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Faringite ● Definição Inflamação da mucosa da faringe e da tonsila palatina. As faringites virais são mais comuns, mas as bacterianas são responsáveis por quadros mais exacerbados. ● Etiologia Agentes: - Vírus Inverno: rinovírus, coronavírus, VSR e parainfluenza Primavera/verão: enterovírus Quadro autolimitado Vírus com quadros atípicos Alguns vírus causam sinais e sintomas mais acentuados, entre eles se encontram o Coxsackie A, Adenovírus e Epstein-Barr Vírus. O Coxsackie A é um enterovírus e pode se apresentar de diferentes formas clínicas: ● Herpangina ● Síndrome mão-pé-boca O Adenovírus → Febre faringoconjuntival O Epstein-Barr Vírus → Mononucleose* O Epstein-Barr Vírus (EBV) é o agente etiológico responsável pela mononucleose, uma faringotonsilite exsudativa, associada a febre prolongada (durando mais de 1 semana), linfonodomegalia cervical e esplenomegalia. Por ter apresentação exsudativa e não apresentar todos sinais e sintomas no início do quadro clínico, a mononucleose pode ser interpretada como uma infecção bacteriana e, assim, ser tratada com antibióticos beta-lactâmicos. Depois das primeiras administrações do medicamento, não é incomum o aparecimento do rash cutâneo (lesões hiperemiadas em pele). Isso ocorre porque pacientes com mononucleose desenvolvem células T específicas (contra seus antígenos), que desencadeiam uma reação de hipersensibilidade contra os beta-lactâmicos e, infiltrando na pele, resultam no rash. - Bactéria*** Streptococcus pyogenes: estreptococo B-hemolítico do grupo A ● Epidemiologia Comum em escolares e adolescentes entre 5 - 11 anos - Cerca de 3 a 5 episódios ano Incomum em menores de < 3 anos. ● Quadro clínico - Inespecífico - Sugestivo de vírus - Sugestivo de bactéria INESPECÍFICO - Febre - Dor de garganta - Podem ter exsudato (tanto em faringe quanto em tonsilas) VIRAIS - Tosse - Rinorreia e conjuntivite - Rouquidão - Diarreia (pensar em enterovírus) - Vesículas em orofaringe (enterovírus coxsackie) BACTERIANAS - Vômitos - Petéquias em palato - Exsudato na faringe (pus) - Rash escarlatiniforme - Linfonodos cervicais dolorosos ● Diagnóstico - Clínico é insuficiente! Na suspeita bacteriana → pedir cultura de OROFARINGE (sensibilidade de 90-95%) PEDIR EXAMES: - Cultura de orofaringe (demora uns 3 dias) É o exame padrão ouro para diagnóstico do Streptococcus pyogenes (bactéria) - Strep test (resultado em 10min) ● Tratamento VIRAL - Anti-inflamatórios (ibuprofeno) - Medidas locais (hexomedine ou extrato de própolis) BACTÉRIA ● Betalactâmicos: - Amoxicilina VO 10d - Penicilina benzatina IM dose única Se alergia a beta lactâmicos: - Clindamicina - Macrolídeos São menos eficazes! ● Fazer tratamento de suporte igual na viral (tratamento sintomático). COMPLICAÇÕES ● Supurativas Abscesso peritonsilar Infecção do tecido entre cápsula da tonsila palatina e os músculos da faringe. - É polimicrobiano (Streptococcus e Fusobacterium) - Em geral é UNILATERAL - Mais comum em adolescentes - Sintomas prolongados e progressivos - Dor de garganta, febre, disfagia, sialorréia, trismo. - Diagnóstico: CLÍNICO - TTO: drenagem do abscesso Abscesso retrofaríngeo Infecção profunda de pescoço no espaço retrofaríngeo. - É polimicrobiano - Mais comum em meninos < 5 anos - Febre, dor no pescoço, odinofagia, meningismo, massa cervical, disfonia, trismo e até estridor. - Mal-estado geral - Risco: Obstrução de via aérea e mediastinite - TTO: Antibiótico e drenagem se falha - Solicitar TC de cervical. ● Não supurativas - Febre reumática (evitável com o antibiótico) - Glomerulonefrite pós-estreptocócica
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