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anestésicos venosos Opioides Não opioides Conceitos São divididos basicamente em Morfina, codeína, fentanil, sufentanil ... Barbituricos, benzodiazepinicos, propofol, etomidato, cetamina, alfa 2 agonista, droperidol Anestésicos venosos devem atravessar a barreira hematoenceféalica Sua solubilidade lipídica facilita a difusão dos anestésicos #OBS: Apenas a forma não ionizada atravessa as membranas. Quanto maior lipossolubilidade maior facilidade de permear as membranas. O grau de ligação protéica tem importância no efeito da droga e na sua velocidade de metabolização #OBS: quanto menor for a ligação de suas moléculas às proteínas plasmáticas maior será o número delas disponível para se ligar na biofase. A duração do efeito depende da relação central/periférico Eliminação comum: metabolismo hepático e excreção renal. Hipnose (inconsciência) Analgesia (abolição da dor) Relaxamento muscular Bloqueio da resposta neuro-humoral ao estresse (sem percepção ambiental) Plano I Plano II Plano III Anestésico ideal - Compatibilidade da droga e estabilidade em solução - Ausência de dor no local da injeção, venoirritação ou lesão tecidual por extravasamento - Baixo potencial em liberar histamina - Metabolismo rápido - Ausência de depressão aguada cardiovascular e respiratória - Baixo metabolismo cerebral e PIC - Retorno rápido e suave à consciência - Ausência de náuseas e vômitos, reações psicomiméticas, tonturas, cefaleias, sedação prolongada - Relação dose-dependente estrita Anestesia geral Elementos Planos de Guedel Fase de analgesia e perda de consciência Administração de analgésico até a perda da consciência Fase de excitação ou delírio Perda de consciência ao início do padrão respiratório rítmico Anestesia cirúrgica ___________________________________________________ Thais Passos - T1 ECC 2 Estrutura química Mecanismo de ação Interações medicamentosas Efeito nos diversos aparelhos Não opioides PROPOFOL Indutor mais utilizado, seu perfil farmacocinético permite uso em infusão contínua - É um alcalifenol altamente lipossolúvel [2,3 di-isopropilfenol] - É uma emulsão lipídica: mistura de água, óleo (se soja), fosfolípedes de ovo e glicerol *importante perguntar ao paciente sobre histórico de alergia de ovo, soja e amendoim. - A emulsão é um meio rico que sustenta crescimento bacteriano, sendo possível uma abertura para febre e sepse após 12 horas de uso. - Propicia despertar rápido ao término da infusão com estado mental claro, sem náuseas nem vômitos [sensação de sono fisiológico e reparador] - Age nos receptores GABAA na subunidade beta (1, 2 e 3 principalmente) - A modificação no GABA aumenta a passagem de íons cloreto tendo a hiperpolarização da célula e reduzindo a excitabilidade. - Midazolam: reduz metabolização do propofol - Remifentanil: propofol aumenta a concentração desse fármaco. SNC - Reduz consumo de oxigênio cerebral - Inibe ação do glutamato _________________________________________________________ Plano IV Fase de parada respiratória Choque mulbar e morte Barbitúrico - Benzodiazepínicos Etomidato Propofol Cetamina Droperidol Mecanismos de ação Ligam-se aos receptores GABA A ligação da molécula de um fármaco agonista modifica a sua permeabilidade aumentando a passagem do íon cloreto, determinando hiperpolarização da célula e reduzindo sua excitabilidade. #OBS: GABA - receptor lipoproteico formado por 5 subunidades (2 alfa, 2 beta, 2 y) Neurotransmissor inibitório do SNC Antagonista dos receptores de NMDA Produz anestesia dissociativa por desorganização funcional mesencefálica e talâmica. Butirofenonas Thais Passos - T1 ECC 2 Meia vida de distribuição: 1-2 min Meia vida de eliminação: 4-6 horas Doses Síndrome da infusão do propofol - Reduz PIC e pressão de perfusão cerebral (PPC) - por ser anticonvulsivante - Tem efeito antiemético - Resposta ao aumento de CO2 preservada - Auto regulação do fluxo cerebral preservada - Reduz pressão do LCR SISTEMA RESPIRATÓRIO - Apneia respiratória (por depressão respiratória dose-dependente) - Redução dos reflexos das VAs SCV - Reduz DC e IC - Reduz volume sistólico - Reduz resistência vascular sistêmica (RVS) - Ação vasodilatadora e depressora da função miocárdica (facilmente resolvida) - Reduz fluxo sanguíneo renal OUTROS - Hipnótico quase desprovido de poder analgésico (usar junto com opioides) - Dor no local da injeção e tromboflebite - Paciente acorda sem ressaca - Pode ser usado por hepatopatas e pacientes com insuficiência renal porque tem maior comprometimento central - Pode ser usado em grávidas - Pode causar síndrome da infusão do propofol em doses > 4 mg/kh/h Dose de indução em adultos: 2-3 mg/kg Idosos: 1-2 mg/kg Crianças: 4 mg/kg Caso clínico Paciente de 27 anos sofreu traumatismo cranioencefálico e permanece intubado na UTI sob ventilação mecânica controlada e com doses crescentes de propofol. No terceiro dia inicia quadro de instabilidade hemodinâmica, acidose metabólica intensa e diurese escura. Apresenta leve anemia e aumento da creatinina e das enzimas musculares. Doses altas: > 4 mg/kg Duração maior que 48 hrs Rara, porém letal Lesão muscular e liberação de conteúdo tóxico intracelular Fisiopatologia Alteração da regulação lipídica hepática e muscular, com injúria muscular. Ocorre a liberação do conteúdo tóxico intracelular. Fatores de risco - Pacientes graves [adulto ou criança] - Oferta limitada de O2 - Sepse - Lesões cerebrais graves - Altas doses de propofol Fatores pré-disponentes - Desordens genéticas no metabolismo de ácidos graxos - Baixa ingestão de carboidratos Quadro clínico - Bradicardia refratária [assistolia] - Acidose metabólica [BE > 10 mmo/L] - Rabdomiólise - Hiperlipidemia - Esteatose hepática Tratamento - Suspender propofol - Hidratação - Suporte _________________________________________________________ Thais Passos - T1 ECC 2 Estrutura química Mecanismo de ação Efeitos nos diversos aparelhos Meia vida longa: 72 horas Doses Antídoto: Flumazenil (USAR COM CAUTELA- pode causar BARBITÚRICOS Destacam-se metoexital, tiopental e tiamilal - Alta solubilidade - Tiopental e tiamilal podem causar sedação pós-operatóra prolongada São moléculas ácidas formuladas como sais de sódio misturados com tampão carbonato formando uma solução alcalina Atuam no receptor GABA (principal neurotransmissor inibitório do SNC) causando abertura dos canais e tendo influxo de Cl- hiperpolarizando as células e inibindo a transmissão sináptica. SNC - Anticonvulsivante - Útil em pacientes com HIC SISTEMA RESPIRATÓRIO - Depressão respiratória dose-dependente - Tosse e laringoespasmo SCV Reduz DC, RVS, retorno venoso - devido a vasodilatação OUTROS - Efeito de ressaca - Metabolização hepática - Indução anestesia: 4-5 mg/kg Seu uso deve ser seguido por administração de succinilcolina ou outro bloqueador neuromuscular não despolarizante para facilitar a intubação. convulsões) Estrutura química Mecanismo de ação Efeitos nos diversos aparelhos BENZODIAZEPÍNICOS Destacam-se diazepam, lorazepam, midazolan, clordiazepóxido Apresenta anel benzeno fundido a um anel diazepínico. São moléculas pequenas e lipossolúveis. - Tem efeito rápido no SNC - Grande variedade de adm: IV, IM, VO, sublingual e intranasal Midazolam é hidrosolúvel e é o mais utilizado em anestesias(não apresenta dor e flebite) Diazepam tem alta lipossolubilidade e sua injeção precisa incluir o propilenoglicol que é um veículo que pode causar dor e flebite. Baixas concentrações são suficientes para determinar ansiólise, doses intermediárias oferecem amnésia e doses mais elevadas levam ao efeito hipnótico. Se ligam nos sítios alostéricos do receptor GABA mantendo o canal aberto propiciando influxo de cloreto, hiperpolarizando a célula e diminuindo a excitabilidade neuronal. *BDZ potencializa a ação do GABA - hipnótico, sedativo, ansiolítico, amnésico, relaxante muscular e anticonvulsivante SNC - Reduz metabolismo cerebral e fluxo sanguíneo nesse tecido - Intenso efeito anticonvulsivante (limitado ao controle inicial e não profilaxia) - Midazolam: amnésia anterógrada _________________________________________________________ Thais Passos - T1 ECC 2 Doses Estrutura química Mecanismo de ação Farmacocinética e metabolização SISTEMA RESPIRATÓRIO - Depressão ventilatória dose-dependente (pelo relaxamento da musculatura das VAs) - Reduz reflexo de deglutição e tosse - Reduz resposta a hipercarbia e hipoxemia - Causa sinergia na depressão respiratória quando associado com opioides. ATENÇÃO SCV - Pequena redução da PAM e resistência vascular sistêmica - Efeito maior em hipovolêmicos - Sem efeito arritmogênico - Dose de indução anestésica: Midazolam 0,1- 0,3 mg/kg - Estado de mal epilético: Lorazepam 0,1 mg/kg ou Diazepan 0,2mg/kg - Infusão contínua: Midazolam 0,05-0,06 mg/kg/h sendo o máximo 15mg/h ETOMIDATO Composto por carboxilado que contém imidazol - anel aromático de 5 membros contendo 2 nitrogênios. -Lipossolúvel - Somente isômero D tem atividade Atua como agonista no receptor GABAA Tem efeito inibitório sobre a enzima 11 beta- hidrozilase e 17 alfa-hidroxilase (em menor quantidade) reduzindo a síntese de cortisol, o que impede que sua infusão seja contínua pelo risco de inibição da adrenal. - Alta taxa de extração hepática - Metabolização hepática - Aumento de duração em hepatopatas e idosos Efeitos nos diversos aparelhos Indicações Doses SNC - Reduz CMRO2, FSC e PIC [vasoconstritor cerebral] - Mantem PPC pois não causa queda da PA - Benefício oferta/demanda de O2 cerebral - Mantem a reatividade vascular cerebral ao CO2 SISTEMA RESPIRATÓRIO - Depressão respiratória - Respostas ventilatórias levemente afetadas - Não libera histamina SCV - Depressão cardiovascular mínima - Sem efeitos barorreceptores - Consumo/ oferta O2 no miocárdio preservado - Em pacientes hipovolêmicos ainda pode ocorrer redução da PA OUTROS - Causa náusea e vômitos - Pode inibir a síntese de cortisol - Dor na injeção e tromboflebite - Mioclonias - Instabilidade hemodinâmica - Doença reativa das VAs - HIC - Cirurgia cardíaca/ cardioversão - Neurocirurgia (reduzir PIC e manter PPC) - Dose de indução: 0,2-0,3 mg/kg. duração de ação muito curta - Escolha em uma ISR associado a um bloqueador neuromuscular e um analgésico potente. _________________________________________________________ Thais Passos - T1 ECC 2 Estrutura química Farmacocinética, metabolização e farmacodinâmica Mecanismo de ação Efeitos nos diversos aparelhos CETAMINA Derivada da fenilciclidina (utilizada no passado com efeitos alucinógenos e neurotóxicos) Dois isômeros ópticos - S-cetamina é mais potente e tem menos efeitos adversos (menor incidência de efeitos psicomiméticos - principalmente delírios ao acordar) - Não tem semelhança com outros anestésicos venosos - Não tem antagonista - Alta taxa de depuração hepática e VD - Meia vida beta: 2-3 h - Meia vida distribuição: 11-16 min - Baixa ligação protéica - Metabolização hepática - Sofre hidroxilação - Eliminada pelos rins Inibe o complexo receptor N-metil-daspartato (NMDA) que é um canal iônico controlado por neurotransmissor excitador de glutamato. Ele também ocupa receptores de u-opioide no cérebro e na medula esponhal o que pode explicar parcialmente seus efeitos analgésicos NMDA inibe glutamato GABA inibindo o sistema límbico e córtex que inibe medula espinhal e liberação de ACH é uma anestesia dissociativa - desorganização funcional mesencefálica e talâmica SNC - Vasodilatador cerebral: aumenta metabolismo, consumo e fluxo sanguíneo cerebral Indicações Contraindicações Doses - Aumenta a PIC SISTEMA RESPIRATÓRIO - Mínima depressão respiratória - Brincodilatação (útil em pcts asmáticos e DPOC) - Não preserva reflexos protetores das VAs e aumenta secreções SCV - Estimulação cv por ativação simpatica - Aumento da FC, PA, SVP OUTROS - Reações psicomiméticas dose-dependentes com alucinações frequentes - Doentes instáveis hemodinamicamente - Asmáticos / DPOC - Tamponamento cardíaco/ pericardite restritiva - Correção cardíaca congênita - Hipertermia malígna - Adjuvante anestesia regional - Sedação procedimentos dolorosos - Fora do CC - Coronariopatas - HIC - AVCh - Aneurisma cerebral - Lesão olho aberto - Pacientes esquizofrênicos - psiquiátricos - Uso de epidural/ subaracnóide - Analgesia: olhos abertos e reflexos presentes, possui muita alucinação - Indução anestésica: 1-2 mg/kg IV ou 5-10 mg/kg IM (pode ser adm via oral ou retal também) BZD prolonga sua duração _________________________________________________________ Thais Passos - T1 ECC 2 Estrutura química Mecanismo de ação Efeitos nos diversos aparelhos ALFA 2 AGONISTA A dexmedetomidina, o enantiômetro-S ativo da medetomidina é um imidazol A dexmedetomidina sofre rápido metabolismo hepático e os metabólitos são excretados pela bile e na urina - Medicação pré-anestésica utilizada para reduzir o consumo de anestésicos na indução e manutenção da anestesia geral (Precedex) Agonista alfa 2 adrenérgico altamente seletivo e exerce seus efeitos através da ativação de receptores alfa2 no SNC. Os efeitos analgésicos se originam ao nível da medula espinhal e seus efeitos hipnóticos provavelmente se original através dos locais receptores no locus ceruleus. SNC - Ação periférica: ativação do receptor alfa2 pré-sinaptico, diminui a liberação de noradrenalina - Ação espinhal: produz analgesia por interferir com o processo de transmissão - Ação supra espinhal: sedação e hipnose com ação no locus ceruleus - Inibição central do sistema simpático SISTEMA RESPIRATÓRIO Tem efeitos menores do que outros anestésicos venosos, porém, pode ocorrer obstrução das VAs superiores como resultado da sedação e pode ser intensificada se combinada com outros hipnóticos sedativos. Estrutura química Fentanil + Droperidol Farmacodinâmica Efeitos nos diversos aparelhos SCV Diminui a pressão arterial sistêmica por diminuição moderada da frequência cardíaca e RVS devido a inibição da saída simpático do SNC OUTROS - Droga agonista alfa2 pode apresentar efeitos simpaticolíticos - Efeitos podem ser revertidos com uso de drogas vasoativas e/ou anticolinérgicas DROPERIDOL Derivado fluorado das fenozinas - Haloperidol - Neuroleptonestesia - Analgesia mais rápida - Menor depressão respiratória - Menos efeitos extrapiramidais - Receptores GABA pós-sinápticos - Reduz a transmissão com aumento de DOPA na fenda - Inibe os receptores GABAA alfa1 e GABAA beta1 - Inibe receptores γ2 acetilcolina e alfa2 acetilcolina SNC - Reduz o fluxo sanguíneo cerebral - Não altera taxa metabólica cerebral - EEG: redução frequência de onda - Pode provocar sintomar extrapiramidais - Piora doençade Parkinson - Sd Neuroléptic: rara SISTEMA RESPIRATÓRIO - Pouco efeito respiratório - Reduz FR _________________________________________________________ Thais Passos - T1 ECC 2 SCV - Prolongamento QT - ICC, bradicardia, diuréticos, hipertrofia centricular, hipopotassemia e hipomagnesemia Resumo _________________________________________________________ Thais Passos - T1 ECC 2 Referência: Bases do Ensino da Anestesiologia / Editores: Airton Bagatini, Luiz Marciano Cangiani, Antônio Fernando Carneiro e Rogean Rodrigues Nunes Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Anestesiologia/SBA, 2016.
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