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Gestão Escolar e Conselhos Escolares na Educação Básica

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GESTÃO ESCOLAR: TEORIA E PRÁTICA
GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA E O 
FORTALECIMENTO DOS CONSELHOS 
ESCOLARES
Zulmira Rangel Benfica
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1 Introdução
Nesta aula, será entendida como se dá a gestão da educação básica no Brasil e os mecanismos de avaliação da
mesma. Discutiremos como se constituem os Conselhos Escolares e quais são os princípios legais e filosóficos
desses Conselhos. Que papel desempenha a gestão democrática da escola na dinâmica dos Conselhos Escolares e
qual o papel dos referidos Conselhos junto à Gestão Escolar.
2 Gestão da Educação Básica e o Fortalecimento dos 
Conselhos Escolares
Para iniciarmos a discutir questões relativas à educação básica, é necessário relembrarmos como ela está
organizada no Brasil, por meio do quadro seguinte:
O próximo passo na caminhada desta aula será nos reportarmos à Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional Nº 9.394/96, para entendermos a organização da gestão de nosso ensino previsto em lei, por meio da
citação:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
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A gestão da educação básica prevista em lei é a gestão democrática, tendo como princípios a participação na
construção do projeto pedagógico e nos conselhos escolares.
O Projeto Pedagógico deve fazer parte de um projeto maior; que é o Projeto Político-Pedagógico, que também é
consequência de uma gestão democrática. Trata-se de uma realidade no cotidiano de nossas escolas de educação
básica. Porém, o mesmo ainda não se pode afirmar quanto à participação efetiva de todos os que, teoricamente,
devem estar envolvidos na construção do mesmo. Só uma Gestão realmente “democrática” para garantir a
participação destas pessoas no PPP (Projeto Político-Pedagógico).
Nesta etapa da nossa aula vamos conceituar o que seja Projeto Político-Pedagógico, para darmos continuidade ao
nosso estudo, conforme contribuição que se segue:
(...) O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com sentido explícito, com um
compromisso definido coletivamente. Por isso todo projeto pedagógico da escola é, também, um
projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses
reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do
cidadão para um tipo de sociedade.
(...) O Projeto Político-Pedagógico, ao se constituir em processo democrático de decisões, preocupa-
se em instaurar uma forma organizada do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando
eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando
impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo
os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de
decisão. (VEIGA, p. 13, 2001)
O Projeto Pedagógico e o Projeto Político-Pedagógico fazem parte da gestão da educação básica, que são
documentos construídos no chão das escolas, por meio de gestões que coordenem estes processos de construção.
A gestão da educação básica a nível governamental começa pela Constituição Federal de 1988, que prevê a
gratuidade da educação básica, entre outras questões essenciais, para que seja assegurada pelo poder público o
acesso, permanência e conclusão, do que se diz básico, para o exercício pleno da cidadania.
Vejamos a próxima citação para ilustrar esta questão:
Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
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IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
A nossa intenção é que você perceba que o direito à educação básica é um direito constitucional. Teoricamente,
todos têm que ter condições de estudar pelo menos até ao ensino médio. Porém, ainda não temos garantida a
oferta de ensino a todos, principalmente na educação infantil.
Ao contrário do que pudemos observar na charge da Mafalda, onde o menino vislumbra uma política que impeça
o direito à educação. Ao longo das últimas décadas, muitas políticas públicas têm sido implementadas no sentido
de garantir a oferta da educação básica para todos.
A educação básica é um dos níveis da educação brasileira. Esta conta com três modalidades de ensino, como
vimos inicialmente, tais sendo: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, tendo uma
organização política, no que tange à responsabilidade, dividida entre União, Estados e Municípios, que está
prevista na Lei de Diretrizes e Bases Nº 9.394/96, conforme demonstraremos nos quadros que se seguem, com
as questões relacionadas à educação básica.
• Art. 9º
Art. 9º A União incumbir-se-á de:
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios;
•
- -5
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o
desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória,
exercendo sua função redistributiva e supletiva;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e
diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e
seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e
superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria
da qualidade do ensino;
• Art. 10
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem
assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e
os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos
nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o
demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei.
• Art. 11
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental,
permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as
necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados
pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
Percebemos que há uma organização política de responsabilidades com cada um dos níveis e modalidades de
ensino da educação brasileira. Os quadros anteriores procuraram facilitar este entendimento em relação à
educação básica. Esta organização facilita a gestão financeira entre outras.
•
•
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Até então discutimos a gestão do ensino básico a nível macro, porém cabe neste momento começarmos a discutir
os espaços de gestão no cotidiano escolar, de modo que os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem nas
escolas exercitem a gestãodemocrática, por meio de participação na busca de uma educação efetiva e de
qualidade para todos.
Pensar coletivamente e em nome da coletividade não é uma prática fácil, principalmente nas escolas. Contudo,
no início desta aula, vimos que os Conselhos Escolares estão previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, em seu Artigo 14, bem como a gestão democrática, no mesmo artigo. A questão principal é a
participação efetiva de todos no cotidiano escolar.
Participação é conquista, que requer mudança e a frase que se segue nos leva a refletir esta questão:
Não se pode pensar em gestão democrática no chão da escola sem ter que fortalecer as organizações que dela
fazem parte, como, por exemplo, os conselhos escolares.
Precisamos entender o que é um Conselho Escolar para darmos prosseguimento à nossa aula. O Conselho
Escolar (CE) é um colegiado com membros de todos os segmentos da comunidade escolar com a função de gerir
coletivamente a escola. Com suporte na LDB, lei nº 9394/96 no Artigo 14, que trata dos princípios da Gestão
Democrática no inciso II – "participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes", esses conselhos devem ser implementados para se ter uma gestão democrática. Porém, como diz
Carlos Drummond Andrade: "as leis não bastam. Os lírios não nascem das leis" (SEED/MEC, 1998, p. 44).
Saiba mais
Leia mais sobre a LDB em: https://pt.wikipedia.org/wiki
/Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_Nacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_Nacional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_Nacional
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O fato de o Conselho Escolar estar previsto em Lei significa um fortalecimento inicial deste órgão colegiado, visto
que o legitima de forma que sua organização seja de participação efetiva dos envolvidos no contexto das escolas,
tendo cada um desses Conselhos características próprias, pois suas ações são referentes a cada realidade escolar.
Antunes (SEED /MEC, 1988) nos aponta alguns parâmetros importantes para que se garanta a constituição de
um Conselho Escolar:
Natureza do
Conselho
Escolar
Deve ser deliberativa, consultiva, normativa e fiscalizadora.
Atribuições
fundamentais
Elaborar seu regimento interno; elaborar, aprovar, acompanhar e avaliar o projeto
político-pedagógico; criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática
da comunidade escolar; definir e aprovar o plano de aplicação financeiros da escola;
participar de outras instâncias democráticas, como conselhos regional, municipal, e
estadual da estrutura educacional, para definir, acompanhar e fiscalizar políticas
educacionais.
Normas de
funcionamento
O Conselho Escolar deverá se reunir periodicamente, conforme a necessidade da escola,
para encaminhar e dar continuidade aos trabalhos aos quais se propôs; a função do
membro do CE não será remunerada; serão válidas as deliberações tomadas por metade
mais um dos votos dos presentes da reunião.
Ao lermos o que está escrito no cartaz a seguir, podemos concluir que os representantes dos Conselhos Escolares
são escolhidos por eleição, que deve ser na escola, por votação direta, secreta e facultativa, sendo o gestor da
unidade escolar membro nato do Conselho.
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Agora que já esclarecemos como é o processo de escolha dos membros do Conselho Escolar, precisamos saber
como são compostos estes Conselhos, por meio da seguinte explicação:
Presidência do Conselho Escolar
Qualquer membro efetivo do conselho poderá ser eleito seu presidente, desde que esteja em pleno gozo de sua
capacidade civil.
Critérios de participação
Participam do Conselho com direito a voz e voto todos os membros eleitos por seus pares; os representantes dos
estudantes a partir da 4ª série ou com mais de 10 anos terão sempre direito a voz e voto, salvo nos assuntos que,
por força legal, sejam restritivos aos que estiverem no gozo de sua capacidade civil; poderão participar das
reuniões do Conselho, com direito a voz e não voto, os profissionais de outras secretarias que atendam às escolas,
representantes de entidades conveniadas, Grêmio Estudantil, membros da comunidade, movimentos populares
organizados e entidades sindicais.
Mandato
Um ano, com direito à recondução.
Como já discutimos anteriormente, a gestão democrática oportuniza a participação coletiva e disso não podemos
abrir mão. O fortalecimento do Conselho Escolar se dá pela participação efetiva de todos, ou seja, pela adesão dos
envolvidos no contexto escolar.
Quanto a esta questão, vamos recorrer a uma contribuição de Gadotti, para finalizarmos nossa reflexão:
(...) A participação e a democratização num sistema público de ensino são um meio prático de
formação para a cidadania. Essa formação se adquire na participação do processo de tomada de
decisões. A criação dos conselhos de escola representa uma parte desse processo. Mas eles fracassam
quando instituídos como uma medida isolada e burocrática. Eles só são eficazes em um conjunto de
medidas políticas, em um plano estratégico de participação que vise à democratização das decisões.
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Esse plano supõe: autonomia dos movimentos sociais e de suas organizações em relação à
administração pública; abertura de canais de participação pela administração; transparência
administrativa, isto é, democratização das informações. A população precisa, efetivamente,
apropriar-se das informações para poder participar; precisa compreender o funcionamento da
administração particularmente do orçamento - e as leis que regem a administração pública e limitam
a ação transformadora. (GADOTTI, p.27, 1998)
Como já discutimos anteriormente, a gestão democrática oportuniza a participação e como bem diz Pedro Demo:
“Participação é conquista”.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, discutiremos questões relativas às características das escolas eficazes no Brasil e que
concepções temos de gestão em busca de uma eficácia escolar. Refletiremos a questão partindo de exemplos
práticos de escolas consideradas eficazes.
• O que entendemos por eficácia?
• Gestão em busca de uma eficácia escolar.
• Práticas gestoras eficazes.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu sobre o que é um Conselho Escolar, bem como sua importância no cotidiano de uma gestão 
democrática no ambiente escolar.
• Refletiu de maneira crítica quanto às questões teórico-metodológicas na formação da gestão escolar.
• Discutiu a formação da gestão numa perspectiva de gestão democrática do ensino público.
Referências
BRASIL. Lei 9.394 de 20/12/96. Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus e dá outras providências. D.
O.U. de 23/12/96.
_______. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Secretaria da Educação Básica. Conselhos Escolares: uma
estratégia de gestão democrática da escola pública. Brasília: DF, 2004. p. 35- 40.
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_______. MEC. PDE. Plano de Desenvolvimento da Educação: SAEB: ensino médio: Matrizes de referência, tópicos e
descritores. Brasília: MEC, SEB; INEP, 2008.
BORDIGNON, Genuíno. Perfil dos conselhos municipais de educação/Genuíno Bordignon, Mauricio Rodrigues de
Araújo-2. Ed. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de educação básica, 2006.
	1 Introdução
	2 Gestão da Educação Básica e o Fortalecimento dos Conselhos Escolares
	Art. 9º
	Art. 10
	Art. 11
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO
	Referências

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