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FISIOPATO- Aula 4- Degenerações hialina e transformações- resumo de literaturas

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Degeneração hialina e doenças de 
acúmulo (amiloidose) 
 
Degeneração intracelular e degeneração 
(transformação) extracelular 
Mecanismo básico: lesões reversíveis 
 
Discussão sobre o mecanismo básico para lesões 
reversíveis (vide aula de mecanismos geral de lesão 
celular). 
 
Degeneração hialina 
Sempre vai ser um acúmulo de material de 
natureza proteica no meio intracelular, fica com 
aspecto de vidro (eosinofílico): 
• Degradação do citoesqueleto e 
condensação dos filamentos; 
• Acúmulo de material de vírus; 
• Proteínas endocitadas. 
 
Corpúsculos de Mallory-Denk: 
 
 
 
 
 
 
 
 
• São formados no fígado → processos 
lesivos→ocorrem devido ao estresse 
oxidativo nesse órgão; 
• Formação de radicais livres advindos da 
beta oxidação, ou da degradação do álcool, 
nos quais esses se ligam às moléculas dos 
filamentos intermediários do 
citoesqueleto, causando uma alteração na 
conformação estrutural dessas. Dessa 
forma, as formas de degradação das 
proteínas mal dobradas (proteossomas) 
serão inativados, nesse caso elas 
(proteínas mal dobradas) se acumulam. 
Gerando, assim esse corpúsculo de 
Mallory-Denk. 
 
• Aspecto: Massa hialina de aspecto rosa 
muito homogêneo 
• Células tumefeitas. 
 
• Corpúsculos hialinos de Councilman-Rocha 
Lima 
 
• Aglutinados de material viral junto com 
proteínas do citoesqueleto. São encontrados 
em hepatócitos em hepatites virais, 
especialmente na febre amarela. 
• Hepatócitos sofrem infecção → estresse 
oxidativo → liberam moléculas pró-
apoptoticas (TNF – ligado ao Fas ativa caspases 
8 e 10 -→ caspases 3, 7, 6 e 9) → lesão da 
mitocôndria devido ao estresse oxidativo → 
liberação do citocromo C → apoptose 
• Estresse oxidativo → acúmulo de proteínas do 
citoesqueleto com um material viral 
• Característica: eosinofílico 
• Exceção: São corpos apoptóticos, fica no meio 
termo de lesão reversível -irreversível 
 
 
Corpúsculo de Russell 
 
 
• Acúmulo excessivo de imunoglobulinas em 
plasmócitos devido a uma resposta 
imunológica exacerbada (inflamatória ou 
autoimune). Ex:salmonelose, leishmaniose 
tegumentar e osteomielites. 
• Aspecto: uma série de vacúolos 
• Nesse caso, o retículo endoplasmático torna-se 
imensamente distendido, produzindo grandes 
inclusões eosinófilas homogêneas. Esse 
corpúsculo pode ser observado em: 
• Plasmócitos (IgG no citoplasma) Inflamações 
crônicas e plasmocitomas; 
• A substância hialina produzida corresponde a 
imunoglobulinas hiperproduzidas e não 
excretadas, fazendo com que se cristalizem e 
fiquem armazenadas no interior das 
células. 
• Síntese ativa de imunoglobulinas; 
• Retículo endoplasmático distendido com 
inclusões eosinofílicas e homogêneas; 
• Também encontrados próximos às células 
cancerígenas. 
 
Gotículas de reabsorção proteica 
• São gotículas de reabsorção nos túbulos 
renais proximais e são observadas em 
doenças renais associadas à perda de proteína 
na urina (proteinúria). No rim, quantidades 
mínimas filtradas pelo glomérulo são 
normalmente reabsorvidas por pinocitose 
(endocitose) no túbulo proximal. Esse 
processo é reversível e, se a proteinúria 
desaparecer, as gotículas desaparecem. 
 
 
Corpúsculo de Negri 
 
• São um acúmulo de nucleoproteínas virais 
e/ou de produtos da reação à infecção viral. 
São inclusões intracitoplasmáticas em 
neurônios infectados na raiva. 
 
Cérea de Zenker 
 
Degenerações nos músculos (esquelético e cardíaco), 
lesão de sarcômeros , proteínas degradadas dos 
sarcômeros se acumulam. Devido a processos 
infecciosos , inflamatórios , endotoxinas. 
No coração se chama Margarinos-Torres 
 
Degeneração mucoide 
Hiperprodução de muco pelas células caliciformes , 
ou síntese exagerada de mucinas em adenomas e 
adenocarcinomas 
Citoplasma fica mais claro, o núcleo é jogado para a 
periferia . 
Ex: tumores no trato respiratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Degeneração (transformação) hialina extracelular 
 
 Transformação hialina ou hialinose 
• Depósitos acidófilos no interstício formado por 
proteínas do plasma que exudam e se 
depositam na MEC. As fibras colágenas e a 
substância fundamental tornam-se 
intensamente acidófilas. 
• Hipertensão, processo inflamatório. 
• Acomete tecido conjuntivo fibroso e parede de 
vasos. 
• Aumento exacerbado da permeabilidade 
vascular → Formados por proteínas do plasma 
que exsudam e depositam se na membrana 
extracelular. 
• Essa degeneração ocorre em vários órgãos 
como fenômeno natural do envelhecimento, 
em hipertensão arterial e diabetes mellitus. 
• Nos rins em condição de hipertensão arterial 
sistêmica, as proteínas do plasma se exsudam 
e depositam-se na membrana extracelular. 
Como consequência, tem-se isquemia, 
hialinização dos glomérulos e atrofia. 
Em pacientes com Covid-19, por exemplo, há uma 
hialinose, por isso as imagens radiológicas de 
pacientes com essa doença se mostram com aspecto 
de vidro fosco. 
 
 
Transformação mucoide 
• Maior produção de substancia fundamental 
amorfa (proteoglicanos e 
glicosaminoglicanos) = retenção de água . 
• Com isso, há dissociação das fibras colágenas, 
que ficam dispersas em fibrilas finas, dando 
aspecto de tecido mucoso. 
Ex: doença reumática, hipotireoidismo. 
 
 
 
 
 
Transformação fibrinoide 
• Alteração caracterizada pelo acúmulo de 
fibrina junto com moléculas do plasma = 
alteração fibrinoide 
• Citocinas , imunocomplexos, sistema 
complemento → quimiotaxia → processo 
inflamatório → aumento da permeabilidade 
vascular → fibrinogênio encontra proteases 
• Parece umas fibras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amiloidoses 
• “Semelhante a amido”; 
• Pode ocorrer em qualquer órgão; 
• Série de distúrbios onde tem depósitos de 
proteínas fibrilares, que se acumulam na 
matriz extracelular, causam uma lesão por 
compressão. Acúmulo de proteína mal 
dobrada devido a um erro na degradação. 
Essas se aglomeram formando fibrilas longas 
com aspecto de folhas beta-pregueadas. Com 
o passar do tempo lesionam as células. 
• Localizada ou sistêmica; 
• Material amiloide: 95 % = proteínas fibrilares e 
5% = várias glicoproteínas 
• Mutações adquiridas ou inflamação crônica = 
produção de quantidades anormais de 
proteínas 
• Produção de proteínas mutantes = mutações 
hereditárias (mutação na transtiretina) 
 
 
 
Como vejo as estruturas celulares? 
Coloração de vermelho congo ou vermelho do Congo, 
no qual tende a se acumular entre as fibrilas , o 
diagnóstico de hialinose é necessário essa coloração. 
Não é possível ver diferença entre outras transf. Em 
microscópico ótico, sendo mais perceptível no de luz 
polarizada (amarelo-esverdeada). 
 
Tipos e classificação 
As amiloidoses podem ser classificadas em: sistêmica 
ou localizada; primária (idiopática, quando não tem 
causa conhecida) ou secundária (provocada por uma 
doença). Pode, ainda, ser hereditária, quando 
condicionada por um fator genético conhecido. 
• Amiloide AL (amiloide de cadeia leve) é 
constituído por cadeias leves de 
imunoglobulina completas, fragmentos 
amino-terminais de cadeias leves, ou ambos; 
Sistêmica primária 
Aumento do número de plasmócitos na medula óssea, 
mas sem caráter neoplásico. 
Sintetizada pelos plasmócitos: Processos inflamatórios, 
mieloma diplasmócito, linfoma plasmocitário. 
 
• Amiloide AA (amiloide associado) é composto 
por uma proteína, de 8500 daltons, derivada 
da proteólise de um precursor maior no 
sangue chamado SAA (proteína sérica 
associada ao amiloide), que é sintetizado no 
fígado em respostas inflamatórias, acúmulo 
nos tecidos ; 
Sistêmica 
 
• Proteína β-amiloide (Aβ) é um peptídeo de 
4000 daltons derivado da proteólise de uma 
glicoproteína transmembranar muito maior, 
chamada proteína precursora do amiloide. 
Doença de Alzheimer, acúmulo dessas placas no 
sistema nervoso central.Localizada 
 
• Proteína amiloide formada por ou derivada da 
proteína transportadora de tiroxina e retinol 
(chamada transtiretina) 
Amiloidose familial polineuropática e em algumas 
amiloidoses senis; 
 
• Proteína amiloide formada por β2-
microglobulina, que, normalmente, se associa 
às moléculas MHC I (vista em pacientes em 
hemodiálise por período prolongado) 
Amiloidose. A. Depósito de material amiloide no 
fígado (setas amarelas), hipotrofiando os hepatócitos 
(setas brancas). B. Massas de material amiloide, 
acidófilo e homogêneo, depositado em glomérulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
• Bogliolo Patologia | Geraldo Brasileiro Filho 
• Patologia | Robbins & Cotran 
• ANATPAT UNICAMP, SP. Disponível em: 
http://anatpat.unicamp.br/

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