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Resumo - Exames Laboratoriais do Pré-Natal, Análise do Material Genético Humano e Espermograma

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Júlia Figueirêdo – LPI CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO 
 
TESTE DE GRAVIDEZ: 
O diagnóstico de gravidez pode ser realizado 
por meio de embasamento clínico (sinais de 
presunção, de probabilidade e de certeza), 
laboratorial (detecção de β-hCG), ou por 
exames ultrassonográficos (USG), sendo 
que os dois últimos métodos têm maior 
confiabilidade e podem detectar 
precocemente uma gestação. 
A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é 
um hormônio composto por duas grandes 
moléculas, chamadas de subunidade alfa e 
subunidade beta. A fração alfa do hCG é 
estruturalmente semelhante a vários outros 
hormônios, como o hormônio 
foliculoestimulante (FSH) ou o hormônio 
luteinizante (LH), ao passo que sua fração 
beta é única, produzida durante o processo 
de implantação do zigoto no útero (6º dia 
pós-fecundação), não sendo encontrados 
compostos similares em mais nenhum 
hormônio. Portanto, para diminuir o risco de 
reação cruzada e, consequentemente, a 
ocorrência de resultados falso-positivos, os 
laboratórios fazem a pesquisa apenas da 
fração beta. 
A concentração de hCG aumenta para 50 
mlU/ml uma semana após a implantação e 
alcança aproximadamente 100 mlU/ml no 
momento do primeiro período menstrual 
atrasado e o pico de 100.000 a 200.000 
mlU/ml no primeiro trimestre. 
 
As formas de análise laboratorial podem ser 
qualitativas, indicando ou não a presença da 
gonadotrofina coriônica humana, ou 
quantitativas, mensurando a concentração 
desse hormônio no organismo, em 
miliunidades internacionais por mililitro 
(mUI/ml). Os principais exames em cada 
grupo são: 
 Teste qualitativo: contempla o teste de 
gravidez doméstico, que utiliza a urina 
como amostra. Consegue detectar a 
elevação dos níveis de hCG 
(sensibilidade de 1.500 UI/L) após 15 dias 
do primeiro atraso menstrual, ou a fração 
beta desse hormônio (sensibilidade de 50 
mµ/ml) com 5 dias de atraso, ou o teste . 
Utiliza como forma de análise a 
imunocromatografia, na qual um papel-
filtro contendo anticorpos para o 
hormônio (local de teste) e para qualquer 
proteína naturalmente encontrada no 
organismo (controle) é exposto ao 
material coletado, alterando sua cor nas 
linhas em que houver uma reação 
“antígeno-anticorpo”. Sua implantação é 
rápida (4 minutos para gerar resultado), 
com baixo custo. 
 
 Testes quantitativos: são geralmente 
mais confiáveis que o teste doméstico, 
por serem capazes de detectar dosagens 
mais baixas do hormônio e reduzirem a 
Júlia Figueirêdo – LPI CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO 
 
chance de falso-negativos. São 
realizados através da sorologia (análise 
de amostra de sangue), processado pela 
técnica de radioimunoensaio, que possui 
maior sensibilidade e especificidade, 
utilizando-se de um marcador radioativo 
capaz de se ligar com maior afinidade a 
baixas dosagens de hCG, fornecendo 
resultados com elevada acurácia mesmo 
antes do atraso menstrual (valores 
inversamente proporcionais, quanto 
menor a leitura de ação radioativa, mais 
antígenos na amostra da paciente). 
Como aspectos negativos desse método 
estão a necessidade de profissionais 
qualificados para a realização, a 
instabilidade dos isótopos, e o tempo de 
processamento (uma a três horas para o 
diagnóstico). 
 
Os exames ultrassonográficos (de imagem) 
são bastante empregados no diagnóstico de 
certeza da gravidez, sendo realizados de 
forma simples, com ampla acurácia e pouca 
invasibilidade. Esses métodos também são 
capazes de fornecer outras informações a 
respeito da gestação (IG, batimentos 
cardíacos fetais [BCF], presença de 
gemelares, gravidez ectópica, entre outras). 
No primeiro trimestre (momento no qual o 
diagnóstico da gravidez apresenta maior 
acurácia), a USG tem como objetivos 
determinar a viabilidade da gestação, a IG, o 
desenvolvimento placentário e a 
translucência nucal, sendo realizada por via 
transvaginal até o marco de 7 semanas, 
período no qual a expansão uterina é 
insuficiente para promover achados pela via 
abdominal. São analisados o saco 
gestacional, a vesícula vitelina e o embrião, 
além da ausculta dos BCF. 
 
Entre 11 semanas e 13 semanas e seis dias, 
é realizado o segundo exame desse 
trimestre, já por via abdominal, sendo 
observados os mesmos aspectos de 
viabilidade, idade gestacional e 
corionicidade, acrescido da translucência 
nucal, que representa o principal marcador 
em anomalias cromossômicas. 
 
Do segundo semestre em diante, a 
ultrassonografia ainda pode ter finalidade 
diagnóstica, porém a compatibilidade com a 
real idade gestacional é reduzida, o que faz 
que esse método seja mais utilizado para o 
acompanhamento do desenvolvimento 
adequado do feto. 
TIPAGEM SANGUÍNEA E FATOR RH: 
A determinação do grupo sanguíneo e do 
fator Rh devem ser feitas ainda na primeira 
consulta do pré-natal, de modo a informar a 
gestante acerca da incompatibilidade 
maternofetal, que pode provocar graves 
impactos à saúde do concepto. 
O sistema ABO representa o primeiro 
método de identificação de grupos 
sanguíneos por meio da identificação dos 
antígenos A, B e O, que se manifestam em 
fenótipos homólogos, acrescidos da 
manifestação AB. 
Júlia Figueirêdo – LPI CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO 
 
Os antígenos do Sistema ABO não são 
restritos à membrana eritrocitária, mas 
também estão presentes na saliva e outros 
líquidos biológicos, exceto fluido espinhal. 
Essas substâncias são encontradas ainda na 
maioria das células epiteliais e endoteliais, 
expressas desde a 5ª semana de gestação. 
Os anticorpos desse sistema estão ausentes 
no nascimento, detectáveis somente após os 
quatro meses de idade. A gravidez ABO 
incompatível, assim como a transfusão 
incompatível, pode determinar a 
aloimunização eritrocitária e o aparecimento 
das imunoglobulinas da classe IgG. 
Esses compostos são potentes IgM ou IgG e 
determinam forte aglutinação direta com 
hemácias A ou B. São capazes ainda de 
ativar a cascata de complemento até C9, 
levando à hemólise aguda intravascular. 
Estão envolvidos em casos de Doença 
Hemolítica Perinatal, porém, em geral, de 
forma clínica moderada, levando a icterícia 
leve. 
Esses anticorpos dividem-se em: 
 Anti-A: ocorre naturalmente no soro de 
todos os indivíduos do Grupo B; 
 Anti-B: ocorre naturalmente no soro de 
todos os indivíduos do Grupo A; 
 Anti-AB: ocorre naturalmente no soro de 
todos os indivíduos do Grupo O. 
As provas de identificação do grupo 
sanguíneo são feitas de acordo com dois 
métodos: 
 Prova direta ou globular: coloca em 
contato soros-teste conhecidos 
(presença de anticorpos ABO) com 
glóbulos vermelhos do paciente, 
centrifugando os tubos de ensaio e 
observando a subsequente presença ou 
não de coagulação; 
 
 Prova reversa/sérica: baseia-se na 
interação entre o soro do paciente com 
glóbulos vermelhos conhecidos (grupo A 
e B), com o objetivo de verificar a 
aglutinação do material, tal como no teste 
anterior. 
 
Os resultados são avaliados conforme a 
presença e a intensidade da aglutinação, 
classificada em cruzes (1+ a 4+). 
 
 
O sistema Rh é o que apresenta maior 
complexidade dentre as formas de 
classificação eritrocitária, sendo descoberto 
após um caso de doença hemolítica 
perinatal, no qual a mulher teve reações 
graves ao ser transfundida com o sangue do 
marido, de mesmo grupo ABO. 
Os antígenos das hemácias são encontrados 
somente nas hemácias, compondo mais de 
50 antígenos, dentre os quais o RhD é o de 
maior destaque na prática clínica diária. 
Os anticorpos do sistema Rh, em especial o 
anti-D, não são naturais. Eles são produzidos 
a partir de um estímulo imunológico, seja a 
Júlia Figueirêdo – LPI CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO 
 
gestação de um feto RhD positivo, ou 
transfusão de um componente também 
positivo. Como são IgG, atravessam a 
barreira placentária e estão envolvidosem 
casos de doença hemolítica perinatal. Esses 
anticorpos não fixam complemento e a 
destruição das hemácias é extracelular. 
A classificação rotineira do fator Rh refere-se 
somente a presença ou ausência do 
antígeno RhD. Contrariamente ao sistema 
ABO, não há prova reversa, uma vez que 
não é natural a presença de anticorpos 
séricos esse antígeno. Atualmente, os 
métodos de investigação mais utilizados são 
os testes de antiglobulina, que se dividem 
em: 
 Teste de antiglobulina direto (Coombs 
Direto): caracteriza-se pela reação direta, 
in vivo, das hemácias com o soro 
antiglobulina humana, que se aglutinam 
na presença de anticorpos Rh, 
principalmente da classe IgG. A indicação 
desse teste ocorre em situações de 
diagnóstico de anemias hemolíticas auto 
ou aloimunes (onde se enquadra a 
doença hemolítica perinatal); 
 Teste de antiglobulina indireto (Coombs 
Indireto): corresponde à determinação in 
vitro da sensibilização das hemácias, 
largamente empregado na identificação 
de anticorpos incompletos (não 
aglutinantes) no soro de doadores, na 
fenotipagem eritrocitária e na titulação 
desses anticorpos. Com o objetivo de se 
evitar resultados falso negativos no teste 
de antiglobulina indireto em tubo, deve-se 
utilizar o reagente de controle de 
antiglobulina humana (controle de 
Coombs), que é composto por hemácias 
sensibilizadas por anticorpos de classe 
IgG. Essas hemácias reagirão com o 
reagente antiglobulina humana do 
sobrenadante na fase final em um teste 
negativo. 
 
DOSAGEM DE GLICOSE: 
A diabetes gestacional é uma condição 
metabólica semelhante a diabetes melitus 
(DM) tipo 2 a qual a mulher apresenta picos 
glicêmicos (inferiores aos valores utilizados 
para a classificação regular da diabetes) 
graças à desregulação de múltiplos 
hormônios promovida pela presença de Hcg. 
Essa condição não implica no 
desenvolvimento obrigatório da DM após o 
parto, mas é um conhecido fator de risco 
para manifestações posteriores, podendo 
também elevar a probabilidade do 
desenvolvimento de diabetes por resistência 
à insulina no concepto. 
É necessário diferenciar a DM gestacional da 
DM diagnosticada na gestação. A primeira se 
refere a detecção primária, no período de 
gravidez, de níveis glicêmicos elevados, mas 
que não configuram diagnóstico de diabetes, 
enquanto a segunda se refere a casos nos 
quais a mulher apresenta hiperglicemia na 
gravidez, atingindo os critérios da OMS para 
a DM fora do período gestacional. 
 
Júlia Figueirêdo – LPI CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO 
 
O controle da glicemia é responsável por 
reduzir significativamente as complicações 
decorrentes da diabetes melitus. Até 1970, 
essa monitorização era feita somente pela 
medida domiciliar da glicosúria e dosagens 
ocasionais de glicemia de jejum, porém 
diversos métodos surgiam desde então, 
como testes que avaliam o padrão glicêmico 
a longo prazo (hemoglobina glicada – 
Hba1c), e aqueles que determinam as 
flutuações regulares da glicemia capilar. 
 Métodos laboratoriais de avaliação da 
glicemia: 
o Dosagem de glicemia: realizada 
geralmente por meio de análise do 
plasma ou soro, tem como método 
mais utilizado para análise o 
enzimático, com oxidase ou 
hexoquinase. A dosagem de glicemia 
geralmente é realizada em jejum 
(sendo recomendada a ausência de 
qualquer ingestão alimentar, exceto 
água, por pelo menos 8 horas). Hoje, 
sabe-se que a glicemia de jejum é 
insuficiente para acompanhamento do 
controle glicêmico de pacientes com 
DM, pois reflete apenas uma medida 
pontual, no momento da coleta de 
sangue. A dosagem de glicemia pós-
prandial também pode ser efetuada (1 
a 2 horas após o início da ingestão 
alimentar), pois permite avaliar picos 
hiperglicêmicos pós-prandiais 
associados a risco cardiovascular e 
estresse oxidativo. Entretanto, 
também representa uma medida 
pontual, que pode não refletir o que 
ocorre nos demais dias e horários não 
avaliados; 
o Hemoglobina glicada: a medida da 
Hba1c é um método que permite 
avaliação do controle glicêmico em 
longo prazo, que deve ser solicitada 
rotineiramente a todos pacientes com 
DM (a cada 3 meses), desde a 
avaliação inicial, para determinar se o 
controle da glicemia foi atingido. Sua 
realização reflete o histórico da 
glicemia nos 90-120 dias anteriores ao 
exame, tempo médio de vida dos 
eritrócitos, livremente conjugáveis às 
hemácias. O método de análise mais 
comum é o da cromatografia líquida de 
alta performance. 
 
o Teste Oral de Tolerância à Glicose 
(TOTG): também conhecido como 
curva glicêmica, é um teste de 
monitoramento contínuo do 
metabolismo de glicose, avaliando sua 
dosagem em jejum, antes da ingesta 
de uma solução com 75g de glicose, e 
após uma e duas horas de seu 
consumo, com o objetivo de verificar 
se o processamento dessa substância 
em novos compostos está sendo 
realizado adequadamente. É um teste 
padrão do pré-natal ofertado pelo 
SUS. 
 
 Monitoramento domiciliar da glicemia: 
esse é um método acessório ao 
monitoramento laboratorial da dosagem 
de glicose, não tendo tanta sensibilidade. 
Esse processo é realizado por meio da 
inserção de uma gota de sangue capilar 
em uma fita biossensora contendo 
glicose desidrogenase ou glicose oxidase 
acoplada a um dispositivo médico 
Júlia Figueirêdo – LPI CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO 
 
(glicosímetro). Após sofrer ação 
enzimática, há uma reação eletroquímica 
diretamente proporcional à concentração 
de glicose, que será expressa pelo 
monitor do aparelho após a identificação 
do valor em uma escala graduada nas 
próprias fitas. 
ESPERMOGRAMA: 
O espermograma representa o foco 
laboratorial para averiguação de casos de 
homens com queixa de infertilidade, mesmo 
que não seja um teste capaz de determinar a 
funcionalidade dos espermatozoides, esse 
exame pode avaliar a atividade germinativa, 
a atividade dos epidídimos e a atividade das 
glândulas sexuais acessórias. 
Os resultados do espermograma são 
frequentemente utilizados como marcadores 
da fecundidade masculina e das chances de 
se estabelecer uma gravidez. É necessário, 
portanto, que o exame seja executado por 
profissionais bem treinados e realizado num 
laboratório de andrologia com rigoroso 
controle de qualidade. 
O potencial fértil do homem é influenciado 
pela atividade sexual, pelo estado das 
glândulas sexuais acessórias e por fatores 
definidos, como estado de saúde geral, uso 
de medicamentos, drogas ilícitas, tabagismo 
e álcool, exposição excessiva ao calor, e 
contato com demais substâncias 
gonadotóxicas. 
O local de coleta tem efeito direto sobre os 
parâmetros seminais, especialmente sobre o 
volume ejaculado. Preferencialmente, a 
amostra seminal deve ser colhida por meio 
da masturbação já no laboratório, em uma 
sala silenciosa, isolada, limpa, com banheiro 
anexo. A coleta domiciliar pode ser 
autorizada em casos especiais, desde que o 
material chegue ao laboratório em no 
máximo uma hora e que cuidados sejam 
tomados durante seu transporte até o 
laboratório, como a regulação da 
temperatura da amostra entre 25 e 37ºC. 
O sêmen deve ser colhido utilizando-se um 
frasco estéril, descartável, composto de 
polipropileno, de boca larga e com tampa de 
rosca, fornecido pelo laboratório. 
Alguns aspectos devem ser levados em 
consideração para que a interpretação dos 
resultados não induza diagnósticos 
incorretos, como a higiene peniana, a 
abstinência sexual (2 a 7 dias), e a coleta em 
dois momentos distintos, com um intervalo 
de 7 a 15 dias. 
A análise seminal contempla itens 
macroscópicos e microscópicos, 
representados por: 
 Aspectos macroscópicos: 
o Volume: é de, em média, 2,5ml, sendo 
calculado por meio da densidade do 
líquido seminal (pesa-se o frasco antes 
e depois da coleta). Alterações no 
volume podem indicar obstrução nos 
ductosejaculatórios, ejaculação 
retrógrada, ou até mesmo perda 
parcial da amostra; 
o pH: resultante da mistura de secreções 
alcalinas da vesícula seminal e ácidas 
da próstata, compondo uma 
substância de pH total a ≥ 7,2; 
o Viscosidade: verificada após a 
liquefação do coágulo seminal (ação 
do antígeno prostático específico 
sobre aglutinações de semenogelina), 
é considerada como normal se o 
material se adere ao bastão de vidro, 
escorrendo em gotas; 
o Cor e consistência: o sêmen tem 
aspecto inicialmente heterogêneo, 
espesso e gelatinoso, tornando-se 
homogêneo, opalescente e fluido após 
a liquefação. A coloração normal varia 
entre branca e acinzentada. 
 Aspectos microscópicos: 
Júlia Figueirêdo – LPI CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO 
 
 
o Mobilidade: espera-se que ao menos 
50% da amostra esteja viva e móvel. 
Classifica-se em: 
 Movimentação ativa (rápida, sem 
direção específica); 
 Movimentação progressiva (rápido 
e direcionado); 
 Movimentação progressiva lenta 
(bem devagar, quase ondulante); 
 Movimentação lateral (ondulante); 
 Imóvel. 
o Vitalidade: compreende a proporção 
entre espermatozoides vivos e mortos, 
verificada por meio da análise de 
material corado com eosina (gametas 
vivos possuem membrana íntegra, que 
não permitem a passagem de 
corantes, ao passo que aqueles 
mortos, por apresentarem 
descontinuidade na membrana, 
mostram-se corados); 
 
o Concentração: determina o número de 
espermatozoides em milhão por 
mililitro de sêmen, sendo calculado por 
análise em câmara especializada, com 
o valor obtido multiplicado pelo volume 
da amostra determinando a 
concentração total; 
o Aglutinação: verifica se há a presença 
de espermatozoides agregados a 
algum material. Pode ser inespecífica, 
quando os gametas estão presos a 
resíduos celulares, ou específica, com 
espermatozoides aderidos entre si, o 
que indica a produção de auto 
anticorpos anti-espermatozoides; 
o Morfofisiologia dos gametas: verifica o 
formato e o aspecto dos 
espermatozoides, que devem ter 
cabeça ovalada e lisa, com o 
acrossomo correspondendo 60 a 70% 
dessa estrutura, peça intermediaria 
delgada e estreita e cauda uniforme, 
mais fina que o componente anterior. 
 
RECONHECIMENTO DO MATERIAL GENÉTICO 
HUMANO: 
O ser humano apresenta 46 cromossomos, 
sendo 44 deles denominados autônomos ou 
somáticos, e 2 chamados de sexuais 
(expressos por X e Y). Alterações no número 
desses componentes podem ocorrer, 
gerando monossomias, trissomias ou 
tetrasomias somáticas (as duas últimas 
incompatíveis à vida ou de grande impacto 
em sua qualidade), monoploidias, triploidias 
e tetraploidias sexuais (implicam em maior 
risco de perda gestacional). 
Algumas alterações referentes aos 
cromossomos sexuais são: 
 Androginia: a supressão de um 
cromossomo sexual faz com que os 
hormônios responsáveis pelo 
desenvolvimento de caracteres sexuais 
sejam pouco produzidos, culminando em 
seu subdesenvolvimento; 
 Hermafroditismo/Intersexo: refere-se a 
presença de padrão cromossômico XXY, 
sendo manifestados caracteres de 
ambos os sexos. A cariotipagem fetal 
pode agir para o rastreamento dessa 
Júlia Figueirêdo – LPI CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO 
 
condição ao fornecer o “retrato” dos pares 
homólogos. 
o A escolha do sexo desse bebê cabe aos 
pais, com o profissional de saúde 
atuando somente para fornecer 
informações adequadas que fomentem 
essa escolha. Esse redirecionamento 
pode ser cirúrgico (remoção dos órgãos 
do sexo oposto) ou hormonal. 
 Síndrome do Super-Macho: o indivíduo 
apresenta cromossomos triploides XYY, 
sendo afetado pelos impactos do excesso 
de testosterona, como infertilidade, 
desenvolvimento ósseo exacerbado 
(problemas articulares), agressividade e 
desenvolvimento excessivo dos 
caracteres sexuais; 
 
 Triplo X: esses indivíduos apresentam 
vida sem impactos dessa triploidia, pois 
os cromossomos extras são inativados 
por condensação (o enovelamento 
impede que enzimas leiam e transcrevam 
o material genético). 
 
Para identificar o material genético humano 
no microscópio óptico e ser capaz de 
diferenciá-lo entre os sexos masculino e 
feminino, é necessário observar a presença 
do Corpúsculo de Barr, estrutura enovelada 
correspondente ao cromossomo X inativo em 
mulheres, que evita a expressão duplicada 
de genes associados a esse cromossomo. 
 
Os cromossomos de Barr começam a ser 
formados já entre o 13º e o 16º dia de vida 
embrionária, ainda na fase de blastocisto. 
Esse fenômeno é randômico, com a mesma 
chance de inativação sendo aplicada ao 
cromossomo de origem paterna e ao de 
origem materna, e fixado, ou seja, após o 
enovelamento, esse padrão será replicado a 
todos os descendentes clonais dessa célula. 
Ainda que seja muito estável, podem ocorrer 
alterações nesse processo, culminando no 
fenômeno de mosaicismo somático 
(expressão simultânea dos genes inativos e 
ativos, causando fenótipo misto). 
 
Na microscopia, os corpúsculos de Barr são 
vistos como um grânulo mais corado no 
interior celular, em número que pode ser 
calculado pelo nº de cromossomos X na 
célula – 1. A visualização é melhor em 
células no processo de intérfase.

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