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ANÁLISE JURISPRUDENCIAL - TRABALHO DA MULHER E DO MENOR

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1 
Faculdade: Estácio – Asa Sul DF 
Aluno: João Barbosa de Souza – Matricula – 202009002234 
Trabalho de Direito do Trabalho : Prof: Ellen Camila 
 
 
Jurisprudência 01 – Julgado do Superior Tribunal de Justiça sobre a Proteção 
do Trabalho da Mulher – Maternidade 
 
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. CONTRATO TEMPORÁRIO. SERVIDORA 
GESTANTE. DISPENSA NO PERÍODO DE GRAVIDEZ. DIREITO À INDENIZAÇÃO. 
ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART. 1.022 DO CPC/2015. NÃO VERIFICADA. 
ANÁLISE DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAIS. COMPETÊNCIA AO STF. 
I - Na origem, trata-se de ação objetivando a condenação do réu a pagar os valores 
referentes ao período no qual fazia jus à estabilidade provisória, na condição de 
gestante, referente aos cinco meses posteriores ao parto. 
II - Após sentença que julgou procedente o pedido inicial, foi interposta apelação, a 
qual foi desprovida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, ficando consignado 
que, ainda que inexista, diante da natureza provisória e precária do contrato 
temporário, direito de estabilidade no cargo, é de ser aplicado - a fim de se 
resguardar o direito social da proteção à maternidade -, por força do art. 5° da 
Constituição Federal, o disposto no art. 7°, XVIII, da Constituição Federal, 
combinado com o art. 10, II, b, do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, de modo a garantir à servidora gestante uma indenização 
equivalente à remuneração a que ela teria direito a contar da sua dispensa até 
o quinto mês após o parto. 
III - Não há violação do art. 535 do CPC/1973 (art. 1.022 do CPC/2015) quando o 
Tribunal a quo se manifesta clara e fundamentadamente acerca dos pontos 
indispensáveis para o desate da controvérsia, apreciando-a fundamentadamente (art. 
165 do CPC/1973 e do art. 489 do CPC/2015), apontando as razões de seu 
convencimento, ainda que de forma contrária aos interesses da parte, como 
verificado na hipótese. 
IV - Ademais, não cabe ao STJ, a pretexto de analisar alegação de violação do art. 
535 do CPC/1973 ou do art. 1.022 do CPC/2015, examinar a omissão da Corte a 
quo, quanto à análise de dispositivos constitucionais, tendo em vista que a 
Constituição Federal reservou tal competência ao STF, no âmbito do recurso 
extraordinário. 
V - Agravo interno improvido1. (Grifou-se) 
 
Síntese do Julgado: O acórdão supracitado analisou o caso de uma 
servidora gestante que acabou sendo dispensada no período de contrato temporário 
de trabalho, no estado do Piauí. 
 
1 STJ; AgInt no AREsp 1510592 / PI. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 
2019/0149263-1; Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO. T2 - SEGUNDA TURMA. Data do Julgamento: 
08/02/2021. Data de Publicação: DJe 12/02/2021. 
 
 2 
O caso foi julgado procedente pela primeira instância, reconhecendo a 
estabilidade provisória da servidora gestante, condenando o réu ao pagamento de 
indenização referente aos valores de tal período (demissão até o quinto mês após o 
parto. 
O Tribunal de Justiça manteve a decisão em segunda instância, em que 
pese a apelação do Réu, sob o argumento de que embora inexista, diante da 
natureza provisória e precária do contrato temporário, direito de estabilidade no 
cargo, é de ser aplicado - a fim de se resguardar o direito social da proteção à 
maternidade, por força do artigo 5° da Constituição Federal, o disposto no artigo 7°, 
XVIII, da Constituição Federal, combinado com o artigo 10, II, b, do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias, de modo a garantir à servidora gestante 
uma indenização equivalente à remuneração a que ela teria direito a contar da sua 
dispensa até o quinto mês após o parto. 
Nesse sentido, fora consignado, ainda, que o fato do contrato ser temporário 
não implica na supressão dos direitos da mulher gestante, ao passo que essa 
garantia é constitucional e cabe ao Estado realizar a tutela da mesma. 
Ato contínuo, interposto recurso especial e agravo interno perante o Superior 
Tribunal de Justiça, o mesmo acabou não alcançando êxito, já que os Ministros 
julgadores entenderam que não houve violação do artigo 535 do CPC/1973 (art. 
1.022 do CPC/2015) quando o Tribunal a quo se manifestou clara e 
fundamentadamente acerca dos pontos indispensáveis para o desate da 
controvérsia, apreciando-a fundamentadamente e apontando as razões de seu 
convencimento, ainda que de forma contrária aos interesses da parte. 
Não obstante, destacaram que não caberia ao Superior Tribunal de Justiça, 
mas sim, ao Supremo Tribunal Federal, apreciar a violação ou não de preceitos 
constitucionais no caso em tela. 
Julgamento em 08/02/2021 e publicação no DJe em 12/02/2021, está em 
consonância com a matéria da Disciplina de Direito do trabalho, ora estudado em 
sala de aula e orientado pela Professora Sra. Ellen Camila. 
 
 
 3 
 
 
 
 
Jurisprudência 02 – Julgado do Supremo Tribunal Federal sobre Trabalho 
Infantil 
 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – ARTIGO 7º, INCISO 
XXXIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, NA REDAÇÃO DADA PELA EC Nº 20/98 – 
PROIBIÇÃO DE QUALQUER TRABALHO A MENORES DE 16 (DEZESSEIS) 
ANOS, SALVO NA CONDIÇÃO DE APRENDIZ, A PARTIR DOS 14 (QUATORZE) 
ANOS – ALEGADA TRANSGRESSÃO AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS 
ADOLESCENTES SUPOSTAMENTE MOTIVADA PELA ELEVAÇÃO DO LIMITE 
ETÁRIO MÍNIMO (DE 14 PARA 16 ANOS) DE OBSERVÂNCIA NECESSÁRIA PARA 
EFEITO DE AQUISIÇÃO DA PLENA CAPACIDADE JURÍDICO-LABORAL – 
INOCORRÊNCIA DO ALEGADO VÍCIO DE INCONSTITUCIONALIDADE – A 
EVOLUÇÃO JURÍDICA DAS FORMAS DE TRATAMENTO LEGISLATIVO 
DISPENSADO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE: DA FASE DA ABSOLUTA 
INDIFERENÇA À DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL – ABOLIÇÃO DA 
EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL DE CARÁTER ESTRITAMENTE 
ECONÔMICO E ELEVAÇÃO PROGRESSIVA DA IDADE MÍNIMA DE ADMISSÃO 
PARA O TRABALHO E O EMPREGO – OBSERVÂNCIA DOS COMPROMISSOS 
FIRMADOS PELO BRASIL NO PLANO INTERNACIONAL (CONVENÇÃO SOBRE 
OS DIREITOS DA CRIANÇA, CONVENÇÃO OIT Nº 138, CONVENÇÃO OIT Nº 182 
E META 8.7 DA AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL) E 
NECESSIDADE DE RESPEITO AOS POSTULADOS QUE INFORMAM A 
DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL (CF, ART. 227) – PROFISSIONALIZAÇÃO 
E PROTEÇÃO NO TRABALHO – DIREITOS CONSTITUCIONAIS, DE ÍNDOLE 
SOCIAL, TITULARIZADOS PELA CRIANÇA E PELO ADOLESCENTE (CF, ART. 
227, “CAPUT”) – POSSIBILIDADE DE EXERCÍCIO DE ATIVIDADES 
PROFISSIONAIS INFANTOJUVENIS DE CARÁTER PREDOMINANTEMENTE 
SÓCIOEDUCATIVO, DESDE QUE OBSERVADO, SEMPRE, O RESPEITO À 
CONDIÇÃO PECULIAR DE PESSOA EM DESENVOLVIMENTO (CF, ART. 227, §3º, 
V) – VOCAÇÃO PROTETIVA DO POSTULADO CONSTITUCIONAL QUE VEDA O 
RETROCESSO SOCIAL – MAGISTÉRIO DA DOUTRINA – AÇÃO DIRETA 
JULGADA IMPROCEDENTE, COM O CONSEQUENTE RECONHECIMENTO DA 
PLENA VALIDADE CONSTITUCIONAL DO ART. 7º, INCISO XXXIII, DA 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, NA REDAÇÃO DADA PELA EC Nº 20/982. 
(Grifou-se) 
 
2 STF; ADI 2096, Relator(a): CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 13/10/2020, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-258 DIVULG 26-10-2020 PUBLIC 27-10-2020. 
 
 4 
 
Síntese do Julgado: A ementa acima supracitada trata de julgado proferido 
pelo Supremo Tribunal Federal, no qual é analisado um caso de trabalho de menor 
(infantil), sob o prisma dos preceitos constitucionais. 
O questionamento da ação direta de inconstitucionalidade era em relação a 
vedação expressa de qualquer trabalho a menores de 16 (dezesseis anos), salvo na 
hipótese de menor aprendiz, quando o mesmo é possibilitado a partir dos 14 
(quatorze) anos. 
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria e 
Comércio, o conceito constitucional de vedação do trabalho do menor traz consigo 
uma nítida transgressão aos Direitos Fundamentais dos adolescentes, motivada pela 
elevação do limite etário de 14 para 16 anos a fim de adquirir a plena capacidade 
jurídico-laboral. 
Ainda segundo a entidade Requerente, a realidade socioeconômica do Brasil 
exige que menores de 14 anos já trabalhem para ajudar a sustentar sua família. 
Além disso, afirmar que, principalmente nos estados do Norte e Nordeste, criançasmenores de 14 anos de idade já trabalham, inclusive em atividades pesadas e 
lesivas ao seu desenvolvimento. 
Nesse sentido, os Ministros do Supremo Tribunal Federal entenderam que não 
há qualquer inconstitucionalidade na norma alegada pelo Requerente (inciso XXXIII 
do artigo 7º da Constituição Federal). 
Para o Ministro Relator, Celso de Mello, há uma evolução crescente e 
gradativa da proteção à criança e adolescente no mundo, a qual o Brasil é signatário 
e entusiasta. 
Nesse ponto, a abolição do trabalho infantil e a elevação da idade mínima 
necessária para o labor são aspectos fundamentais e conquistas tidas na luta pela 
proteção à criança e do adolescente. 
O Ministro destaca, ainda, que devem ser observados os compromissos 
firmados pelo Brasil no plano internacional, como a Convenção sobre os Direitos da 
 
 5 
Criança, Convenção OIT nº 138, Convenção OIT nº 182 e Meta 8.7 da Agenda 2030 
para o Desenvolvimento Sustentável e a necessidade de respeito aos postulados 
que informam a doutrina da proteção integral, nos moldes do artigo 227 da 
Constituição Federal. 
Por fim, o Supremo Tribunal entende que as atividades profissionais possíveis 
aos menores de 16 (dezesseis anos) são aquelas de caráter predominantemente 
socioeducativo, respeitando as condições peculiares da pessoa em desenvolvimento. 
Assim, fora julgada improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade em 
questão, reconhecendo a plena validade constitucional do disposto no artigo 7º, 
XXXIII da Constituição Federal, dada pela Emenda Constitucional nº 20/98. 
A Ementa publicada está em consonância com o material apresentados e 
estudados nas aulas de Direito do trabalho, apresentado pela Professora, Sra. Ellen 
Camila.

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