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ACTUAÇÃO NA BOLSA DE VALORES

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0 
 
Delfina Eugénio Lopes 
Habiba Jaime Rodrigues 
Ide Mopaha Molepia 
Néusia Márcia Fernando 
Paldácio Taquira 
Zakita Armando Juma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACTUAÇÃO NA BOLSA DE VALORES (MERCADO, ACÇÕES E OBRIGAÇÕES) 
LICENCIATURA EM CURSO DE GESTÃO DE EMPRESAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Rovuma 
Nacala-Porto 
2021 
1 
 
Delfina Eugénio Lopes 
Habiba Jaime Rodrigues 
Ide Mopaha Molepia 
Néusia Márcia Fernando 
Paldácio Taquira 
Zakita Armando Juma 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA TÉCNICO PROFISSIONAL III 
3º ano 
 
 
Trabalho de pesquisa de carácter avaliativo na 
cadeira de Prática Técnico Profissional III no 
curso de Licenciatura em Gestão de Empresas a 
ser entregue na Universidade Rovuma. Cadeira 
lecionada pela docente: Lúcia Rosário. 
 
 
 
 
Universidade Rovuma 
Nacala-Porto 
2021 
2 
 
Índice 
1. Introdução............................................................................................................................ 3 
2. Mercado de Capitais ............................................................................................................ 4 
2.1 Valores Mobiliários ..................................................................................................... 4 
2.2 Bolsa de Valores .......................................................................................................... 5 
2.3 Acções .......................................................................................................................... 5 
2.3.1 Classificação ......................................................................................................... 5 
2.4 Valorização das Acções ............................................................................................... 6 
2.4.1 Valores Contabilísticos de Liquidação e Mercado ............................................... 7 
2.4.2 Acções de Crescimento ........................................................................................ 7 
2.4.3 Acções de Renda .................................................................................................. 8 
2.5 Obrigações ................................................................................................................... 9 
2.5.1 Benefícios ........................................................................................................... 10 
2.6 Caso Prático: Fundo de Investimento Imobiliário ..................................................... 10 
2.6.1 O que são? .......................................................................................................... 11 
2.6.2 Administração ..................................................................................................... 11 
2.6.3 Cotas ................................................................................................................... 11 
2.6.4 Oferta Pública de Distribuição ........................................................................... 12 
2.6.5 Resgate e Negociação ......................................................................................... 12 
2.6.6 Política de Investimento ..................................................................................... 13 
2.6.7 Retorno ............................................................................................................... 13 
2.6.8 Riscos ................................................................................................................. 14 
3. Conclusão .......................................................................................................................... 16 
Referências bibliográficas ........................................................................................................ 17 
 
ii 
3 
 
1. Introdução 
No presente trabalho com o tema Actuação na Bolsa de Valores (Mercado, Acções e 
Obrigações), pretende-se de forma clara e objectiva referenciar um conjunto de matérias 
relacionadas com o Mercado de Capitais e a Bolsa de Valores. 
O processo de globalização económica fez com que os mercados de capitais adquirissem uma 
crescente importância no cenário financeiro internacional, permitindo aos agentes económicos 
acolher investimentos externos e estabelecendo um canal fundamental na captação de recursos 
que permitam o desenvolvimento sustentável das empresas e uma opção de investimento para 
pessoas e instituições que fazem poupanças. 
As Bolsas de Valores são entidades que oferecem condições e sistemas necessários para a 
realização de negociação de compra e venda de títulos e valores mobiliários de forma 
transparente, sendo a razão principal da sua existência expressa pelo termo liquidez. 
O crescimento e desenvolvimento económico está associado ao incentivo a poupança, 
tornando o mercado de capitais acessível para quem quer investir com vigor, flexibilidade e 
transparência para financiar a economia 
4 
 
2. Mercado de Capitais 
De acordo com BVM, o mercado de capitais é um segmento do mercado financeiro, onde as 
empresas financiam-se por via de criação e venda de títulos, designados por valores 
mobiliários. Este mercado permite que várias entidades como o Estado e Empresas captem o 
dinheiro necessário para realizar os seus planos de investimento. 
O financiamento da economia, através da participação activa no financiamento dos 
investimentos do sector empresarial, e entidades públicas e privadas no equilíbrio 
macroeconómico, fornecendo os meios financeiros indispensáveis à concretização dos 
projectos de investimento e meios suplementares de condução da política, nos domínios 
económico e social (BVM). 
2.1 Valores Mobiliários 
Os valores mobiliários são documentos emitidos pelo Estado, empresas ou outras entidades, 
em grande quantidade, que representam direitos e deveres, podendo ser comprados e 
vendidos, nomeadamente na bolsa (BVM). 
Para as empresas que emitem ou criam os valores mobiliários, os mesmos representam uma 
forma de financiamento alternativa ao crédito bancário, visto que estas entidades vendem os 
valores mobiliários aos investidores e captam os fundos necessários para a expansão dos seus 
planos de investimento (BVM). 
Para os investidores que compram os valores mobiliários, o mecanismo constitui uma forma 
de aplicação de poupanças alternativo aos depósitos bancários e a outros produtos financeiros 
que se caracteriza por oferecer níveis diferentes de risco e rendibilidade (BVM). 
Para BVM, os documentos que representam os valores mobiliários podem ser títulos em papel 
(valores mobiliários titulados) ou registos informáticos semelhantes aos registos de dinheiro 
junto dos bancos (valores mobiliários escriturais). 
Estes últimos facilitam a circulação dos valores, são mais seguros e possibilitam um exercício 
de direitos mais eficiente. Os valores mobiliários que fazem parte de uma mesma emissão 
conferem aos seus titulares os mesmos direitos e deveres. 
 
5 
 
2.2 Bolsa de Valores 
A bolsa de valores é um ambiente de negociação no qual investidores podem comprar ou 
vender seus títulos emitidos por empresas, sejam elas com capitais públicos, mistos ou 
privados. Esse processo é intermediado com auxílio de correspondentes de negociações 
através de corretoras. 
2.3 Acções 
Segundo BVM, acções são títulos representativos de uma parcela do capital social de uma 
empresa. As acções podem apresentar-se de duas formas: física (um certificado) ou escritural 
(registo em contas título). 
As acções permitem que as empresas se financiem através da venda das mesmas ou da 
emissão de novas. Ao comprar uma acção, a pessoa torna-se accionista da empresa que emitiu 
esse título, na proporção das acções detidas. 
2.3.1 Classificação 
• Quanto à Propriedade as acções podem ser nominativas ou ao portador. 
As acções devem ser nominativas: 
a) Enquanto não estiverem integralmente liberadas; 
b)Quando não puderem ser transmitidas sem o consentimento da sociedade; 
c) Quando os sócios beneficiarem do direito de preferência na sua transmissão, nos 
termos regulados no contrato de sociedade; 
d) Quando se tratar de acções cujo titular esteja obrigado, segundo o contrato de 
sociedade, a efectuar prestações acessórias à sociedade. 
Acção ao portador: acção que não está registada em nome do seu proprietário, sendo a 
respectiva titularidade é determinada pela detenção física do título. 
• Quanto aos Direitos que conferem, podem ser ordinárias ou preferenciais (acções, 
tanto nominativas como ao portador). 
6 
 
As acções ordinárias são aquelas que asseguram aos seus titulares a plenitude dos direitos de 
accionista, inclusive o de votar nas deliberações das assembleias-gerais e o de eleger os 
administradores da sociedade. 
As acções preferenciais são aquelas que conferem aos seus titulares dividendos prioritários 
em cada exercício. 
Quanto a volatilidade em Bolsa: 
• Acção agressiva (ou volátil) – acção cujo valor apresenta geralmente flutuações 
maiores do que o conjunto do mercado. Usualmente, são aquelas que possuem 
Coeficientes Beta superiores a 1. 
• Acção defensiva – acção cujo valor apresenta geralmente flutuações inferiores ao 
conjunto do mercado. Usualmente, são aquelas que possuem coeficientes Beta 
inferiores a 1. 
• Acção High Flyer – acção excessivamente valorizada e muito especulativa, que 
apresenta subidas abruptas em curtos períodos de tempo. 
2.4 Valorização das Acções 
Segundo RENATRADER, o valor das acções flutua de acordo com as expectativas quanto ao 
futuro da empresa. Isso significa que, independente do histórico passado da empresa, uma 
ação se valoriza quando os investidores esperam que o futuro daquela empresa seja melhor. 
• O valor da acção sobe quanto mais os investidores aumentam seu otimismo em relação 
ao futuro da empresa. 
• Uma ação se desvaloriza quando os investidores esperam que o futuro daquela 
empresa seja pior. O valor da ação cai quanto mais os investidores aumentam seu 
pessimismo em relação ao futuro da empresa. 
A constante mudança de humor do mercado faz com que o preço das acções suba ou caia de 
acordo com essas expectativas que mudam constantemente, influenciados diretamente pelos 
indicadores da empresa e da economia nacional e global (RENATRADER). 
O investidor que compra acções na bolsa de valores fica sujeito a este tipo de variação que 
pode influenciar positivamente ou negativamente. Comprar ações numa situação de otimismo 
7 
 
excessivo e ver repentinamente o cenário mudar para pessimista resultará num prejuízo se o 
investidor vender a um preço menor. 
A prática mostra que, para uma escolha bem formulada de investimento, as expectativas 
otimistas se mantêm para o futuro, isso porque as empresas mostram resultados que mantêm o 
otimismo do mercado, fazendo os preços das acções subirem de maneira mais ou menos 
constante. 
A valorização das acções é uma das maneiras mais comuns de rentabilizar capital com o 
investimento em ações, comprando ações a um preço considerado baixo, e vendendo a um 
preço considerado alto. 
2.4.1 Valores Contabilísticos de Liquidação e Mercado 
O autor MURPHY (2020), define o valor contábil de uma acção sendo a quantidade do 
capital que seria pago aos acionistas se a empresa fosse liquidada e pagasse todos os seus 
passivos. Como resultado, o valor contábil é igual à diferença entre o total de ativos de uma 
empresa e o passivo total. 1 
De acordo com essas regras, ativos rígidos (como edifícios e equipamentos) listados no 
balanço de uma empresa só podem ser declarados de acordo com o valor de liquidação. Isso 
às vezes cria problemas para empresas com ativos que têm muito apreciado - esses ativos não 
podem ser repressivos e adicionados ao valor global da empresa. 
O valor de mercado é o valor de uma empresa de acordo com o mercado financeiro. O valor 
de mercado de uma empresa é calculado multiplicando o preço atual das ações pelo número 
de ações em circulação que estão sendo negociadas no mercado. O valor de mercado também 
é conhecido como capitalização de mercado (MURPHY, 2020). 
2.4.2 Acções de Crescimento 
Na perspectiva de CHEN (2020), as acções de crescimento é um estilo de investimento e 
estratégia que está focado em aumentar o capital do investidor. Os investidores em 
crescimento normalmente investem em ações de crescimento ou seja, empresas jovens ou 
 
1 MURPHY (2020): O valor contábil também é registado como patrimônio líquido. Em outras palavras, o valor contábil é 
literalmente o valor da empresa de acordo com o balanço patrimonial uma vez que todos os passivos são subtraídos de ativos. 
A necessidade de valor contábil também surge quando se trata de princípios contábeis geralmente aceito. 
https://www.investopedia.com/terms/g/growthstock.asp
8 
 
pequenas cujos ganhos devem aumentar a uma taxa acima da média em comparação com seu 
setor industrial ou o mercado geral2. 
Os investidores em crescimento normalmente buscam investimentos em indústrias em rápida 
expansão (ou mesmo mercados inteiros) onde novas tecnologias e serviços estão sendo 
desenvolvidos, e buscam lucros através da valorização do capital, ou seja, os ganhos que 
alcançarão quando venderem suas ações, em oposição aos dividendos que recebem enquanto a 
possuem. Na verdade, a maioria das empresas de acções de crescimento reinveste seus lucros 
de volta ao negócio, em vez de pagar um dividendo aos acionistas (CHEN, 2020). 
Neste contexto, essas empresas tendem a ser pequenas empresas jovens (ou empresas que 
acabaram de começar a negociar publicamente) com excelente potencial. A ideia é que a 
empresa prospere e se expanda, e esse crescimento nos lucros ou receitas eventualmente se 
traduzirá em preços mais altos de ações no futuro. 
As acções de crescimento podem, portanto, negociar a uma relação preço/lucro alto. Eles 
podem não ter ganhos no momento, mas são esperados no futuro. Isso porque eles podem ter 
patentes ou ter acesso a tecnologias que as colocam à frente de outras em sua indústria. Para 
se manter à frente dos concorrentes, eles reinvestem os lucros para desenvolver tecnologias e 
patentes ainda mais novas como forma de garantir um crescimento a longo prazo. 
2.4.3 Acções de Renda 
Na óptica de BOYLE (2020), as acções de renda são estratégias de investimento que envolve 
escolher ações que parecem estar sendo negociadas por menos do que seu valor intrínseco ou 
contábil. 
Essas acções funcionam de forma semelhante, o que significa que o preço das acções da 
empresa pode mudar mesmo quando o valor ou a valorização da empresa permanecerem os 
mesmos (BOYLE, 2020). 
No mercado de acções, o equivalente a uma acção sendo barata ou descontada é quando suas 
acções estão desvalorizadas. Os investidores de valor esperam lucrar com ações que eles 
percebem ser profundamente descontados. 
 
2 CHEN (2020): As acções de crescimento são altamente atraentes para muitos investidores, pois comprar ações em 
empresas emergentes pode proporcionar retornos impressionantes se as empresas forem bem-sucedidas. 
https://www.investopedia.com/terms/e/earnings.asp
https://www.investopedia.com/terms/p/price-earningsratio.asp
https://www.investopedia.com/terms/s/stock.asp
https://www.investopedia.com/terms/i/intrinsicvalue.asp
9 
 
Os investidores usam várias métricas para tentar encontrar a valorização ou o valor intrínseco 
de uma ação. O valor intrínseco é uma combinação de utilização da análise financeira, como 
estudar o desempenho financeiro, receita, lucro, fluxo de caixa e lucro de uma empresa, bem 
como fatores fundamentais, incluindo a marca da empresa, modelo de negócios, mercado-alvo 
e vantagem competitiva. Para BOYLE (2020), algumas métricas usadas para valorizar as 
ações de uma empresa incluem: 
• Preço-a-livro: ou valor contábil ou, que mede o valor dos ativos de uma empresa e os 
comparaao preço das ações. Se o preço for menor que o valor dos ativos, a ação está 
desvalorizada, assumindo que a empresa não está em dificuldades financeiras. 
• Preço-a-lucro: que mostra o histórico de ganhos da empresa para determinar se o 
preço das ações não está refletindo todos os ganhos ou desvalorizados. 
• Fluxo de caixa livre: que é o caixa gerado a partir da receita ou operações de uma 
empresa após os custos das despesas terem sido subtraídos. O fluxo de caixa livre é o 
caixa restante após o pagamento das despesas, incluindo despesas operacionais e 
grandes compras chamadas despesas de capital, que é a compra de ativos como 
equipamentos ou a atualização de uma fábrica. Se uma empresa está gerando fluxo de 
caixa livre, ela terá dinheiro sobrando para investir no futuro do negócio, pagar 
dívidas, pagar dividendos ou recompensas aos acionistas e emitir recompra de ações. 
Nesse contexto, é claro que existem muitas outras métricas utilizadas na análise, incluindo 
análise de dívida, patrimônio, vendas e crescimento de receitas. Depois de revisar essas 
métricas, o investidor de valor pode decidir comprar ações se o valor comparativo - o preço 
atual da ação em relação ao valor intrínseco de sua empresa - for atraente o suficiente. 
2.5 Obrigações 
Obrigações são valores mobiliários representativos de empréstimo de médio e longo prazo 
emitidos por empresas ou pelo Estado, para financiar as suas despesas, num dado período. 
Possuir obrigações de uma empresa ou de outra entidade, significa ser credor da emitente, 
tendo por isso, direito ao recebimento periódico de juros, e ao reembolso do capital investido 
no final do prazo do empréstimo. 
10 
 
2.5.1 Benefícios 
• Representam uma fonte segura de rendimento; 
• Permitem um planeamento financeiro mais preciso, com vista ao alcance de objectivos 
predeterminados, pois os juros são pré-estabelecidos; 
• Constituem uma fonte de poupança para uso futuro; 
• Podem ser facilmente compradas ou vendidas no mercado. 
Uma emissão de Obrigações (também designada por emissão obrigacionista) é um 
empréstimo de médio/longo prazo (mais de 1 ano), onde a empresa vai obter os recursos 
financeiros que precisa junto dos investidores, através do mercado de capitais, pela 
contrapartida de uma taxa de juro e pela devolução do valor investido até ao final do período 
do empréstimo. 
2.6 Caso Prático: Fundo de Investimento Imobiliário 
 
Figura 1. Fluxograma - Fundo de Investimento Imobiliário 
11 
 
2.6.1 O que são? 
Fundos Imobiliários (FII) são fundos de investimento destinados à aplicação em 
empreendimentos imobiliários, o que inclui, além da aquisição de direitos reais sobre bens 
imóveis, o investimento em títulos relacionados ao mercado imobiliário, como letras de 
crédito imobiliário (LCI), letras hipotecárias (LH), cotas de outros FII, certificados de 
potencial adicional de construção, (CEPAC), certificados de recebíveis imobiliários (CRI), e 
outros previstos na regulamentação. 
Os FII foram criados pela Lei nº 8.668/93 e são regulamentados pela Instrução CVM nº 
472/08. O seu funcionamento e a oferta pública de cotas de sua emissão dependem de prévio 
registo na Comissão de valores Mobiliários (CVM). 
2.6.2 Administração 
A administração de um FII deve ser realizada por instituição financeira, autorizada pela CVM 
a prestar esse serviço, que é responsável pelo funcionamento e pela manutenção do fundo, e a 
quem incumbe as principais atividades administrativas e de gestão, como as obrigações legais 
e regulamentares, a escolha e aquisição dos bens e direitos que irão compor o seu patrimônio, 
a gestão dos ativos, a divulgação de informações aos acionistas (periódicas ou eventuais), a 
distribuição dos resultados, a organização e a realização das assembleias, entre outras. 
O administrador pode executar essas atividades diretamente ou, quando permitido pela 
regulamentação, pode contratar prestadores de serviço especializados. 
2.6.3 Cotas 
O patrimônio dos FII é dividido em cotas, que representam frações ideais de seu patrimônio. 
As cotas devem ser nominativas e escriturais (não há certificado, apenas um registo eletrônico 
em nome do investidor) e, em geral, conferem direitos e deveres iguais a todos os seus 
titulares (cotistas). 
Assim, ao investir em um FII, o investidor se torna cotista, ou seja, titular (“dono”) do FII na 
proporção de seu investimento. O cotista, no entanto, não pode exercer qualquer direito real 
sobre os imóveis e empreendimentos integrantes do patrimônio do fundo. Por outro lado, 
também não responde pessoalmente por qualquer obrigação legal ou contratual do 
administrador ou relativa aos imóveis/empreendimentos integrantes do seu patrimônio. 
 
12 
 
2.6.4 Oferta Pública de Distribuição 
A oferta pública de distribuição de cotas dos FII é o momento em que os administradores 
apresentam o fundo aos potenciais investidores, com o objetivo de captar os recursos 
necessários para a realização dos investimentos previstos. Assim, a oferta pública é a primeira 
oportunidade para que os investidores interessados possam investir no fundo. 
As ofertas públicas devem ser registadas na CVM (embora exista a possibilidade de dispensa 
de registo em alguns casos), que exige para isso a divulgação de informações mínimas 
necessárias para que os investidores possam tomar uma decisão investimento mais consciente 
e bem informada. O registo, portanto, funciona como um mecanismo de proteção dos 
investidores. 
Nesse sentido, os administradores disponibilizam aos interessados o prospeto, principal 
documento da oferta, que inclui informações sobre a política de investimentos, a descrição 
dos imóveis, fatores de risco, estudo de viabilidade, etc. É muito importante que o investidor 
leia o prospeto para tomar conhecimento da oferta de investimento e dos potenciais riscos 
(seção “Fatores de Risco” do prospeto) a que o seu investimento estará sujeito. 
Para participar da oferta e adquirir cotas do FII, o investidor deverá procurar uma das 
instituições intermediárias (corretora, distribuidora ou banco de investimento) que estejam 
participando do consórcio de distribuição das cotas, para registar o seu pedido de reserva. 
2.6.5 Resgate e Negociação 
Os FII são condomínios fechados, o que significa que as suas cotas não podem ser resgatadas 
a pedido dos cotistas. O resgate só é permitido em caso de liquidação, deliberada pela 
assembleia geral de cotistas, ou ao término do seu prazo de duração, quando houver, porque o 
FII também pode ter prazo de duração indeterminado. 
Dessa forma, um cotista que não tenha mais interesse em permanecer no fundo e queira se 
desfazer do seu investimento precisaria vender as suas cotas a outro investidor. Como esse 
tipo de negociação privada não é comum, boa parte dos FII tem suas cotas admitidas para 
negociação em mercado de bolsa de valores ou de balcão organizado, o que proporciona uma 
melhor liquidez para as cotas do fundo. Evidentemente essa negociação em mercado 
secundário é também um caminho para os investidores que não participaram da oferta pública 
poderem ingressar no fundo ou para aqueles que participaram e que queiram aumentar a sua 
participação. 
13 
 
Essas negociações nos mercados organizados (bolsa e balcão) são realizadas através de 
instituições autorizadas (corretora, distribuidora ou banco de investimento), por contato direto 
(e-mail, telefone) ou operando através de HOME BROKER. 
2.6.6 Política de Investimento 
Considerando os diferentes ativos e empreendimentos imobiliários que podem fazer parte da 
carteira de investimentos de um FII, é importante estar atento a sua política de investimentos, 
já que, em grande medida, a rentabilidade e os riscos de cada fundo estão relacionados ao seu 
portfólio. 
Nesse sentido, é comum classificar os fundos imobiliários em três grandes grupos: renda, 
desenvolvimento e títulos. Os fundos de renda direcionam a maior partede seus recursos para 
a aquisição de direitos reais sobre bens imóveis, com o objetivo de gerar renda por meio da 
locação dos imóveis. Nos fundos de desenvolvimento, os recursos são prioritariamente 
voltados para o setor de construção imobiliária e incorporações, e os rendimentos são 
provenientes da venda desses empreendimentos. E os fundos de títulos investem a maior parte 
do seu patrimônio em títulos ou valores mobiliários, de renda variável ou de renda fixa, 
relacionados ao mercado imobiliário e que possam fazer parte da carteira de um FII. 
Entre os FII que investem apenas em ativos reais, há ainda aqueles que se especializam em 
nichos de empreendimentos específicos, como escritórios, shopping centers, galpões para 
armazenamento e distribuição de mercadorias, hotéis, escolas, hospitais, lojas, agências 
bancárias etc. Além disso, alguns investem em vários empreendimentos, inclusive com 
diversificação geográfica, enquanto outros concentram sua aplicação em um único imóvel. 
Por isso, conheça a política de investimentos antes de investir em um FII. Ela deve estar 
claramente descrita no seu regulamento, que é um documento essencial para o investidor. 
2.6.7 Retorno 
A primeira e talvez a principal forma de rendimento de um investimento em FII é por meio da 
distribuição periódica de resultados. A lei que criou os FII estabelece a obrigatoriedade de 
distribuição de rendimentos, no mínimo, semestralmente. Na prática, no entanto, a maioria 
dos fundos distribui os rendimentos mensalmente. 
A origem dessa renda dependerá da política de investimento do fundo. Pode ser proveniente 
de alugueis, da receita de incorporação ou ganho de capital na venda dos direitos reais sobre 
14 
 
os imóveis, ou de juros ganhos com os títulos e valores mobiliários. É claro que sempre pode 
haver uma combinação desses fatores. 
Além disso, é importante destacar que os rendimentos recebidos pelos cotistas Pessoas Físicas 
são isentos de Imposto de Renda quando as seguintes condições são atendidas: 
I – O cotista beneficiado tiver menos do que 10% das cotas do Fundo; 
II – O FII tiver no mínimo 50 cotistas; e 
III – As cotas do FII forem negociadas exclusivamente em bolsa de valores ou mercado de 
balcão organizado. 
Essa isenção, no entanto, só é válida para os valores recebidos a título de rendimento, se 
atendidas as condições previstas. Eventuais ganhos de capital, obtidos, por exemplo, com a 
venda de cotas dos FII (ou no resgate, em caso de liquidação do fundo), sujeitam-se à 
incidência do imposto de renda à alíquota de 20% (sugere-se sempre consultar a página da 
Receita Federal na internet para informações sobre tributos). 
Por fim, é importante registar que os FII não são considerados investimentos de renda fixa, 
apesar de muitos distribuírem rendimentos mensais, porque não há garantia de que esse 
rendimento será mantido (adimplência de um inquilino, vacância de um imóvel etc.), e porque 
o valor das cotas pode oscilar de forma considerável, a depender das condições de mercado, 
da gestão do fundo e da aversão ao risco dos investidores. 
2.6.8 Riscos 
O investimento em FII apresenta riscos. Assim como o mercado financeiro e as empresas em 
geral, os FII estão sujeitos aos riscos de mercado, como, por exemplo, os riscos de natureza 
política, econômica e financeira, incluindo variações nas taxas de juros, desvalorização 
cambial, mudanças legislativas etc. 
Além disso, os FII apresentam riscos em relação ao mercado imobiliário, como os riscos 
relacionados à taxa de ocupação dos imóveis, à desvalorização, ou a própria regulamentação 
do setor. Há ainda que se considerar o risco de liquidez, já que os FII são fechados, e a 
liquidez do ativo irá variar de acordo com a disponibilidade de ofertas no mercado secundário 
(bolsa e balcão). 
15 
 
Portanto, o investimento em cotas de FII pode sujeitar os investidores a perdas patrimoniais 
decorrentes dos riscos relacionados à liquidez das cotas, à volatilidade do mercado de capitais 
e da economia, e aos imóveis integrantes da carteira. 
 
16 
 
3. Conclusão 
A diferença essencial de um mercado de valores mobiliários (Bolsa de valores) face a outros 
meios de aplicação de capitais/obtenção de financiamento, tais como bancos ou sociedades 
financeiras, consiste nos seus custos de transação mais reduzidos, derivados de menores 
níveis de intermediação, relacionada com a natureza dos instrumentos que neles se 
transacionam, os valores mobiliários. 
Neste contexto, as acções são comercializadas livremente nas bolsas de valores. Elas podem 
ser compradas da empresa que as emitiu ou de outros investidores. Ao comprar uma acção de 
uma empresa, o investidor dá a ela dinheiro, em troca de se tornar dono de um “pedaço” dela. 
Esse capital pode ser usado para comprar equipamentos, pagar funcionários, fazer pesquisas, 
entre outras coisas. 
 
17 
 
Referências bibliográficas 
BOYLE, M. (26 de Julho de 2020). Acções de Valor. Obtido de Investopedia: 
https://www.investopedia.com/terms/v/valueinvesting.asp 
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