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Semiologia pediátric1

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Semiologia pediátrica 
 
O que é pediatria? 
 É a medicina do ser humano em seu período de desenvolvimento: desde a fecundação até a 
puberdade. 
O que é semiologia Pediátrica? 
 É o estudo dos sinais e sintomas que vão constituir as síndromes, com finalidade diagnóstica. 
 Sempre observar as atitudes da criança, sendo assim, é necessária uma certa afinidade com a 
criança, sendo assim, ter uma interação entre médico e paciente. 
Consulta pediátrica é composta por: 
 Anamnese 
 Exame físico 
 Exames complementares 
Anamnese: 
 Deve ser o mais completa e detalhada possível; 
 Representar a evolução da criança até o momento da consulta (de forma cronológica) 
 Linguagem acessível 
 Demonstrar respeito e interesse; 
Sendo assim: 
Identificação: 
 Queixa principal (QP) – motivo pelo qual a família levou a criança ao médico/ deve ser escrito c/ 
as próprias palavras do informante. 
 História da moléstia atual (HMA) – início e evolução da doença; sintomas associados; 
medicamentos utilizados (se houve melhora ou não); escrever em ordem cronológica e 
linguagem técnica; intervir e investigar (quando necessário) 
 Antecedentes gineco-obstétricos (AGO) – estado de saúde da mãe durante a gestação; idade da 
mãe; grupo sanguíneo e Rh; intercorrências no parto; se fez pré-natal (número de consultas); 
tipo de parto e local; condições de nascimento; 
 História mórbida pregressa (HMP) – coletar dados sobre as doenças e internações ocorridas 
anteriormente: infecções; doenças próprias da infância; procedimentos cirúrgicos; alergias; uso de 
medicamentos; 
 Antecedentes alimentares (AA) - Desde a hora que a criança acorda até dormir/ horários de 
alimentação/ características da alimentação; se foi amamentado exclusivo ao seio materno e 
quanto tempo; idade do desmame e condições; qualidade e quantidade dos alimentos; número de 
refeições; pesquisar intolerância ou alergia alimentar; 
 
 
 Desenvolvimento Psico- motor (DPM) - assinalar com que idade a criança sorriu, sustentou a 
cabeça, sentou, engatinhou, andou; quantidade e qualidade do sono; controle de esfíncteres; 
sociabilidade; escolaridade e aproveitamento escolar; teste do desenvolvimento de Denver 
 
 Antecedentes imunológicos (AI) – verificar carteira de vacinas; verificar sinal de BCG; obter 
informações sobre reações vacinais; 
 
 História mórbida familiar (HMF) – doenças da família (primeiro grau principalmente); idade, sexo e 
estado de saúde dos irmãos; idade e estado de saúde dos pais; 
 
 Revisão de sistemas (RS) – diurese e aspecto da urina; hábito intestinal; Obs. Observar a 
coloração da urina, sendo assim, deve-se perguntar a Mamãe; Obs. Observar as fezes (qualidade 
e quantidade) 
 
 Condições e hábitos de vida (CHV) – saber a situação da família, para o julgamento de 
tratamento; escolaridade dos pais; uso de cigarros; álcool e drogas pela criança ou parente; 
Exame físico: 
 Aspecto geral e dados vitais; 
 Medidas antropométricas; 
 Avaliação de órgãos e sistemas; 
Aspecto geral: 
 Observar- se o aspecto geral da criança ao chegar; 
 Nível de consciência; 
 Condições de higiene; 
 Ativo ou hipoativo; 
 Marcha; 
 Biótipo; 
 Fala; dislalia, disfonia, dentre outros 
 Psiquismo; Paciente que responde bem ao paciente; boa percepção do ambiente ou ele é muito 
assustado, agressivo ou violento; 
Atitudes: 
 Ortopnéica (normalmente o paciente vai estar assim) 
 Genupeitoral; 
 Cócoras; 
 Antálgicas; (normalmente assim também) 
 Contratuais (opistótono/ortótono) 
 Marchas: (mais típicas em crianças) 
Marchas: 
 Atáxica: Normalmente associada a alguma doença cerebelar; 
 Escarvante: as vezes associada a lesão periférica 
 Em foice: como acontece nos AVC; 
 Anserina: muito típico nas gestações; 
 Claudicante: ocorre nas deficiências venosas, mas pode acontecer por outras causas também; 
 
Biótipo: 
 Longilíneo; apresenta tronco e membros mais longos 
 Brevilíneo; apresenta tronco e membros mais curtos 
 Normolíneo; 
Fala: 
 Disfonia: dificuldade na produção de voz; 
 Afonia: rouquidão ou perda da voz; 
 Disfasia: deficiência especifica da linguagem 
 Dislalia: dificuldade em articular as palavras; não consegue libras as palavras com uma fonese 
adequada; 
 Dislexia: dificuldade na leitura 
Antropometrias: 
 Até dois anos de idade: decúbito dorsal (cumprimento da criança) 
 Estatura: paciente em ortostatismo (posição ereta do corpo); ação de estar de pé; 
 Até 16 kg: normalmente na balança específica, acima desse valor, já pode ser utilizada a balança 
digital; 
 Perímetro cefálico: normalmente até 2 anos de idade (paciente hígido), depois disso vai depender 
do paciente; caso a criança tenha algum problema; 
 Dados vitais: devem ser colocados logo após medidas antropométricas 
 Temperatura em graus Celsius- axilar, auricular e retal; (lembrando que: o auricular e retal: 0,4 e 
0,6 graus acima do axilar) considerar como normal: até 37,5 graus 
 Frequência cardíaca; 
 Pulso; 
 Frequência respiratória; 
Medidas antropométricas: 
 Os dados que são obtidos aqui devem ser colocados em gráficos específicos, são utilizados no 
caderno da criança; 
 Peso; 
 Estatura; 
 Perímetro cefálico; 
 Perímetro torácico; 
 Perímetro abdominal; 
Peso: 
 Até 16 kg- balança para recém-nascidos (ou seja, utilizar balança específica) 
 Acima de 16kg- balança para adultos 
Fórmula para cálculo aproximado de peso médio: 
Idade: Peso (kg): 
03 a 12 meses idade (m) +9/2 
01 anos a 6 anos idade (a) x2 +8 
07 anos a 12 anos idade (a) x7-5/2 
 
Ganho de peso: 
 Primeiros 4 ou 5 dias- ocorre perda fisiológica de 3 a 10% do peso; ocorre um equilíbrio 
homeostático 
 O peso se recupera em torno do décimo dia de vida; de 10 a 14 dias costuma ser a média 
 Primeiro trimestre em média- 30g/ dia; 
 Segundo trimestre- 20g/dia; 
 Terceiro trimestre-10g/dia; 
 Dobrar o peso de nascimento entre 5 e 6 meses; 
 Triplica o peso de nascimento em torno de 12 meses;(1 ano) 
 Aos 5 anos- dobra o peso em relação aos 12 meses; 
 Aos 10 anos- triplica o peso em relação aos 12 meses; 
 Aos 14 anos- quadruplica o peso em relação aos 12 meses; 
Estatura: 
 Crianças menores de 2 anos- deitada com antropômetro de Harpender; 
 Crianças maiores de 2 anos- em pé/ com escala métrica ou em balança antropométrica; 
Estatura estimada: 
 Estatura estimada (cm) = idade (anos) x6 +77 
 O mais correto é utilizar essa estimativa acima de 2 anos de idade; 
 Estatura estimada alvo: Quanto em média a criança pode crescer 
Masculino- estatura. Pai (cm) + estatura. Mãe (cm) + 13/2 
Feminino – estatura. Pai (cm) + estatura. Mãe (cm) --- 13/2 
Aumento de estatura: 
 Primeiro ano de vida- 25cm; 
 Segundo ano de vida- 12,5 cm; 
 Terceiro ano de vida- 9 cm; 
 6cm/ano até a puberdade; 
Entre 4 e 5 anos- duplica a estatura em relação ao nascimento; 
Entre 12 e 13 anos- triplica a estatura em relação ao nascimento; 
Medidas antropométricas: 
Perímetro cefálico: 
 Fita métrica; deve passar pela glabela e pelo occipício; sem abranger as orelhas 
 Sempre pegar a maior circunferência possível 
 Gráfico correlaciona perímetro cefálico com a idade; 
 Aumento do perímetro cefálico: Gráfico de estimativa 
 Primeiro ano de vida em torno de 12 cm; 
 Primeiro semestre 1cm/mês; (velocidade
mais acelerada) 
 Segundo trimestre ½ cm/mês; 
Avaliação de órgãos e sistemas; 
 
Primeiramente é realizado o exame das cadeias 
ganglionares: 
 Localização 
 Tamanho 
 Consistência 
 Mobilidade 
 Coalescência 
 Sensibilidade dolorosa 
Exame da cabeça e pescoço: 
 Observação de fácies; normalmente fácie atípica 
 Inspeção de crânio 
Simetria; 
Formato; 
Proporção craniofacial; 
Presença de abaulamentos; 
Implantação de cabelos; 
 Plagiocefalia: assimetria dos hemisférios do crânio (direito/esquerdo) 
 Braquicefalia: é uma condição popularmente conhecida como síndrome da cabeça chata, ou seja, uma 
cabeça mais achatada do que é considerado normal. (Achatamento posterior com proeminências 
laterais) 
Obs: Na maioria das vezes essa assimetria é consertada conforme a criança vai se desenvolvendo, em outros 
casos é necessário algum tratamento (importante lembrar que essas assimetrias não é algo grave). 
Palpação: é importante lembrar das fontanelas 
 Fontanela anterior ou bregmática (até 1 ano e meio é palpável) 
 Fontanela posterior ou lambdóidea (1 a 2 meses já está fechando) 
 Cavalgamento de suturas: junção de suturas 
 Abaulamento cranianos 
 Consistência óssea (o que é cartilaginoso se torna ósseo) 
Orelhas: Vamos verificar, na orelha, o lóbulo, a posição, o tamanho, o comprimento, a sensibilidade; a 
mastoide, possíveis alterações da audição, outras. 
 Na inserção normal da orelha, seu terço superior fica acima de uma linha horizontal traçada 
passando pelo ângulo lateral do olho até a protuberância externa do occipital. (Normal-borda 
superior do pavilhão, e encontra na mesma altura dos cantos internos dos olhos) 
 E considerada uma inserção baixa, quando ela fica abaixo dessa linha, sendo encontrada em um 
certo número de síndromes congênitas, algumas acompanhadas de retardo mental (síndrome de 
Down, síndrome de Treacher Collins e outras). 
 A orelha pode ser pequena (microtia), Grande (macrotia), estar ausente (anotia), projetada para a 
frente (uni ou bilateral), a chamada orelha em abano, apresentar malformações (única ou múltiplas), 
como rudimento de cartilagem, frequentemente próxima ao trago (pequena saliência à entrada do 
ouvido externo) 
 Presença de conduto auditivo 
 
 Alterações Peri auriculares: Às vezes observamos fístulas pré-auriculares silenciosas, as quais, quando 
infectadas, dão saída a uma secreção purulenta. A presença de adenite pré-auricular sugere processo 
inflamatório 
 
Olhos: 
 Forma dos olhos; 
 Distância entre eles; 
 Simetria; 
 Movimentos; 
 Capacidade de acompanhar luz ou objeto; 
 Cor de conjuntivas e escleras; 
 Tamanho e cor das pupilas; 
 Brilho e transparência das córneas; 
 Aspecto das pálpebras; 
 Presença de secreções; 
Nariz: Vamos verificar o tamanho, a forma, o aspecto, a columela e o septo para constatar desvios do 
nariz, os cistos dermóides, os nevos pigmentares, os hemangiomas, a encefalocele no nariz, as 
malformações congênitas - as mais comuns ocorrem devido a associações com lábio leporino, fenda 
labiogengival, fenda labial e/ ou fenda palatina que repuxam o nariz. 
A palpação do nariz verificaremos a presença de tumores, de abscesso, de linfonodos, de 
encefalocele e outros. 
Crianças menores: 
 Forma; em recém-nascidos, frequentemente se observa, na pele do nariz, um pontilhado branco-
amarelado 
 Permeabilidade das narinas 
 Presença de secreções- Os recém-nascidos respiram pelo nariz; assim, qualquer obstrução nasal, 
mesmo que uma simples gripe, pode acarretar dificuldades na sucção e na respiração. 
 A mucosa esbranquiçada sugere rinite alérgica. 
Crianças maiores: 
 Rinoscopia anterior- cor e brilho da mucosa 
 Presença e aspecto das secreções 
Boca: 
 Aspecto e coloração dos lábios e região peri- oral; 
 O exame do interior da boca se faz ao final do exame físico 
Sequência de estruturas a serem avaliadas: 
 Estrutura óssea da face: 
• Mandíbula 
• Articulações temporomandibulares 
• Linfonodos submentonianos, submandibulares e pré auriculares 
Cavidade oral: 
 
• Lábios e comissura labial 
• sulco gengivolabial 
• Gengivas 
• Arcadas dentárias 
• Mucosa jugal - dueto de Stenon 
• Palato duro 
• Língua até papilas circunvaladas 
• Assoalho da boca - dueto de Wharton - prega da língua 
Faringe: 
• Palato mole e úvula 
• Pilares anteriores 
• Fossa amigdaliana ou tonsilar 
• Tonsilas ou amígdalas palatinas 
• Parede posterior da faringe 
Pescoço: 
 Inspeção 
 Palpação 
 Mobilidade (ativa/passiva); 
 Palpação da tireoide; 
Exame do tórax e aparelho respiratório: 
Inspeção: 
Padrão respiratório: 
 Frequência- A frequência respirat6ria deve ser contada durante pelo menos 1 minuto. O número de 
incursões por minuto (irpm) varia ao longo dos anos, sendo em média de 45 a 55 no recém-nato, 
caindo para 24 na idade de 5 anos e em torno de 18 a 20 no período da pré-adolescência 
 Ritmo 
 Amplitude 
Respiração periódica: 
 A periodicidade da respiração é mais frequente nos prematuros e se manifesta como uma pausa 
com duração de 5 a 1O segundos seguidos por uma respiração com frequência de 50 a 60 incursões 
por minuto por 1 O a 15 segundos. 
Ocorre também no recém-nato a termo entre a primeira semana e 2 meses de vida e normalmente 
desaparece até os 6 meses de vida. Pausas respiratórias de até 20 segundos não acompanhadas de cianose 
ou bradicardia, podem ou não ter significado clínico especial no recém-nato. 
0 a 2 meses: até 60 mpm 
2 meses a 11 meses: até 50 mpm 
1 ano a 4 anos: até 40mpm 
Adolescente: 20mpm 
 
 
 
 
 Porém, quando o mesmo evento tem duração maior que 20 segundos e/ou é acompanhado de 
bradicardia ou cianose, chama-se apneia, e sempre traduz patologia; também é mais comum em 
prematuros. 
Para tanto se conceitua taquipnéia quando um recém-nascido apresenta mais do que 60 irpm, um 
lactente, mais do que 50 irpm, e crianças acima de 1 ano, mais do que 40 irpm. 
O gemido é manifestação bastante frequente de esforço respiratório, muito comum na doença de 
membrana hialina. No lactente e no pré-escolar, o gemido respiratório, além de manifestar esforço 
respiratório, quando associado a febre sugere infecção parenquimatosa pulmonar. 
Expansão torácica: 
Na inspeção da expansibilidade pulmonar, observa-se a simetria direita e esquerda, assim como se há 
adequada expansão da caixa torácica. 
Palpação: 
 Aquecer as mãos; 
 Pesquisar: 
Pontos dolorosos; 
Tumorações; 
Nódulos; 
Frêmito tóraco vocal – choro/gemido; O frêmito toracovocal avalia-se melhor tocando-se com a 
palma da mão, logo abaixo da base dos dedos, as regiões torácicas direita e esquerda, enquanto 
o paciente pronuncia as palavras "trinta e três" 
Expansibilidade- simetria; 
Ausculta: 
 Deve-se auscultar a maior área possível dos dois hemitórax, sempre comparando simetricamente 
os resultados. 
 Inicialmente, observam-se a intensidade e a característica do murmúrio bronco vesicular 
bilateralmente em áreas simétricas. 
 O murmúrio broncovesicular vem a ser a soma do som produzido pela passagem do ar através 
da glote (sopro glótico) com o som da chegada do ar ao nível dos alvéolos. 
 Uma área com diminuição do murmúrio vesicular pode ser resultante de hipoventilação
por 
presença de secreção ou líquido alveolar e/ou pleural, hepatização ou atelectasia do parênquima 
ou, ainda, dissecção aérea (pneumatocele) ou ar no espaço pleural (pneumotórax). 
 A obstrução parcial das vias respiratórias superiores, como laringe, glote e traqueia, pode produzir 
um ruído inspiratório musical que vem a ser o estridor. 
 Os roncos geralmente se associam a secreção nos brônquios principais e traqueia. 
 Estertores grossos são ruídos não-musicais, descontínuos, que representam movimento de 
líquido ou secreção através de bronquíolos; (provocados pelas alterações da pressão no ciclo 
respiratório) 
 Estertores finos são ruídos semelhantes aos grossos, porém se localizam no final da inspiração. A 
presença de líquido nos alvéolos ou pela sua súbita abertura quando atelectasiados. 
 Os sibilos são ruídos musicais agudos, contínuos, com duração mais longa, que se assemelham a 
um silvo, que ocorrem por constrição ou edema ao nível dos bronquíolos; 
 O sopro tubário ocorre quando o componente vesicular está abolido, sendo ouvida apenas a 
passagem do ar pela glote (sopro glótico) através da parede torácica. 
 
 
 
 Toda a região torácica; 
 Pesquisa de murmúrio vesicular; 
 Presença de ruídos adventícios; 
 Pode ser um dos primeiros passos do exame físico, dependendo do psiquismo da criança; 
Exame do aparelho cardiovascular: 
Palpação: 
 Com dedo indicador- pesquisa-se o ictus cordis (extensão, intensidade, ritmo dos batimentos 
cardíacos) 
 Mão espalmada- verificar presença de frêmitos 
 Localização do ictus: conforme a criança vai crescendo, o espaço localizado vai aumentando 
também, importante observar se está dentro do padrão, caso tenha alguma anormalidade é 
necessário a verificação de alguns exames; 
Ausculta: 
 Inicia-se pelo ictus que corresponde a área mitral; (na ponta, entre o quinto e sexto espaços 
intercostais na linha hemiclavicular); 
 Ainda no 4 EICE mais próximo ao esterno- área tricúspide; (no segmento inferior do esterno, junto à 
base do apêndice xifoide). 
 No 2 EICE próximo ao esterno –área pulmonar; 
 No 2 EICD, próximo ao esterno – área aórtica; 
 
Focos da ausculta cardíaca. 1. – foco mitral; 
2. – Foco tricúspide; 3. - Foco aórtico; 4. - 
Foco pulmonar. 
 
 Primeira bulha identifica o início da sístole 
ventricular; 
 Segunda bulha identifica a diástole; 
 Terceira bulha traduz a fase de 
enchimento ventricular rápido, e está 
presente nas situações de grande 
distensão ventricular, em consequência da 
sobrecarga circulatória; quando associada a 
um quadro de insuficiência cardíaca, resulta 
na ausculta de um ritmo de galope; 
A quarta bulha está relacionada à contração atrial, e frequentemente é um achado normal; 
Na ausculta deve-se determinar: 
Frequência cardíaca: a frequência cardíaca vai diminuindo conforme a idade, e atinge a normalidade do 
adulto por volta dos 10 a 12 anos; 
 0 a 1 mês- 70 a 190 bpm; 
 1 M a 11 meses- 80 a 160 bpm; 
 2 anos- 75 a 115 bpm; 
 10 anos- 70 a 110 bpm; 
 
 14 anos -60 a 105 bpm; 
 18 anos- 50 a 95 bpm; 
Ritmo das bulhas cardíacas; 
Intensidade das bulhas cardíacas; 
Presença de ruídos (atrito ou sopros: sistólico, diastólico e contínuos): 
Sopros: Dividem-se em três categorias básicas: sistólicos, diastólicos e contínuos. 
 Os sopros sistólicos iniciam-se na primeira bulha e terminam antes da segunda; 
 Os diastólicos iniciam-se com a segunda bulha e terminam antes do início do ciclo seguinte; 
 Os sopros contínuos se mantêm sem interrupção por toda a primeira e segunda bulhas. 
 Os sopros podem estar associados a patologias cardíacas, como estenoses ou insuficiências valvulares, 
porém, em crianças, podem ser normais ou "inocentes" traduzindo apenas a adaptação das válvulas 
ao coração em desenvolvimento ou a vibração da válvula durante a ejeção ventricular; 
 Os sopros contínuos ocorrem quando o fluxo sanguíneo flui da sístole à diástole sem interrupção 
fásica. Um exemplo bastante comum é o sopro encontrado no canal arterial do recém-nascido. 
Atritos: Esse som deriva da fricção entre os dois folhetos do pericárdio na ausência de lubrificação entre 
eles. Pode ser muito discreto, assemelhando-se a um sopro. 
 O atrito pode ser observado independentemente das bulhas, nas fases de sístole e diástole. 
 Quando surge entre as duas bulhas, gera um som semelhante a um trem, denominando-se ruído de 
locomotiva. 
Palpação de pulsos: 
 2 a 3 dedos; 
 Forma comparativa; os pulsos podem apresentar as seguintes alterações: 
(a) pulsos de pequena amplitude, 
(b) pulsos com grande amplitude, 
 (c) pulsos com variação rítmica 
 Avalia- se: intensidade, ritmo e simetria; 
O pulso de pequena amplitude, pulso pequeno e tardo: caracteriza-se por apresentar onda 
pulsátil de pequena amplitude e maior duração; é consequência da redução do volume sistólico e 
da velocidade de ejeção do ventrículo esquerdo; 
O pulso de grande amplitude, pulso em martelo-d' água, apresenta uma onda pulsátil maior, com 
menor tempo de duração, e é encontrado nos estados hiperdinâmicos fisiológicos (pulso 
dicr6tico) e patológicos, como exercícios, ansiedade, febre, tireotoxicose, anemia crônica; 
 Mais verificados: radiais, femorais e pediosos; 
As artérias femorais são examinadas com o objetivo de se avaliar a amplitude da onda de pulso, 
bem como a presença de sopros. O local de palpação tem como referência a metade de uma 
linha imaginária que une a espinha ilíaca ântero-superior ao púbis e situada abaixo do ligamento 
inguinal; 
O pulso da pediosa é localizado entre os tendões do grande e do segundo artelhos, e o pulso da 
tibial posterior está situado atrás do maléolo medial. 
Aferição da pressão arterial: geralmente acima de 5 anos, se tiver algum problema vindo de origem 
familiar, iniciar a partir de 3 anos; 
 O manguito deve ser adequado ao tamanho da criança; 
 
 Só tem valor quando medido com a criança tranquila; 
 Pressão arterial sistólica mínima (em mm Hg) = 70 + (idade) x 2 
Exame do abdome: 
Inspeção: Permite apreciar a forma e mobilidade. A parede abdominal está no mesmo nível que a torácica, 
mas, no lactente, pode estar levemente saliente; 
Observar os seguintes dados: 
1. Caracteres morfológicos - alterações de forma e volume. 
Distensão abdominal ocorre no abdome agudo obstrutivo (tanto maior quanto mais baixo o nível 
de obstrução e mais tardio o diagnóstico), no perfurativo, no íleo paralítico e no megacolo; 
 
2. Saliências e retrações não-simétricas; eventrações. 
3. Cor de pele e outras alterações cutâneas. 
4. Alteração de umbigo. 
5. Cicatrizes. (Hérnias/secreções) 
6. Contrações visíveis de vísceras ocas (ondas peristálticas). 
7. Circulação venosa superficial. 
8. Movimentos respiratórios e suas alterações. A criança tem respiração predominantemente 
diafragmática. 
9. Abaulamentos 
10. circulação colateral 
Ausculta: 
 Deve preceder a palpação e percussão; 
 Inicia- se pela fossa ílica esquerda; seguir o peristaltismo 
 Pesquisar ruídos hidroaéreos; 
Aumentados: diarreia; fase inicial de peritonite (fase inicial de processos inflamatórios); e abdome 
agudo obstrutivo (coincide com as cólicas). 
Redução ou abolidos: íleo paralítico e peritonite (Necessária observação prolongada porque há 
normalmente intervalos de inatividade intestinal). 
Palpação: 
 Evitar manobras bruscas; 
 Mãos aquecidas e a mão espalmada sobre o abdome (utiliza as polpas digitais) 
 Aproveitar
a inspiração: maior relaxamento muscular 
 Inicia-se a palpação superficial: deslizando a mão sobre o abdome, observando se há dor; 
 Pesquisa-se presença de massas ou visceromegalias; 
 
 No lactente: fígado é palpado a 2/3 cm abaixo do RCD; isso não quer dizer hepatomegalia; 
 Em 14% dos lactentes palpa-se ponta de baço e em 7% das crianças entre 2 e 7 anos de idade; 
Percussão: 
 A percussão do abdome dá um som timpânico. 
 A percussão pode delimitar os órgãos maciços, como o fígado e o baço, além de tumores e ascite. 
 O timpanismo se exagera na presença de excesso de gases (aerofagia), obstrução intestinal e 
pneumoperitônio; 
 Som timpânico devido a presença de vísceras ocas (intensidade variável) 
 Pesquisa de esplenomegalia; 
Exame da região inguinal: pesquisa-se a presença de linfonomegalias, hérnias e pulso femoral; 
Exame genitália: 
Meninos: 
 Aspecto e tamanho de pênis e bolsa escrotal; 
 Exposição da glande: 
Localização do orifício uretral (normal, espispádia, hipospádia), presença de 
Aderências; 
Palpa-se testículos: 
 Tópicos, retrateis, presença de tumorações ou líquidos; 
Meninas: 
 Simetria de grandes lábios; 
 Presença de pilificação ou tumoração; 
 Coloração de mucosa da vulva e introito vaginal; 
 Características de clitóris, pequenos lábios e hímem; 
 Presença de secreções; 
Exame da região anal: 
 Pregueamento do esfíncter; 
 Presença de: 
Malformações; 
Fissuras; 
Outras lesões; 
Exame do aparelho osteoarticular: 
 Posição; 
 Proporcionalidade entre os segmentos; 
 Relevo muscular; 
 Aspecto das articulações; 
 Amplitude dos movimentos; 
 Palpa-se músculos; 
 Observa-se na região sacrococcígea se há presença de fosseta, seio pilonidal, tumorações; 
 Avalia-se mobilidade (ativa/passiva) das articulações; 
Avalia- se pele: 
 
 Discromias; 
 Tumorações; 
 Descamações; 
 Lesões eritematovesiculares; 
 Sinai de infecção 
Otoscopia: 
 Utiliza-se otoscópio com espéculo de tamanho apropriado para cada idade; 
 A criança deve estar imobilizada; 
 Inicia-se por observação do conduto auditivo externos (secreções, cerúmen, traumatismos, corpo 
estranho); 
 Visualização (deve-se tracionar o pavilhão orelha para retificar o conduto); 
Exame da boca: deve ser realizado por último para não gerar um certo estresse a criança; 
 Realizado com auxílio de luz e espátula; 
 Aspecto e cor da mucosa; 
 Condição dos dentes; 
 Exame de língua 
Papilas, manchas e lesões 
 Visualização de palato mole, úvula e amígdalas e presença de secreções;

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