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- -1 PSICOLOGIA INSTITUCIONAL GESTÃO DE MUDANÇA - -2 Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: Entender porque nas instituições contemporâneas, a necessidade de mudança é uma certeza e uma precondição para bons resultados. Para que você aprenda a implementar mudanças de forma estruturada, estudaremos os seguintes temas: modelos gerenciais do processo de mudança; estruturação do problema; coleta de dados e retorno; implementação de intervenções; avaliação e manutenção do processo de mudança; soluções para a resistência à mudança. 1 Apresentação Nas associações contemporâneas, a necessidade de mudança é uma certeza e uma precondição para o sucesso. Uma tarefa do gestor moderno envolve guiar como através de mudanças que sejam necessárias. Esta aula apresenta conhecimento necessário sobre o sucesso ou fracasso da implementação de mudanças planejadas, incluindo métodos para que o gestor se torne ele mesmo um agente de mudança dentro da organização. Esta aula lida com um processo de mudança que se aplica não somente a gestores de alto nível hierárquico - que possuem recursos de autoridade para mudanças importantes - mas também às que se identificam em posições dentro da organização nas quais o desafio maior é o de implementar a mudança nas pessoas sem o uso do poder de coerção. É também interessante começarmos com quatro mitos relacionados ao gerenciamento de mudança: • Crise é uma garantia de mudança: urgência dificilmente garante mudanças. • A melhor motivação da mudança é o medo: a resposta ao medo inicial costuma ser negação e imaginar o futuro positivo. • Funcionários com mais idade não mudam: idade tem pouca relação com capacidade de mudança. Mas é importante criar a motivação para que ela ocorra. • Fatos instigantes são fundamentais para a mudança: boa parte do raciocínio das pessoas é emocional, e fatos racionais que não se adequem às expectativas e emoções das pessoas dificilmente serão absorvidos. • • • • - -3 2 Modelos gerenciais do processo de mudança Ao contrário de muitas outras áreas, a administração é um campo no qual ainda se obtém gestores que conhecimento sem a fundamentação de pesquisas - acadêmicas ou não. Não entraremos na discussão sobre as razões para isso, ou da eficácia da aplicação de métodos intuitivos nas associações. Apresentemos três modelos de mudança com histórico de validação e testes: • Descongelar-mudar-recongelar (Lewin). • Transições (pontes). • Oito estágios de mudança (Kotter). O sociólogo Kurt Lewin desenvolveu uma teoria de campos de força social, que foi expandida por ele mesmo para um modelo de estágios que define uma mudança. Figura 1 - Kurt Lewin A teoria de campos de força sociais define o status quo como a diferença entre janelas impulsoras e moldes de resistência. Os diferentes ritmos de interação entre essas opções geram três estágios de mudança, definidos por: Descongelar No primeiro estágio, descongelar, é quando a inércia é combatida e o modo de pensar tem que ser modificado. A pesquisa de Lewin aponta para a negligência em relação a esta fase, quando agentes de mudança partem diretamente para implementar a mudança, ignorando as forças de resistência. • • • - -4 Mudar No segundo estágio, mudar, a atividade de reconfigurar comportamentos já está em prática. É caracterizada por tensão e ansiedade. Os participantes conhecem novas informações e suas zonas de conforto são modificadas. Recongelar O último estágio é chamado de recongelar, acontecendo quando um novo padrão de comportamento foi alcançado e a organização já se encontra em um novo "estado de espírito". 3 Transições William Bridges, um modelo de que mudanças distingue mundanças e transições. Para ele, as mudanças são acontecimentos externos que se impõem sobre os requisitos, enquanto uma transição é o nome que se dá como mudanças que acontecem internamente. Ele insiste que a baixa eficácia de mudanças em organizações se dá pela displicência em relação aos aspectos pessoais - as transições. Figura 2 - William Bridges - -5 4 Oito Estágios de Mudança John Kotter, professor e pesquisador da Harvard Business School, definiu um método de oito estágios para realização de mudanças. Figura 3 - John Kotter • Aumentar a urgência Nesse modelo, despertar a sensação de urgência em relação à mudança é a principal e mais crítica das etapas. Segundo Kotter, não é apenas através de relatórios e dados factuais que isso ocorre, mas principalmente através da forma como esses dados são apresentados para as pessoas. Apresentações teatrais e exemplos bem comunicados que apresentem a gravidade da situação são tão ou mais importantes que os dados que os corroboram. • Criar uma coalizão orientadora Iniciativas de mudanças precisam de agentes influentes e efetivos. Nesse estágio, identifica-se as pessoas que estão mais dispostas a realizar a mudança e auxilia-as para que influenciem outros a participarem do processo. Muitas vezes essas pessoas não são as de cargo mais elevado, ou as para as quais a mudança traria a maior quantidade de benefícios. • • • • - -6 Acertar a visão Ainda que sintam a urgência e estejam engajadas, as pessoas precisam de uma direção para seguir, definida por uma visão de mudança. Um futuro bem definido, ainda que de pequenas proporções, é o caminho que as pessoas utilizam para visualizar o valor da mudança. Essa visão não precisa ser muito elaborada - algo como um pequeno parágrafo ou menos de uma página é o ideal. • Comunicar para conseguir adesão Uma vez definida uma visão, é preciso comunicá-la. Nesse estágio, é importante lidar diretamente com as expectativas e ansiedades das pessoas envolvidas. Empatia e comunicação direta são mais eficazes do que memorandos, que possivelmente se perderão. Segundo Kotter, a simplicidade é a chave da boa comunicação. • Fortalecer a ação Executar a mudança envolve estabelecer confiança de que os resultados podem ser alcançados e de que as barreiras para a mudança serão removidas. Isso se assemelha ao método de Lewin no sentido de que o foco agora é eliminar a resistência à mudança. • Criar vitórias de curto prazo O objetivo de definir metas de vitória a curto prazo é múltiplo e envolve: 1) validar o esforço de mudança; 2) proporcionar recompensa emocional para os envolvidos; 3) controlar críticas dos resistentes. • Consolidar ganhos Muitas vezes, após realizar a mudança, agentes de mudança param de se esforçar com as novas práticas definidas. Por muitas vezes podem acabar retornando aos antigos costumes. É preciso consolidar os ganhos da mudança com acompanhamento e ajustes periódicos. • Ancorar a mudança em sua cultura A última meta é desenvolver o vigor necessário para que o ato de mudança seja uma constante na organização e que essas etapas do processo sejam naturais para a criação de ambientes "prontos para a mudança". • • • • • - -7 5 Estruturação do problema Com base três modelos de mudança, focaremos em áreas específicas de atuação do gestor em sua realização, iniciando com a definição do que é necessário mudar e como tornar esse problema público. Estruturar o problema - pode ser dividido em duas etapas: 1) Quem são os clientes da mudança? 2) Qual é o escopo da mudança? Definir quem será afetado, e em quais atividades e setores, é uma das principais etapas da estruturação do problema. O escopo do problema é, em grande parte, o que este problema representa. 6 Coleta de dados e retorno Uma vez determinadas como metas a serem alcançadas, é preciso coletar dados sobre o problema e sobre as possíveis ações para alcançar as metas disponíveis. Em parte, isso envolve o ato de sentido antes de julgar. Algumas das ferramentas para a coleta de dados são: 1) Descobrir quem se beneficia da situação real; 2) enumerar os conhecimentos que não se tem mas são necessários para realizar as metas; 3) ser crítico; 4) questões os assuntos problemáticos, políticos e tratados. Não basta coletar os dados, é preciso que essasinformações sejam transmitidas pela organização. A informação que beneficia os gestores e agentes de mudança é a mesma informação que beneficia todos os indivíduos na organização. O aspecto importante no retorno é manter as pessoas que fornecem as informações presentes nas ocasiões de reunião onde essa informação vai ser utilizada. Ao mesmo tempo que isso pode trazer atitudes defensivas à tona, o benefício de possíveis dúvidas serem esclarecidas compensará a maior parte das dificuldades. Com problemas estruturados, indivíduos engajados e metas reais, é possível implementar atividades que irão alcançar as metas, através dos indivíduos que resolveram o problema que trouxe à tona a necessidade de mudança. No campo do desenvolvimento organizacional se fala em quatro grandes tipos de intervenção. Estratégica Mercados-alvo, missões, clientes visados e produtos e serviços. Social e de recursos humanos Cultura, trabalho em equipe, seleção e avaliação de desempenho, treinamento e recompensas. - -8 Estrutural Fluxo e divisão de trabalho, assim como hierarquias. Tecnológica Ferramentas, maquinaria, equipamento e sistemas de computação. 7 Avaliação e Manutenção do Processo de Mudança Mudanças organizacionais exigem monitoramento e avaliação para checar se estão sendo bem-sucedidas, ou se há a necessidade de novas atividades e modificações nas ações atuais. O autor Peter Block nota que sustentar a mudança é quase tão difícil quanto acreditar que ela pode ser criada, gerenciada e então esquecida. As pessoas não agem mecanicamente e muitas vezes é preciso mais tempo do que o esperado para que novos comportamentos se tornem costumes e parte da cultura organizacional. Figura 4 - Peter Block 8 Soluções para a Resistência à Mudança Para finalizar a aula, apresentaremos aqui os principais fatores que agem contra as mudanças nas pessoas, e a forma como eles podem ser combatidos para realizar todas as etapas que acabamos de conhecer. As pessoas em geral resistem à mudança pelas seguintes razões: - -9 • Perda de controle A mudança parece acontecer a eles e não com o auxílio deles. • Perda de prestígio Sensação de perder status. • Perda de identidade Quando a pessoa constrói a identidade dela em volta do papel que exerce. • Excessiva incerteza pessoal Falta de perspectiva sobre o resultado das mudanças sobre ela. • Perda de competência Pessoas não gostam de ser colocadas em situações nas quais não sejam competentes. Algumas das formas de contrabalancear essas resistências são: explicar os métodos e razões constantemente.Instrução e comunicação: Participação e envolvimento: reduz a incerteza e sensação de perda de controle. Facilitação e suporte: responder às questões e ansiedades dos interessados. Negociação e acordo: fazendo concessões onde é necessário ou negociando changes. Manipulação e cooptação: através de incentivos e informação específica. Coerção implícita e explícita: utilização de autoridades e análises nos casos em que for necessário. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Entendeu porque nas instituições contemporâneas, a necessidade de mudança é uma certeza e uma precondição para bons resultados. • Aprendeu a implementar mudanças de forma estruturada, estudando temas como: modelos gerenciais do processo de mudança; estruturação do problema; coleta de dados e retorno; implementação de intervenções; avaliação e manutenção do processo de mudança; soluções para a resistência à mudança. • • • • • • • Olá! 1 Apresentação 2 Modelos gerenciais do processo de mudança 3 Transições 4 Oito Estágios de Mudança Aumentar a urgência Criar uma coalizão orientadora Acertar a visão Comunicar para conseguir adesão Fortalecer a ação Criar vitórias de curto prazo Consolidar ganhos Ancorar a mudança em sua cultura 5 Estruturação do problema 6 Coleta de dados e retorno 7 Avaliação e Manutenção do Processo de Mudança 8 Soluções para a Resistência à Mudança Perda de controle Perda de prestígio Perda de identidade Excessiva incerteza pessoal Perda de competência CONCLUSÃO
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