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16/05/2014
1
Finanças 
Comportamentais
Prof. Rubens Augusto de Miranda
A premissa ou hipótese básica que dá
sustentação à maior parte da teoria econômica
e financeira moderna está calcada na
racionalidade dos agentes econômicos ,
sejam indivíduos ou empresas. De acordo com
essa suposição, todos os agentes econômicos
são 100% racionais, isto é, usam todo o
conjunto de informações disponíveis, públicas
ou privadas, da melhor maneira possível.
A Racionalidade dos Agentes e a 
Hipótese do Mercado Eficiente
A eficiência é fruto da racionalidade dos agentes e da
competição. Os agentes, baseados num entendimento
correto do processo de criação de valor, formulam suas
expectativas de preços fazendo o melhor uso da
informação disponível e, assim, a refletem de forma
precisa nos preços. Essa é a chamada Hipótese do
Mercado Eficiente .
A competição garante que novas informações sejam
reproduzidas imediatamente nos preços, uma vez que
os participantes do mercado estão a procura de
oportunidades de lucro e prontos a analisar toda essas
informações.
A Racionalidade dos Agentes e a 
Hipótese do Mercado Eficiente
Ao observarmos os comportamentos e decisões
efetivamente tomadas por tais agentes
econômicos no dia-a-dia, vemos pouca evidência
dessa total racionalidade.
O que impera é uma racionalidade limitada, ou
mesmo irracionalidade, decorrente de tendências
comportamentais, a maioria inconscientes e
inatas, que distorcem o suposto agente
econômico racional.
Racionalidade??????
A Racionalidade dos Agentes e a 
Hipótese do Mercado Eficiente
Em uma ampla pesquisa sobre o comportamento
humano baseada em entrevistas e experimentos,
Daniel Kahneman e outros psicólogos questionaram
a assunção da racionalidade econômica em
algumas situações de decisão. Quem deve tomar
decisão no mundo real frequentemente parece não
avaliar eventos incertos de acordo com as leis de
probabilidade; nem parece tomar decisões de
acordo com a teoria da maximização da utilidade
esperada.
A Revolução de Kahneman
Kahneman mostrou que pessoas são incapazes de analisar
de modo completo situações em que se deve tomar decisões
completas quando as conseqüências futuras são incertas.
Sob tais circunstâncias, elas confiam, em vez disso, em
atalhos heurísticos ou princípios genéricos.
Ele demonstrou através do que foi chamado “Teoria do
Prospecto ” que, em situações com incertezas, o julgamento
humano normalmente explora princípios genéricos que
sistematicamente contradizem com propostas da teoria da
probabilidade. Por este trabalho, ganhou o prêmio Nobel de
2002. Em vez de se atribuírem valores aos resultados finais,
o que passa a importar é a existência de ganhos e perdas.
A Revolução de Kahneman
16/05/2014
2
Imagine um indivíduo, nesse caso um
investidor, encontra-se diante de duas
alternativas de aplicação. Na primeira
alternativa ganha-se R$ 10.000 com 80% e
nada com 20% de possibilidade. A segunda
alternativa garante um retorno de R$ 7.000
com 100% de chance.
Exemplo
ALTERNATIVA 2ALTERNATIVA 1
80% de chance de ganhar 
R$ 10.000
20% de chance de ganhar 
nada
Valor Esperado = R$ 8.000
100% de chance de ganhar 
R$ 7.000
Valor Esperado = R$ 7.000
Exemplo
O agente econômico da moderna teoria
financeira valendo-se de toda a informação
disponível não hesitaria diante desse
dilema. Com base nos dados fornecidos,
partiria logo para o cálculo do valor
esperado de cada alternativa e escolheria
aquela que, na média, lhe proporciona
maior retorno.
Exemplo
Na alternativa 1 o valor esperado é de R$
8.000,00, 14,8% superior ao oferecido pela
alternativa 2. Assim a racionalidade nos leva
a escolher a primeira alternativa, correto?
Será que é dessa forma que as pessoas
realmente se comportam? A experiência
prática, sujeita a racionalidade limita dos
agentes, revela escolhas reais
completamente opostas às previstas pela
teoria econômica e financeira tradicional.
Exemplo
Estudos aplicados envolvendo escolhas
como a apresentada na Figura 1 revelam
que apenas 20% dos indivíduos escolhem,
de fato, a alternativa 1, na qual o retorno
médio é maior, ao passo que 80% optam
pela alternativa 2, com ganho menor. O
ganho certo oferecido pela alternativa 2
distorce a escolha da maioria das pessoas
no sentido oposto ao previsto pela teoria
tradicional.
Exemplo
O chamado efeito certeza é responsável
por esse fenômeno e revela que a maior
parte da população não está disposta a
correr risco para ganhar, além de
subestimar o potencial de alta de ativos de
risco, como bolsa de valores.
Efeito certeza
16/05/2014
3
Em parte por essa razão temos no mundo
hoje, e o Brasil não é exceção, a maior
parte dos recursos financeiros são
aplicados em instrumentos de renda fixa,
cujos ganhos são mais estáveis e
previsíveis do que em renda variável, como
ações, onde as oscilações são
significativamente maiores, porém
proporcionam retornos significativamente
mais elevados.
Efeito certeza
Não poderíamos explicar, de modo geral,
a situação anterior, simplesmente, pela
maior aversão ao risco das pessoas?
Efeito certeza
O exemplo seguinte indica que não.
Se alterarmos a escolha anterior,
trabalhando agora com um cenário no qual
o investidor deve enfrentar alternativas que
levam a perdas financeiras, temos mais
uma vez resultados conflitantes com o que
é previsto pela teoria tradicional.
Exemplo
Imagine que o nosso investidor encontra-se
agora diante de duas alternativas. A
primeira delas oferece ao investidor a
chance de perder R$ 10.000 com 80% de
chance e 20% de chance de perder nada.
Na alternativa 2 perde-se R$ 7.000 reais
com 100% de certeza.
Exemplo
Mais uma vez, o agente da teoria
econômica e financeira tradicional, com a
sua total racionalidade e valendo-se de toda
a informação disponível, calcularia o valor
esperado de cada alternativa e não
hesitaria.
Exemplo
ALTERNATIVA 2ALTERNATIVA 1
80% de chance de perder 
R$ 10.000
20% de chance de perder 
nada
Valor Esperado= - R$ 8.000
100% de chance de perder 
R$ 7.000
Valor Esperado= - R$ 7.000
Exemplo
16/05/2014
4
Mais uma vez, estudos aplicados mostram que
não é dessa forma que as pessoas realmente se
comportam. A experiência prática revela escolhas
reais completamente opostas às previstas pela
moderna teoria econômica e financeira. Apenas
8% escolhem a alternativa 2, na qual o prejuízo
médio é menor, e 92% optam pela alternativa 1,
com maior perda financeira, em termos de retorno
esperado.
Exemplo
O interessante dos dois casos é que no
exemplo onde os indivíduos lidavam com um
cenário de ganhos, tivemos a maioria das
pessoas evitando correr riscos para ganhar.
Entretanto, na situação onde o cenário trata de
perdas, temos que a grande maioria, 92%
mostra forte disposição a correr riscos para
evitar perdas, mesmo que isso implique que,
na média, perderão mais.
Exemplos
Os exemplos nos mostram de que as
pessoas não são avessas ao risco. São
avessas a perdas!!!!!!
O estresse associado a uma perda é
significativamente maior que o prazer
associado a um ganho da mesma proporção, o
que impele a maioria dos investidores a aceitar
riscos, se isso trouxer como possibilidade
evitar ou limitar perdas potenciais.
Aversão a perdas
Estudos revelam que o investidor está
emocionalmente ligado a decisão de
aquisição de um ativo. Assim, se houve
erro, isto é, se comprarmos uma ação ou
investirmos em um fundo, e nos períodos
subsequentes o retorno que esperávamos
não for materializado, ou tivermos perda do
capital investido, relutaremos em nos
desfazer desse ativo.
Teoria do Arrependimento
Fazemos isso por que vendê-lo significaria:
1. Assumir um erro (estudos mostram que homens
têm maior dificuldade que mulheres para
assumir um erro passado) e;
2. Materializar uma perda, o que buscamos evitar
a todo o custo.
Teoria do Arrependimento
O problema é que evitar tal constrangimento, bem
como a materialização da perda, pode gerar
prejuízos adicionais.
Estudo da Dalbar Financial Services com base na
Indústria de Fundos de Investimento dos EUA,
corrobora essa tendência comportamental, ao
revelar queos fundos com bom desempenho
recebem aportes a uma velocidade 8 vezes maior
do que o fluxo de saques dos fundos de
investimento que não estão atingindo seus objetivos
de retorno. À luz do exposto anteriormente, a menor
velocidade de saques de fundos que estão aquém
do desempenho prometido seria influência direta da
aversão a perdas e do reconhecimento de erros
passados.
Teoria do Arrependimento
16/05/2014
5
Buscando quantificar melhor as
consequências financeiras da aversão a
perdas sobre o desempenho das carteiras
de investidores individuais, uma pesquisa
foi realizada junto a 6.380 clientes de
corretoras de ações nos EUA no período de
1987-1993.
Aversão a perdas
Observando as ordens de compras e vendas
passadas por tais investidores, e confrontando-
as ao retorno (positivo ou negativo) que tais
operações trouxeram para a carteira de
investimentos, pode-se verificar que os
investidores se desfazem com uma facilidade
1,5 vezes maior de suas posições que
registraram um retorno positivo (posições
ganhadoras) quando comparadas as vendas
de posições perdedoras (retorno negativo).
Aversão a perdas
O estudo revela ainda que as ações vendidas
com maior rapidez, isto é ações ganhadoras,
tiveram um retorno em média 2,3% superior ao
índice relevante de mercado (S&P 500) nos 12
meses seguintes à venda, ao passo que as
ações mantidas em carteiras, isto é, ações
perdedoras, tiveram um retorno em média
1,1% abaixo do índice mercado relevante nos
12 meses seguintes.
Aversão a perdas

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