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Princípios da proporcionalidade e da razoabilidade

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB 
CAMPUS VIII – PAULO AFONSO 
FICHAMENTO SOBRE OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
1. Princípio da proporcionalidade e o da razoabilidade
Esses princípios estão ligados as noções de justiça, equidade, isonomia, moderação, prudência e proibição de excessos. Está diretamente ligado a uma ideia de controle dos atos do Poder Público, buscando garantir que o Estado não interfira nos direitos dos cidadãos. Com isso, possibilitou-se uma aproximação maior com o conteúdo da constituição. Tem como função impor um limite acerca dos direitos fundamentais para que não ocorram intervenções, essa é uma definição da sua função em sentido amplo. Já em sentido estrito, na qual fará a ponderação se a medida foi adequada. 
2. Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais 
De início, torna-se importante distinguir vigência de eficácia. Vigência estaria mais ligado ao que o torna existente juridicamente. A eficácia, para alguns autores, está diretamente ligada a vigência, pois apenas uma norma vigente pode ser eficaz. Porém, para outros, é a confirmação da sua licitude e possibilidade de seu objeto. A norma pode ter entrado em vigor, mas isso não quer dizer que ela é válida. Para que a norma possua aplicabilidade, ela deve ser capaz de produzir efeitos jurídicos.
Há, ainda, distinção do conceito de eficácia, esta pode ser eficácia social como eficácia jurídica. A eficácia jurídica está diretamente ligada a qualidade de produzir efeitos jurídicos, é a possibilidade de sua exigibilidade e aplicabilidade. Já a eficácia social, para alguns autores está ligada a efetividade da norma. A eficácia jurídica tem completa relação com a aplicabilidade. Porém, uma norma que tenha eficácia jurídica não necessariamente terá eficácia social, pois a garantia de efetividade da norma (eficácia social) não depende apenas do texto legal. Uma norma eficaz juridicamente tem aptidão de ser efetiva. 
2.1. Principais classificações 
2.1.1. Os clássicos e sua gradual superação:
Ruy Barbosa: inspirou-se em obras estadunidenses, onde trouxe a distinção entre as normas autoaplicáveis e normas não autoaplicáveis. As normas autoaplicáveis são as que geram efeitos independente de qualquer atuação do legislador. Já as normas não autoaplicáveis, exigem uma atuação dos legisladores para que esta se torne efetiva. Ideia que não corresponde com o modelo brasileiro. A crítica feita às ideias de Ruy Barbosa é de que a palavra autoaplicável traz a ideia de que estas normas não sofrem qualquer tipo de regulamentação legislativa. Já as normas não autoaplicáveis trazem a ideia que não tem eficácia, porém inexiste norma constitucional destituída de eficácia, toda norma constitucional possui uma medida de eficácia jurídica.
Pontes de Miranda: também classificou as normas em dois grupos, as normas bastantes em si mesmas e as normas não bastantes em si mesmas. A primeira não depende de concretização legislativa para ser eficaz e a segunda depende do legislador infraconstitucional. O que o diferencia de Ruy Babosa é que ele parte do princípio que o legislador deve ter sua atuação baseada no que estabelece a Constituição.
José Horácio Meirelles Teixeira: toda norma constitucional possui uma certa eficácia, que pode variar. Com isso, ele dividiu em dois grupos, a eficácia plena e a eficácia limitada. Com eficácia plena ele quis dizer que as normas exercem, desde o seu início, todos os seus efeitos essenciais, possuem normatividade suficiente. Já a eficácia limitada, quer dizer que as normas precisam de intervenção do legislador para buscar a efetivação dos seus principais efeitos.
José Afonso da Silva: foi a sistematização do problema com maior adesão. Foi o primeiro autor a fazer uma teoria com três grupos, as normas de eficácia plena, as normas de eficácia contida e normas de eficácia limitada. As normas de eficácia plena, desde a entrada e vigor, produzem e podem produzir todos os efeitos essenciais. As normas de eficácia contida são as que o legislador deixou margem para a atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público. As normas de eficácia limitada, tem sua formatação definitiva dependente do legislador ordinário.
Maria Helena Diniz: primeira classificação pós Constituição de 1988. Classificou em quatro: normas com eficácia absoluta: seriam inalteráveis. Normas com eficácia plena: também não depende da atuação dos legisladores, porém, pode ser alterada por emenda constitucional. Normas com eficácia restringível: tem a possibilidade de gerar todos os efeitos, porém, está sujeita a restrições que podem reduzir a sua aplicabilidade. Normas com eficácia relativa complementável: não possuem normatividade suficiente para gerar todos os efeitos de imediato, abrangem as normas de princípios institutivos e as normas pragmáticas.
Luís Roberto Barroso: normas constitucionais de organização: tem como objetivo organizar o exercício do poder público. Normas constitucionais definidoras de direitos: tem como objetivo dizer os direitos fundamentais dos indivíduos. Normas constitucionais pragmáticas: tem como objetivo traçar os fins públicos a serem alcançados pelo Estado.
3. Conclusão 
Primeiro, embora uma norma constitucional possa estar vigente e válida gerando seus efeitos jurídicos, não assegura que esta tenha eficácia social. Além disso, toda norma constitucional possui, de alguma forma, eficácia jurídica, por possuírem aptidão de serem aplicadas, superando as ideias de alguns autores clássicos. De certa forma, mostra-se uma certa dependência de boa parte das normas constitucionais dos legisladores infraconstitucionais.
Paulo Afonso/BA
Fevereiro de 2020

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