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KATARINA ALMEIDA HERPES SIMPLES ETIOLOGIA FISOPATOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS TRATAMENTO Herpes é uma infecção causada por dois vírus da família Herpesviridae (herpes simples tipos 1 e 2), e pode afetar a região da boca, principalmente labial, órgãos genitais e áreas próximas. As formas de manifestação divergem de indivíduo para indivíduo. A família Herpesviridae abrange oito espécies passíveis de infectar seres humanos, que compartilham as seguintes características: • vírion apresentando um padrão arquitetural similar, composto de quatro partes: (a) núcleo eletrodenso, (b) capsídeo icosapentaédrico, (c) tegumento e (d) envelope; • são capazes de produzir várias espécies de enzimas, capazes de agir sobre o metabolismo dos ácidos nucleicos e proteínas da célula infectada (timidina quinase, DNA polimerase, helicase); • são capazes de assumir estado de latência infecciosa, e de se eativar periodicamente; • possuem genoma grande, com mais de 200 genes •O envelope consiste em poliaminas, lipídios e glicoproteínas. Estas glicoproteínas conferem propriedades características ao vírus e fornecem antígenos exclusivos aos Como o HSV se espalha? O HSV é uma infecção muito contagiosa que pode se espalhar através da pele a pele ou do contato sexual com um indivíduo infectado com o vírus. O HSV também pode ser transmitido pelo contato direto com a bolha, que permite que o vírus acesse o corpo, ou pelo contato com a área afetada, mesmo quando não há bolhas. O herpes genital é transmitido principalmente por meio do contato sexual. Fisiopatologia O contato íntimo entre uma pessoa suscetível (sem anticorpos contra o vírus) e um indivíduo que esteja ativamente disseminando o vírus ou com fluidos corporais contendo o vírus é necessário para que ocorra a infecção pelo vírus herpes simplex (HSV). A eliminação viral ocorre durante a infecção primária, durante as recorrências subsequentes e durante os períodos de eliminação viral assintomática. O contato durante esses períodos deve envolver membranas mucosas ou pele aberta ou esfolada. Após a exposição, a infecção primária do HSV é estabelecida no local de contato. Aqui, o envelope viral é fundido com as membranas celulares da pele e das mucosas e o DNA do HSV é incorporado ao núcleo. Glicoproteína C do HSV protege o envelope viral e auxilia na entrada viral. Reconhecimento do DNA do HSV por receptores Toll-like resulta na ativação dos sistemas imunes inato e adaptativo e na produção de produtos do gene do interferon. A supressão viral das respostas imunológicas da célula hospedeira e a subsequente evasão do sistema imunológico são realizadas por meio de uma interação complexa entre os produtos da proteína do vírion HSV e o sistema imunológico. Especificamente, a proteína HSV, desligamento do hospedeiro do vírion (VHS), é produzida nos estágios iniciais da infecção para suprimir as respostas da célula hospedeira. Além disso, a glicoproteína C se liga ao complemento C3b, inibindo a imunidade mediada pelo complemento e desempenha um papel na inibição da neutralização do anticorpo. O HSV então invade e se replica nos neurônios, bem como nas células epidérmicas e dérmicas. Os vírions viajam do local inicial da infecção na pele ou mucosa até o gânglio da raiz dorsal As manifestações clinicas elas irão variar conforme o tipo de vírus que foi transmitido, por exemplo o vírus do tipo 1 (HSV-1) ele evolui com lesões orais e o vírus do tipo 2 (HSV-2) geralmente causa lesões genitais QUADRO CLINICO CAUSADO POR HERPES DO TIPO 1 (HSV-1) O HSOp (herpes simples orofacial primário) é uma infecção sintomática que ocorre geralmente em crianças pequenas, ainda sem imunidade suficiente contra o HSV-1. •Apresenta-se como uma gengivoestomatite oral, acompanhada por vesiculações pequenas e de rápida duração, intra e periorais, ceratoconjuntivite e herpes cutâneo. Mais incomumente, meningoencefalite herpética ou erupção variceliforme de Kaposi. O período de incubação dos vírus do gênero Simplexvirus é de 4 a 5 dias •Caracteriza-se clinicamente por pródromos de dor mais acentuada, e sensação de queimação ou formigamento, sintomas que perduram por 6 horas Período Clínico Ativo: sucede o período prodrômico na pele peribucal e semimucosa labial eritematosa e hipertérmica com o aparecimento das primeiras pápulas, que evoluem rapidamente para vesículas e bolhas cheias de líquido citrino, que representa um exsudato inflamatório seroso. Cuidados locais: Produtos de venda livre, gelo, álcool ou éter são utilizados como terapia paliativa local. Devem ser aplicados com cotonetes, para evitar a autocontaminação ou a contaminação do cuidador Farmacologia dos antivirais indicados no herpes simples orofacial • Valaciclovir, aciclovir e famciclovir são classificados como antivirais análogos sintéticos dos nucleosídeos purínicos (guanosina), tendo mecanismo de ação semelhante: após penetração celular, os antivirais são sequenciamente fosforilados pela timidina-quinase viral e por mais duas quinases até a sua forma nucleotídica trifosfato [GTP (guanosine triphosphate)]. •Se levar em consideração a extensão de replicação viral nos primeiros 2 dias de recorrência, conclui-se que a intervenção precoce é essencial, pelo menos em adultos. Todos têm perfil de segurança semelhante. ACICLOVIR pode ser usado por via oral a 200mg, 5 vezes ao dia ou 400 mg a cada 8 horas. VALACICLOVIR pode ser usado a 1g 2 vezes ao dia FAMCICLOVIR pode ser usado 250mg, 3 vezes ao dia. Com duração de 7 a 10 dias quais o hospedeiro é capaz de responder. De maneira notável, a glicoproteína G (gG) fornece especificidade antigênica para o HSV e, portanto, resulta em uma resposta de anticorpos que permite distinção entre HSV-1 (gG-1) e HSV-2 (gG-2) Tipos HSV Existem dois tipos de HSV, incluindo: •HSV-1: Esta forma de HSV geralmente causa feridas nos lábios, que são conhecidas como herpes labial, bem como bolhas na córnea do olho, que são conhecidas como ceratite por herpes simplex. O HSV-1 também pode ser transmitido para a área genital por meio do sexo oral. •HSV-2: Esta forma de HSV geralmente causa herpes genital e se espalha através do contato pele a pele e do contato sexual. O HSV-2 é altamente contagioso, quer haja feridas ou não. A recorrência é muito mais comum com HSV-2 em comparação com HSV-1. sensorial, onde a latência é estabelecida. O estado latente é estabelecido pelo silenciamento do genoma do HSV nos neurônios, e a reativação pode ocorrer durante períodos de estresse. A replicação viral nos gânglios sensoriais leva a surtos clínicos recorrentes. Esses surtos podem ser induzidos por vários estímulos, como trauma, radiação ultravioleta (UV), extremos de temperatura, estresse, imunossupressão, procedimentos cirúrgicos e a laser ou flutuações hormonais. As células T CD8 específicas para HSV parecem desempenhar um papel importante no controle de infecções recorrentes e reativação. As células T CD8 + são iniciadas e recrutadas por respostas imunes inatas e adaptativas durante a infecção primária. Os receptores de quimiocina, CXCR3 e CCR10, são regulados positivamente nas células T CD8 + específicas do HSV e podem contribuir para os mecanismos de homing e controle da inflamação durante os períodos de reativação. A reativação do HSV-1 ocorre de forma mais eficiente a partir dos gânglios do trigêmeo (afetando a face e as mucosas orofaríngea e ocular), enquanto o HSV-2 tem uma reativação mais eficiente nos gânglios lombossacrais (afetando os quadris, nádegas, genitália e extremidades inferiores). A diferença clínica na reativação específica do local entre HSV- 1 e HSV-2 parece ser devido, em parte,a cada vírus que estabelece infecção latente em diferentes populações de neurônios ganglionares. ➔ O período clínico ativo dura entre 2 e 4 dias e as lesões recorrentes peribucais e labiais são predominantemente constituídas por vesículas agrupadas em forma de cachos ou ramalhetes, especialmente nas comissuras Período Reparatório: estabelece-se quando as vesículas e bolhas reduzem, gradativamente, de volume e o exsudato seroso é reabsorvido, desde que não tenham sido rompidas anteriormente. ➔ O local, agora seco, apresenta-se recoberto por escamas e crostas amareladas e/ou escuras que duram, em média, de 2 a 4 dias e caracterizam o período reparatório. QUADRO CLINICO CAUSADO POR HERPES DO TIPO 2 (HSV-2) HERPES GENITAL Devemos lembrar que a Herpes é considerada uma IST, então possui transmissão sexual através do contato sexual e pode aparecer uma lesão vesicobulhosa, com dor e pode aparecer em qualquer topografia do genital masculino ou feminino. O período de incubação ocorre de 2 - 26 dias (média de 7 dias). Quadro clínico da herpes genital Podemos dividir o tipo de manifestação clínica em primoinfecção e recorrência, esta acontecendo por reativação viral. Primo-infecção: é uma manifestação mais severa caracterizada pelo surgimento de lesões eritemato- papulosas de um a três milímetros de diâmetro, que rapidamente evoluem para vesículas sobre base eritematosa, muito dolorosas e de localização variável na região genital. O conteúdo dessas vesículas é geralmente citrino, raramente turvo. Após o rompimentos das vesículas surgem pequenas úlceras arredondadas ou policíclicas. As lesões têm regressão espontânea em sete a dez dias, com ou sem cicatriz. Recorrências: é menos intenso que o observado na primoinfecção e pode ser precedido de sintomas prodrômicos característicos, como prurido leve ou sensação de “queimação”, mialgias e “fisgadas” nas pernas, quadris e região anogenital. Mais raramente, a ocorrência de lesões pode ser acompanhada de sintomas gerais como febre e mialgia. A recorrência tende a ser na mesma localização da lesão inicial, geralmente, em zonas inervadas pelos nervos sensitivos sacrais. As lesões recorrentes podem ser cutâneas e/ou mucosas e também seguem a mesma sequência da primoinfecção. DIAGNOSTICO GERAL O diagnóstico é clinico, através da história, exame físico e as apresentações das lesões. Porém pode-se confirmar a suspeita com exames laboratoriais como cultura viral, PCR, anticorpo direto ou teste sorológico específico. • Detecção direta do vírus – Microscopia eletrônica do fluido da lesão (HS = VZ) – Imunofluorêscencia das lesões de pele (HS ≠ VZ) – Citologia esfoliativa – PCR (útil para confirmar encefalite herpética) – Pesquisa de antígenos virais – Cultivo e isolamento Viral • HSV – 1 e HSV – 2 são cultiváveis, resultados em 1 a 5 dias
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