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Prisão em flagrante

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Prisão em flagrante
Prof. Mirabete: “ prisão em flagrante é uma qualidade do delito, é o delito que está
sendo cometido, praticado, é o lícito patente, irrecusável, insofismável, que permite a prisão
do seu autor, sem mandado, por ser considerado a certeza visual do crime”.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de
até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu
advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do
Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,
fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Sustenta-se que essa é uma prisão cautelar ou processual, todavia, com duração
preestabelecida que é o prazo máximo de 48 horas. Pois são 24 (vinte e quatro) horas para
informar a prisão ao juízo (art. 306, § 1º CPP) e mais 24 (vinte e quatro) horas para o juízo
decidir acerca da prisão.
Após o recebimento do auto de prisão em flagrante, caso o juiz não relaxe a prisão,
converta em prisão preventiva ou conceda liberdade provisória (com ou sem fiança). Caberá
Relaxamento de Prisão. Caso o juiz tenha os autos de prisão em flagrante em mãos,
mesmo assim não prolata a decisão dentro do prazo, caberá Habeas Corpus com
autoridade coatora o juiz. Entre o período de 48 horas para o juiz decidir acerca da prisão
poder ingressar com Pedido de Liberdade Provisória, caso não haja ilegalidade na prisão.
Tipos de flagrante
● Flagrante próprio ou real - art. 302, I e II CPP - quando o agente está na
cena do crime praticando o crime ou acaba de praticar. Ex. agente apontando
uma arma para vítima;
● Flagrante impróprio, irreal ou “quase flagrante” - art. 302 III - quando o
agente é perseguido, logo após a prática de infração penal, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em situação que presumir ser o autor do fato.
Devendo a perseguição ser ininterrupta, não estando sujeito a nenhum lapso
temporal, podendo ser efetuada durante alguns dias ou até meses após a
consumação do crime. Ex.: após a subtração, o bandido em fuga é flagrado por
policiais que imediatamente iniciam a perseguição que resulta em sua
capturação;
● Flagrante presumido ou ficto - art. 302, IV CPP - quando é encontrado
logo depois de praticar o crime com instrumentos, papéis, armas e outros
elementos que façam presumir ser ele o autor da infração. Ex.: agente é
encontrado a quinhentos metros distante do local do furto, ainda com os
pertences da vítima em uma sacola;
● Flagrante obrigatório ou compulsório: quando autoridade policial e seus
agentes, em virtude do seu poder/dever de proteger a sociedade, são obrigados
a efetuar a prisão do sujeito que se encontra em situação de flagrante, sob
pena de incursão nas penas do crime de prevaricação - art. 301 2ª parte CPP.
● Flagrante facultativo: é uma faculdade de qualquer pessoa, diante de uma
situação de flagrante, em efetuar ou não a prisão daquele que se encontra
numa das situações de flagrância, tendo em vista critérios de oportunidade e
conveniência - art. 301, 1º parte CPP. Essa espécie não se refere às autoridades
policiais, mas qualquer pessoa “comum”;
● Flagrante preparado ou provocado: quando alguém induz outrem à prática
de um crime e este, ao mesmo tempo toma providência para que aquele seja
surpreendido e preso em flagrante. Denominado também de delito putativo
por obra do agente provocador, delito putativo de ensaio ou de
experiência. Trata-se de uma das modalidades de Crime Impossível, que torna
nulo o ato. Súmula 145 STF “Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.”.
● Flagrante esperado: quando policial ou terceiro, tomando conhecimento da
prática de crimes em um determinado local, fica a esperar o momento da
prática delituosa para que seja efetuada a prisão em flagrante sem, contudo,
induzir o agente. É totalmente válido, uma vez que não há provocação da ação
criminosa.
● Flagrante Prorrogado, retardado, protelado ou ação controlada: quando é
adiado a intervenção policial, desde que atividade dos agentes seja mantida
oportuno para a efetivação da prisão e a colheita de provas - art. 3º, III da lei
12.850/2013. Tem previsão também na Lei de Drogas 11.343/2006, art. 53, II.
NECESSITA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, nos moldes do art. 53, c
único da lei 11.343/06.
● Flagrante forjado: quando o agente policial ou terceiro criam provas de um
crime que na realidade não foi praticado. As pessoas que criam estas provas
poderão incorrer nas penas previstas para os crimes de denunciação caluniosa,
abuso de autoridade, etc.
Prisão em flagrante é possível, em regra, em todos os crimes, qualquer que seja de
ação penal. Exceto, nos crimes de ação penal privada ou ação penal condicionada à
representação.
As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem
definitivamente condenadas, nos termos do art. 300 conferida pela Lei 12.403/2011.
O tempo de prisão administrativa, provisória ou internação (Brasil ou no exterior) será
computado para fins de regime inicial privativo de liberdade, nos termos do art. 387, §2º do
CPP.
Qualquer pessoa, em regra, pode ser presa em flagrante. Exceção:
● Presidente da República (art. 86, § 3º CF) enquanto não sobrevier sentença
condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará
sujeito a prisão;
● Os diplomas estrangeiros, em decorrência de tratados e convenções
internacionais;
● Os menores de 18 anos (que, por serem inimputáveis, estão sujeitos à
disciplina da Lei 8.069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, que
prevê a aplicação de medidas socioeducativas para o adolescebte infrator; se o
adolescente for surpreendido no momento em que pratica um ato infracional,
poderá ser apreendido e levado à autoridade policial, não se falando em prisão
flagrante;
● Não pode ser preso em flagrante o sujeito que presta pronto e integral socorro
à vítima de delito de trânsito - Lei 9.503/1997;
● Lei 9.099/1995 - Juizados Especiais Cíveis e Criminais - é vedada atuação em
flagrante do autor de crime de menor potencial ofensivo que, após a lavratura
de Termo Circunstanciado , for imediatamente encaminhado ao Juizado ou
assumir, perante a autoridade policial, o compromisso de a ele comparecer;
Uso de Algemas.
Art. 234, § 1 CPPM:
“O emprêgo de algemas deve ser evitado, desde que não haja
perigo de fuga ou de agressão da parte do prêso, e de modo algum será
permitido, nos presos a que se refere o art. 242”
A primeira lei que tratou sobre o uso de algemas no Brasil foi a Lei nº
7.210/84 art. 199 “ o emprego de algemas será disciplinado por decreto
federal ser tratado por meio de decreto”, porém este decreto só foi feito em
2016, mas antes disso o STF fez a Súmula Vinculante 11: “Só é lícito o uso
de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado”.
Após 32 anos foi feito o Decreto 8.858/2016 que regulamentou o art.
199 da LEP que dispõe:
“Art. 2º É permitido o emprego de algemas apenas em casos de
resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, causado pelo preso ou por terceiros, justificada a sua
excepcionalidade por escrito”.
“Art. 3º É vedado emprego de algemas em mulheres presas em
qualquer unidade do sistema penitenciário nacional durante o trabalho de
parto, no trajeto da parturienteentre a unidade prisional e a unidade
hospitalar e após o parto, durante o período em que se encontrar
hospitalizada”.
A proibição do uso de algema vale para toda situação, seja no
momento da prisão, como nas hipóteses para o réu comparecer em juízo.
Ressalvados os casos excepcionais já mencionados.
Caso o preso seja algemado sem estar presente às situações
excepcionais, ou não haja justificação por escrito, poderá ocorrer nulidade da
prisão, nulidade do ato processual no qual participou o preso ou
responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade
responsável pela utilização das algemas. - Súmula Vinculante 11.
- Se durante audiência de instrução e julgamento o juiz recusa, de
forma motivada, o pedido para que sejam retiradas as algemas do
acusado, não haverá nulidade processual - STJ HC 140.718-RJ.
Referência:
Aula do dia 10/03/2020 do professor Rubens Alves da Silva, da Faculdade Centro
Universitário Luterano de Manaus /CEULM/ULBRA.

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