penetração no hospedeiro. Depois de penetrar, o miracídio transforma-se em esporocisto primário, e este transforma-se em esporocisto secundário, que contém cercarias em seu interior. Em seguida, as cercarias saem do caramujo e ficam a procura de um hospedeiro definitivo. A saída das cercarias do caramujo ocorrem principalmente nas horas mais quentes do dia.
· No hospedeiro definitivo
A forma infectante para ele é a cercária.
A cercária fixa-se ao homem por meio de suas ventosas, e com o auxílio dos movimentos vibratórios de sua cauda bifurcada fazem a penetração na pele. Ao penetrar, a cercária transforma-se em esquistossômulos, que migram pelo tecido subcutâneo e, ao penetrarem num vaso, são levadas passivamente da pele até os pulmões pelo sistema vascular sanguíneo, via coração direito. Dos pulmões, os esquistossômulos se dirigem para o sistema porta, podendo usar duas vias para realizar essa migração: 
Por meio da via sanguínea ou hematogênica, o parasito vai dos pulmões para as veias pulmonares, alcançando o átrio esquerdo, seguindo pelo ventrículo esquerdo, artéria aorta e por fim o sistema porta. Os parasitos que não atingem o sistema porta reiniciam o ciclo ou morrem.
Por meio da via sanguínea ou transtissular, os esquistossômulos seguiriam o seguinte caminho: dos alvéolos pulmonares perfurariam ativamente o parênquima pulmonar, atravessando a pleura, o diafragma e chegariam a cavidade peritoneal, perfurando a cápsula e o parênquima hepático, alcançando, finalmente, o sistema porta-hepático. Possivelmente, as duas vias de migração estão envolvidas,sendo a sanguínea a mais importante.
Uma vez no sistema porta-hepático, os esquistossômulos se alimentam e se desenvolvem transformando-se em machos e fêmeas 25-28 dias após a penetração. Daí migram, acasalados, para a veia mesentérica inferior, onde farão a oviposição. Dias depois, os ovos maduros, contendo miracídios, são eliminados pelas fezes do hospedeiro.
O ovo contém um envelope composto por mitocôndrias, retículo endoplasmático e complexo de Golgi, produzindo enzimas proteolíticas e o miracídio em desenvolvimento. Por meio dessas enzimas, há a digestão da parede da veia mesentérica inferior, permitindo a passagem dos ovos para a luz intestinal por meio de uma reação inflamatória. Os ovos que não conseguirem passar para a luz intestinal são levados ao fígado, induzindo uma reação inflamatória crônica específica, uma reação granulomatosa. Ela ocorre ao redor do ovo e é responsável pelo processo de fibrosamento, o que é benéfico para o hospedeiro, já que limita a área de atuação das enzimas proteolíticas do ovo.
- Estágios e aspectos clínicos -
· Esquistossômulo = linfadenite; febre; alterações pulmonares (tosse improdutiva)
· Adulto = esfoliação de sangue, em busca de ferro e glicose
· Ovo no intestino = leva à intensa hemorragia, edema e ulcerações
· Ovo no fígado = fibrosamento do fígado
- Patogenia -
Lembre-se que a esquistossomose é uma imunopatologia que tem como ovo o agente etiológico mais relevante. A doença é mais prevalente em mulheres e em pessoas de etnia negra, apresenta-se menos grave.
· Fase aguda: Pode ter início assintomático, dependendo do sistema imune do hospedeiro. Se sintomático, pode haver hepatite aguda devido à migração do parasito; granulomatomas; dermatite cercariana; emagrecimento; cólica; edema; pode haver tenesmo (estímulo de força para defecar sem a presença de bolo fecal).
OBS: pessoas livres da forma grave (hepato-esplênia) apresentam uma maior resposta ao INF-δ; apresentam alto nível de IgE, e como consequencia, baixo nível de IgG4.
· Fase crônica: no intestino há uma diarréia mucosanguinolenta; no fígado há sensibilidade na palpação; há hepato-esplenomegalia, propiciado por uma perifibroflebite ou endoflebite (inflamação da túnica de uma veia) provocando fibrose, há fibrosamento dos ramos intra-hepáticos e também por hipertrofia do sistema microcítico macrofágico; há hipertensão portal em decorrência do fibrosamento dos ramos intra-hepáticos; em decorrência do fibrosamento há também falha na irrigação do baço, haveno um schuts (ligação colateral de vasos) e anastomoses, levando à formação de varizes esofágicas podendo romper e levar à morte; ocorre ascite, em decorrência do aumento da resistência ao fluxo.
OBS: Em fase aguda, a destruição do fígado é maior do que na crônica. A imunomodulação é a passagem da fase aguda para a fase crônica, esse processo é mediado pela IL-10.
OBS: Os esquistossômulos têm mecanismo de defesa adicional, eles são trilaminares (três laminas tegumentares). Do mesmo jeito, os adultossão heptalaminares, tendo sete laminas tegumentares. É importante lembrar que o adulto é revestido por proteínas do hospedeiro, processo chamado de mimetismo antigênico. Assim, ele fica camuflado e o sistema de defesa do hospedeiro não é capaz de agir sobre ele.
- Quadros Atípicos -
Os quadros atípicos se dão pela presença dos ovos em locais não usuais:
(1) Ovos no sêmen humano
(2) Ovos na medula, causando anastomoses da veia mesentérica com a pudenda e veia cava inferior, podendo atingir qualquer lugar do organismo, podendo ocasionar a neuroesquistosomose.
- Diagnóstico -
O exame parasitológico que deve ser realizado é o exame de ultrassonografia no fígado, no intuito de encontrar lesões. Outro exame é o OPG, sendo ele o mais importante.
Por meio do diagnóstico clínico, é possível diagnosticar a fase aguda da doença por meio da dermatite cercariana. 
- Tratamento -
(1) Oxamniquina= bloqueia o SNA do verme, matando-o por paralisia do sistema neuromuscular.
(2) Praziquantel = age com as defesas do organismo
OBS: Se o primeiro exame de fezes der negativo, não significa que o paciente está livre da doença, já que a fêmea pode ter parado temporariamente de emitir os ovos.
OBS: lembre-se que a cobra que combate o molusco hospedeiro intermediário da esquistossomose é da espécie sibynomorphus neubite!

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