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1 exames complementares para o diagnóstico de doenças exantemáticas | Larissa Gomes de Oliveira. Febre, Inflamação e Infecção EXAMES COMPLEMENTARES PARA O DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS EXANTEMÁTICAS, INCLUINDO FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO. Os exames complementares permitem pesquisar diretamente o microrganismo envolvido, realizar cultura de materiais bem como titular a sorologia para diversas doenças infecciosas, sendo esta conduta especialmente importante na avaliação do recém-nascido com quadro exantemático. As principais doenças exantemáticas e os seus respectivos exames complementares são: DOENÇAS EXAMES COMPLEMENTARES Sarampo O diagnóstico laboratorial pode ser realizado por meio da sorologia para detecção de anticorpos IgM e IgG específicos. Os anticorpos específicos da classe IgM podem ser detectados no sangue, na fase aguda da doença, desde os primeiros dias até quatro semanas após o aparecimento do exantema. A presença de anticorpos da classe IgM indica infecção recente pelo vírus do sarampo. Os anticorpos específicos da classe IgG começam a aparecer logo após a fase aguda da doença, desde os primeiros dias e, geralmente, continuam sendo detectados muitos anos após a infecção. Atualmente, a técnica mais utilizada para detecção de anticorpos é a técnica de ELISA, sendo considerada mais sensível e específica do que o teste de imunofluorescência indireta. Rubéola Inibição da hemaglutinação (sensibilidade 95-100%; especificidade 98%; não detecta fração IgM); Imunofluorescência indireta (permite definir classes IgM e IgG; 98% de concordância com inibição da hemaglutinação); ELISA (método mais empregado, permite detecção de IgM e IgG). A infecção aguda pode ser demonstrada pelo IgM específico para o vírus em amostra de soro ou por elevação de ao menos 4 vezes nos títulos de anticorpos para rubéola entre a fase aguda e convalescença. A imunidade é documentada pela presença de IgG em títulos altos 2 exames complementares para o diagnóstico de doenças exantemáticas | Larissa Gomes de Oliveira. na ausência de IgM. (Diagnóstico laboratorial): Sorologia para anticorpos específicos (Elisa) em amostra, coletada até 28 dias após o início do exantema. OBS: - IgG reagente e IgM não reagente: indica que há anticorpos circulantes no organismo contra o vírus da rubéola que foram produzidos como consequência da vacinação ou infecção antiga; - IgG reagente e IgM reagente: indica que há infecção ativa recente; - IgG não reagente e IgM não reagente: indica que a pessoa nunca entrou em contato com o vírus; - IgG não reagente e IgM reagente: indica que a pessoa está ou esteve com uma infecção aguda há poucos dias. Escarlatina (Diagnóstico Laboratorial): pode ser realizado através de teste rápido (aglutinação de Látex) em secreção colhida de orofaringe. Pode ser efetuada a pesquisa de SGA (Streptococcus b-hemolítico do grupo A) na orofaringe com a realização de zaragatoa para confirmação do agente etiológico. A presença de SGA na orofaringe pode ser realizado por teste diagnóstico antigénico rápido (TDAR) e/ou por cultura da zaragatoa da orofaringe. O TDAR permite um resultado rápido, com uma especificidade elevada (>95%), contudo apresenta uma sensibilidade bastante variável (80 e 90%). OBS: cultura por zaragatoa é feita uma colheita pelo nariz e/ou garganta, onde é recolhida uma amostra de produto nasal e/ou da parte posterior da garganta, usando a já famosa zaragatoa (um swab colhendo o material). Eritema infeccioso Sorologia para detecção de anticorpos Igm (ensaio imunoenzimatico-Elisa). Os testes permitem a distinção de IgM (positivos no 3º dia de sintomas, tipicamente desaparecendo em 30-60 dias) e IgG (sensibilidade de 94%; especificidade 86%, persistindo positivo por muitos anos; presente em 50% da população adulta) Dengue (Diagnóstico laboratorial): É realizado por exames laboratoriais (testes que detectam fragmentos do vírus: NS1, PCR ou anticorpos IgM ou pela elevação de IgG pareado. Solicitar hematócrito e contagem de plaquetas. Solicitar sorologia: agendar para o 6º dia a partir do início dos sintomas. Varicela (Diagnóstico laboratorial): o quadro típico costuma dispensar o recurso laboratorial, pode se detectar 3 exames complementares para o diagnóstico de doenças exantemáticas | Larissa Gomes de Oliveira. VVZ por PCR no liquido das vesículas, ou utilizar reações sorológicas IgM ou IgG. Zika (Diagnóstico laboratorial): Realizado no 5º dia da doença ou após 6 dia para anticorpo IgM, sendo disponível teste rápido para triagem IgM e IgG, ou pelo PCR. Os exames estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) são: o PCR, indicado para a detecção do vírus nos primeiros dias da doença; o teste sorológico IgM, que identifica anticorpos na corrente sanguínea; e o IgG para verificar se a pessoa já teve contato com zika em algum momento da vida. Chikungunya OBS: o vírus só pode ser detectado em exames de laboratório, onde os exames de sorologia – detecção de anticorpos IgG e IgM são bastante recomendados. (Diagnóstico laboratorial): Realizado pela detenção de antígenos virais até o 5º dia de doença. Ou após o 6º dia com anticorpos IgM ou pela elevação de IgG pareada. OBS: O resultado da detecção por PCR indica a presença do vírus CHIKV, diagnosticando o paciente como portador do vírus. Já a sorologia IgG e IgM, caso reagente, indica a presença de anticorpos contra o vírus Chikungunya ou CHIKV, diagnosticando que o paciente foi ou está infectado pelo vírus Febre Amarela diagnóstico específico de febre amarela pode ser feito de forma direta pela detecção do vírus em amostras clínicas (sangue e/ou tecidos) ou de forma indireta pela detecção de anticorpos. Devem ser solicitados: hemograma, glicemia, TGO, TGP, fosfatase alcalina, a GT, uréia, creatinina, bilirrubina total e frações, albumina, EAS. Solicitar hemocultura nos casos em que se suspeita de infecção bacteriana associada. Mononucleose infecciosa (Diagnóstico Laboratorial): Sorologia para detecção de IgM anticápside viral (anti-VCA) em sangue coletado em fase aguda e IgG antiantígeno nuclear (anti-EBNA) em sangue da fase convalescente. - Anti-VCA (antígeno do capsídio viral): IgM (títulos acima de 5 são demonstráveis em 90% dos pacientes no início do quadro clínico, pode ser positivo em infecções por citomegalovírus (CMV), quando a confirmação com IgG e antiEBNA se faz necessária) e IgG (altos títulos presentes no início do quadro clínico, após a recuperação títulos detectáveis permanecem por toda a vida); - Anti-EBNA (antígeno para EPSTEIN BARR): surgem em 3-4 semanas em todos os casos de mononucleose, na doença aguda um título positivo 4 exames complementares para o diagnóstico de doenças exantemáticas | Larissa Gomes de Oliveira. afasta o diagnóstico pois indica infecção prévia. OBS: Se o teste permanecer negativo, devem ser quantificados anticorpos para EBV. A existência de anticorpos IgM contra o antígeno do capsídio viral (VCA) do EBV indica infecção primária por este vírus (estes anticorpos desaparecem 3 meses após a infecção). IgG VCA (EBV VCA-IgG) também se desenvolve no início da infecção primária por EBV, mas esses anticorpos persistem por toda a vida. Anticorpos para antígeno nuclear do EVB (EBNA-IgG) se desenvolvem mais tarde (talvez após 8 semanas) nas infecções agudas por EBV e também persistem por toda a vida. Se os títulos dos anticorpos do EBV forem negativos ou indicarem infecção antiga (positivo para anticorpos IgG e negativo para anticorpos IgM), outros diagnósticos devem ser considerados (p. ex., infecção grave pelo HIV infecção por CMV). FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DAS PRÍNCIPAIS DOENÇAS EXANTEMÁTICAS. ATENDIMENTO A PACIENTES COM SUSPEITAS DE DOENÇAS EXANTEMÁTICAS Pacientechega a unidade, deve se checar a vacina, sinais sugestivos... Depois é necessário que ele seja colocado em sala separada bem arejada com utilização de EPI N95. Com isso, os profissionais devem estar vacinados (em casos de doenças que tenham vacinas disponíveis). Na maioria das vezes o tratamento é sintomático e deve orientar isolamento domiciliar se não precisar de hospitalização. Se caso precisar de hospitalização, deve ser em quarto privativo com um tempo necessário até a melhora do quadro e fim da transmissivilidade. LEMBRETE IMPORTANTE!! IgG e IgM são anticorpos naturalmente produzidos pelo organismo como consequência de uma infeção, sendo específicos para o agente infeccioso. Na primeira fase da infecção, os níveis de IgM aumentam e, por isso, é considerado marcador agudo da infeção. À medida que a doença se desenvolve, há aumento da quantidade de IgG no sangue, além de permanecer circulante mesmo depois do combate da infecção e, por isso, é considerado um marcador de memória. Os níveis de IgG também aumentam com a vacinação, conferindo proteção para a pessoa contra o vírus ao longo do tempo. 5 exames complementares para o diagnóstico de doenças exantemáticas | Larissa Gomes de Oliveira. Disponível em: http://www2.maringa.pr.gov.br/sistema/arquivos/900a44ef909e.pdf 6 exames complementares para o diagnóstico de doenças exantemáticas | Larissa Gomes de Oliveira. REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Fundacão Nacional de Saúde. Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento / Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. – Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Febre amarela: guia para profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – 1. ed., atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. SILVA, Josenilson Antônio. Et al. Abordagem Diagnóstica das Doenças Exantemáticas na Infância. Rev Med Saude Brasilia 2012; 1(1):10‐9
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