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Laís Kemelly – M14 FEBRE P2 Fechamento Quadro Clínico • Febre alta + • Cefaleia intensa • Exantema após 4º dia • Dor retrorbitária • Mialgia intensa Importante: identificar pacientes que têm maior risco de evoluir mal e descompensar. O MS preconiza a classificação de risco para definir a conduta. Anamnese História da doença atual • Cronologia dos sinais e sintomas • Curva febril (estabelecer início da febre) • Sinais de alarme • Manifestações hemorrágicas Epidemiologia • Casos semelhantes no local de moradia ou de trabalho • História de deslocamento nos últimos 15 dias para áreas endêmicas História patológica pregressa • Doenças crônicas associadas o HAS, DM, DPOC, DRC, autoimunes, hematológicas • Uso de medicamentos o Antiagregantes plaquetários, anticoagulantes, antinflamatórios e imunossopressores Exame Físico Exame físico geral • Ectoscopia o Pesquisa de edema subcutâneo, manifestações hemorrágicas na pele, mucosas e esclera, avaliar estado de hidratação • PA, FR, temperatura, peso o Atentar para pressão arterial convergente “Diferentemente do que ocorre em outras doenças que levam ao choque, na dengue, antes de haver uma queda substancial na pressão arterial sistólica (menor que 90mmHg, em adultos), poderá haver um fenômeno de pinçamento da pressão arterial, ou seja, a diferença entre a pressão arterial sistólica e a diastólica será menor ou igual a 20mmHg, caracterizando apressão arterial convergente.” • Tórax: sinais de desconforto respiratório, derrame pleural e pericárdico • Abdome: hepatomegalia, dor, ascite • Nervoso: sinais de irritação meníngea, nível de consciência, sensibilidade e força muscular Prova do Laço Em quem fazer? Fazer em paciente sem sinais de alarme e sem fatores de risco/comorbidades. O objetivo é ver a possibilidade desse indivíduo relativamente “hígido” estar evoluindo mal de forma silenciosa. Como fazer? • Encontrar a pressão arterial média do paciente • Insuflar o manguito até o valor dessa PAM • Desenhar um quadrado 2,5cm x 2,5cm • Aguardar 5min (adultos) ou 3 min (crianças) e avaliar Dengue – Manejo e Conduta Laís Kemelly – M14 FEBRE P2 Fechamento Quando ela é positiva? • Paciente adulto sem fator de risco: 20 petéquias em 5 min • Paciente pediátrico: 10 petéquias em 3 min Fatores de Risco • Idosos • Crianças • Comorbidades o HAS, DM, IRC, transplantados, doentes reumatológicos • Medicamentos de uso crônico Sinais de Alarme Esses sinais aparecem principalmente quando a febre cede. Indicam a possibilidade de gravidade do quadro clínico e de evolução para dengue hemorrágica e/ou síndrome do choque da dengue. • Dor abdominal intensa • Vômitos persistentes • Plaquetopenia • Sangramento (epistaxe, gengivorrafia) • Hipotensão postural • Dispneia • ↑ Hematócrito o Relaciona-se com o extravasamento plasmático, fator determinante da dengue hemorrágica. Sinais de Choque • ↓ PA • Dispneia intensa • Choque • Pulso rápido e fino • Hemorragia Sabendo dessas informações e critérios, você tem tudo que precisa para avaliar seu paciente. Na próxima página tem um fluxograma que eu sei que você vai querer pular, mas olhe com carinho porque vale a pena. Correlacionando com o Caso Karen, 15 anos, há 7 dias apresentou febre alta, cefaleia, mal-estar, adenomegalia cervical. Hoje acordou com exantema em tronco e abdome, e prurido nas mãos. Karen está no 7º dia de doença, então até agora está com o quadro clínico clássico. Na anamnese faltaram dados sobre o exame físico dos sistemas, então vamos assumir que está tudo bem. Classificação em grupo A, acompanhamento ambulatorial com solicitação de hemograma. Nos resultados, apesar da queda de Hb, leucopenia e plaquetopenia, o que indicaria uma conduta imediata seria um aumento do hematócrito. Para essa paciente então, a conduta é: • Hidratação oral • Tratamento sintomático (antitérmico/analgésico/antipirético) • Orientação quanto aos sinais de alarme (retorno imediato) • Eu ainda pediria para retornar em 48h, mas isso é uma opinião pessoal Laís Kemelly – M14 FEBRE P2 Fechamento Paciente com sinais de alarme ou de choque? Laís Kemelly – M14 FEBRE P2 Fechamento Outro Caso D.V.S., masculino, 55 anos, motorista, residente em Goiânia, GO. Deu entrada no Pronto Socorro, trazido por familiares, referindo um episódio de fezes enegrecidas, dor abdominal intensa, sensação de desmaio e aparecimento de manchas roxas pelo corpo. Referiu que há quatro dias iniciou febre não aferida, cefaléia frontal, mialgia generalizada, náuseas e vômitos. A esposa referia que o paciente era etilista crônico e portador de úlcera péptica, com episódios esporádicos de hematêmese. Negava viagens nos últimos dois meses e episódio anterior de dengue, relatava ser vacinado contra febre amarela em 2000. Exame físico: Mau estado geral, desidratado ++/4, agitado, anictérico, acianótico. Temperatura axilar de 37,5ºC, PA deitado: 80x40mmHg. PAsentado: 60x? mmHg. Pulso: 120ppm. Peso: 78kg. Pele: petéquias e sufusões hemorrágicas difusas em tronco e em face. Segmento cefálico: hemorragia subconjuntival e gengivorragia. Tórax: murmúrio vesicular diminuído à ausculta, frêmito toráco-vocal diminuido à palpação e submacicez a percussão em base direita. Coração: bulhas taquicárdicas, dois tempos. Abdome: doloroso à palpação profunda, sem visceromegalias. Neurológico: rigidez de nuca presente ++/4. Prova do laço positiva. Até aqui, só com os dados de anamnese e exame físico eu classifico como grupo C. (paciente com sinais de alarme). Você vai liberar esse paciente pra casa? Só se for maluco! Hemograma: Hb: 8,9g/dL, Ht: 32%, Plaquetas: 11.000/ mm3, Leucócitos totais: 1.900 cels/mm3 , bastões: 2%, segmentado: 26%, linfócitos: 40%. Líquor: aspecto hemorrágico, xantocrômico com depósito de hemácias, citometria: 150 leucócitos/mm3, 32.000 hemácias/mm3, glicose: 62mg/dL, proteínas: 150mg/dL; bacterioscopia negativa. Coagulograma: TP: 21segs; Tempo de atividade de protrombina: 45%. AST(TGO): 59 UI/l; ALT(TGP): 148UI/l; Sódio: 129mEq/L; Potássio: 3,0mEq/L; Cálcio: 9,0mg/dL • Internação por pelo menos 48h • Hidratação IV imediata (25ml/kg por 4h) o SF ou RL em BIC o Reavaliar e repetir até 3x se não houver melhora do hematócrito ou sinais hemodinâmicos Se houver melhora, iniciar etapa de manutenção em 8 e 12h. Se não houver melhora, tratar como paciente do grupo D. • Hidratação com solução salina isotônica (20ml/kg em 20min) o Se necessário, repetir em até 3x • Reavaliação clínica a cada 15-30min e hematócrito após 2h
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