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cervicalgia e lombalgia - DIAGNÓSTICOS SINDRÔMICOS E ETIOLÓGICOS DA DOR CERVICAL E DOR LOMBAR

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Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
1 
DOR 
DIAGNÓSTICOS SINDRÔMICOS E ETIOLÓGICOS DA DOR CERVICAL 
E DOR LOMBAR 
 
Dores cervical e lombar são as razões mais comuns das visitas ao médico. Essa discussão 
abrange a dor cervical na face posterior do pescoço (não a dor limitada à face anterior), e não 
abrange a maioria das lesões traumáticas importantes (p. 
ex., fraturas, deslocamentos e subluxações). 
A tensão muscular é a primeira e mais comum causa de dor na região da coluna cervical que 
normalmente é provocada por atividades ou comportamentos do dia a dia como ter má postura, 
trabalhar sentado por muito tempo, dormir na posição errada ou fazer contração dos músculos 
do pescoço durante o exercício físico. 
A dor cervical causa diminuição da amplitude de movimento de rotação, lateralização e flexo-
extensão da coluna cervical. Dor que começa na nuca e se irradia para região supraescapular, 
interescapular e couro cabeludo. Sensação de peso nos ombros e parte alta das costas. Às vezes, 
acompanhada de ardência. 
A cervicalgia pode ser decorrente de desordem mecânica, fatores posturais e ergonômicos ou 
excesso de sobrecarga dos membros superiores. A dor cervical resulta em perda na 
produtividade importante em certas ocupações e a maior predisposição de lesão se associa a 
certos tipos de atividades e a idade. 
A cervicalgia e a lombalgia são os quadros dolorosos mais comuns da coluna vertebral. 
Constituem a 2ª queixa de dor no homem adulto, perdendo apenas para os quadros de cefaleia. 
A cervicalgia é a dor no seguimento cervical da coluna. Afeta cerca de 50% dos indivíduos em 
algum momento da vida e apresenta predileção pelo sexo feminino. 
A lombalgia, por sua vez, é a dor no seguimento lombar da coluna. Afeta de 65 a 85% da 
população mundial ao longo dos anos. Corresponde a 3ª causa mais comuns de afastamento do 
trabalho, a 5ª de internação hospitalar e a 3ª de procedimentos cirúrgicos. 
 
 
ETIOLOGIA 
As dores cervicais e lombares apresentam múltiplas causas já bem definidas. Porém, a real 
causa da dor não é diagnosticada em um grande número de pacientes, mesmo após vasta 
investigação clínica/laboratorial e por imagens. Por exemplo, nas lombalgias, apenas 25 a 30% 
dos pacientes recebe um diagnóstico anatomopatológico provável. A grande maioria constitui, 
ainda, as chamadas cervicalgias/lombalgias comuns, idiopáticas ou inespecíficas. 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/fraturas/vis%C3%A3o-geral-das-fraturas
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/deslocamentos/vis%C3%A3o-geral-dos-delocamentos
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/dor-cervical-e-lombar/subluxa%C3%A7%C3%A3o-atlantoaxial
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
2 
Para fins didáticos, podemos classificar as causas de dor em primárias e secundárias. Primárias 
se fatores locais envolvendo a estrutura da coluna levam à dor, e secundárias se fatores à 
distância ou não próprios da coluna são os responsáveis pela dor. Podemos ainda dividir as 
causas em: mecânico-degenerativas (primárias), não mecânicas, psicogênicas, 
psicossomáticas ou referidas (secundárias). 
 
 
CERVICALGIAS 
A coluna cervical é dada como uma das regiões que compõem a estrutura da coluna 
vertebral, ocupando a região inteira do pescoço. Sua área é formada por 7 vértebras, e sua 
principal função é a sustentação da cabeça. 
O pescoço apresenta grande mobilidade e suporta o peso da cabeça. Estando menos protegido 
do que o resto da coluna, o pescoço é vulnerável a diversos tipos de lesões que causam dor e 
limitação de movimentos. Na maioria dos casos, as dores cervicais são temporárias. Contudo, 
em alguns casos impõe-se um tratamento médico. 
SINAIS E SINTOMAS 
O paciente com cervicalgia costuma adquirir uma atitude de defesa e rigidez dos movimentos, 
ocorre também uma alteração na mobilidade do pescoço e a dor durante a palpação da 
musculatura do pescoço podendo também abranger a região do ombro e nos casos mais graves 
ou prolongados irradiando para todo o membro superior. Em relação à dor, o paciente pode se 
queixar desde uma dor leve local e uma sensação de cansaço, até uma dor mais forte e limitante. 
O braço, além de doer, pode apresentar alterações de sensibilidade e força muscular, são as 
chamadas “alterações neurológicas”. 
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
3 
 O paciente refere adormecimento de alguma área ou de todo o membro, podendo ser contínua 
ou desencadeada por algum fator. A fraqueza muscular acontece em casos mais graves ou 
prolongados, sendo geralmente progressiva. Podem existir também alterações nos reflexos 
encontrados em algumas inserções musculares no punho, cotovelo e ombro nos casos mais 
graves. 
 Principais sintomas identificados: 
-Espasmos musculares nas regiões cervical e supraescapulares. 
-Diminuição da amplitude de movimento de rotação, lateralização e flexo-extensão da coluna 
cervical. 
-Dor que começa na nuca e se irradia para região supraescapular, interescapular e couro 
cabeludo. 
-Sensação de peso nos ombros e parte alta das costas. Às vezes, acompanhada de ardência. 
-Formigamento para ombros e braços. 
-Cefaleia. 
-Ao realizar rotação, o paciente relata que sente como se existisse areia entre as vértebras 
(crepitação). 
 -Fraqueza no ombro e braço, relatando dificuldade de segurar um copo com água ou livro. 
Para descartar a possibilidade de outras lesões, como tendinopatias e bursite no ombro ou 
síndrome do túnel do carpo, é importante uma boa avaliação e diagnóstico diferencial. 
 
DOENÇAS QUE CAUSAM DOR NA COLUNA CERVICAL 
As doenças que, comumente, causam dor na coluna cervical, são: 
torcicolo (dor que se limita aos músculos ao redor do pescoço), estenose cervical (formação de 
osteófitos, mais conhecidos como “bicos de papagaio”, que ocupam espaço e acabam 
comprimindo áreas onde estão presentes estruturas nervosas, causando dor, formigamentos, 
dormência e fraqueza), hérnia de disco cervical (ruptura na parte externa do disco 
intervertebral, o ânulo fibroso, com consequente deslocamento do material interno, o núcleo 
pulposo, que acaba comprimindo alguma raiz cervical), traumatismos, neoplasias, artrose, etc. 
A cervicalgia pode ser decorrente de desordem mecânica, fatores posturais e ergonômicos ou 
do excesso de sobrecarga dos membros superiores. A dor cervical resulta em perda na 
produtividade importante em certas ocupações e a maior predisposição de lesão associa-se a 
certos tipos de atividades e à idade. 
A cervicobraquialgia, por sua vez, caracteriza-se por dor cervical com irradiação para membro 
superior, normalmente devido à compressão da raiz nervosa proveniente da região cervical sub-
axial. Trabalhos que envolvam movimentos repetitivos de membros superiores e flexão da 
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
4 
coluna cervical estão relacionados à dor cervical. Outros fatores também podem contribuir para 
o surgimento ou agravamento da dor na coluna cervical. 
SINDROME DOLOROSA MIOFASCIAL 
A causa mais com um de cervicalgia crônica é a síndrome dolorosa miofascial (SDM). A SDM da 
região cervical pode apresentarse de vários modos e ter causas variadas. Suas causas mais 
comuns são traumatismos, anormalidades degenerativas e/ou inflamatórias da coluna cervical 
em decorrência das ocupações, das posturas anormais, de ansiedade e de depressão. O 
diagnóstico é realizado pela pesquisa dos pontos-gatilho (PGs) nos músculos da região cervical. 
Os músculos mais comumente afetados são o trapézio, os escalenos, o esternocleidomastóideo 
e o elevador da escápula. Outros músculoslocalizados em outras regiões do corpo podem 
também estar acometidos em conjunto com os da região cervical. A SDM muitas vezes envolve 
mais de um músculo, e vários são os fatores ativadores dos PGs. 
A fibra muscular, quando sofre lesão, sobrecarga ou estresses de repetição, desenvolve PGs que 
resultam em contração muscular exagerada durante período de tempo prolongado. 
Associadamente, ocorre fadiga muscular. Isquemia focalizada e anormalidades subseqüentes do 
ambiente extracelular das miofibrilas, além de liberação de substâncias algiogênicas, geram ciclo 
vicioso caracterizado por elevação da atividade motora e do sistema nervoso neurovegetativo, 
aumentando a sensibilidade à dor. Os eventos dolorosos podem ser auto-sustentados por 
fenômeno de sensibilização centrais e periféricos. 
DISFUNÇÕES INTERVERTEBRAIS 
Decorrem da degeneração do disco intervertebral, fenômeno decorrente do avanço da idade 
ou de traumatismos. Resulta em redução da capacidade amortecedora discal e causa sobrecarga 
do corpo vertebral, dos unicos vertebrais e das facetas articulares. Como consequência, 
instalam-se osteófitos reacionais ou hérnias discais. Essas anormalidades podem resultar em 
compressão da medula espinal ou das raízes nervosas. 
A hérnia de disco consiste na protrusão do núcleo pulposo através de falhas decorrentes da 
rotura ou anormalidades do anel fibroso; localiza-se especialmente entre os segmentos C6-C7 e 
C5- C6. Raramente as protrusões discais causam sintomas. Além da degeneração, as hérnias 
discais cervicais podem decorrer de traumatismos. 
A espondilose cervical acomete predominantemente os segmentos C4 a T I e pode causar os 
discos moles ou a forma calcificada e osteófitos (hérnias duras). Em ambas as condições, após o 
quadro inicial agudo pode haver resolução completa dos sintomas. Os sintomas decorrentes da 
discoartrose dependem da localização da anormalidade, das dimensões do compartimento que 
sofre com pressão e da elasticidade do tecido deformado. Ocorre geralmente em indivíduos com 
mais de 40 anos de idade e é quase universal no idoso. 
Dependendo das anormalidades estruturais ou funcionais, não há repercussões ou ocorre 
cervicalgia, limitação da movimentação, mielopatia e/ou radiculopatia cervical. E muitas vezes 
responsabilizada pela cervicalgia, mas com o é evidenciada com elevada frequência nos 
indivíduos assintomáticos, na ausência de com pressão radicular não deve ser considerada causa 
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
5 
de cervicalgia. A compressão de raízes nervosas pode cursar com radiculopatia, e a da medula 
espinal, com mielopatia. 
TUMORES 
 Diversas neoplasias que acometem a região cervical podem cursar com cervicalgia, incluindo as 
ósseas (tumor de células gigantes, condrossarcoma, osteossarcoma, sarcoma de Ewing, cistos 
ósseos, osteoblastoma, mieloma múltiplo), as metástases (tumor de tireóide, rim, mama, 
pulmão) e tumores extradurais (metástases), intradurais extramedulares (neurinomas, 
meningiomas) ou intramedulares (ependimomas, gliomas). A evolução geralmente é insidiosa e 
comum ente associada a anormalidades neurológicas (mielopatia, radiculopatia). As lesões 
ósseas podem cursar com fraturas patológicas. A história, o exame físico e os exames 
complementares (radiografria simples, RM , TC, mielografia, mapeamento ósseo) permitem o 
diagnóstico. 
São mais comumente metástases nos corpos vertebrais de carcinomas de pulmão, mama, 
próstata, rins, tireoide e cólon. O mieloma e a leucemia também podem envolver as vértebras, 
e todos normalmente levam a sintomas por compressão neurológica ou por fraturas patológicas. 
Os tumores primários benignos mais comuns da coluna são hemangiomas, cistos ósseos 
aneurismáticos, osteoma osteoide, osteoblastoma e osteocondroma. Os malignos são 
osteossarcoma, condrossarcoma, sarcoma de Ewing, linfoma, plasmicitoma e cordoma. 
DOENÇAS INFECCIOSAS 
A osteomielite causada por agentes não específicos ou específicos (tuberculose), podem causar 
dor cervical e/ou occipital discreta ou intensa irradiada para os ombros e membros superiores 
frequentemente associada a disfagia, à limitação da mobilidade e aos espasmos musculares 
cervicais. Além de envolver estruturas musculoesqueléticas cervicais e causar dores, pode 
causar também, características variáveis como déficits neurológicos e/ou dor quando há febre 
e perda de peso associados ou não a inapetência. 
As espondiloartropatias são caracteristicamente um tipo de doença autoimune inflamatória 
que afeta o esqueleto axial nas ênteses (pontos de inserção de ligamentos e tendões ao 
esqueleto) e que também podem afetar as articulações sacroilíacas, assim como as grandes 
articulações dos membros inferiores. 
A artrite reumatoide, que também é uma doença autoimune sistêmica, pode acometer a coluna 
cervical no segmento C1-C2, em 34 a 42% dos casos, determinando subluxação atlantoaxial. 
 
2. Processos infecciosos 
Normalmente tem origem no disco intervertebral e são chamados de espondilodiscites, porém 
podem se estender para as vértebras e tecidos adjacentes com gravidade. Os microrganismos 
podem atingir a coluna vertebral por via hematogênica, linfática ou por contiguidade 
(inoculação direta). 
 
CAUSAS PSICOGÊNICAS OU PSICOSSOMÁTICAS E DORES REFERIDAS 
1. Causas psicogênicas e psicossomáticas 
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
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A dor é percebida no córtex cerebral, sem estar associada à alteração anatômica local ou 
sistêmica, geralmente de caráter difuso, descrição imprecisa ou punitiva e forte associação com 
desencadeantes emocionais. P. ex.: fibromialgia, depressão, histeria etc. A anamnese é a 
principal arma diagnóstica e os exames complementares e físicos são normais. 
2. Dores referidas 
A lesão está em outros sítios que não a coluna. Por exemplo, pode ser uma dor referida 
neurogênica de um infarto do miocárdio, dor viscerogênica como em uma vasculite de carótidas, 
espasmo esofágico ou pode ser somática, como em um herpes zoster. 
FIBRIMIALGIA 
A fibromialgia (FM) é uma condição que se caracteriza por dor muscular generalizada, crônica 
(dura mais que três meses), mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor. 
Ela é acompanhada de sintomas típicos, como sono não reparador (sono que não restaura a 
pessoa) e cansaço. Pode haver também distúrbios do humor como ansiedade e depressão, e 
muitos pacientes queixam-se de alterações da concentração e de memória. 
Ainda não totalmente esclarecida, mas a principal hipótese é que pacientes com FM apresentam 
uma alteração da percepção da sensação de dor. Isso é apoiado por estudos em que visualizam 
o cérebro destes pacientes em funcionamento, e também porque pacientes com FM 
apresentam outras evidências de sensibilidade do corpo, como no intestino ou na bexiga. Alguns 
pacientes com FM desenvolvem a condição após um gatilho, como uma dor localizada mal 
tratada, um trauma físico ou uma doença grave. O sono alterado, os problemas de humor e 
concentração parecem ser causados pela dor crônica, e não ao contrário. 
A FM é bastante comum, afetando 2,5% da população mundial, sem diferenças entre 
nacionalidades ou condições socioeconômicas. Geralmente afeta mais mulheres do que homens 
e aparece entre 30 a 50 anos de idade, embora existam pacientes mais jovens e mais velhos com 
FM. 
ASPECTO PSICOLÓGICO 
 É possível que o estresse desempenhe papel relevante na mediação e perpetuação dos 
sintomas da SFM. Muitos doentes referem que os primeiros sintomas da síndrome surgiram 
após um período de estresse crônico ou após traumatismos. Outros relatam que há 
agravamento dos sintomas após estresses físicos e emocionais de curta duração. Como a 
fibromialgia acarreta modificações da funcionalidade sem alterações orgânicas específicas, 
alguns autoresatribuíram a fatores psicológicos a sua origem. 
QUADRO CLÍNICO 
 A dor crônica generalizada é o sintoma cardinal da SFM. Pode ser moderada ou intensa. É 
referida nos músculos, ligamentos e tendões de várias regiões do corpo. Cefaleias crônicas, 
geralmente diárias, muitas vezes intensas e frequentemente relacionadas à tensão emocional 
ocorrem em mais de 40% dos doentes. Rigidez articular ocorre em 80% dos casos. A rigidez 
articular e a artralgia simulam condições artríticas e apresentam magnitude variada; costumam 
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
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ser mais intensas pela manhã e ao anoitecer, e podem ser agravadas pelo excesso de atividade 
física, infecções sistêmicas, lesão de tecidos moles, privação do sono, exposição ao frio, umidade 
e estresses psicológicos. 
Podem comprometer a realização das atividades de vida diária, serviços domésticos e laborais, 
alterar o humor, o sono e a qualidade de vida Fadiga generalizada traduzida por sensação de 
falta de energia, exaustão, fatigabilidade durante a execução de exercícios físicos triviais, esforço 
mental e mediante estressores psicológicos ( pode melhorar pela manhã e ficar cada vez mais 
extenuante com o passar das horas do dia). Parestesias e adormecimento, principalmente nas 
extremidades e, às vezes, no couro cabeludo, sem padrão dermatomérico e na ausência de 
anormalidades ao exame neurológico. Sensação de inchaço e edema nas mãos, pés e tornozelos 
também são sintomas frequentes. Dificuldade para a instalação do sono, despertares frequentes 
durante a noite, dificuldade para retomada do sono, sono agitado e superficial e despertar 
precoce. 
A síndrome do cólon irritável caracterizada por dor e distensão abdominal, e alteração do hábito 
intestinal (obstipação, diarréia ou alternância) que melhoram com a evacuação também é 
observado em pacientes com SFM. Inquietação dos membros e intolerância ao frio podem 
aparecer. Disfunção cognitiva é comum em doentes com SFM e afeta adversamente a 
capacidade competitiva no trabalho. Doentes com SFM queixam-se de dificuldades para 
recordar eventos, processar informações e realizar tarefas. Tontura é queixa comum nos 
doentes com SFM 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico de FM é eminentemente clínico, com a história, exame físico e exames 
laboratoriais auxiliando a afastar outras condições que podem causar sintomas semelhantes. 
Não há alteração dos exames que indicam inflamação, como a velocidade de 
hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa. Exames de imagem devem ser interpretados 
com muito cuidado, pois nem sempre os achados da radiologia são a causa da dor do paciente. 
A FM pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite 
reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, e muitas vezes dificulta uma completa melhora 
destes pacientes. 
TRATAMENTO 
A meta no tratamento da FM é aliviar os sintomas com melhora na qualidade de vida. A FM não 
traz deformidades ou sequelas nas articulações e músculos, mas os pacientes apresentam uma 
má qualidade de vida. 
O principal tratamento da FM é não-medicamentoso, ou seja, os cuidados do paciente consigo 
mesmo são mais importantes do que as medicações, embora estas também tenham seu papel. 
O principal tratamento da fibromialgia é o exercício aeróbico, aquele que mexe o corpo todo e 
acelera os batimentos cardíacos. Esta parece ser a melhor a maneira de reverter a sensibilidade 
aumentada à dor na FM. Além disso, é importante entender sobre a doença (educação) e alguns 
casos terapia psicológica pode ser útil, principalmente para aprender a lidar com a dor crônica 
no dia a dia. 
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
8 
As medicações são úteis para diminuir a dor, melhorar o sono e a disposição do paciente com 
fibromialgia, para permitir a prática de exercícios físicos. Algumas medicações, como a 
pregabalina e a duloxetina, agem na maior sensibilidade à dor. Outros remédios como 
relaxantes musculares, antidepressivos e analgésicos podem ser usados para alívio de sintomas 
diversos. 
DOENÇAS ENDÓCRINAS E METABÓLICAS 
Hiperparatireoidismo, raquitismo e insuficiência renal podem causar lesões ósseas, fraturas 
patológicas e cervicalgia. A acondroplasia e a hiperostose esquelética idiopática podem também 
cursar com cervicalgia. O diagnóstico se baseia na história, no exame clínico e nos exames 
laboratoriais e de imagem. O tratamento consiste no uso de AINES, opioides, psicotrópicos, 
medidas fisiátricas e cirurgias descompressivas do tecido nervoso. 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS 
As doenças inflamatórias da região cervical geralmente são sistêmicas. O quadro clínico e os 
exames laboratoriais e de imagem permitem o diagnóstico. 
A artrite reumatóide (é uma doença autoimune caracterizada pelo ataque do próprio corpo às 
articulações, o que provoca inchaço, rigidez e dores nas juntas, capazes inclusive de limitar a 
movimentação no dia a dia) pode acometer as articulações atlantoccipital e atlantoaxial e causar 
anormalidades neurológicas; há cervicalgia em mais de 80% dos pacientes com artrite 
reumatóide. A dor se localiza na região cervical posterior, e é comum a ocorrência de rigidez e 
limitação dos movimentos, principalmente de flexo-extensão, e a instabilidade e a compressão 
da medula espinal e das raízes nervosas. 
A espondilite anquilosante (é um tipo de artrite, autoimune inflamatória crônica, que afeta os 
tecidos conjuntivos, especialmente as articulações da coluna, causando rigidez e dor nas costas) 
predomina no esqueleto axial e causa inicialmente dor e rigidez da articulação sacroilíaca e 
rigidez, limitação progressiva da movimentação cervical e dor localizada na região cervical 
rostral irradiada para a escama do occipital e a região mastóide, cinco ou mais anos após a 
instalação dos sintomas sacroilíacos. 
Polimiosite e dermatomiosite são doenças inflamatórias musculares esqueléticas que se 
caracterizam como fraqueza proximal dos músculos das cinturas pélvica e escapular, dos 
membros superiores e inferiores e das regiões rostrais do segmento cervical. 
A hiperostose idiopática e difusa ou doença de Forestier é uma condição não-inflamatória que 
se manifesta especialmente em indivíduos do sexo masculino e com mais de 50 anos de idade. 
Acomete 12% dos indivíduos após os 75 anos de idade e se caracteriza como entesopatia não-
erosiva, neoformação óssea e calcificação do ligamento longitudinal anterior de, pelo menos, 
quatro corpos vertebrais contíguos. Em 50% dos pacientes, há acometimento da coluna cervical. 
A ossificação das estruturas espinais pode gerar compressão da laringe e disfagia em 
decorrência da osteofitose anterior. 
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
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OBS: O “bico de papagaio” ou osteofitose se manifesta quando os ligamentos e as cartilagens 
que envolvem as vértebras se calcificam, como forma de estabilizar a estrutura desgastada. O 
problema tem maior incidência na região lombar, mas pode atingir outras partes da coluna. 
A artrite reumatóide juvenil, a espondiloartropatia soronegativa, a polimialgia reumática, a 
arterite de células gigantes, a ossificação do ligamento longinal posterior, a gota e as 
artropatias microcristalinas, entre outras, podem também ocorrer na região cervical e resultar 
em dor. 
NEURALGIAS 
A neuralgia dos nervos glossofaríngeo, trigêmeo ou occipital cursam com dor em queimor ou 
choque na área de distribuição da estrutura nervosa acometida. A neuralgia do glossofaríngeo 
acomete a região lateral e rostral do pescoço, da faringe, da orelha, da epiglote e da base da 
língua. A neuralgia da divisão mandibular do nervo trigêmeo pode cursar com dor na região 
lateral superior do pescoço. A neuralgia occipital manifesta-se como dor na região occipitale, 
às vezes, rostral do pescoço. 
O tratamento das neuralgias consiste no uso de anticonvulsivantes (carbamazepina, 
oxcarbazepina, difenilidantoína, valproato ou divalproato de sódio, gabapentina, topiramato) 
ou miorrelaxantes (baclofeno); pode haver necessidade de procedimentos cirúrgicos. A dor 
facial atípica caracteriza-se como dor em queimor, peso ou latejamento na face e, às vezes, na 
região cervical. É mais comum em mulheres de meia-idade com alterações psicológicas. O 
tratamento consiste no uso de antidepressivos, neurolépticos e procedimentos de medicina 
física. 
LOMBALGIA 
A lombalgia é definida como dor e desconforto localizados entre a margem costal e a prega 
glútea inferior, com ou sem dor na perna. 
CAUSAS GERAIS DE DORES LOMBARES 
➔ A dor lombar é inespecífica em 85-90% das vezes, ou seja, não se consegue identificar a sua 
causa com exatidão, e específica ou sintomática em 10-15% dos casos, quando um fator 
causal (trauma, infecção, inflamação, artrite reumatóide, tumor, hérnia discal, vasculopatia 
ou outra) pode ser identificado. 
➔ A dor lombar inespecífica tem uma evolução favorável em 85% das vezes, com os sintomas 
regredindo em até seis semanas. Entretanto, pelo menos 30% das pessoas que sofrem um 
episódio de lombalgia aguda experimentarão outro episódio em um período de um ano. 
Quando a lombalgia se prolonga além de três meses é classificada como crônica. A lombalgia 
se cronifica em cerca de 5-8% dos pacientes. 
➔ A dor pode se irradiar para a face posterior das coxas de um ou dos dois lados. Quando a 
dor ultrapassa o joelho recebe o nome de lombociatalgia ou ciática e é um indício do 
envolvimento de uma raiz nervosa, quase sempre L5 ou S1. 
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
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As disfunções posturais são as causas mais frequentes para dor lombar, pois a má postura 
adquirida pela maioria da população nas atividades de vida diária aumenta a pressão intradiscal 
e consequentemente produz uma degeneração do disco intervertebral. 
As dores lombares decorrentes de forças excessivas sejam externas ou internas. São 
consideradas forças excessivas as atividades repetidas como extensão, flexão e/ou rotação 
excessiva de um segmento lombar vertebral, e chamadas de “perturbadoras” as forças internas 
que enfraquecem a função neuro-musculo esquelética, portanto, consideradas excessivas ou 
inadequadas, entre elas a fadiga, o ódio, a depressão, a falta de atenção, a ansiedade, falta de 
treinamento e a distração; que podem ser decorrentes de fatores psicogênicos e psicosociais, 
como stress e falta de motivação, são circunstâncias que contribuem para o desencadeamento 
e cronificação das síndromes dolorosas lombares (algumas sem uma nítida comprovação de 
relação causal) tais como: 
 psicossociais, insatisfação laboral, obesidade, hábito de fumar, grau de escolaridade, 
realização de trabalhos pesados, sedentarismo, síndromes depressivas, litígios trabalhistas, 
fatores genéticos e antropológicos, hábitos posturais, alterações climáticas, modificações 
de pressão atmosférica e temperatura. 
 Condições emocionais podem levar à dor lombar ou agravar as queixas resultantes de outras 
causas orgânicas preexistentes 
O médico tem papel fundamental no diagnóstico e necessita sobretudo de uma história 
detalhada da dor, fatores associados e um exame físico meticuloso para um correto diagnóstico. 
O diagnóstico das lombalgias é, via de regra, clínico. Exames de imagem em geral não são 
solicitados em lombalgias agudas, apenas nos casos em que são observados alguns sinais de 
alerta como febre, perda de peso, déficit neurológico, idade acima de 50 anos e trauma. Quando 
há persistência da dor por mais 4-6 semanas os exames devem ser solicitados. 
QUAIS EXAMES PODEM SER SOLICITADOS? 
O raio x simples geralmente é o primeiro exame. Outros exames incluem a tomografia 
computadorizada, a ressonância magnética e a mielografia, todos com indicação criteriosa e 
embasada em hipótese diagnóstica. Achados anormais em um exame de imagem não 
necessariamente explicam a causa da dor, ou seja, pessoas sem qualquer sintoma podem 
apresentar em exames alterações estruturais na coluna que talvez nunca causarão dor ou outros 
sintomas assim como pessoas com sintomas de dor podem apresentar exames absolutamente 
normais. Portanto os exames de imagem sempre devem ser analisados caso a caso e 
correlacionados com as manifestações de cada pessoa individualmente. 
O objetivo inicial do tratamento é o alívio da dor. Podem ser usadas várias medicações incluindo 
analgésicos, antiinflamatórios, miorrelaxantes, corticóides e opióides, sempre após avaliação do 
risco-benefício de cada uma delas. O repouso, embora recomendado na fase aguda, deve 
limitar-se a um curto período uma vez que seu prolongamento retarda a recuperação e favorece 
a cronificação do processo sobretudo por facilitar a perda de força muscular. Na lombalgia 
crônica nenhuma terapia isolada é eficiente. Os mesmos medicamentos da fase aguda podem 
ser usados e em alguns casos há benefícios importantes com o uso de algunmas classes de 
antidepressivos em baixas doses para controle da dor. 
 Diagnóstico Sindrômicos e Etiológicos da Dor Cervical e Dor Lombar | Larissa Gomes de Oliveira. 
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A reabilitação com exercícios de alongamento e fortalecimento muscular além da reeducação 
postural são fundamentais para reduzir os sintomas e prevenir o retorno das dores. Outras 
intervenções incluem TENS, acupuntura, terapia cognitivo-comportamental e infiltração. 
LOMBOCIATALGIA 
É quando há dor irradiada para o membro inferior (60% dos casos), que pode ser: 
• De origem radicular (exemplo: compressão por hérnia de disco) 
• Referida (exemplo: dor miofascial) 
A dor neuropática (DN) está presente em 37 a 55% dos pacientes com dor irradiada para o 
membro inferior. Segundo a International Association for the Study of Pain (IASP), é definida 
como a que surge como consequência direta de uma lesão ou doença que afeta o sistema 
somatossensorial. A característica neuropática está correlacionada com dor mais intensa, 
comorbidades mais graves e piora da qualidade de vida (QV). 
O diagnóstico preciso do padrão de dor é essencial para se obter bom resultado terapêutico, 
visto que o fármaco deve ser específico para cada tipo de dor: nociceptiva, neuropática ou mista. 
A identificação do componente neuropático depende de anamnese e exame físico minuciosos, 
além dos exames complementares. A DN é espontânea e pode ter algumas características 
clínicas específicas, como: 
• Hiperalgesia: dor exagerada (desproporcional) a um estímulo habitualmente doloroso; 
• Hiperpatia: reação exagerada aos estímulos álgicos intensos ou repetitivos aplicados em 
regiões hipoestésicas; 
• Alodínea: dor devido a um estímulo que normalmente não provoca dor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ALVES NETO, Onofre et al.. Dor: princípios e prática. Porto Alegre: Editora Artmed, 2009. 
 
ALMEIDA, Darlan Castro; KRAYCHETE, Durval Campos. Dor lombar - uma abordagem diagnóstica. 
Rev. dor, São Paulo, v. 18, n. 2, pág. 173-177, abril de 2017. 
 
Sociedade Brasileira de Reumatologia. Diagnóstico e Tratamento das Lombalgias e 
Lombociatalgias.237:2613-4. 
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-
50042004000600005

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