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Antibióticos (2) Anne Caroline Maltez AMINOGLICOSÍDEOS GLICOPEPTÍDEOS Principais drogas utilizadas: estreptomicina, gentamicina e amicacina. Indicadas para: septicemia com gram -. infecções com gam - aeróbias (Pseudomonas, Acinetobacter e Enterobactéria), particularmente, mas não só, em infecções do intestino; Streptococcus e Listeria + penicilina; infecções por Mycobacterium (Tuberculose); pouco eficaz contra bactérias Gram +. MECANISMO DE AÇÃO Passa pela M.P por processo dependente de ATP e O2 e agem inibindo a síntese de proteínas do micro-organismo, por se ligar irreversivelmente à subunidade 30S do ribossomo bacteriano. Demonstraram uma relativa estabilidade contra o desenvolvimento de resistência bacteriana, no entanto, são muito tóxicos. FARMACOCINÉTICA ➢ Com relação a sua absorção: uso exclusivo de forma parenteral (mas, pode ser usado por VO- neomicina-, para “esterilização” do colón, e no coma hepático, para auxiliar na metabolização dos resíduos do TGI). ➢ Com relação a eliminação: + de 90% do parenteral é excretado inalterado na urina. ➢ Efeitos Adversos: ➔ Ototoxicidade= acumula na endolinfa e na perilinfa do ouvido interno. A surdez pode ser irreversível. ➔ Nefrotoxicidade= interrompe os processos de transporte mediados por cálcio, resultando em lesão renal (necrose tubular aguda) ➔ Paralisia neuromuscular: associado com aumento rápido da concentração ou adm concomitante de bloqueadores neuromusculares. Pacientes com miastenia grave são suscetíveis. A imediata adm de gliconato de Ca ou neostigmina pode reverter o bloqueio. ➔ Reações alérgicas: Dermatite de contato é uma reação comum para a neomicina aplicada topicamente. NOTA: São contraindicadas na gestação devido ao risco de toxicidade fetal; efeito tóxico é dose-dependente e tempo-dependente, mas tem chance maior de ocorre em idosos, diabéticos. Pacientes hipovolêmicos, nefropatas prévios. • Em Recém-nascido: O uso cauteloso de aminoglicosídeos devido ao risco de nefro e ototoxidade deve ser considerado em RN de maior risco, especialmente quando em uso com outras drogas potência ESQUEMA EMPÍRICO DE TRATAMENTO EM RECÉM-NASCIDOS Principais drogas utilizadas: vancomicina, teicoplanina e ramoplanina MECANISMO DE AÇÃO Agem se ligando a pontos específicos da cadeia de peptidoglicanas, bloqueando a síntese desta macromolécula (por impedir a adição de novas subunidades ao polímero). Ou seja, sem necessitar da PBP (Proteínas Ligadores de Penicilina), esses antibióticos são capazes de inibir a síntese da parede bacteriana, levando à morte do micro-organismo. MECANISMO DE RESISTÊNCIA troca de um aminoácido da subunidade peptidoglicana que passa a não mais reconhecer o glicopeptídeo. Este não parece ser o mecanismo de resistência descrita para os estafilococos. Os primeiros a mostrarem este problema foram os coagulase-negativos. ESPECTRO ANTIMICROBIANO Os glicopeptídeos, por não ultrapassarem a membrana externa dos Gram - não têm eficácia. Já os Gram + são sensíveis. Os mais confiáveis para o tratamento de infecções por S. aureus MRSA e por S. epidermidis (coagulase negativo) nosocomial, muito incriminado na infecção de próteses e cateteres. ➢ Efeitos Adversos: ➔ Rubor cutâneo ou exantema — a denominada síndrome do homem vermelho — que podem ser evitados ao diminuir a velocidade de infusão intravenosa ou através de administração prévia de anti-histamínicos. ➔ Tem sido associada a nefrotoxicidade e ototoxidade, particularmente quando são co-administrados com a gentamicina. ➔Pacientes com disfunção renal subjacente: pode ser necessário reduzir a dose. Podem ocorrer também febre medicamentosa, exantema por hipersensibilidade e neutropenia induzida por fármaco. FARMACOCINÉTICA VANCOMICINA: é um glicopeptídeo tricíclico usado no tratamento de infecções por S. aureus resistente à meticilina (MRSA) e S. epidermidis resistentes ao agente β-lactâmicos meticilina (MRSE). Em virtude de sua toxicidade, só é utilizada quando uma infecção demonstra ser resistente a outros fármacos. - por via intravenosa: no tratamento da sepse ou da endocardite causada por S. aureus resistente à meticilina. Usada também em pacientes com prótese de válvulas cardíacas. -por via oral: utilizada no tratamento das infecções gastrintestinais por C. difficile; o fármaco é pouco absorvido e, portanto, permanece no trato gastrintestinal. A escolha depende do tempo de aparecimento (precoce ou tardia), realização prévia de procedimentos invasivos, conhecimento da flora prevalente e o padrão de resistência de cada hospital. Baseados nisso seguem algumas sugestões: ❖ Infecções precoces (provável origem materna): -Ampicilina ou penicilina cristalina + amicacina ou gentamicina ❖ Infecções tardias (provável origem na unidade neonatal): - A Primeira opção: oxacilina + amicacina -A Segunda opção: vancomicina associado a cefotaxima ou cefepima USO RACIONAL DE ANTIBIÓTICOS É necessário o uso de forma empírica em pacientes internados, utilizando fármacos de amplo espectro, selecionados a partir do possível patógeno causador. E como descobrir? - Epidemiologia (analisando as infecções mais comuns para faixa etária avaliada) - Contato prévio - Local de infecção A terapia definitiva baseia no isolamento definitivo do patógeno (solicitar culturas) e na sua susceptibilidade. Nessa fase o antibiótico deve ser descalonado e substituído por um de espectro restrito. Orientações: I-Não iniciar antibióticos na ausência de evidência clínica de infecção bacteriana. II-Usar diretrizes locais para escolha do antibiótico III-Obter culturas antes do início do tratamento IV-Interromper se não houver evidência de infecção V-Avaliar restrição do espectro e troca de IV para oral Fatores para o Descalonamento: (Como saber quando trocar da IV VO? Pacientes que recebem antibióticos IV devem ser revistos periodicamente. A troca da via de adm pode ser feita quando atender aos seguintes critérios: I-Melhora clínica II-Ausência de contraindicação ao medicamento oral III-Ausência de febre há pelo menos 24h IV-Melhora dos parâmetros do leucograma e mediadores inflamatórios Troca Da Associação Amicacina + Oxacilina Por Teicoplanina Uso inicial de glicopept. deve se restringir a infecções adquiridas no âmbito dos hospitalares, como as nosocomiais, e onde tem incidência de germes resistentes, onde há a presença frequente de estafilococos resistentes a oxacilina. • Em Recém-nascido: Restringir o uso devido ao surgimento de Enterococcus faecalis/faecium resistente à vancomicina (VRE) e S. aureus com sensibilidade intermediária (VISA) ou resistente à vancomicina; Deve ser suspensa quando a hemocultura revelar crescimento de um microrganismo com sensibilidade a outras drogas. Por exemplo, se houver crescimento TEICOPLAMINA: Usada para o tratamento de infecções por Gram +. Quimicamente similar à vancomicina, mas com maior lipossolubilidade que causa excelente penetração tecidual e meia-vida prolongada, mas, tem pouca penetração na barreira liquórica. - Absorção: pode ser administrada com segurança por injeção tanto intramuscular quanto intravenosa. - Distribuição: Nos adultos, uma dose intravenosa única de 1 g produz concentrações plasmáticas de 15-30μg/mL 1 hora após uma infusão de 1-2 h. Liga-se altamente a proteínas plasmáticas (90-95%). - Eliminação: meia-vida de eliminação sérica extremamente longa (até 100 h em pacientes com função renalnormal). • Em Recém-nascido: deve ser utilizada quando o microrganismo isolado em culturas tem sensibilidade a droga e em RN com dificuldade de acesso venoso, devida a possibilidade de administração I.M desta droga. Dose Ataque: 16 mg/kg/dose. Dose de manutenção: 8 mg/kg/dose 24/24 horas
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