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PROJETO INTEGRADOR_OFICINA DE CONSTRUÇÕES INTEGRADAS AO MEIO AMBIENTE pdf

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PROJETO INTEGRADOR: OFICINA DE CONSTRUÇÕES INTEGRADAS AO MEIO 
AMBIENTE 
 
BARDAVIRA, Soraya Macario.1 
PEREIRA, Allan Miranda.2 
 
 
1. RESUMO 
Sustentabilidade é um assunto que vem e tornando recorrente no dia-a-dia , 
pois é muito importante que haja mudanças nos hábitos e na consciência de todos, 
e na construção civil e esse trabalho isso não é diferente, pois vemos tópicos 
importantes para a discussão do tema, explicando as inovações e novas formas de 
lidar com esses materiais que vem sendo mal destinados. 
 
2. INTRODUÇÃO 
A indústria brasileira da construção assume cada vez mais sua importância no 
contexto mundial e nos dias de hoje, o Brasil ocupa a quarta posição do mundo, em 
número de empreendimentos com certificados de sustentabilidade. Segundo a 
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) promove-se uma verdadeira 
inovação nos canteiros de obra com a contratação de profissionais do sexo feminino 
e com a geração de empregos com níveis cada vez maiores de qualificação, o que 
muda para sempre o perfil de todos os profissionais. 
Devido a sua grande importância, a construção civil e seus profissionais 
precisam se adequar às mudanças climáticas e a escassez de recursos naturais, 
fonte da matéria-prima do setor, exige-se novas formas de organização empresarial 
e política. O modelo a ser buscado é o do desenvolvimento humano, da inovação 
tecnológica e do uso e reúso equilibrado de recursos disponíveis. Para essa 
transformação, é preciso que haja mudanças em termos de regulamentação, 
mercado, de produtos e insumos, mensuração de lucros e perdas e que se torna 
realidade à medida que se passa a encarar os desafios da cadeia produtiva da 
construção não mais sob uma lógica de custos, mas de oportunidades. 
 
1
 Docente no Centro Universitário ENIAC. Email: 241752020@eniac.edu.br 
2
 Discente no Centro Universitário ENIAC. Email: allan.miranda@eniac.edu.br 
Atualidade, para o setor, os resíduos da construção civil (RCC) representam 
um desses grandes desafios e o seu gerenciamento durante a produção das 
edificações promove nos canteiros de obra uma realidade vinculada ao modelo de 
gestão de cada empresa construtora. É necessário que haja uma ampliação do 
entendimento de gestão empresarial e uni-lo aos conceitos de gestão ambiental, 
além um novo modelo para o gerenciamento dos canteiros de obra que seja capaz 
de viabilizar o gerenciamento de RCC e contribuir, de maneira produtiva, para o 
grave problema de administração de resíduos sólidos nas cidades brasileiras. 
A partir da relevância do tema no cenário brasileiro dos RCC e dos resíduos 
em geral, a Lei 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos que 
dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos envolvendo as 
responsabilidades dos geradores de resíduos e do poder público, bem como 
diretrizes para a gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos no país. 
Buscam-se ações voltadas à soluções para os resíduos sólidos, de forma a 
considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com 
controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. 
É preciso então atuar dentro dessa realidade que atualmente é muito ruim, 
sob a ótica ambiental, tanto em relação à empresa como em seus canteiros de obra, 
e promover mudanças a partir do alcance possível de cada empresa; já não há 
tempo para aguardar saltos qualitativos a partir de um número cada vez mais 
expressivo de empreendimentos em execução o e a executar em um mercado 
aquecido e acelerado. Torna-se necessário e urgente buscar soluções e investir, 
com velocidades diferentes em cada empresa, mas sempre visando o futuro para 
esse segmento: empreendimentos com certificado de sustentabilidade. 
 
3. OBJETIVO 
- Realizar um estudo de construções civis e seus impactos ambientais. 
Auditoria, normatização e certificações 
– Apresentação das técnicas para auditoria, normas e certificações; Gestão 
Ambiental e Tratamento de Resíduos 
– Apresenta as técnicas de gerenciamento no tratamento de resíduos; 
Organização do Trabalho na Construção Civil 
– Organização de produção, enxuta e econômica; 
- Segurança do Trabalho e Ergonomia 
– Apresentação das normas vigentes de segurança do trabalho; 
 
4. METODOLOGIA 
-Pesquisa na bibliografia referente ao assunto; 
-Análise da dados 
 
5. DESENVOLVIMENTO 
 
5.1 Resíduos Sólidos 
Resíduo, do latim residuu, que significa aquilo que sobra de qualquer 
substância, entrou para o jargão dos sanitaristas na década de 1960, em 
substituição ao desgastado termo lixo. O substantivo resíduo, tão logo passou a 
fazer parte do linguajar técnico, foi seguido do adjetivo sólido, a fim de diferenciar os 
resíduos sólidos dos restos líquidos lançados com os esgotos sanitários, como das 
emissões gasosas das chaminés. 
Segundo a NBR 10004 (ABNT, 200 4), os resíduos sólidos são definidos 
como: “Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de ativ idades de 
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de 
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de 
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de 
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o 
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso 
soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia 
disponível” 
Para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305 de 2 de 
agosto de 2010 (BRASIL, 2010), entende-se por resíduos sólidos: “Material, 
substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em 
sociedade, a cuja destinação final se procede, se pro põe proceder ou se está 
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos 
em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento 
na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções 
técnica ou economicamente in viáveis em face da melhor tecnologia disponível”. 
Resíduos representam ineficiência produtiva, custos financeiros e riscos à 
saúde e a o meio ambiente, portanto a redução se configura em maior segurança, 
maior eficiência e melhor saúde ambiental e financeira e a não geração no estado 
ótimo de produção, sem desperdício. Para entender resíduos, o conjunto de normas 
técnicas da ABNT NBR 10004 /10005/10006/10007 se constitui em uma ferramenta 
fundamental. A NBR 10004 classifica os resíduos em dois grandes grupos: os 
perigosos e os não perigosos, sendo que estes últimos ainda subdividem‐se em 
inertes e não inertes. As a mostras de resíduos sólidos se caracterizam pela 
heterogeneidade e a amostragem correta visa minimizar este aspecto. Conhecer o 
tipo de resíduo gerado em um determinado processo é fundamental para adoção de 
estratégias de não geração e de redução. As estratégias de minimização referem-se 
fundamentalmente à redução, ao reúso (uso sem processamento) e à reciclagem 
(uso após algum tipo de tratamento), ou seja, relaciona-se aos populares 3Rs. A 
redução deve ser preferencialmente a dotada antes das demais. 
Os resíduos sólidos são classificados pela PNRS (BRASIL, 2010) quanto à 
origem e à periculosidade. Quanto à origem os resíduos sólidos podem ser 
classificados como: a)domiciliares, b)de limpeza urbana, c)sólidos urbanos (os 
englobados por “a” e “b”), d)de estabelecimentos comerciais e prestadores de 
serviços (exceto os referidos em “b”, “e”, “g” , “h” e “j”), e) dos serviços públicos de 
saneamento básico (exceto os referidos em “c”), f )industriais, g)serviços de saúde, 
h)da construção civil, i)agrossilvopastoris, j)de serviços de transportes e k)de 
mineração. Quanto à periculosidade classificam-se como: a)perigosos: aqueles que,em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, 
apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo 
com lei, regulamento ou norma técnica e b) não perigosos: aqueles não 
enquadrados em “a”. 
A PNRS (BRASIL, 2010) considera ainda que resíduos da construção civil são 
aqueles gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de 
construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos 
para obras civis. Relata Viana (2010) que para os da Construção Civil (RCC) e les 
obedecem primeiro à classificação de resíduos só lidos, suas normativas e trato, 
cuidados e destinação e depois, mais especificamente, suas próprias normativas. 
 
5.2 Legislação 
O Brasil, até 2002, não contava com políticas públicas para gestão dos 
resíduos gerados pelo setor da construção civil e o fato de esses resíduos serem 
compostos de vários materiais com suas respectivas propriedades e características 
tornava inviável sua generalização como material. Em 2002 , diante de um contexto 
ambiental, econômico e social que exigia regulamentação para o setor, a Resolução 
n º 307/2002 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) (BRASIL, 2002) 
foi o ponto de partida para a legislação de RCC no Brasil. Para isso, “estabelece 
diretrizes, critérios e procedimentos par a gestão dos resíduos da construção civil. E 
também definindo o que é resíduos da construção civil: “São os provenientes de 
construções, reformas , reparos e demolições de obra de construção civil, e os 
resultantes da preparação e da escavação de terrenos tais como: tijolos , blocos 
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras 
e com pensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, 
plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comum ente chamados de entulhos de 
obra, caliça ou metralha”. 
Para a classificação dos RCC a Resolução n º 307/2002 do CONAMA em seu 
artigo 3º estabelece quatro classes de resíduos e a Resolução nº 448/2012 do 
CONAMA, que altera a n º 307/2002, estabelece em seu artigo 10º a destinação dos 
resíduos de construção civil após triagem. O Quadro 1 mostra as classificações e 
destinações de RCC. 
 
 
 
Quadro 1 – Classes de RCC e destinação por classe segundo a Resolução CONAMA 30 7/2002 
alterada pelas resoluções CONAMA 348/2 004, 431/2011 e 448/2012. 
 
Fonte: CONAMA, MMA (2013) 
 
Na Resolução 448/201 2 do CONAMA define -se no artigo 4º que “os 
geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, 
secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos 
sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”. Em seu 
parágrafo primeiro fica estabelecido que “os resíduos da construção civil não 
poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de “bota 
fora", em encostas, corpos d 'água, lotes vagos e em áreas protegidas por lei”. 
Em seu artigo 6º a Resolução 448/2012 do CONAMA estabelece que deverão 
constar do Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil “as diretrizes 
técnicas e procedimentos [...] para os Planos de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil a serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o 
exercício das responsabilidades de todos os geradores”. Em seu artigo 8º 
estabelece que “os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
serão elaborados e implementados pelos grandes geradores e terão como objetivo 
estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e a destinação 
ambientalmente adequados dos resíduos”. 
A Resolução 448/2012 do CONAMA substituiu o Plano Integrado de 
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PIGRCC) pelo Plano Municipal de 
Gestão de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC), com data para elaboração 
pelos municípios até janeiro de 2013. Com prazos descumpridos mais uma vez, 
continuam as Prefeituras com a responsabilidade para resolver o planejamento e a 
administração da grande geração e deposição irregular de RCC n as cidades 
brasileiras e, para os geradores, de cumprir sua responsabilidade e assumir seu 
papel quanto ao gerenciamento de RCC. 
A Resolução 448/2012 do CONAMA dá ênfase à necessidade de triagem dos 
RCC para destinação conforme sua classe, aos procedimentos necessários para 
manejo e destinação ambientalmente adequados desses resíduos e define área de 
transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT). 
ATT é a área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos 
volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, 
eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando 
normas operacionais específicas, de modo a evitar da nos ou riscos à saúde pública 
e à segurança e para minimizar os impactos ambientais adversos. 
Ainda pela Resolução 4 48/2012 do CONAMA resíduos têm destinação por 
Classe e, especificamente os de Classe B deverão ser reutilizados, reciclados ou 
encaminhados às áreas de armazenamento temporário, de modo a permitir a sua 
utilização ou reciclagem futura. Para a NBR 15 113 (ABNT, 20 04) não se 
recomenda a deposição de resíduos de gesso (Classe B) em aterro sanitário ou de 
RCC. Mesmo com essas recomendações, riscos para o meio ambiente e a saúde 
pública continuam ocorrendo em função de deposição irregular. Dado o montante de 
resíduo de gesso e o impacto por ele gerado, é importante considerar que o gesso é 
solúvel em água e pode contaminar os mananciais e o sub solo. Assim a disposição 
de gesso em aterro sanitário não é prática recomendada, exceto quando 
enclausurado e sem contato com matéria orgânica e água. 
 
5.3 Perda de materiais 
Os Resíduos da Construção Civil (RCC) gerados em canteiros de obra e 
acondicionados em caçambas, coletados por empresas transportadoras de entulho e 
destinados a áreas definidas pelo poder público, atravessam as distâncias entre as 
áreas de recebimento e os centros urbanos acompanhados pela falta de 
conscientização dos impactos causados ao meio ambiente. Associam-se a esse 
fator a falta e a dificuldade de fiscalização que potencializa a clandestinidade e, 
quando os resíduos são dispostos irregularmente, o poder público se encarrega de 
coletá-los e enviá-los às áreas licencia das. Mas a disposição clandestina coloca em 
risco a saúde do cidadão, de grada a paisagem urbana, compromete a drenagem 
urbana e a estabilidade das encostas. 
Por essas razões, é no processo de produção do edifício, na origem do 
problema com características peculiares que a geração de resíduos deve ser 
enfrentada. Demonstrado pelo nível de perdas e desperdícios e pela cultura vigente 
no setor, é comum encontrar-se em canteiros de obra de uma mesma cidade 
empresas que se preocupam e outras que não se preocupam com seu 
gerenciamento de RCC, seu destino, tampouco com sua não geração e/ou redução. 
Como consequência, também não priorizam a implantação de melhorias e inovações 
tecnológicas simples nos seus canteiros, que podem vir a contribuir com esse 
gerenciamento e, consequentemente, com o controle de perdas e desperdícios 
desse tipo de resíduo. 
As perdas podem ser classificadas de acordo com a possibilidade de serem 
controladas e conforme sua natureza, como demonstra o Quadro 2. 
Quadro 3 – Classificação das perdas 
 
Fonte: MIRANDA (2014) 
 
O Quadro 3 apresenta um estudo de entradas e saídas da indústria da 
construção civil em que se identificam os principais materiais utilizados e respectivos 
resíduos gerados. 
Quadro 3 – Estudo de entradas e saídas da indústria da construção civil 
Entradas Processo Saídas 
Máquinas e implementos, madeira, telha, 
prego, cimento, areia, brita, arame 
galvanizado, água, energia elétrica.1. Serviços iniciais 
Aterro, aparas de madeira, restos de tijolos, restos 
de arame, pregos, embalagens de papelão, 
serragem, ruído e vibrações 
Energia elétrica, água, brita, cimento, 
areia, aço, arame recozido, madeira, 
pregos 
2. Infraestrutura 
Água residuária, restos de arame e aço, pó, terra 
aparas de madeira, embalagens de papelão e 
serragem, vibrações e ruído 
Energia elétrica, água, madeira, pregos, 
papelão, escora metálica, cimento, areia, 
brita, arame recozido, aço. 
3. Superestrutura 
Água residuária, restos de arame e aço, pó 
serragem, aparas de madeira, embalagens de 
papelão vibrações de ruído 
Cimento, areia, impermeabilizante, tinta, 
carboplástico, mástique asfáltico, água e e 
energia elétrica 
4. Impermeabilização 
Água residuária, embalagens plásticas e de papelão, 
resíduos químicos (argamassa), vibrações e ruído 
Água, energia elétrica, cimento, cal, tijolo 5. Alvenaria 
Água residuária, restos de tijolos, embalagens 
plásticas e de papelão e ruído 
Energia elétrica, madeira, pregos, 
estruturas metálicas, telhas e parafusos 
6. Cobertura 
Aparas de madeira, restos de tijolos, serragem, 
aparas metálicas e ruido 
Cimento, areia, cal, água, energia elétrica 
e azulejos 
7. Revestimento 
Água residuária, restos de azulejos, embalagens 
plásticas e papelão e ruído 
Água, energia elétrica, madeira, parafusos, 
pregos, cimento, cal, areia e ferro 
8. Esquadrias 
Água residuária, aparas de madeira, limalhas de 
ferro e ruído 
Canalizações elétricas e fios 
9. Instalações 
Elétricas 
Aparas de canalizações e aparas de fios 
Água energia elétrica, areia, cimento, tijolo, 
brita, madeira, pregos, aço, arame 
recozido, pasta lubrificante, adesivo para 
PVC, tubo de PVC, massa calefação. 
10. Instalações 
Hidrossanitárias 
Embalagens plásticas e de papelão, pó, resíduos de 
argamassa, água residuária 
Brita, cimento, areia, cal, água energia 
elétrica, cerâmica 
11. Revestimento de 
pisos 
Água residuária, restos de cerâmica e madeira, 
embalagens plásticas e de papelão, sobra de padras 
naturais, pó de madeira, resíduos de cola em 
embalagens e ruído 
Vidro, cal, gesso e água 12. Vidros 
Água residuária, resíduos e argamassa, embalagens 
plásticas e aparas e cacos de vidro 
Massa corrida tinta látex selado de base 
látex, tinta acrílica, tinta a óleo, solvente, 
água, verniz e grafiatto 
13. Pintura 
Água residuária, embalagens plásticas e de papelão, 
vasilhames plásticos e de metal, gases, pó, 
embalagens de metal 
Cimento, areia, brita, aço, água, energia 
elétrica, arame, madeira, prego, cal, tijolo 
14.Serviços externos 
Água residuária, embalagens plásticas e de papelão, 
aparas de arame, resíduos de tijolos, aparas de 
madeira, serragem e ruído 
Água, produtos químicos, sabão em pó, 
detergentes 
15. Serviços finais de 
acabamento 
Embalagens plásticas e de papelão, sobra de 
estopas 
Água, plantas ornamentais, terra preta, 
seixos rolantes 
16. Paisagismo e 
jardinagem 
Terra preta, restos de planta 
Fonte: MIRANDA (2014) 
 
Comumente o conceito de perdas relaciona-se ao desperdício de materiais, 
porém é necessário entender que as perdas estendem-se além deste conceito e 
qualquer ineficiência no processo deve ser considerada como perdas: da ocorrência 
de desperdícios de materiais quanto à execução de tarefas desnecessárias, gerando 
custos adicionais sem agregar valor, até a falta de planejamento e gerenciamento 
adequados. 
O esforço para melhoria do desempenho na construção civil deve considerar 
o conceito mais amplo de perdas, isto é, visa à minimização do dispêndio de 
quaisquer recursos que não agregam valor ao produto, sejam eles vinculados às 
atividades de conversão ou fluxo, porém são os desperdícios que resultam em 
volume de resíduos. Em qualquer processo, devido à variabilidade natural, é 
inevitável que ocorra certo volume de perdas e a fração das perdas que excede a 
este limite mínimo característico da tecnologia é considerada desperdício. 
 
5.3 Gerenciamento de Resíduos na Construção Civil (GRCC) 
O Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257/2001 determina novas e importantes 
diretrizes para o desenvolvimento sustentável dos aglomerados urbanos no País. O 
documento prevê a necessidade de proteção e preservação do meio ambiente 
natural e construído, com uma justa distribuição dos benefícios e os ônus 
decorrentes da urbanização, exigindo que os municípios adotem políticas setoriais 
articuladas e sintonizadas com o seu Plano Diretor. Uma dessas políticas setoriais 
que pode ser destacada é a que trata da gestão dos resíduos sólidos, nos quais se 
enquadram os resíduos da construção civil. 
Por proteção e preservação do meio ambiente entende-se toda e qualquer 
atividade que não altere as propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições 
estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. 
O conceito de gerenciamento refere-se aos aspectos tecnológicos e 
operacionais e envolve fatores administrativos, econômicos, ambientais de 
desempenho, como a produtividade e a qualidade. É a realização do que a gestão 
delibera, por meio da ação administrativa de planejamento e controle de todas as 
etapas do processo, na qual a gestão pode ser definida com a atividade relacionada 
à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para uma determinada 
finalidade, envolvendo instituições, políticas, instrumentos e meios. 
Modelos de gestão ambiental voltados para as organizações como a 
Produção Mais Limpa, também conhecida pela sigla P+L, significam a aplicação 
contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integrada aos processos, 
produtos e serviços a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água 
e energia e reduzir os riscos para os homens e o meio ambiente. É, antes de tudo, 
uma ação econômica porque baseia-se no fato de que qualquer resíduo de qualquer 
sistema produtivo só pode ser proveniente das matérias-primas ou insumos de 
produção utilizadas no processo. Todos os resíduos ontem eram matéria-prima e 
foram comprados e pagos como tais. 
Desta forma, analisando-se unicamente o custo econômico que envolve RCC, 
estaria justificado o investimento em gerenciamento de RCC pelos grandes e 
pequenos geradores e a gestão pela municipalidade, isso sem ainda contabilizar o 
dano ambiental, social e de saúde pública. 
No Brasil as estimativas para geração de RCC variam entre 230 kg/hab/ano e 
760 kg/hab/ano e para mediana na amostra pesquisada cerca de 510 kg/hab/ano. 
Coletivamente o setor da construção é responsável por um terço do consumo de 
recursos naturais, incluindo 12% de todo o uso de água doce e pela produção de 
até 40% de resíduos sólidos ou resíduos da construção civil (RCC), 
aproximadamente 90% desses RCC são potencialmente recicláveis quando 
segregados na fonte geradora, prática ainda pouco usada nesse segmento. 
Portanto, em média, 40% dos resíduos produzidos nas cidades brasileiras são 
provenientes da construção civil e apenas 10% desse total são reaproveitados. 
Para a parcela de 25% dos grandes geradores, as empresas construtoras em 
geral, o gerenciamento de RCC já é considerado parte integrante de qualquer 
processo que vise qualidade, produtividade e redução de custos para as empresas, 
a partir de seus empreendimentos. Quando fala -se na melhoria da qualidade para o 
setor da construção civil, o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no 
Habitat (PBQP-H) visa apoiar o esforço brasileiro de modernização do setor no 
aumento da qualidade e produtividade e redução de custos na construção 
habitacional. 
O Programa trabalha para articular os vários segmentos s da cadeia 
produtiva:desde a indústria de materiais à s empresas construtoras, bem como 
outras instâncias governamentais, os agentes financiadores e promotores, entre 
outros. Para as empresas é a oportunidade de aumentar sua competitividade por 
meio da redução de desperdícios, melhor formação dos profissionais, acesso a 
projetos, materiais e componentes de melhor qualidade e adequação às normas 
técnicas. A base do Programa tem início na implantação de um sistema evolutivo de 
qualidade, o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e 
Obra da Construção Civil– SiAC, que tem por objetivo fomentar o desenvolvimento e 
a implantação de instrumentos e mecanismos de melhoria da qualidade de projetos 
e obra. 
As estratégias das empresas na direção desta qualidade para o setor têm-se 
dado através de dois caminhos: primeiro através da implantação de programas de 
gestão de qualidade e posterior certificação, pelas normas da série ISO 9000, e 
segundo, através da implantação de programas de racionalização construtiva. 
Racionalização construtiva é um processo que abarca o conjunto de todas as 
ações que tenham por objetivo otimizar o uso dos recursos materiais, humanos, 
organizacionais, energéticos, tecnológicos, temporais e financeiros, disponíveis na 
construção em todas as suas fases. Ao incorporar-se princípios de racionalização 
construtiva e construtibilidade de projetos, destaca-se a necessidade de se 
reformular como os projetos vêm sendo conduzidos, ou seja, gerenciados. 
A primeira experiência com gerenciamento de RCC em canteiros de obra tem 
seu marco no pioneirismo do Programa de Gestão Ambienta l de Resíduos em 
Canteiros de Obra em São Paulo, experiência essa divulgada em forma de Manual e 
intitulada Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil: A Experiência do 
SindusCon-SP. Implantada em um grupo-piloto de onze construtoras, a metodologia 
do Programa Obra Limpa contou com a assessoria técnica das empresas, 
Informações e Técnicas (I&T) e Obra Limpa Comércio e Serviços Ltda, e foi iniciada 
pelo grupo -piloto de construtoras em janeiro de 2003 e concluída em agosto de 
2004. Como vantagens identificadas após a implantação do Programa foram 
observadas melhorias na organização da obra, conscientização ambiental, redução 
de custos, melhoria na administração dos resíduos, adequação à legislação e 
melhoria na imagem institucional da construtora As dificuldade s relatadas em 
SindusCon/SP para implantação desse gerenciamento no grupo -piloto foram: baixo 
com prometimento da direção de algumas obras (engenheiros), dificuldade na 
articulação com produtores e aplicadores de insumos, presença de empresas de 
transporte não licenciadas no Departamento de Limpeza Urbana d a Pref eitura de 
São Paulo, carência de áreas de reciclagem (ARs) e ATTs, ausência de legislação 
de fiscalização e penalidade, pelo não cumprimento da Resolu ção 307/2002 do 
CONAMA. A avaliação final pelo SindusCon /SP demonstrou ser positiva a iniciativa 
e ressaltou a necessidade da continuidade de ações junto aos órgãos municipais na 
definição dos Programas Municipais de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil, programas estes que possibilitam a implantação das ATTs e dos 
Aterros da Construção Civil, se ja pela elaboração das legislações pertinentes ou 
pelo incentivo a novos negócios, como a reciclagem dos resíduos. 
Hoje essa iniciativa serve como referência para que a implantação da gestão 
ambiental de resíduos da construção civil nos canteiros de obras, assim denominada 
no resultado do grupo-piloto em 2005, possa tornar-se realidade. A solução passa 
pela efetiva participação da cadeia produtiva e envolve construtoras, incorporadoras, 
projetistas, transportadores, ATTs, aterros, recicladoras, fabricantes, órgãos públicos 
e entidades de pesquisa. 
A iniciativa do SindusCon/SP em 2005 promoveu a elaboração de outros 
manuais voltados à implementação de PGRCC pelos SindusCon`s, como os de Belo 
Horizonte, Salvador, São Paulo, Sergipe, Pernambuco, bem como por instituições, 
como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Brasileiro 
de Apoio às Pequenas Empresas (SEB RAE), Conselhos Regionais de Engenharia e 
Agronomia (CREA), Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal, entre outras 
iniciativas no Brasil. 
A principal dificuldade a pontada pelas empresas para implantar gestão de 
RCC é sensibilizar a mão de obra no que se refere à segregação desses resíduos. 
Treinamento com educação ambiental e programas de alfabetização no próprio 
canteiro são iniciativas que visam atender essa questão, mas destacar como 
fundamental a participação ativa desses trabalhadores nas mudanças pretendidas 
em seus canteiros de obra talvez seja o maior desafio das empresas. Surge assim 
mais um desafio para o gerenciamento de RCC: capacitar trabalhadores tradicionais 
da construção civil para esse novo processo dentro de uma realidade de alta 
rotatividade e baixa qualificação da mão de obra, historicamente conhecida. 
O mesmo autor afirma que práticas estão sendo incorporadas em algumas 
empresas, como a redução da espessura de revestimento; controle do transporte e 
armazenamento de materiais; uso de placas de gesso acartonado sem argamassa; 
uso de peças metálicas pré-acabadas e moldadas conforme projeto e montadas no 
local, com pouca geração de resíduos e construções modulares em geral. São as 
implementações possíveis dentro de um processo complexo e que ainda demandará 
tempo para os ajustes necessários quanto ao gerenciamento de RCC, em cada 
empresa. 
 
5.4 Construção Sustentável 
A sustentabilidade na Construção não encerra seu foco apenas nas empresas 
construtoras; os impactos provocados pelo setor têm início antes mesmo da 
produção de qualquer material. Têm início desde a extração de matérias-primas e se 
estendem até o fim da vida útil do empreendimento, dos produtos construídos. 
Cadeia Produtiva da Construção envolve todos os elos desse complexo 
produtivo e é composta (i) pelas construtoras, incorporadoras e prestadoras de 
serviços auxiliares da construção, que realizam obras e edificações; (ii) por vários 
segmentos da indústria, os que produzem materiais de construção; (iii) por 
segmentos do comércio varejista e atacadista; e (iv) por várias atividades de 
prestação de serviços, tais como serviços técnico-profissionais, financeiros e 
seguros. A indústria da Construção Civil é o núcleo dentro da cadeia produtiva. Isso 
ocorre não só pela sua elevada participação no valor da produção e do emprego 
gerados em toda a cadeia, mas também por ser o destino da produção dos demais 
segmentos desenvolvidos. Dessa maneira, a indústria da Construção Civil 
determina, em grande medida, o nível de atividade de todos os setores que a 
circundam. 
Observa-se na Figura 1 que a Cadeia Produtiva da Construção envolve todos 
os elos desse complexo produtivo e a porcentagem de 64,7% é composta pelas 
construtoras, incorporadoras e prestadoras de serviços auxiliares da construção, que 
realizam obra e edificações. Incluir esse importante fatia de participação na 
promoção da sustentabilidade da cadeia produtiva é um desafio para o setor. 
 
Figura 1 – Composição da Cadeia Produtiva da Construção 
 
 
Na perspectiva econômica, a cadeia produtiva é responsável pela 
configuração do sistema produtivo de um país e sua importância é relevante, para 
que o país enfrente a crise econômica internacional. No Brasil, o crescimento real do 
setor foi da ordem de 15,3%, registrado entre 2009 -10, e o pagamento total em 
impostos foi de R$ 62,5 bilhões em impostos. 
Assim, a Cadeia Produtiva da Construção tem um importante papel na 
promoção da sustentabilidade e seus impactos ambientais quando apresentados em 
escala global, mostram-se significativos: a ) a cadeia tem emissões de gases de 
efeito estufa significativos – a produção de cimento é responsável por 5% e o usode energia em edifícios, 33% e b) grandes empreendimentos de infraestrutura geram 
pressão sobre diferentes ecossistemas. 
Um dos principais desafios da cadeia diz respeito à informalidade, tanto de 
empresas quanto de trabalhadores, uma questão central e social.; como a 
participação na promoção da sustentabilidade da cadeia produtiva passa pelas 
empresas formais, essa empresas consideram ser essa uma competição injusta no 
presente: retiram-se recursos dessas em presas formais que poderiam ser investidos 
no desenvolvimento de tecnologias e processos e limita-se o desenvolvimento da 
cadeia produtiva. 
O desafio da sustentabilidade assumiu há alguns anos papel de destaque na 
agenda da Indústria da Construção no Brasil. O setor está cada vez mais consciente 
da relevância do seu papel no contexto da mitigação e adaptação dos efeitos das 
mudanças climáticas e da necessidade de melhoria das condições de vida no 
planeta. Já existem suficientes estudos em nível nacional e mundial que avaliam os 
impactos positivos e negativos gerados pela indústria da Construção e do mercado 
imobiliário sobre o meio ambiente, a sociedade e a economia. 
É grande a pressão sobre as empresas da cadeia produtiva da construção 
para atuarem de acordo com os princípios da sustentabilidade. O governo vem 
trabalhando nos âmbitos federal, estadual e municipal para regular o setor e 
estimular a melhoria de desempenho em diferentes temas. Cresce o número de 
municípios com legislações que obrigam os empreendimentos à medição 
individualizada de água e gás, aquecimento solar de água e à elaboração de um 
programa de gerenciamento de resíduos para a obtenção de Alvará de. Construção 
ou Habite-se. 
Em um processo de reversão para o ambiente construído surge o para digma 
da construção sustentável. No âmbito da Agenda 21 a Construção Sustentável em 
Países em Desenvolvimento é definida como " um processo holístico que aspira a 
restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído e a 
criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a 
equidade econômica". Mas o conceito vai além da sustentabilidade ambiental 
quando pensado no contexto do desenvolvimento sustentável, integrando-se a 
sustentabilidade econômica e social; 
São os princípios básicos desse tipo de construção: 
a) Aproveitamento de condições naturais locais; 
b) Utilizar o mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural; 
c) Implantação e análise do entorno; 
d) Não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e 
concentração de calor, sensação de bem-estar; 
e) Qualidade ambiental interna e externa; 
f) Gestão sustentável da implantação da obra; 
g) Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; 
h) Uso de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do processo; 
i) Redução do consumo energético; 
j) Redução do consumo de água; 
k) Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; 
l) Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; 
m) Educação ambiental para conscientização dos envolvidos no processo. 
O conceito de construção sustentável passa a ser inserido em todo o ciclo de 
vida do empreendimento, desde sua concepção até sua requalificação (retrofit), 
desconstrução ou demolição e mesmo considerando que a etapa de construção é 
apenas uma pequena fração do ciclo de vida do edifício, é e la a 
responsável por todo o seu posterior desempenho. Estudos para cada fase da obra 
demonstrando seus impactos ambientais e como estes impactos devem ser 
trabalhados concluem o ciclo, para se obter um empreendimento com um a ideia 
sustentável, uma implantação sustentável e uma moradia sustentável 
No Guia Selo Azul Caixa, conclui-se que a construção sustentável irá exigir 
das empresas esforço similar realizado para a implantação dos sistemas de gestão 
da qualidade: compromisso da direção da empresa, estabelecimento de políticas, 
metas progressivas e indicadores constantemente atualizados, formação de 
recursos humanos, evolução contínua. Seu conceito amplia do escopo tradicional: 
qualidade, prazo, tecnologia e custo com preocupações sociais e ambientais. 
No conjunto de iniciativas necessárias ao avanço da construção sustentável 
no país, a gestão de resíduos é, provavelmente, a que mais rápido pode oferecer 
resultados significativos. A superação de desafios internos e externos a o longo da 
cadeia produtiva é urgente, no sentido de assegurar avanços no estágio atual de 
gestão de resíduos sólidos do setor como: a promoção e a implementação da 
autorregulação; o exercício efetivo e obrigatório da logística reversa e a 
formalização de fluxos de forma que esteja explícita a matriz de responsabilidades 
no pós-obra, exigindo-se a plena legalidade de atuação dos agentes transportadores 
e receptores. Entende-se por logística reversa “. procedimentos e meios destinados 
a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para 
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação 
final ambientalmente adequada” 
A ideia de sustentabilidade impulsiona a inovação, estimula a busca por 
novas tecnologias e promove o surgimento de novos nichos de mercado. Faz-se 
necessário, para isso, que a cadeia produtiva promova a transição do modelo 
empresarial atual rumo às inevitáveis demandas contemporâneas 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Vemos que já está havendo uma mudança de percepção de consciência que 
na construção civil através de iniciativas de ação, mapeamento dos problemas na 
construção e destinação dos materiais de uma melhor forma resultante das suas 
atividades, mas este tema ainda é um desafio, pois existe vários problemas a serem 
enfrentados para implantação dessa nova rotina no dia-a-dia do canteiro de obras e 
tornar a construção sustentável uma realidade em todo setor da construção. 
 
 
 
 
7. FONTES CONSULTADAS 
BRASIL. Casa Civil. Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, 
Regulamenta os arts. 182 e183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes 
gerais da política urbana e dá outras providências. Publicado no Diário Oficial da 
União em 11 de julho de 200 1. 
______.Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiente – 
CONAMA, Resolução nº 307, de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, 
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 
Publica da no DOU no 136, de 17 de julho de 2002, Seção 1, páginas 95-96. 
______. Ministério do Meio Ambiente. Política Nacional de Resíduos Sólidos, 
Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos e dá outras providências. Publicado no DOU de 3 de agosto de 
2010. 
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18. Condições e Meio Ambiente 
de Trabalho na Indústria da Construção. 1978. Disponível em: 
http://portal.mte.gov.br/legislacao/ norma-regulamentadora-n-18-1.htm. A cesso em: 
02 novembro. 2020. 
 
CIBC. Câmara Brasileira da Industria da Construção. Desempenho de Edificações 
Habitacionais: Guia Orientativo para Atendimento à Norma ABNT NBR 
15575/2013. Câmara Brasileira da Industria da Construção. 2013. 
MIRANDA, Maria Z. C. Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil: Uma 
Análise em Canteiros de Obras de Edifícios Residenciais em Cuiabá – MT. 
Dissertação de Mestrado. UFMT, Cuiabá, 2014.

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