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Resumo - Hematopoiese e Hemograma

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Júlia Figueirêdo – LPI MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA 
HEMATOPOESE: 
LOCAIS DE HEMATOPOESE: 
Nas primeiras semanas de gestação, o saco 
vitelínico é o principal local responsável pela 
hematopoese, porém esse processo se 
desenvolve de forma definitiva entre a 6ª 
semana e o 6º ou 7º mês de gravidez no 
fígado, baço e medula óssea, regiões que 
passam a ser povoadas por um conjunto de 
células-tronco inicialmente presente na 
região AGM (aorta-gônadas-mesonefros). O 
fígado e baço são os principais órgãos 
responsáveis pela produção de células 
sanguíneas, agindo até a 2ª semana após o 
nascimento. 
A medula óssea é o sítio hematopoiético 
mais importante a partir de 6 a 7 meses de 
vida fetal e, durante a infância e a vida adulta, 
é a única fonte de novas células sanguíneas. 
As células em desenvolvimento situam-se 
fora dos seios da medula óssea; as maduras 
são liberadas nos espaços sinusais e na 
microcirculação medular e, a partir daí, na 
circulação geral. 
A medula óssea divide-se em duas porções 
funcionalmente distintas: o estroma, região 
inativa repleta de células mesenquimais, 
fibroblastos e adipócitos, que atuam como 
fatores de crescimento e reserva de energia, 
respectivamente; e o compartimento 
hematopoiético, composto por células-
tronco, progenitores comprometidos à 
diferenciação celular e células em 
amadurecimento. 
Nos primeiros dois anos de vida toda a 
medula óssea tem potencial hematopoiético, 
mas no restante da infância há uma 
substituição progressiva da medula de ossos 
longos por gordura, de modo que a medula 
verdadeiramente hematopoiética no adulto é 
confinada ao esqueleto central e às 
extremidades proximais do fêmur e do 
úmero. 
 
CÉLULAS-TRONCO E PROGENITORAS: 
A hematopoese inicia-se com uma célula-
tronco pluripotente capaz tanto de se 
autorrenovar quanto de gerar outros tipos 
celulares, podendo repovoar uma medula 
afetada por quimioterapia ou irradiação letal. 
As células-tronco hematopoiéticas são 
escassas, correspondendo 
aproximadamente a uma proporção de 1:20 
milhões de células nucleadas medulares. 
 
A diferenciação celular a partir da célula-
tronco passa por uma etapa de progenitores 
hematopoiéticos comprometidos, isto é, com 
potencial de desenvolvimento restrito, que 
pode dar origem somente a certas vertentes 
celulares. Um exemplo é o primeiro 
precursor mieloide misto detectável, que 
origina granulócitos, eritrócitos, monócitos e 
megacariócitos, chamado de CFU (unidade 
formadora de colônias) -GEMM. A medula 
óssea também é o local primário de origem 
de linfócitos, que se diferenciam de um 
precursor linfocítico comum. 
Júlia Figueirêdo – LPI MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA 
 
As células-tronco, em situações normais, 
tem capacidade de autorrenovação, o que 
faz com que a celularidade medular se 
mantenha constante. Há considerável 
ampliação na proliferação do sistema: uma 
célula-tronco, depois de 20 divisões 
celulares, é capaz de produzir cerca de 106 
células sanguíneas maduras. As células 
precursoras, contudo, são capazes de 
responder a fatores de crescimento 
hematopoético com aumento de produção 
seletiva de uma ou outra linhagem celular de 
acordo com as necessidades. 
 
As células-tronco são capazes de circular no 
organismo e são encontradas em pequeno 
número no sangue periférico. Para deixar a 
medula óssea, as células devem atravessar 
o endotélio vascular – e esse processo de 
mobilização é aumentado pela 
administração de fatores de crescimento, 
como o fator estimulante de colônias 
granulocíticas (G-CSF). 
 
REGULAÇÃO DA HEMATOPOESE: 
A hematopoese começa com a replicação 
mitótica das células pluripotentes, sendo que 
uma das células-filhas repõe aquela que foi 
“clonada” (processo de autorrenovação) e a 
outra passa a dedicar-se à diferenciação. 
Esses tipos celulares progenitores 
expressam poucos níveis de fatores de 
transcrição específicos para uma 
determinada linhagem, fazendo com que a 
sua seleção seja baseada tanto em alocação 
aleatória quanto em sinalização extracelular. 
 
Os fatores de crescimento atuantes na 
hematopoese são hormônios glicoproteicos 
que regulam a capacidade de replicação e 
diferenciação das células percussoras e a 
função dos produtos sanguíneos, podendo 
agir tanto no sítio de produção, com contato 
célula a célula, quanto pela circulação no 
plasma, além de permitir a adesão de 
células-tronco e progenitoras ao se depositar 
na matriz extracelular. 
Júlia Figueirêdo – LPI MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA 
 
A principal fonte de fatores de crescimento 
reside nas células do estroma, com uma 
exceção para a eritropoietina (produção 
majoritariamente renal) e da trombopoietina 
(síntese hepática e renal). Esses compostos 
podem agir de forma sinérgica para a 
diferenciação e replicação de uma célula 
específica ou estimular a produção de novos 
fatores ou de seus receptores, também 
auxiliando a manter um repertório de células-
tronco e progenitores da hematopoese sobre 
o qual agem os fatores de ação tardia, 
responsáveis por aumentar a produção 
celular específica em resposta às 
necessidades do organismo. 
 
 
 
A indução de respostas mediadas pelos 
fatores de crescimento ocorre por meio de 
sua interação com o receptor dessa 
substância, muitos dos quais pertencem à 
superfamília dos receptores 
hematopoiéticos, que se dimeizam após 
conexão ao ligante, promovendo o 
desenvolvimento de múltiplas vias 
complexas de transdução de sinal 
intracelular. 
ERITROPOESE: 
Na medula óssea, o processo de formação 
das células vermelhas se dá pela 
diferenciação de células-tronco em 
progenitores da linhagem eritrocitária, 
chamados proeritroblastos, que, ao sofrer a 
ação de mediadores químicos e biológicos, 
desenvolvem-se em eritroblasto basófilo, 
eritroblasto policromatófilo, eritroblasto 
ortocromático e reticulócito, que é liberado 
para a circulação sanguínea periférica. 
Depois de 24 a 48 horas após perder os 
resquícios de material genético, passa a ter 
o nome de eritrócito, hemácia ou glóbulo 
vermelho. 
Júlia Figueirêdo – LPI MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA 
 
Salienta-se que é na fase de eritroblasto 
ortocromático que ocorre a extrusão (perda) do 
núcleo, fase importante para a compreensão da 
estrutura da hemácia 
As fases da eritropoese sofrem influência de 
diversos cofatores, como a eritropoietina, a 
vitamina B12, o ácido fólico e o ferro. A 
eritropoietina (EPO) é um hormônio que 
regula a diferenciação de células 
progenitoras hematopoiéticas na medula 
óssea, interagindo com receptores 
específicos em diversos tipos celulares. 
Durante a vida fetal a EPO é produzida 
principalmente pelo fígado e após o 
nascimento, pelas células peritubulares dos 
rins, onde a hipóxia é o maior estímulo para 
a produção da mesma. Além dos rins, 10% 
de EPO é produzida por células hepáticas e 
macrófagos da medula óssea. Sua ação no 
processo de formação de hemácias é 
complexa, influenciando desde a 
proliferação mitótica de células medulares 
indiferenciadas até o aumento no número de 
reticulócitos no sangue. 
A vitamina B12 apresenta estrutura parecia 
com o grupo heme da hemoglobina, com 
anel de protoporfirina ligado a um 
nucleotídeo. Sua influência para a 
eritropoese é a sua forte atuação para a 
formação de DNA, que, em caso de síntese 
defeituosa pode formar megaloblastos, 
células de grande tamanho com núcleos 
imaturos, cromatina frouxa e hemoglobina 
em quantidade insuficiente. 
Chamam-se folatos e ácido fólico a um grupo 
de compostos complexos que têm em 
comum a pteridina, o ácido para-
aminobenzóico e um número variado de 
ácido glutâmico. A deficiência desses ácidos 
resulta, portanto, numa síntese anormal das 
proteínas nucleares, que causa alteração na 
formação e divisão celular, e diminuição na 
formação das células eritrocitárias. 
O ferro apresenta,por sua vez, dois sítios de 
valência livres para ligação com o oxigênio, 
executando assim seu transporte até os 
tecidos, função principal da hemoglobina. 
A síntese de hemoglobina ocorre 
precocemente na mitocôndria das células da 
linhagem vermelha, iniciando-se na fase de 
pró-eritroblasto e perpetuando-se até a 
formação do reticulócito. Esta hemoproteína 
é uma macromolécula constituída por 4 
cadeias polipeptídicas denominadas 
globinas, cada uma combinada a uma 
porção heme, molécula formada por anéis 
aromáticos unidos a íons ferrosos. 
Macrófagos presentes no baço, no fígao ou 
na medula óssea são responsáveis por 
fagocitar os eritrócitos danificados e gastos, 
separando suas frações globina e heme, que 
serão aproveitados. Os aminoácidos da 
primeira segmentação serão reciclados para 
a formação de novas proteínas, ao passo 
que no segundo grupo ocorrerá a remoção 
do Fe 3+, que passa a se ligar com a 
transferina (espécie de carreador iônico na 
circulação). Esse composto, ao chegar nas 
fibras musculares, células e macrófagos 
hepáticos e nos fagócitos do baço, se ligará 
à ferritina, proteína responsável por 
armazenar o ferro para posterior recolocação 
no processo de formação de células do 
sangue. 
Júlia Figueirêdo – LPI MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA 
Quando o ferro é removido do heme, a fração 
“não-férrica” do heme é convertida em 
biliverdina, um pigmento amarelo-
alaranjado, que posteriormente é reduzida 
enzimaticamente à bilirrubina indireta ou não 
conjugada, um pigmento amarelado 
lipossolúvel. Esta é transportada pela 
albumina no sangue para o fígado, que faz 
sua conjugação à uma molécula de ácido 
glicurônico, tornando-a hidrossolúvel, a 
bilirrubina direta ou conjugada, sendo então 
liberada para os canalículos biliares, 
entrando na composição da bile. 
LEUCOPOESE: 
Os leucócitos ou glóbulos brancos são o 
grupo de elementos figurados do sangue 
com maior heterogeneidade, realizando 
diversas funções para a manutenção da 
defesa do corpo humano contra 
microrganismos invasores. Duas grandes 
categorias são formadas dentro desse 
conjunto, a de leucócitos mononucleares 
(agranulócitos), composta por linfócitos, 
plasmócitos e monócitos, e as 
polimorfonucleares (também chamados de 
granulócitos), formada por neutrófilos, 
eosinófilos e basóflos, todos apresentando 
núcleos segmentados e granulações no 
citoplasma. 
 
Essas células de defesa, apesar de 
apresentarem progenitores diferentes 
(mieloides para os agranulócitos, linfoides 
para os demais), são produzidas num 
mesmo sítio, a medula óssea vermelha, 
sofrendo, tal como os eritrócitos, influência 
de fatores de crescimento e de demais 
substâncias bioquímicas. 
Os monócitos e neutrófilos são produzidos 
por um progenitor mieloide de mesma 
expressão de fator de crescimento (GM-
CSF, fator estimulador de colônia 
ambivalente para granulócitos e monócitos), 
mas que se desenvolvem de forma 
independente, possuindo funções distintas 
quando maduros. 
 
Os leucócitos são formados na medula 
óssea, diferenciando-se em linfócitos T, que 
rumam ao timo para término de sua 
maturação, linfócitos B, que se desenvolvem 
inteiramente na medula, e células NK, com 
elevada citotoxicidade que auxilia no 
processo de eliminação de ameaças à 
integridade do organismo. 
 
PLAQUETOPOESE/TROMBOCITOPOESE: 
As plaquetas, células sanguíneas 
fundamentais para o processo de 
coagulação, são formadas exclusivamente 
na medula óssea, sendo fruto de 
progenitores mieloides diferenciados em 
megacariócitos, que podem dar origem a 
diversos elementos celulares, dado seu 
enorme tamanho e capacidade de 
segmentação citoplasmática (fator que 
explica a ausência de núcleo dentre as 
plaquetas). 
Júlia Figueirêdo – LPI MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA 
 
A estimulação do mecanismo inicial de 
plaquetopoese se dá pelo GM-CSF e pelas 
interleucinas IL-3 e IL-11, ao passo que IL-6, 
IL-7 e trombopoietina (produzida por 
músculo, fígado e rins) estimulam a 
diferenciação de progenitores de 
megacariócitos e células imaturas. 
HEMOGRAMA: 
O hemograma é o nome dado a um conjunto 
de avaliações laboratoriais de células 
sanguíneas que, ao ser analisado 
conjuntamente aos dados clínicos permite 
confirmação de hipóteses e formulação de 
um diagnóstico preciso, função essa que 
justifica sua elevada solicitação. 
 
O hemograma é composto por três 
determinações básicas que incluem as 
avaliações dos eritrócitos (ou série 
vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e 
das plaquetas (ou série plaquetária). 
 
Por curiosidade, a imagem representa a tabela de 
análise do eritrograma com todos os pontos a serem 
avaliados 
O leucograma avalia as contagens total e 
diferencial (descrição de cada classe de 
célula branca com valores relativos e 
absolutos) dos leucócitos, observando 
também os aspectos morfológicos de 
neutrófilos, linfócitos e monócitos. 
A avaliação quantitativa, momento no qual 
são inseridas as contagens, é baseada em 
valores padrão que se alteram conforme a 
faixa etária do paciente. O primeiro ponto 
analisado é a verificação do número total de 
leucócitos, que se classifica em seus 
extremos como leucopenia (valor abaixo do 
recomendado para a idade) e leucocitose 
(valores elevados para a idade). 
 
A leucocitose apresenta adjetivações 
(discreta, moderada e acentuada) e 
classificações quanto a situação que leva a 
sua ocorrência: 
 Leucocitose fisiológica: de grau leve, 
comum em gestantes, neonatos, 
lactantes, pessoas após realização de 
exercícios e em processo febril; 
 Leucocitose reativa: ocorre 
concomitantemente ao aumento de 
neutrófilos, estando associada a 
processos de infecção bacteriana, 
inflamações, necrose tecidual e doenças 
metabólicas; 
Júlia Figueirêdo – LPI MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA 
 Leucocitose patológica: relacionada a 
doenças mieloproliferativas e 
linfoproliferativas, manifestando 
frequentemente a presença de células 
jovens (blastos). 
A situação leucocitária é afetada conforme o 
tipo de agente etiológico presente no 
processo infeccioso, a saber: 
 Infecções bacterianas: leucocitose por 
neutrofilia, com desvio à esquerda 
(presença de neutrófilos jovens) e 
presença de granulações tóxicas. A 
resolução da infecção é caracterizada por 
redução no número de neutrófilos e 
aumento no número de linfócitos; 
 Infecções virais: aumento no número de 
linfócitos atípicos acompanhado de 
leucopenia e neutropenia; 
 Infecções parasitárias e alergias: 
eosinofilia, sendo necessário analisar o 
histórico do paciente e solicitar mais 
exames para definir o diagnóstico; 
 Neoplasias: presença de blastos no 
sangue periférico.

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