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EMBRIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO Primeira semana de desenvolvimento Principais eventos: 1-Fertilização ou Fecundação; 2-Clivagem ou Segmentação do Zigoto; 3-Formação do Blastocisto; 4-Implantação ou nidação. OBS: A fecundação corresponde ao primeiro dia da primeira semana. Fecundação: CAPACITAÇÃO DO ESPERMATOZÓIDE: Os espermatozóides recentemente ejaculados são incapazes de fecundar ovócitos. Os espermatozóides precisam passar por um período de condicionamento- A Capacitação. Durante esse período, ocorre alterações em glicoproteínas, lipídios e canais de íons na membrana plasmática. Os espermatozóides capacitados não exibem mudanças morfológicas, porém são mais ativos. Ocorrem mudanças funcionais que levam a cauda a bater ainda mais vigorosamente e prepara a sua membrana plasmática para se fundir com a membrana plasmática do ovócito. Esse processo ocorre normalmente no útero ou nas tubas uterinas através de substâncias secretadas por essas porções do trato genital feminino- Transporte dos espermatozóides pela cavidade intrauterina até a chegada na Tuba Uterina (Quimiotaxia, Termotaxia e Contrações uterinas). Passa a haver a exposição de receptores de superfície celular que ajudam o espermatozóide ligar-se à zona pelúcida. O término da capacitação permite que ocorra a reação acrossômica. FASES DA FECUNDAÇÃO: Passagem do espermatozóide através da Corona Radiata: O espermatozóide libera uma enzima chamada de Hialuronidase pelo seu acrossoma, a qual irá degradar o carboidrato Ácido Hialurônico presente na Corona Radiata do Ovócito. Zona Pelúcida: Há a ligação da glicoproteína ZP3 nos receptores ZP3 presente na membrana do espermatozóide, a partir da reação acrossômica- Corresponde à fusão da membrana plasmática com a membrana do acrossoma, possibilitando a exocitose de enzimas- Esterases, Acrosina e Neuraminidase- capazes de digerirem as glicoproteínas presentes na Zona Pelúcida do Ovócito. Fusão das membranas plasmáticas dos gametas: Com a entrada do núcleo espermático ocorre a despolarização de membrana do ovócito (Bloqueio rápido), impedindo a entrada de próximos espermatozóides. Além disso, ocorre a Reação Cotical para impedir a Poliespermia- Vesículas na região Cortical do Ovócito se fusionam com a Membrana do Ovócito e liberam enzimas, as quais garantem a modificação dos receptores ZP3 e o enrijecimento da Zona Pelúcida. As membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide se fusionam e se rompem na área da fusão- A cabeça e a cauda entram no citoplasma do ovócito, mas a membrana plasmática do espermatozóide fica para trás. Formação e fusão dos pró-núcleos masculino e feminino: A partir do processo de Fertilização do Ovócito ocorre o término da Meiose 2 (Antes estagnado em Metáfase 2), dividindo-se em Óvulo e segundo Corpúsculo polar (desintegra-se). Após o término da meiose 2, o material cromossômico descondensa- Pró-núcleo feminino, assim como o do espermatozóide, Pró-núcleo masculino. Com a perda da membrana do núcleo masculino ocorre a Anfimixia, ou seja, a fusão dos dois pró-núcleos com a participação cromossômica dos gametas. A cromatina se mistura e, consequentemente, o envoltório se reconstitui formando o zigoto diplóide (2n). (Morfologicamente os prónucleos masculino e feminino são indistinguíveis. Clivagem: Consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em rápido aumento do número de células. Estas células chamam-se blastômeros – A cada clivagem os blastômeros se tornam menores. Ocorre quando o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero. Essas mitoses ocorrem dentro da Zona Pelúcida, mantendo a união entre as células. 1 célula2 células4 células8 células ... EMBRIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO Compactação: Após o estágio de 9 células, os blastômeros mudam de forma e se agrupam firmemente uns aos outros para formarem uma bola compacta. A adesão dos blastômeros para formar essa bola compacta é mediada por glicoproteínas chamadas de caderinas (Caderina E). A compactação permite uma maior interação célula com célula. Quando já existem de 16 a 32 blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é chamado de Mórula- Após 3 dias após a fecundação alcança o útero. A mórula ocorre 4 dias após a fertilização e chega no 5/6 dia. Diferenciação: Logo após a mórula alcançar o útero (5 dias após a fecundação), surge no seu interior um espaço preenchido por fluido da cavidade uterina, conhecido como cavidade blastocística (blastocele). Blastocisto inicial apresenta a zona pelúcida em degeneração. OBS: Não há aumento no tamanho do embrião em desenvolvimento até que a zona pelúcida se degenere. A cavidade blastocística separa o blastômero em duas partes: -Embrioblasto: Camada interna de células. Dará origem ao embrião. (Massa celular interna). -Trofoblasto: Camada externa de células que forma a parede do embrião. Dará origem a placenta. O embrioblasto se projeta para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a parede do blastocisto. Após dois dias suspensos nas secreções uterinas, o blastocisto perde a zona pelúcida permitindo o aumento de seu tamanho. O blastocisto permanece por um tempo em contato com o fluido uterino- Obtém nutrição das secreções das glândulas uterinas. Células tronco pluripotente: Têm o potencial de se desenvolverem em muitos tipos diferentes de células de um organismo (mas nem todas). Ex:Embrioblasto. Degeneração da zona pelúcida: Permite que o blastocisto encoste no endométrio uterino. OBS: A clivagem do zigoto e a formação da mórula ocorrem quando o zigoto em divisão passa pela tuba uterina. Já a formação do blastocisto ocorre normalmente no útero. Implantação: Em torno de 6 dias após a fertilização, o blastocisto adere frouxamente ao epitélio endometrial Início da implantação. (Adjacente ao Polo embrionário) Após aderir-se ao epitélio, o trofoblasto prolifera rapidamente e se diferencia em 2 camadas (aproximadamente 8 dias após a fertilização) - Diferenciação mediada por fatores intrínsecos. -Citotrofoblasto: Camada de células que continua revestindo a parede do blastocisto, ou seja, camada mais interna. -Sinciciotrofoblasto: Camada externa que invade o endométrio. Em torno de 7 dias há o surgimento do Hipoblasto (endoderma primitivo) na superfície do embrioblastoa voltado para a cavidade blastocística. Os prolongamentos digitiformes do Sinciciotrofoblasto se estendem para o Epitélio Endometrial e invadem o Tecido Conjuntivo. As células que encostaram no endométrio vão se fundir e invadir o endométrio e digeri-lo (proteases). No fim da primeira semana, o Blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do Endométrio e obtém sua nutrição dos tecidos maternos erodidos. SINCICIOTROFOBLASTO: -Secreta enzimas que permitem ao blastocisto penetrar no revestimento uterino- Endométrio funcional. -Produz um hormônio, a gonadotrofina coriônica humana (HCG), que sustenta a secreção de progesterona e estrógeno pelo ovário (corpo lúteo), mantendo o endométrio em estado secretor, evitando a menstruação. -A partir do oitavo dia após a fertilização, quantidades mínimas de HCG podem ser detectados em testes de gravidez tanto usando sangue como urina. EMBRIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO -O pico de secreção ocorre em torno da nona semana de gravidez. Durante o quarto e quinto meses, o nível de HCG diminui e estabiliza até o parto. INIBIÇÃO DA IMPLANTAÇÃO:-A implantação pode ser inibida administrando-se doses relativamente grandes de progesterona (pílula do dia seguinte). -A grande quantidade de progesterona perturba o equilíbrio hormonal necessário para a preparação do endométrio na implantação do blastocisto, bloqueando a produção de progesterona pelo corpo lúteo. IMPLANTAÇÃO EXTRA-UTERINA: -O blastocisto pode se implantar fora do útero. -95-97% das implantações ectópicas ocorrem na tuba uterina (ampola e istmo). -A incidência de gravidez tubária varia de 1 a 80 a 1 em 250 gestações. (A gravidez tubária geralmente leva a ruptura da tuba uterina e hemorragia na cavidade abdominal durante as primeiras oito semanas, seguido de morte do embrião) -Causas: Inflamações, tumores ou anormalidades nas tubas, diminuem a motilidade da tuba. Ex: Fumo, envelhecimento e drogas. Gravidez múltipla: Gêmeos monozigóticos: -Ocorre quando o embrioblasto se divide em duas populações celulares completas (cerca de 8 dias após a fertilização) -Os gêmeos idênticos têm o mesmo genoma, e são clones um do outro- Sempre possuem o mesmo sexo. Gêmeos siameses: -São gêmeos monozigóticos onde, nesse caso, o disco embrionário não chega a se dividir por completo (divisão após 8 dias de formação do embrioblasto), produzindo gêmeos que estarão ligados por uma parte do corpo ou compartilham algumas estruturas corporais. Gêmeos dizigóticos: -São formados a partir de dois ovócitos II e esses são fecundados por dois espermatozóides respectivamente, formando assim, dois embriões distintos. -Podem ser do mesmo sexo ou possuir sexos distintos. 1 óvulo e 1 espermatozóideMesma placenta e sacos amnióticos separados. 2 óvulos e 2 espermatozóidesPlacentas separadas e sacos amnióticos separados. EMBRIOLOGIA LUIZA LOPES CARVALHO
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